EXPEDIÇÃO CARRETERA AUSTRAL

Conheça a aventura dos VIAJANTES DA CAPITAL em Dez/2010.

Viajamos de carro + de 13 mil km em 36 dias , saindo da Capital Federal do Brasil,

passando por Argentina, Chile, e Uruguai. Saímos de Brasília  dia 

25/12/2010 em direção a uma das rotas mais bonitas da América Latina: Carretera Austral- Chile.

25-12-10_003.JPG (2736431 bytes)

Pedimos a Deus proteção nesta viagem. E fomos atendidos. Obrigado Senhor.

Acompanhe o diário e as fotos deste incrível e fantástico passeio.

 

roteiro_carretera_austral.jpg (512353 bytes)

 

INTRODUÇÃO

A viagem para a Carretera Austral foi planejada com 6 meses de antecedência, num total de 6 reuniões. Retiramos dados de outros sites da internet, pesquisamos em livros, ouvimos dicas de amigos, enfim, buscamos todos meios de que dispusemos para tornar melhor mais essa aventura em terras latino-americanas. 

A ideia inicial era pegar a carretera desde Puerto Montt até Vila O’Higgins. Contudo, acabamos alterando o roteiro e decidimos descer até o Ushuaia, plano que posteriormente veio a sofrer nova alteração. Essa expedição foi realizada por 3 famílias, em 3 carros, cujos viajantes estão abaixo discriminados:

. Marcelo e Ivana, quem escreve este diário, tentando passar um pouquinho de nossas experiências. Nossos filhos, Matheus e Vítor, decidiram não ir desta vez. CARRO: Kyron (ssongyong). PERCURSO REALIZADO: todo o roteiro planejado (Brasília – Carretera Austral - Puerto Natales – Punta Arenas) e mais 3 dias em Santa Catarina. Saída de Brasília no dia 25/12/2010;

. Ari e Lucas, nosso compadre e afilhado, respectivamente. São integrantes do grupo e fundadores, como nós, dos “Viajantes da Capital”, além de companheiros de outras viagens. CARRO: Camionete Ranger, da Ford. PERCURSO: iniciariam a viagem conosco com a intenção de chegar até Puerto Natales e lá decidiriam se seguiriam até o Ushuaia ou retornariam para Brasília, passando antes em Foz do Iguaçu. Acabaram retornando um pouco antes, em El Calafate. Rose (nossa comadre, esposa do Ari) e Victor (o outro filho) não puderam ir. 

. Marçal, Cecília e os filhos (Daniel, de 9 anos, e Sofia, 10 anos), amigos e estreantes no “Viajantes da Capital”. CARRO: Tracker, da Chevrolet. PERCURSO: sairiam de Brasília mais cedo, 19/12/2010, fariam a revisão do carro no Paraguai, conheceriam Foz do Iguaçu e iriam até Rosário (Argentina), onde ficariam um pouco mais e nos encontrariam. Estivemos juntos desde Rosário até San Martín de Los Andes (Argentina), cidade que eles muito gostaram e resolveram ficar por mais tempo. Acabaram não fazendo a Carretera Austral conosco. Decidiram conhecer Bariloche, Puerto Madryn, voltar a Rosário, outra cidade que  lhes chamou muito a atenção, e retornaram mais cedo para Brasília.

            O roteiro precisou sofrer vários ajustes ao longo da viagem. Um deles: não conseguimos fazer o passeio de barco pela geleira de San Rafael (os barcos saem apenas quartas, sábados e domingos). Só chegamos na quarta; o barco já havia saído e não dava para esperar o outro até sábado. Decidimos, então, fazer o passeio do Glaciar Perito Moreno em El Calafate, cidade na qual ficamos um dia a mais, passeio esse que certamente ficará na memória.

Outro imprevisto: devido a problema com os nossos cartões para saque na primeira cidade da Carretera Austral (Futaleufú), no Chile, tivemos que sair mais tarde da cidade e acabamos dormindo antes do previsto. Isso porque foi preciso ligar para os gerentes das nossas contas para pedir-lhes, uma vez mais, pois já havíamos feito isso em Brasília, a liberação dos cartões para saque internacional. Essa solicitação atualmente é feita por escrito, segundo nos informaram. Eu sempre digo: é necessário ter um “plano B” disponível para todas as ocasiões. Ainda bem que tínhamos: trocamos alguns reais que estavam conosco até esperar a liberação dos cartões, o que não demorou.

Uma outra mudança de planos: como pegamos uma “pesada greve” em Punta Arenas, no Chile, não fomos à pinguinera da Isla Magdalena. Decidimos, então, conhecer a pinguinera de Puerto San Julian, que com certeza esteve à altura das expectativas!

Bem, outros ajustes aconteceram. Tivemos muitas surpresas: umas agradáveis; outras nem tanto, o que é normal. Contudo, nada que tirasse o bom ânimo destes aventureiros de explorar novos horizontes, conhecer novas pessoas e lugares indescritíveis, deixados pelo nosso Pai Maior para contemplação de todos nós.

No diário, há relatos diversos, como dicas de passeio, endereços de hotéis, restaurantes, preços. Aqui foram registradas nossas impressões, que, certamente, podem ser divergentes das de outras pessoas que seguiram o mesmo destino, mas, é o que nós, viajantes da capital, pudemos captar dos lugares por onde passamos.

Esperamos que nossa experiência possa ser útil a outros que busquem os mesmos destinos. Até a próxima!

 

25/12/2010 (sáb.)– Brasília(DF) a São José do Rio Preto(SP)                             FOT0S - 25-12-10

 

7h30 – Tudo preparado para mais uma grande aventura. Abraçamos nossos filhos já com aquele sentimento de saudade, pois desta vez eles ficariam em casa, e saímos. Ficamos de nos encontrar com nosso compadre Ari e nosso afilhado Lucas na saída de Brasília. Quilometragem do carro quando saímos de casa: 2002.

7h55 – Encontramos com eles, fizemos a nossa prece a Deus pedindo proteção para nossa viagem e aos que ficaram e seguimos em frente.

Quilometragem do carro:2008.

9h10 – Paramos no Jerivá, perto de Anápolis, para um lanche.

11h25 – Parada para banheiro.

12h10 – Paramos para almoçar no Posto Alvorada, da rede Texaco. Pagamos R$29,90 o preço do quilo da refeição, com churrasco. A comida estava boa, mas eu não acertei muito na verdura. Coloquei no meu prato beterraba e cenoura, mas ambas estavam com gosto azedo, pois eram de conserva, e eu não gosto de conservas. O Ari ligou para um conhecido dele, que encomendou uma erva chamada “Erva Rosa Monte”. Ficamos brincando com o Ari, falando para ele ter cuidado com essa erva que ele iria trazer, para verificar antes se era erva para mate mesmo...

14h30 – Parada no Posto Pratão, rede Ipiranga, na cidade de Prata/MG (rodo rede), na própria rodovia. Em nossa última viagem, Há dois anos, passamos por este posto à noite. Comemos ali, na época, um comercial muito bom.

        Preço do diesel: R$1,84; Litros: 55; Total: 102,00).

16h50 – Pagamos o nosso primeiro pedágio, perto de São José do Rio Preto: R$ 3,00.

18h35 - Depois de muito rodarmos e o Marcelo fazer diversas tentativas pelo GPS, conseguimos encontrar o hotel que havíamos dormido da outra vez. É um bom hotel, com garagem. Dumont Park Hotel, Rua São Paulo, 2250. Vila Maceno. F.: 3215-2525. Site: www.dumontparkhotel.com.br. Fica em frente ao Palácio das Águas (tratamento de águas).

        Pedimos comida pelo telefone. Lucy Delivery: 3305-0220 ou 3305-0221 (Av. Alberto Andaló, 4040). Pedido: 2 beirutes nº443 (tiras de frango grelhadas). Outra opção é pedir no Habib’s: 0800-778-2828 ou, conforme vimos uma placa indicadora, no Mister Frango’s: 3231-1691.

 

26/12/2010 (dom.) - São José do Rio Preto(SP) a Foz do Iguaçu(PR)                             FOT0S -26-12-10

 

7h15 – Fechamos a conta no hotel, R$ 90,00 o quarto de casal, e rumamos para Foz do Iguaçu. Seriam mais 884 quilômetros rodados.

        Pegamos muita chuva na estrada.

7h55 - Pagamos pedágio, R$ 3,00, e pegamos a BR 153 – Transbrasiliana rumo a Lins.

        Achamos meio suspeito um carro azul que veio em toda a velocidade, ultrapassou o Ari e ficou entre nós. Havia dois homens meio agitados dentro do carro. Mesmo havendo chance de ultrapassagem,  não passavam e ficavam só de olho. Agimos. O Marcelo teve uma ótima ideia: peguei a máquina fotográfica, virei para trás e tirei uma foto com flash. Logo eles cuidaram de dar um jeitinho e se afastarem.

8h33 – Pagamos pedágio (R$ 3,00). Apesar disso, a pista estava muito ruim, com muitos buracos e remendos, fazendo o carro trepidar bastante.

9h45 – Paramos para banheiro e esticar um pouco as pernas em Marília.

        Pegamos o trecho para Assis (dali a 68 km).

        Depois de Marília, finalmente a pista voltou a ficar boa.

        Na parte em estava quase acabando o Município de Platina para começar Assis, vimos uma placa alertando para a possibilidade de pontos de alagamento na rodovia. Apesar de o céu estar carregado de nuvens, ainda bem que não choveu!

10h40 – Pegamos o trecho que indicava Londrina, depois a saída 447b (para Londrina).

        Continuamos na SP 333.

11h10 – Cruzamos a fronteira entre São Paulo e Paraná.

        Pagamos o primeiro pedágio do Paraná: R$ 10,50.

12h10 –Paramos para almoçar já pertinho de Londrina, no Rancho do Gaúcho Restaurante. Custou R$ 18,00 por pessoa e a comida estava boa.

        Saímos de lá às 13h25, pois aproveitamos para adesivar o carro do Ari. Enquanto fazíamos isso, conhecemos um motoqueiro que estava indo para o Atacama sozinho. Vimos que a placa da moto era de Pernambuco. Ele rodaria muito!

13h45 – Pagamos pedágio na entrada de Arapongas (R$ 5,60) e depois viramos para Maringá.

        Vimos às margens da estrada uma placa de lanchonete anunciando que vendiam o seguinte produto: “cracóvia defumada”. O que seria isso? E vergamota? E queijo de porco?

14h17 – Pedágio. R$ 5,60.

15h20 – Paramos em Maringá para visitar uma tia do Ari. Ela estava na casa dos primos deles, mas depois fez questão que fôssemos até a casa dela para tomarmos um café. Fomos carinhosamente recebidos com um gostoso lanche da tarde. Que pessoa encantadora! É daquelas pessoas que dá a impressão de conhecermos há tempos!

16h15 – Deixamos a cidade. Saímos para Umuarama e vimos a primeira placa com indicação para Foz do Iguaçu.

        Paramos para abastecer no Posto Matsuda. (Até ali contávamos 688 quilômetros rodados. Para encher o tanque foram gastos 191 Reais de diesel aditivado. O carro fez 11.9 quilômetros por litro).

17h30 – Pagamos pedágio (R$ 8,40). A estrada estava um “tapete” e a visão das plantações verdinhas era de encher os olhos.

18h05 – Subimos o retorno para Foz do Iguaçu antes de Campos Mourão.

        Mais chuva!

18h30 – Pedágio (R$ 8,40).

19h15 – Paramos para jantar em um restaurante que fica no Auto Posto Brasília. Vimos que os ônibus também param ali. A comida é bem simples e o bife é frito na hora para quem quiser. O quilo da refeição sai a R$ 21,00 ou R$ 15,00 por pessoa.

19h50 – Seguimos viagem.

        Presenciamos um lindo pôr-do-sol às 20h15.

20h18 – Mais pedágio: R$ 7,50.

22h30 – Chegamos em Foz do Iguaçu. Os hotéis estavam lotados. Não pudemos ficar no Ilhas de Capri hotel, como aconteceu na nossa última expedição. Um guia independente que estava de moto, comumente encontrado em Foz, estava conosco e nos levou para ver outros hotéis. Rodamos e acabamos por encontrar vaga em um hotel 4 estrelas chamado Don Pedro I Palace Hotel. O hotel possui bela fachada, piscina e bonita decoração. Mas não achei o quarto à altura da aparência do hotel. Era velho, continha carpete e estava com aquele característico cheiro de que estava fechado há muito tempo. O hotel possui excelente estrutura, mas falta uma boa reforma nos quartos para que fiquem mais arejados.

Don Pedro I Palace Hotel – Av. das Cataratas s/n, Br 469, km 03. Tel. (45) 3529-6633. O quarto duplo saiu a R$ 180,00 + R$ 7,00 pelo uso da internet por 24 horas.

 

27/12/2010 (2ª feira) - Foz do Iguaçu(PR) a Corrientes/AR                             FOT0S -27-12-10

 

9h20 – Depois de sacarmos dinheiro, resolvermos problema de liberação de senha para acesso da internet da conta BB e de o Ari ter pago os dias a mais do seguro carta verde que precisaria, pegamos uma fila imensa na aduana brasileira para cruzarmos a fronteira com a Argentina.

        Disseram para nós, na aduana, que não seria necessário preencher os papéis para declarar a saída dos equipamentos que estavam conosco, tais como máquina fotográfica, notebook e filmadora. Mesmo assim fizemos questão que carimbassem o papel que já havíamos imprimido da internet e já estavam preenchidos. Seria para a nossa própria segurança no retorno para o Brasil. E se quisessem nos cobrar como se fossem equipamentos novos? Como provar que eram usados se não portávamos a nota fiscal?

10h15 - Saímos da aduana brasileira e pegamos outra fila na aduana argentina.

        Para entrarmos no país, pediram-nos o documento do carro, o documento pessoal de cada passageiro e o seguro carta verde do veículo (cobre dano contra terceiros no exterior). Além disso, os policiais verificam a bagagem para saber se não portamos carnes, frutas ou outros produtos cujo ingresso na Argentina seja proibido.

Após passarmos, aproveitamos para cambiar reais para pesos argentinos. Trocamos R$ 800,00. A cotação era a seguinte:

        1 Peso Argentino (PA) = 0,46 Reais (p/compra);

1 Peso Argentino (PA) = 0,42 Reais (p/venda);

Para fazer o câmbio, é solicitado um documento do comprador e este deve assinar uma nota fiscal do valor trocado.

        Aproveitamos para ir ao banheiro e comprar refrigerante (H2O) na lanchonete da aduana, pois estava fazendo muito calor. Compramos para levar, também, um “budín” da marca “Ser” (bolinho tipo Pullman) para agüentar até a hora do almoço.

        Vimos uma família de quatis acabando de atravessar a pista e entrando na mata, que gracinha, eram quatro!

12h25 – Paramos para almoçar no restaurante de um hotel na estrada e lá descobrimos que ainda eram 11h25, pois a Argentina estava com uma hora a menos. Ao invés de esperarmos o restaurante abrir, decidimos tocar até a próxima cidade.

11h45 (já no horário argentino) – Pagamos nosso primeiro pedágio em terras argentinas: 1,70 PA (pesos argentinos).

12h10 – Paramos para almoçar em uma rotiseria (servem comidas mais rápidas) na cidade de Eldorado. Nome do lugar: Rotiseria e panaderia Vicky. Fica em frente ao Hotel Monterco, na avenida principal, próximo à entrada da cidade e em uma esquina. Eles tinham comida pronta. O preço é cobrado pelo que você escolhe para comer, ou seja, por porção. Eu escolhi um tipo de “galinhada mais molhadinha”, que eles chamam de “pollo estofado” e purê. O Marcelo escolheu arroz, frango ao molho e purê. O preço, incluindo refrigerante, saiu a PA 25,00. A comida estava ótima: simples e gostosa.

13h30 – Paramos para um café, pois o Marcelo estava com muito sono. Aproveitei para comprar um alfajor Havanna (PA 5,50).

Abastecemos: 49 litros, Preço do litro PA 4,449, total PA:220,00. Quilômetros rodados: 596,50. Disseram para nós, no posto, que o melhor diesel (ou gasoil) é o V-pawer da Shell.

14h45 – Pagamos pedágio. PA: 2,40.

15h10 – Pegamos um trecho complicado, trânsito mais intenso, muito semáforos, na entrada de Posadas, a uns 310 km de Corrientes.

16h10 – Parada para banheiro.

        A estrada, depois de Posadas, é bem tranquila. Passam poucos carros na rodovia e há vistosas plantações de arroz margeando a estrada. Ao final da tarde, percebemos que o tempo parece parar por aquelas bandas: os moradores colocam cadeiras nas varandas de suas casas, ou debaixo de árvores, e reunem-se para bater um bom papo e apreciar o entardecer. Há tempo não víamos aquela cena, pelo menos não nas grandes cidades!

18h35 – Parada breve para esticarmos as pernas.

        Na estrada, final da tarde, vimos que é necessário ter cuidado com as muitas motos que transitam ao lado da pista, pois não há acostamento.

19h20 – Chegamos em Corrientes. Pegamos um trânsito terrível, pois era horário de rush. Rodamos pelo centro em busca de hotel (levamos alguns endereços). Só eu descia, pois não havia nem como estacionarmos os carros. Acabamos encontrando um hotel excelente.

La Mansión Hotel – Catamarca 1.064, a uma quadra da “peatonal Junín”, Centro. TEL.: 03783-435842. Pagamos PA 230,00 o quarto duplo (doble) com internet (funciona no 1º andar), ar, TV, café da manhã (desayuno), servido em um local próximo ao hotel, e com garagem.

Excelente hotel, construído há apenas 4 meses e com uma excelente localização.

Saímos todos para comer pizza em um lugar chamado Dom Pedro, peatonal Junín, indicado pelo recepcionista do hotel, (é lá também onde o café da manhã é servido). A pizza estava muito boa (aliás, não tivemos muitos problemas para encontrar pizza boa na Argentina). A pizza grande mais um refrigerante de 1,5 litros saiu a PA 56,00.

Andamos um pouco, fazia muito calor. Sacamos dinheiro em um caixa automático na pracinha e voltamos para o hotel.

 

28/12/2010 (3ª feira)-  Corrientes/AR a Rosário/AR                             FOT0S -28-12-10

 

7h30 – Saímos para tomar o nosso café da manhã no Dom Pedro, o mesmo local em que comemos a pizza na noite anterior. O hotel nos dá um cupom que dá direito a um café com leite e duas medias lunas (croassant) por pessoa.

        Deixamos o hotel e paramos para fotografar a orla de Corrientes, que é muito bonita. Há uma bela ponte sobre o rio Paraná.

9h15 – Saímos da cidade rumo a Rosário. Seriam 753 quilômetros de estrada. Pegamos a Ruta 12.

        Vimos um estabelecimento indicando “bulonera”, cujo significado desconhecíamos. Dias depois, conversando com um argentino, descobrimos que é o local onde se vendem parafusos e afins.

9h43 – Pagamos pedágio. PA: 2,10.

10h38 – Paramos no posto YPF. Resolvemos testar o diesel euro que disseram ser bom.

Abastecemos: preço do litro do diesel: 4,359; 538 km; 55,28 litros; PA 241,00.

        Comemos chipa (se pronuncia “tipa”) na lanchonete. É o nosso pão de queijo.

11h15 – Seguimos viagem pela Ruta 27 (rumo a Goya).

        A região é cheia de charco de ambos os lados da estrada. Há diversos pássaros, inclusive garças, que se aproveitam para se alimentar das “guloseimas” que o terreno oferece. A umidade deve ser porque a estrada margeia, apesar de não ser visível, o rio Paraná.

        O asfalto é excelente, apesar de ser uma estrada meio desértica.

12h30 – Paramos para almoçar no Comedor La Curva, posto Shell, em Santa Lucia. Muita gente também parou a ali para comer. Além de pães, serviram pastéis de carne como entrada, os quais achei bastante gordurosos e acabei não comendo. Mas as milanesas de “surubi” (surubim) que pedimos, acompanhadas de purê, em compensação, estavam deliciosas. O peixe vem do tamanho do prato! E realmente imaginávamos que seria muito bom, afinal, a cidade é próxima ao Rio Paraná. O Marcelo pediu ainda uma salada de cenoura ralada com tomates e bebemos H2O. Total da nossa conta: 108,00.

        É engraçado, passamos na pista por uns quebra-molas bem fininhos, mas que efeito surtem!

        Vimos uma placa indicando que vendiam “urquijo”. Não faço nem ideia do que seja. Se alguém souber, por favor me diga que eu gostaria de saber...

        Às margens da rodovia, nascem umas lindas e diferentes flores de cor rosa.

        Como no nosso sul brasileiro, vimos gaúchos montando seus cavalos. Na maioria, vestiam-se a caráter, com suas galochas, chapéus de couro e calças folgadas, tipo bombachas.

15h50 – Paramos para fotografar uma bela paisagem da região alagada.

16h25 – Parada rápida para um pequeno lanche trazido do Brasil: chá mate gelado e bisnaguinhas pulmman.

16h50 – Passamos por uma região em que bandos de pássaros cruzam a estrada de um lado ao outro. Muitos mesmos! O interessante é o tamanho dos ninhos que eles constroem nas árvores, nos postes, onde conseguem! Não pude deixar de fotografá-los, nunca vi ninhos tão grandes!

        Seguimos para pegar a pista que dá acesso ao Túnel Santa Fé.

18h45 – Pagamos um pedágio de PA 5,00 e atravessamos o Túnel. É muito legal sabermos que estávamos embaixo, literalmente, do Rio Paraná.

        Cruzamos a cidade de Santa Fé. É uma cidade aparentemente enorme. Possui uma extensa ponte bem na entrada e parece ser uma bela cidade e bem movimentada.

        Pegamos a Ruta 11 para Rosario, que era o nosso destino no dia. Depois de Santa Fé, seriam mais uns 156 quilômetros até Rosario.

19h34 – Pagamos pedágio. PA 1,00.

19h37 – Outro pedágio. PA 3,50.

20h – Comemos em um posto YPF na autopista. Eu e o Marcelo pedimos dois sanduíches + 1 seven up + 1 porção de batatas fritas. Valor cobrado: PA 50,75. Não foi muito barato, mas os sanduíches estavam bons.

21h – Como estávamos cansados, decidimos, juntamente com o Ari, dar uma olhada em uma cidadezinha indicada pelo GPS, chamada Coronda, a 15 km sa estrada, para ver se achávamos onde dormir.

        Seguimos o endereço de um hotel indicado pelo GPS. Foi engraçado. Quando chegamos lá, havia um boxer gigante dormindo bem na entrada. E aí, quem desceria para perguntar sobre acomodações? O Marcelo ou o Ari? Eles ficaram rindo... Então, para alívio deles, apareceu o dono do hotel e disse, em tom de brincadeira, que o cachorro só mordia quem não pagava a conta...

        De qualquer forma, não havia vaga para nós quatro. O dono do hotel disse que possuía uma cabana perto do rio e poderia alugá-la por PA 300,00. Achamos melhor procurar em um outro hotelzinho que vimos na entrada da cidade, pois por apenas uma noite.

        Chegando no outro hotel, mais uma roubada: havia vaga para nós, mas logo perceberíamos o porquê da sobra de vagas. Não conseguimos nem ver direito os quartos, pois as dezenas de “pernilongos sanguinolentos” enormes não nos deixavam quietos por um segundo! Imagine com as luzes apagadas, como ficaríamos? Decisão unânime: tocar até Rosario!

        Voltamos para a autopista. Nisso, o Marçal mandou e-mail para o Ari, que já tinha tentado falar com ele. Eles estavam em Rosario, no hotel em que eu e o Marcelo tínhamos ficado há dois anos. O Ari respondeu o e-mail pedindo que ele fizesse uma reserva para nós, pois chegaríamos bem tarde. Ainda bem que o celular do Ari, da Tim, estava pegando na estrada, pois isso raramente acontecia com o nosso da Vivo.

        Paramos para abastecer, mas logo desistimos. As filas estavam imensas. Fomos informados de que o problema com o abastecimento de combustíveis era em nível nacional. Tentaríamos no dia seguinte em Rosario, pois o diesel de ambos os carros dava para acabar de chegar na cidade.

23h30 – Chegamos em Rosario e fomos direto para o hotel.

Hotel Puerto Bandera (2 estrelas), Buenos Aires 1020, Tel: 0341-4406446/4400930 (www.hotelpuertobandera.com.ar). Preço da diária no quarto duplo: PA 210,00, com café da manhã. Tinha ar condicionado (essencial por causa do calor), internet nos quartos, freegobar e havia garrafões de água mineral em cada andar do hotel.

Há um estacionamento pago bem próximo ao hotel, onde deixamos os carros.

Já hospedados e devidamente instalados em nossos quartos, tomamos um gostoso banho quente e praticamente desmaiamos em nossas caminhas gostosas!

 

29/12/2010 (4ª feira)- Rosário/AR                             FOT0S -29-12-10

 

11h05 – Depois do café e da farra de termos encontrado o Marçal, a Cecília e as crianças, Sofia e Daniel, resolvemos andar um pouco pela cidade. Eles não quiseram ir conosco. Já conheciam praticamente tudo na cidade, pois chegaram antes de nós uns dois ou três dias antes, e tinham combinado com as crianças de tomarem banho na praia do rio Paraná.

        Fomos eu, o Marcelo, o Ari e o Lucas em nosso carro andar pela cidade.

        Visitamos o Monumento a Las Banderas. Na parte de baixo, há uma espécie de museu, com entrada franca, onde há bandeiras de diversos países, dispostas em vitrines, com os respectivos hinos nacionais, em suas próprias línguas, e um exemplar da planta típica de cada país ali representado. Na parte destinada ao Brasil, havia um pé de Ipê amarelo.

        Do lado de fora do museu, na parte de cima, há um enorme pátio com escadarias e bandeiras ao seu redor.

Enquanto tirávamos fotos, vieram conversar conosco duas argentinas, mãe e filha, bem comunicativas. O nome da mãe era Izabel. Ficamos conversando e elas, alegremente, nos desejaram boas vindas à Argentina. Quanta simpatia!

Atravessando o pátio, tem-se acesso a um mirante da cidade. Para subi-lo, é cobrada uma taxa de PA 2,00 por pessoa. Do alto do edifício, vimos vários 4 pontos diferentes de Rosario, inclusive o Rio Paraná que fica logo em frente ao monumento, com sua orla bem movimentada.

Pegamos o carro e, assim que o semáforo abriu, foi engraçado. Estávamos todos procurando um caixa eletrônico na orla para sacarmos dinheiro, quando ouvimos a voz suave e baixinha do Lucas: Marcelo...Marcelooo.... Foi quando o Marcelo, olhando para a frente, viu os carros vindo em nossa direção, dando sinal de farol alto. Sim, estávamos na contramão! Depois do susto, caímos na gargalhada pela forma tranquila com que o Lucas avisou o padrinho!

Ensinamos a ele que esse tipo de situação deve ser avisada de forma mais firme e decidida, tipo: CONTRAMÃO!!!!

12h50 – Almoçamos no restaurante La Marina, na 1 de Mayo 884. Foi indicação do Marçal. Mas não conseguimos nos encontrar com eles.

        Eu e o Marcelo dividimos um prato de “Pasta com albondigas” (talharim com almôndegas); o Ari e o Lucas dividiram um nhoque.

        No banheiro do restaurante, havia um aviso: “no tire estas toallas de papel al inodoro” (não jogue papel higiênico no sanitário). Aprendi um pouquinho mais de Espanhol.

E foi lá no restaurante que perguntamos ao garçom o que era “bulonera”. Ele nos respondeu que é o lugar onde se vende “bulon” e, como não entendemos sua explicação, ele trouxe um “bulon” nas mãos para ilustrar o que estava dizendo: é um parafuso. Esse garçom foi super atencioso!

Passamos em uma frutaria, deixamos as compras no hotel, guardamos o carro no estacionamento e fomos andar pela avenida peatonal (só para pedestres). Entrávamos o tempo todo em lojas com ar condicionado para fugirmos do calor que estava insuportável.

Mais tarde, já na volta pela avenida, paramos para um lanche no New Port Café, na Calle Córdoba 894. Eu pedi metade de um tostado, com 2 pedaços, pois o tostado inteiro é enorme (é um gigante misto quente com quatro pedaços). O Marcelo pediu uma salada de frutas com sorvete, chamada “Macedônia”.

19h – Pegamos o carro e paramos para caminhar pela orla. Acabamos nos encontrando com o Marçal. Eles já estavam voltando para o hotel e nós iríamos procurar um restaurante para o jantar. Queríamos comer um peixe.

        Encontramos um quiosque, chamado “Cartuja”, que fica às margens do Rio Paraná, perto da ponte. O lugar é gostoso, fresquinho, mas é bom passar repelente nas pernas, porque, como é bem próximo ao rio, tem muito pernilongo. Quando a garçonete nos perguntou o que gostaríamos, fizemos o pedido e, por fim, disse para ela, de brincadeira, que queria também um repelente para acompanhar. Todos rimos. Ela, muito simpática, acabou trazendo um repelente mesmo! Resolveu o nosso problema.

        Comemos medalhão de pacu com batatas fritas. O prato saiu a PA 31,00 com direito a sobremesa (flan ou sorvete). A comida estava muito boa. O Ari pediu uma garrafinha de Quilmes (cerveja argentina) para acompanhar o pedido. A garrafa tem uma boca grande, por isso ele a apelidou de Cicarelli. Achamos o apelido perfeito!

10h30 -  Voltamos ao hotel e combinamos com o Marçal e o Ari o horário para sairmos no dia seguinte rumo a Santa Rosa, onde pretendíamos dormir.

 

30/12/2010 (5ª feira)- Rosário/AR a Puelches/AR                             FOT0S -30-12-10

 

7h – Tomamos o café da manhã no hotel. O Marçal ficou de buscar as roupas que ele havia deixado na lavanderia no dia anterior e disse que nos encontraríamos no caminho.

        Era cedo e já estava quente. Imagina o calor que pegaríamos mais tarde!

        Procuramos um posto para abastecermos os carros. Pegamos um pouco de fila. Acabamos colocando o diesel comum, pois, apesar de o aditivado ser bom, aumentava bastante o consumo e não estava compensando.

Abastecimento: preço do litro do diesel: 3,8089; 733 km rodados; 63 litros; PA 240,03.

        Tivemos uma triste notícia de Brasília. Ficamos sabendo que, devido às chuvas, parte da pista que liga Brasília a Anápolis (cerca de 50 metros) cedeu. Nós passamos por esse trecho na vinda.

        Pegamos a Pellegrini até chegar na saída da cidade. Passamos pela av. Uriburu (margeando o Rio Paraná).

        Antes de pegarmos a Ruta 33, passamos por uma pista que vai por fora da cidade, mas estava extremamente movimentada, cheia de caminhões, e a atenção precisou ser redobrada.

10h5 – Pagamos pedágio em Casilda. PA 1,30.

        Já na Ruta 33, observamos que o trânsito continuou intenso e há muitos semáforos, demorados, quando se passa por alguma cidadezinha.

10h55 – Paramos em um posto de gasolina em Casilda para esperarmos o Marçal, que em cinco minutos nos alcançou.

        Enfim, nossa caravana estava completa, com os 3 carros juntos seguindo viagem!

11h45 – Pagamos pedágio. PA 1,30.

        Vimos que as pessoas que pedem carona às margens da rodovia seguram uma faixa contendo o nome da cidade para a qual desejam ir. Isso já facilita na hora da carona!

12h25 – Paramos em um posto YPF antes de Amenábar, ainda na Ruta 33, para comprarmos sanduíches e esquentarmos no micro-ondas do posto para o nosso almoço. A minha conta mais a do Marcelo deu PA 21,00. Compramos ainda pães tipo baguetes macios e frescos para um possível lanche mais tarde (PA4,00).

12h40 – Seguimos viagem.

        Próximo a Tarragona, vimos lagoas repletas de flamingos e patinhos.

14h20 – Paramos para um café e abastecer em um posto YPF.

Abastecimento: preço do litro do diesel: 3,461; 375 km rodados; 39 litros; PA 135,00.

        Aproveitamos para tirar foto da turma toda reunida.

        Um argentino passou por nós de carro, colocou a cabeça para fora e provocou sorrindo: “Maradona es mejor”. Lógico que não deixaríamos barato. Prontamente respondemos à altura: “Pelé es mejor”.

        Depois do posto, pegamos um trecho em que a estrada era bem tranquila, com pouco movimento de carros.

15h50 – Paramos para fotografar um lindo campo de girassóis.

16h55 – Entramos na Província La Pampa. Agora estávamos oficialmente na região patagônica. Paramos para fotografar.

18h15 – Passamos por Santa Rosa, onde planejáramos dormir. Mas ainda estava claro, com sol alto, e decidimos rodar um pouco mais, pois assim chegaríamos em San Matín no dia seguinte mais cedo. Afinal, seria 31 de dezembro, véspera de Ano Novo, e não sabíamos como estaria a cidade com relação a acomodações. Além disso, vimos pelo GPS, que havia algumas cidadezinhas pelo caminho.

18h50 – Começamos a ver a formação de chuvas ao longe. A temperatura já estava mais amena: 26,5º.

        Vi uma placa de trânsito escrita ”evite encandilar”. Nenhum dos viajantes sabia o significado, nem constava a palavra no dicionário. Descobriríamos depois que era um aviso do tipo “evite farol alto ao cruzar outro veículo”. Vivendo e aprendendo!

19h – Pensamos em abastecer em uma cidadezinha chamada Padre Buodo, mas forçosamente desistimos, pois havia uma grande fila de carros com a mesma intenção.

19h18 – Pegamos a primeira chuva na Argentina, e com vento! Isso merecia comemoração, porque o calor estava demais e a temperatura acabou abaixando mais um pouquinho.

        Passamos por um semáforo intrigante: Se o carro ultrapassa a velocidade permitida na rodovia, a luz vermelha do semáforo acende.

Abastecemos: preço do litro do diesel: 3,779; 360,2 km rodados; 35,19 litros; PA 133,00. (O Kyron fez 10,23 km/l). Depois de abastecer, o Marcelo parecia menino conversando com o Ari pelo rádio comunicador. Os dois ficavam disputando qual carro estava mais econômico e diziam feito crianças: “o meu fez maaais!”

20h30 – Ficamos boquiabertos com o nosso primeiro pôr de sol na Patagônia: era de tirar o fôlego! Em meio à chuva fininha, os raios dourados tingiram o céu de uma tonalidade ouro alaranjado, que  fazia reflexo da mesma cor no asfalto molhado à nossa frente. Que espetáculo no céu, que espetáculo na terra! Que presente de final de tarde nos foi dado por Deus!

21h – Um tatuzinho atravessou a pista rebolando bem na frente do nosso carro. Que susto! Mas, graças a Deus, saiu intacto do outro lado!

        A região em que estávamos seguindo era bem desértica. Não havia opção de cidades onde pudéssemos parar para dormir. Vimos uma placa na pista que indicava um hotel, mas, ao chegarmos, percebemos que estava tudo fechado e não havia sinal de ninguém por perto.

O GPS indicava uma cidade de nome Puelches e continuamos pela estrada até chegar lá.

22h05 -  Chegamos em Puelches. É na realidade um vilarejo em plena região patagônica. Encontramos um hotel do lado direito da estrada com um letreiro luminoso dizendo “Hotel 3 estrelas”. Esse era o nome do hotel, e não a sua categoria.

        Telefones do hotel: (02954) 15640787/(02952) 490121.

        O dono do hotel veio nos receber e mostrar os quartos: Eram simples, mas bem arrumados, limpinhos, tinham ar condicionado, banheiro privativo. Além disso, o lugar era silencioso, prometendo uma boa noite descanso. Para quem quisesse, havia até uma sala bem na entrada do hotel, com TV. Só não serviam o café da manhã, mas poderíamos comprá-lo no posto de gasolina. Ficamos por lá mesmo. O preço do quarto duplo era PA 100,00.

O dono do hotel também era dono do restaurante chamado La Estrella, que ficava do outro lado da pista. Pegamos o carro e fomos jantar nesse lugar. Pedimos um prato de chuleta, do tipo “T-bone”, com batatas fritas, que eu dividi com o Marcelo. Como não perguntamos o preço, ele nos cobrou PA 40,00 pelo prato, o que é caro comparando-se com a média que estávamos pagando até então.

Mas tudo bem. compensou. Foi a melhor chuleta que comi na viagem. Fresquinha e bem temperada. Detalhe: quando eu dividi a chuleta com o Marcelo, estava difícil de cortar. Eu não percebi e acabei ficando com a maior parte da carne e o Marcelo com a maior parte do osso! Isso virou piada depois: disseram que eu fiquei com o “T” e o Marcelo só com o “bone”.

Voltamos para o hotel. Apesar de estar tudo bem limpo, é preciso verificar bem camas e cantos antes de se acomodar. Afinal, estávamos na Patagônia! Eu encontrei no banheiro, embaixo do cesto de lixo, um escorpião que alguém tinha tentado matar, mas que ainda estava se mexendo. Na parte de trás do hotel, onde estacionamos o carro, eu e o Vítor vimos uma aranha escura enorme, do tamanho de um sapo, atravessando o terreno bem perto dos nossos pés. Passamos a ter mais cuidado.

Antes de dormir, verificamos tudo, desencostamos as camas das paredes, não deixamos nada no chão e colocamos toalhas embaixo das portas. Dormimos muito bem!

 

31/12/2010 (6ª f.)  Puelches/AR a San Martín de Los Andes/AR                             FOT0S -31-12-10

 

7h30 – Tomamos café nos posto “Est. De Servicio Del Oeste”. Para San Martín, seriam mais 658 quilômetros de estrada.

9h45 – Vimos muitas propagandas na estrada de um lugar chamado Villa Turística Casa de Piedra. Fomos ver do que se tratava, pois ficamos curiosos.

        É uma espécie de villa que aluga cabanas para veraneio, que fica ao lado de um lago azul, onde há uma hidrelétrica. No lago há local para banho e algumas pessoas costumam ir para lá passar férias.

        Após algumas fotos com o lago ao fundo, atravessamos uma ponte que passa pela hidrelétrica.

Assim que fizemos a travessia, fomos parados pelo controle sanitário. Eles querem saber se estamos levando carne, leite ou frutas. Caso estejamos com qualquer um desses itens, devemos entragá-los aos fiscais para que joguem fora. Estávamos com pêssegos e maçãs, mas comemos na hora e resolvemos a situação. Tínhamos também bananas e laranjas, mas essas frutas foram liberadas.

Depois da inspeção, os carros devem passar por um jato que os desinfeta. É cobrada uma taxa para isso: carros de passeio pagam PA 4,75 e Camionetes pagam PA 9,40.

12h25 – Pagamos pedágio em Neuquem. PA: 0,65 (baratíssimo!).

12h40 – Paramos para comer algo no posto YPF.

Abastecemos: preço do litro do diesel: 3,479; 422 km rodados; PA 189,00.

14h05 – Deixamos Neuquem.

14h50 – Passamos por um lindo lago.

15h30 – Fomos parados por um outro controle sanitário. Fizeram a inspeção de rotina e nos liberaram. Na região da Patagônia, há vários postos de fiscalização, os quais realmente são necessários para que não haja nenhum fungo ou qualquer outro tipo de praga que venha a destruir aquela magnífica e extensa área de preservação ambiental.

        Tivemos que diminuir um pouco a velocidade dos veículos para que um monte de cabras cruzasse a estrada.

16h20 – Paramos para registrar o nosso primeiro guanaco. Os outros do bando seguiram em frente, e o que parece ser o líder ficou para trás para protegê-los e mostrou a sua força relinchando para nós (eu não sabia que guanacos relinchavam!)

16h35 – Paramos para tomar um café, apesar do calorão que estava fazendo, em um posto BR. O posto é muito bem estruturado e fica em frente a uma bonita e alta formação rochosa, em um lugar inconfundível.

        Ao deixar a cidadezinha, vimos uma placa indicando que, por lá, quebra-molas é conhecido como “lomo de burro”.

17h25 – Paramos para fotografar uma linda e diferente flor cor de rosa. Havíamos visto várias na região. O interessante é que ela tem uma defesa natural: é cheia de espinhos!

17h45 – Paramos para fotografar uma paisagem maravilhosa e vimos ao longe as primeiras montanhas com neve no topo. O caminho seguiu cheio de curvas, quase sempre margeando um bonito rio à esquerda.

18h – Passamos por um observatório de condores, mas não havia nenhum. Deve ser porque o sol ainda estava bem alto e fazia muito calor.

18h40 – Vimos ao longe, entre as montanhas, uma que se destacava por ter uma forma triangular, com o pico coberto de neve. Acreditamos tratar-se do vulcão Lanin, pois já estávamos próximos de San Martín de los Andes. Essa informação foi confirmada mais tarde.

        Passamos por um trecho sem pavimentação a uns 20 quilômetros de chegarmos.

Vimos que Junín de los Andes é bem próximo de San Martín.

19h20 – Chegamos na cidade. O posto de informações turísticas já estava fechado, pois funciona até às 18h e, afinal, era véspera de Ano Novo!

        Isso complicou um pouco nossa situação. Resolvemos nos dividir. O Marçal e a Cecília foram procurar vaga no albergue da cidade. Nós e o Ari fomos telefonar para alguns números de cabanas que eu havia levado. Na maioria dos que ligamos não tinha mais vaga e, quando tinha, estava muito caro, em torno de PA 500,00 a média.

         O bom é que não achávamos vaga, mas as pessoas acabavam indicavam outros lugares para tentarmos. Em uma dessas indicações é que a Cecília conseguiu um excelente lugar para ficarmos.

        Eu, o Marcelo, o Ari e o Lucas ficamos em uma cabana para 5 pessoas ao preço de PA 290,00 a diária. A Cecília, o Marçal e as crianças (Sofia e Daniel) ficaram em outra, ao lado da nossa, por PA 250,00.

        Nossa, que cabanas! Para começar, o Lugar é uma gracinha, com jardim bem cuidado e estacionamento para os carros. E as cabanas, que praticidade: tinham fregobar, rádio, tv, fogão, utensílios diversos, etc. Havia uma pequena saleta no andar de baixo, mesa com cadeiras e um banheiro. No andar de cima, um quarto para casal, um banheiro e outro quarto com um beliche e uma cama de solteiro. Tudo muito limpinho. Excelente!

Apart Hotel – Cabañas Rose Garden. Endereço: Cnel. Diaz 1156, Tel.: (02972) 42-8295. www.rosegarden.com.ar.

        Antes que fechasse, fomos correndo a uma frutaria comprar algo para o nosso café do dia seguinte e almoço, pois provavelmente, não sabíamos, os restaurantes poderiam estar fechados.

        Enquanto eu, o Marcelo e a Cecília fomos fazer as compras, o Marçal e o Ari ficaram tentando uma reserva para passarmos o Reveillon em algum restaurante.

11h20 – Saímos para o Restaurante Porthos, onde fizemos nossa reserva. Eles ofereciam 3 tipos de pacotes para jantar: O turístico (PA 120,00), que dava direito a uma milanesa, batatas fritas e sobremesa; o patagônico, com direito a uma empanada de carne como entrada, truta ao limão com batata cozida, sobremesa e uma taça de champanhe (PA 160,00); e o especial 2010, com o cordeiro patagônico, batatas fritas, sobremesa e uma taça de champanhe (PA 190,00).

        O pobre do Daniel estava tão cansado que, mal chegou, já dormiu escorado na mesa!

        Pedimos menus variados. Eu fiquei com o patagônico e o Marcelo com o especial 2010. A truta estava deliciosa, a empanada de entrada estava boa, mas, ho ho ho ho!, quanta pimenta!

        Comemos bem, tomamos vinho, cerveja, rimos muito e foi uma noite maravilhosa.

        À meia-noite, brindamos e nos cumprimentamos desejando um 2011 cheio de saúde e realizações. Não houve muitos fogos, porque, como San Martín fica entre montanhas, o nosso atencioso garçom nos disse que não se pode soltá-los, pois pode ocorrer um grande estrago. Mesmo assim alguns quebraram a regra.

        Percebemos que, uns 40 minutos após a meia-noite, as pessoas começaram a ir embora. Nós ficamos até quase sermos expulsos, fomos os últimos a deixar o restaurante!

        Perguntamos ao garçom se ele poderia nos indicar um restaurante que abrisse no dia seguinte e ele disse para tentarmos em um que é bem famoso na cidade: KU. Nem preciso dizer que o nome desse restaurante foi motivo de  brincadeirinhas posteriores!

 

01/01/2011 (sábado)  San Martín de Los Andes/AR                             FOT0S -01-01-11

 

10h – Feliz ano novo para todos! Tomamos o nosso café da manhã e fomos caminhar às margens do Lago Laca.

Que cidadezinha encantadora! Eu amei San Martín de los Andes. É uma cidade pequena, entre montanhas, à beira de um lago, possui construções belíssimas em madeira, a cidade é cheia de rosas coloridas e perfumadas por toda parte, jardins bem cuidados, pracinhas arborizadas, enfim, é um charme!

Tiramos fotos do lago, de passarinhos, conhecemos um simpático casal argentino de Neuquem.

Voltamos para a cabana para fazer um macarrão com atum para o nosso almoço. Para acompanhar, salada de cenoura, batatas, beterraba, ovos e salada de tomate com cebolas.

À tarde, por volta das 15h, choveu bastante. Depois da chuva, saímos para conhecer o Vulcão Lanín. O lugar é lindo! Às margens de um belo lago cheio de pedrinhas coloridas lapidadas pela natureza, surge a figura imponente do vulcão de cume coberto de neve. Que visão espetacular!

Tiramos várias fotos, ficamos em silêncio apreciando o lugar...

Depois, eu, o Marcelo, o Ari e o Lucas voltamos para a cabana e fizemos um macarrão alho e óleo, com presunto e salaminho e bebemos uma cerveja que nosso filhão tinha nos dado para beber na viagem. Não é que ficou uma delícia!

Depois, saímos pela cidade para passear um pouco e nos encontramos com o Marçal e a turminha dele. As lojas estavam fechadas, mas conseguimos algumas casas de chocolate abertas.

Optamos pela “Abuela Goya”, cuja fábrica fica em Bariloche. o Marçal pediu lanches para eles, e nós, como havíamos jantado, pedimos chocolate quente. Eles nos deram vários tipos de chocolate para experimentar. Eu, particularmente, gostei de um alfajor branco com recheio de rosa mosqueta, que delícia!

Além de o lugar ser um charme, as atendentes foram super simpáticas. Tiramos, inclusive, fotos com as duas que nos atenderam (Antonela e Mare). Elas tiveram muita paciência em responder as nossas várias perguntas. Quanta simpatia!

Na saída do restaurante, havia um casal com um cachorro bem diferente, era o centro das atenções! todos queriam tirar fotos com ele!

 

02/01/2011 (domingo)  San Martín de Los Andes/AR a Futaleufú/CHI                             FOT0S -02-01-11

 

7h40 – Tomamos café da manhã na cabana e deixamos a cidade. O Marçal resolveu aproveitar um pouco mais a cidade e não irá conosco.

Abastecemos em um posto YPF, ainda em San Martín (PA 192,00). Acabamos esquecendo de anotar a quantidade de litros, etc.

        Mudamos o roteiro inicial para pegarmos a estrada que passa pela Região dos 7 lagos (RP 63), RN 231. Valeu à pena!

        Logo na subida que sai da cidade, paramos para fotografar a vista maravilhosa de San Martín lá do alto.

        Paramos para fotografar um lago.

9h05 – Paramos em um mirante para fotografar uma cachoeira e lupitas.

        Passamos pelo Lago Falkner e por um trecho cheio de vacas.

9h08 – O asfalto acabou e começou um trecho de rípio, que logo será asfaltado, pois havia muitos trabalhadores trabalhando na estrada. Vimos eles fazendo a proteção da pista contra deslizamentos. Eles usam uma espécie de gaiola aramada e enchem de pedras.

Em meio à mata, a temperatura era de cerca de 15º.

9h45 – Paramos para fotografar às margens de um belo rio com pedras e em tom verde.

10h15 – Passamos em um trecho perigoso no rípio por onde só passa um carro por vez.

10h30 – Paramos no Mirador Inalco para registrar outro lindo lago, de nome Lago Espejo, no km 68,8. Havia lá um cachorro da raça São Bernardo, chamado Hector, para quem quisesse (pagando, é claro) levar uma foto de recordação. Ainda tinha, para dar maior charme à foto, uma placa apoiada em um pedaço de tronco com os dizeres “Villa la Angostura”. O Marcelo ficou conversando com o fotógrafo, dono do cachorro. O lugar é belíssimo!

10h55 - Saímos do rípio e pegamos asfalto (RN 40).

12h – Pegamos a RN 237, a 20 km de Bariloche.

12h25 – Paramos em Bariloche no posto Ñireco (estação temática) da Petrobrás para comermos um sanduíche rápido (nosso almoço).

13h – Seguimos viagem. Até Esquel seriam 282 quilômetros.

15h5 – O sono bateu e paramos em Bolson para um café no YPF que fica em frente a uma montanha bem alta. Estava frio o tempo, pois ventava. O Marcelo pediu um Red Bull para acordar. Em meio aos produtos para carros, vimos um que era brasileiro, tinha até nossa bandeira. Era um tubo de silicone.

        Observamos nesta viagem que havia pichações por toda a Argentina, inclusive em algumas placas das rodovias. Que pena! Isso não se via nas outras vezes que visitamos o país.

16h10 – Pegamos um trecho na Ruta 40, a 90km de Esquel, com o asfalto ruim, cheio de buracos, nem parecia pista argentina!

17h15 – Paramos para abastecer em um posto Petrobrás na entrada de Esquel. Lá, conhecemos o Pedro, frentista bem simpático, com o qual ficamos batendo papo. Ele conheceu uma brasileira de Belo Horizonte pela internet e acabaram se casando. Ela está morando lá, mas pretendem vir para o Brasil.

        A gasolina estava em falta. Ainda bem que os carros eram à diesel. O Ari aproveitou até para encher os quatro galões de 10 litros, de reserva, que estava levando.

Abastecemos: preço do litro do diesel: 3,099; 434 km rodados; 38,72 litros, PA 120,00. O consumo do carro deu 11,20 km/l.

17h35 – Paramos no posto de informações turísticas em Esquel para vermos onde trocaríamos pesos argentinos por pesos chilenos. Bem, como era domingo, talvez não encontraríamos uma casa de câmbio aberta, como aconteceu, mas quem sabe não conseguiríamos sacar dinheiro em algum caixa?

 

18h15 – Não achamos caixas. Decidimos comprar algo para comer no mercado La Anônima, ainda em Esquel, pois já estava tarde e não sabíamos o quanto iríamos demorar na aduana para o Chile. Compramos uns pães, refrigerantes e fizemos sanduíches com os presuntos que estavam com o Ari.

        Pegamos muita chuva em Esquel, mas nem isso diminuiu o calor que estava fazendo.

        Ao seguirmos viagem, vimos algo curioso: os quebra-molas são parafusados no asfalto (deve ser bem mais fácil quando for necessário mudá-los de lugar).

18h50 – Pegamos uma estrada de rípio. Vimos um arco-iris interessantíssimo: ele ia até o chão, o que é raro de se ver. Será que havia ali um pote de ouro? Quase fomos verificar.

19h20 – Pegamos um vento medonho no rípio em plena cordilheira. As nuvens estavam pesadas e anunciavam raios e trovoada.

19h30 – Passamos pela aduana argentina, que estava bem tranquila.

19h40 – Paramos na aduana chilena. Um dos trabalhadores de lá nos pediu, para sua coleção, como vimos no vidro de sua sala, um “calco mania”, que descobrimos ser um “adesivo” do nosso grupo. Como não tínhamos (teremos que providenciar para a próxima viagem, pois outros nos pediram), demos a ele um chaveirinho do Brasil, que também agradou bastante.

        Vimos que Chaitén fica a 165 km da aduana. Contudo, já era hora de pararmos. Dormiríamos em Futaleufú, que é uma cidade bem próxima da aduana.

        A nossa passagem pela aduana chilena também foi rápida. O horário no Chile estava igual ao da Argentina, não teríamos problemas com fusos horários.

20h5 – Deixamos a aduana. Assim que passamos, pegamos estrada asfaltada, e que asfalto maravilhoso!

20h17 – Chegamos em Futaleufú, cidade pequena, ao pé das montanhas nevadas.

        Procuramos por cabanas e, após pegarmos algumas informações com os moradores, ficamos em uma cabana para 5 pessoas, bem arrumadinha e aconchegante. Preço da cabana por dia: 40.000 pesos chilenos.

Cabanas Águas Blancas, Hermanos Carrera 702, Futaleufú. TEL: (65)721335 (www.patagoniaaguasblancas.com)

21h – Saímos para comer. Antes, tentamos sacar dinheiro em um caixa eletrônico no único banco da cidade. Tivemos problemas. Não consegui sacar dinheiro, nem o Ari, nem o Marcelo, que teve o seu cartão bloqueado após a terceira tentativa (estávamos em apuros!) Disseram na fila que estava havendo uma flutuação na rede elétrica e pensamos que esse seria o motivo. Bem, de qualquer forma, ainda tínhamos uma reserva de dinheiro conosco, além de alguns dólares, até resolvermos o problema, que torcíamos para ser solucionado no dia seguinte.

        Já no restaurante Martin Pescador, conhecemos a Judite, uma argentina que lá trabalha. Ela nos deu a ideia de trocarmos os pesos argentinos por dólares na casa de câmbio no dia seguinte, que funciona na telefônica de Futaleufú. De repente, poderia ser uma boa ideia!

        Ela também nos disse que o gerente do banco morava ali perto. Até vimos ele na rua quando voltamos, mas não quisemos incomodá-lo, afinal, era domingo e ele tinha o direito de descansar sem ser incomodado. Veríamos o que fazer depois.

        Comemos um peixe chamado congrio. Pedimos 3 pratos com peixe, salada e batata (dá só para uma pessoa). Eles aceitaram pesos argentinos, e a conta saiu a PA: 218,00. Claro que colocaram a cotação lá em cima, mas tudo bem, era um caso de emergência e transformando em reais não era tanto assim!

        Bebemos também pisco sur, muito bom, lembra a nossa caipirinha. A comida estava deliciosa também! Vieram de entrada uns pãezinhos bem frescos, feitos pela mãe da moça que nos atendeu. Que delícia!

        Na porta da cabana, tivemos o contato com a nossa primeira Nalca: planta típica da Carretera Austral, que tem uma folha gigante, gigante mesmo!

        Já passava das 21 horas quando começou a anoitecer.

 

03/01/2011 (2ª-feira)  Futaleufú/CHI a Amarillo/CHI                             FOT0S -03-01-11

 

        Tomamos nosso café na cabana, acertamos a nossa conta com a Victória, dona do chalé, e fomos direto para o banco tentar sacar dinheiro. Mais uma vez não conseguimos sacar.

            Fomos, então, até a telefônica para trocarmos 2.800 pesos argentinos (PA) por 322.000 pesos chilenos (PC). (1 PA = 115 PC). Trocamos também 500 reais por 137.500 pesos chilenos  (1R = 275 PC). 1 dólar saía a mais ou menos 460 pesos chilenos. Agora tínhamos dinheiro suficiente para aguentar alguns dias. O Ari também trocou dinheiro.

        Ligamos, também, para a nossa agência, e a gerente nos informou que, atualmente, por medida de segurança, para usarmos o cartão no Chile e no Uruguai é necessário pedirmos liberação por escrito. Dissemos à gerente que, antes de viajarmos, havíamos ido ao banco para resolvermos isso. De qualquer forma, ela fez a solicitação novamente, tanto dos cartões Visa, quanto Mastercard. O Ari também conseguiu resolver o problema dele. Até o final da tarde estaríamos todos com os cartões liberados, que alívio!

10h50 – Mais tranquilos, deixamos Futaleufú. O asfalto também ficou para trás. Agora era só rípio. Mal saímos da cidade, surgiu à nossa frente uma paisagem deslumbrante: um rio verde esmeralda, incrível!

11h30 – Paramos em uma bela ponte para fotografar. Ouvimos o som de uma sirene passando. Talvez alguma ambulância indo para outra cidade.

        Nossa intenção ainda no dia era dar uma passadinha em Chaitén, cidade destruída pelo vulcão, hoje uma cidade fantasma, que fica a 134km de Futaleufú.

11h50 – Paramos para tirar mais fotos de um lindo lugar. Estranhamos que novamente passou pela estrada outra ambulância e bombeiros em alta velocidade. Ficamos preocupados, sem saber se estava havendo algum problema na próxima cidade.

12h15 – Fomos parados na estrada, antes de uma ponte chamada Julepe. À nossa frente, estavam também parados outros carros. Vimos os bombeiros que passaram por nós. Ficamos sabendo que houve um acidente grave. Uma caminhonete perdeu a direção e caiu no rio, antes da ponte. Havia um homem e uma mulher com os filhos: um adolescente e uma criança. A mulher e o adolescente faleceram na hora do acidente. Silenciosamente, fizemos nossa prece por eles, pedindo a Deus força aos que ficaram; aceitação aos que partiram.

        Esse acidente nos abalou e o clima da viagem ficou meio que abalado por algum tempo. Realmente, a estrada era perigosa, com muitas curvas. Andar no rípio requer muita atenção, pois há trechos pelos quais só passa um carro.

12h55 – Já mais refeitos do susto, paramos às margens do Lago Yelcho para fazermos a nossa refeição: sanduíches e fanta. A visão do lago enchia nossos olhos, enquanto enchíamos nossos estômagos!

13h15 – Seguimos em frente. Margeando a estrada, há muitas flores, tipo “brinco de princesa”, também conhecidas no Brasil. É a cara da minha infância essa flor! Para dar um certo charme à estrada, esta também era margeada por delicadas flores amarelas.

13h40 – Passamos pela Villa Santa Lucia.

        Vimos na estrada muitas Nalcas, aquela mesma planta que tinha na porta da cabana em Futaleufú. As gigantes folhas são ásperas, parecem lixas, e há espinhos nos caules.

        Depois de Santa Lucia, entramos na Ruta 7. Podíamos considerar, oficialmente, que estávamos na Carretera Austral. Vimos um camping e há um hotel também.

        Resolvemos parar no Hotel Yelcho para ver se tinha um cafezinho. Chovia bastante.

        No hotel, que fica em frente a um bonito lago, fomos recebidos pela Ivania. É uma portuguesa que ficou muito feliz em ter a oportunidade de conversar em português conosco. Ela é casada com um chileno, que conheceu em Jeriquaquara, no Brasil. A irmã dela mora em Florianópolis.

        O Gonçalo, garçom que nos atendeu, é outra figura simpaticíssima! Adora ver filmes brasileiros para aprender português, inclusive pediu algumas indicações para nós. Ele já viu Cidade de Deus e Tropa de Elite. Aliás, percebemos, durante a viagem, que muita gente assistiu Cidade de Deus. Ouvimos muitos comentários sobre a violência no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro.

        Bebemos o nosso delicioso café, que saiu a PC 1.000,00. Perguntamos o preço do hotel e disseram que a cabana para 4 pessoas saía a 170 dólares. Era caro, comparado a preços que vimos. Porém, descobrimos que é porque o lugar é turístico, muito procurado por pescadores que gostam do estilo “fly fishing”.

        Antes de sairmos, tiramos fotos com aquela simpática turminha do hotel.

15h25 – Seguimos e viagem e, enfim, asfalto!

15h30 – Passamos perto da entrada do Parque Pulmalin e entramos para a esquerda, rumo a Chaitén. Cruzamos a ponte “Amarillo”.

        Choveu o tempo inteiro, conforme previsão que eu havia visto para o dia.

15h50 – Chegamos em Chaitén. Quase três anos após a erupção do vulcão (6/5/2008), pode-se ver o vapor branco que dele sai, representando ainda uma ameaça constante à região.

        Vimos casas abandonadas cobertas por cinzas, ruas inteiras cheias de pó. O rio que corta a cidade também estava irreconhecível. Não há água potável, não há energia elétrica.

É estranho de se ver. A cidade faz jus ao nome “cidade fantasma”. Realmente é o que parece.

            Contudo, apesar do estado em que a cidade ainda se encontra, percebemos que algumas pessoas, por teimosia, ou por não terem para onde ir, ou mesmo por apego ao lugar, estão retornando aos poucos, tentando retomar suas vidas.

        Andamos pela orla de Chaitén e entendemos porque os barcos quase não estão chegando à cidade: O rio jogou areia e cinzas no mar, o que fez com que parte deste ficasse assoreado, um trecho de cerca de 2 quilômetros.

        Encontramos em frente a Puente El Blanco um lugar aconchegante para comermos pizza, chamado “Oro Verde Cabañas”, que, na realidade, é uma espécie de pousada. Não sei se conseguiria dormir tranquila ali com o vulcão bem próximo, saindo tanta fumaça!

        Mas o fato é que pedimos uma pizza tamanho família e uma porção de batatas fritas. Estávamos famintos, com frio e passava das 17 horas! A pizza estava deliciosa, feita na pedra. As batatas, apesar de oleosas, estavam fresquinhas e gostosas. O preço, incluindo refrigerantes em lata, saiu a PC 15.000,00.

Conversamos com a atendente e com um grupo de chilenos que lá estava sobre a situação da cidade. Disseram que o governo prometeu colocar os serviços básicos para moradia até o início de janeiro/fevereiro de 2011, como água potável e energia elétrica. Eles duvidam que cumpra! Acreditam tratar-se apenas de promessas políticas.

No meio deste grupo de chilenos, 4 moravam em Amarillo, que fica a um 25 km de Chaitén. Em meio aos 4, havia uma moça de nome Marcela, cujo pai tem um Residencial na cidade onde moram. É justamente onde pretendíamos dormir, então os seguimos até a cidade, cujo trajeto é asfaltado.

18h15 – Chegamos em Amarillo. Conhecemos o residencial da Marcela e acabamos ficando por lá mesmo. O pessoal foi bem simpático e as acomodações estavam boas. Só a ducha do banheiro que estava saindo pouca água, com problemas de pressão.

Residencial Marcela, Fundo Santa Marcela, Rio Amarillo s/n, Chaitén. Tel.: 065-264422/cel.:08-9095513.

        Todos foram muito atenciosos. A mãe da Marcela, dona Laura, até nos trouxe uma xícara de chá mais tarde, enquanto víamos TV, quanta gentileza!

Há um canal que mostra filmes brasileiros! Estava passando o Filme “Casa de Areia”. Vai ver que é por isso que muitos já viram “Cidade de Deus”!

 

04/01/2011 (3ª-feira)  Amarillo/CHI a Villa Amengual/CHI                             FOT0S -04-01-11

 

7h – Enquanto tomávamos nosso sortido café da manhã, conversamos com o Sr. Marcelo, dono do Residencial.

        Ele nos contou das dificuldades quando da erupção do Chaitén. As cinzas vulcânicas chegaram até a altura de 15 cm de seu Residencial. Tiveram que ficar 4 meses morando fora e, quando retornaram, foi difícil limpar tudo.

7h45 – Despedimo-nos do Sr. Marcelo e de todos da família, inclusive dos dois gatinhos curiosos, que ficaram nos observando pela janela envidraçada. Observamos, porém, que o xodó mesmo do Sr. Marcelo é um cachorrinho que não desgruda dele.

        A manhã estava bem fria. Fazia 12º. Aliás, a média de temperatura que pegamos na carretera girava em torno dos 15º.

7h52 – Voltamos ao velho rípio!

8h50 – Paramos para tirar fotos com as gigantes Nalcas. Foi ótimo! Nós nos sentimos na “Terra dos Gigantes”!

        Fotografamos ainda uma flor rosa, com interessantes cones voltados para baixo, e nós com a placa indicando Ruta 7, já na entrada de Santa Lucia.

        Parece que Santa Lucia é a cidade dos cachorros, e quantos são! Tranquilos, dormem até no meio da rua.

Paramos para ir a um mercadinho. O Lucas não quis descer do carro, pois ele tem um certo trauma com cachorros.

9h45 – Tiramos fotos da frutinhas “el calafate”.

        Passaram brasileiros por nós e disseram que a Ruta 40 está muito ruim.

10h40 – Paramos para fotografar um cartaz que contém as distâncias na região de Aysén.

11h47 – Chegamos em La Junta. Fomos todos a um mercadinho comprar algumas coisas. Compramos pães, bolachas,chocolates, além de um saquinho contendo uma mistura de castanhas, nozes, amêndoas e passas brancas (quase uma granola). Confesso ter me arrependido de ter comprado um pacotinho pequeno. Tudo estava perfeito. Posso dizer que foi o mix de castanhas mais gostoso que já comi na vida. Parece que selecionaram cada castanha, cada uva passa, tudo tinha o gosto de “fresquinho”.

 Comprei um cachorrinho de madeira (eu sempre coleciono animais dos lugares que visito. Decididamente, cachorro era a cara da região!).

O Ari comprou um vinho para bebermos mais tarde.

        Almoçamos do outro lado do Posto Copec, no Café Restaurant Trasnportista. O Marcelo pediu um prato contendo filé de merluza com arroz e batatas fritas. Eu comi chuleta com arroz e batatas fritas. Pedimos também duas sprites. Eu deveria ter comido o peixe, pois apenas a carne estava com um leve gostinho de que foi feita numa gordura já bem usada (mais tarde acabou me dando dores de barriga). O peixe estava gostoso e o arroz também. Total da conta: PC 20.400,00. O pessoal foi bem simpático e ganhamos de sobremesa o cafezinho.

        Vimos ao longo da estrada algumas placas amarelas com numeração, como se fosse demarcação de algo que não sabíamos.

14h30 – Paramos para fotografar uma ponte de madeira maravilhosa! Abaixo da ponte, um rio transparente corria sobre grandes pedras e, às margens dele, vimos nalcas.

        Vimos flores no caminho, muitas.

        Passamos por Queulat. Depois disso, parece que entramos na terra dos gigantes. Havia nalcas maravilhosas de ambos os lados da estrada.

15h30 – Chegamos em Puyuiape. A cidade é pequena bonitinha. Há uma pracinha em frente a um lago, com cais e barcos coloridos. Fazia muito frio devido ao vento.

16h05 – Paramos no Café Rossback para tomar um café e usar a internet. Mandei um e-mail para a família para avisar que estávamos bem.

        Já na subida, saindo da cidade, o Marcelo parou para perguntar o preço de um hotelzinho amarelo bem arrumadinho que fica no alto, com vista para o lago. O nome é Hotel la Casona de Puyuiape. Custa 25.000 pesos chilenos o quarto duplo. Quem sabe em uma outra oportunidade em que dormíssemos na cidade!

        A estrada seguiu margeando o lindo lago em um tom verde esmeralda (não sabíamos mais se era um lago ou um braço do mar). De qualquer forma, era bem bonito!

        Havia vários trabalhadores arrumando a estrada e vimos criatórios dentro da água (não sabíamos de quê).

Há alguns trechos pelos quais só passa um carro, o que despende muita atenção.

17h25 – Paramos um lugar inacreditável. Como disse o Marcelo: é um “disbunde”! Que paisagem!

18h – Paramos para ver o ventisqueiro colgante, que é um glaciar pendurado. Para entrar no parque, paga-se Pc 3.000,00 por adulto e PC 1.000,00 por crianças. Pode-se, já lá dentro, optar pelo tipo de caminho a seguir até o mirante. Havia uma de 200m, uma de 600m e outra de 3 quilômetros (leva cerca de 2 horas). Optamos pela caminhada mais curta, pois o tempo corria e ainda não estávamos alojados.

        A visão que tivemos compensou a parada. O lugar é lindo e o glaciar é diferente: da geleira pendurada escorre uma cascata que desse até encontrar um rio com corredeira. Muito bonito!

        Saímos do parque. Depois dali, a estrada começa a ficar cheia de buracos.

19h30 – Começamos a subir muito, quase na altura das montanhas com os picos recobertos de neve. O caminho é repleto de curvas o tempo todo.

        Mais uma paisagem de tirar o fôlego: uma montanha com a geleira derretendo do alto daquela. Fazia muito frio quando descemos para fotografar. Fazia cerca de 10º, mas a sensação térmica era menor devido ao vento.

20h35 – Depois da subida entre as montanhas, enfim, asfalto!

21h30 – Paramos em um mirante, depois em outro. Paramos no Mirante Oeste Valle Rio Cisnes. Que vale!

        A viagem não rendeu muito, pois é impossível não parar com tantas belezas pelo caminho!

21h40 – Chegamos a um pequeno vilarejo chamado Villa Amengual. Passaríamos a noite ali.

        Ficamos hospedados no Café y Residencial El Índio. A dona do estabelecimento se chama Maria Helena, mas gosta de Mary. O carinho com que nos recebeu foi insuperável. Ela tem um lindo bebê de 1 ano w meio de idade, Cristovam, que se encantou com o Lucas.

        O lugar é limpo, acolhedor. Além disso, a Mary nos fez para o jantar peito de frango, arroz com ervilha e milho, e salada. Que comidinha deliciosa! Que tempero! Para acompanhar, abrimos a garrafa de vinho que o Ari havia comprado e ficamos papeando. Boa comida, boa bebida e boa companhia. Perfeito!

        O vinho nos fez dar uma boa relaxada e dormimos como uma pedra!

 

05/01/2011 (4ª-feira)  Villa Amengual/CHI a Coyhaique/CHI                             FOT0S -05-01-11

 

8h30 – Tiramos algumas fotos com a Mary, acertamos nossa conta (PC 53.000,00, incluindo o jantar e café da manhã) e nos despedimos.

        Assim que deixamos a Villa, paramos em um belíssimo mirador (visão para o Lago las Torres).

        Andamos um pouco no asfalto e entramos no rípio novamente. Estava bem ruim, cheio de pedras soltas. A velocidade do carro não atingiu os 40km/h. E da Villa Amengual até Coyhaique seriam cerca de 135 km, sendo 20 deles no rípio.

9h45 – Paramos para registrar uma linda paisagem e, logo depois, pegamos asfalto.

10h30 – Outra linda paisagem maravilhosa, lembrando o Everest. Vimos também uma mamãe porquinha com filhotinhos no pasto de uma fazenda às margens da estrada.

10h35 – Parada para fotografar um lindo lago azul.

        Paramos para registrar um belo rio.

11h07 – Vimos em uma placa que para Coyaique havia dois caminhos: Um por Pto. Aysen, à direita, com estrada asfaltada. Outro por Villa Ortega, mas com rípio. Escolha feita: asfalto, com certeza!

        Seriam uns 72 km até Coyaique, ainda na Ruta 7.

12h10 – A 20 km de Coyaique, passamos por um trecho maravilhoso: um campo de lupitas roxas, às margens do Rio Simpson.

12h20 – Paramos em um mirante deslumbrante. Assim que o carro parou e abrimos as portas, entrou um aroma de perfume inebriante, como se tivessem destampado um vidro de perfume. Era o cheiro do da natureza, das flores. Que delícia! E que vista espetacular da cidade ao longe quando subimos uma escadinha para acessar o mirante!

13h – Chegamos em Coyaique. Era uma cidade já maior do que as outras pelas quais passamos.

Tentamos seguir um endereço apresentado pelo GPS, que seria de um residencial. Mas acabamos entrando em uma estradinha estreita e parando em uma fábrica de cerveja. Eu estava do lado de fora do carro tentando encontrar alguém, quando o Marcelo me disse para entrar rapidamente no carro. Pelo tom de voz dele, obedeci sem pestanejar! Sorte minha, porque, mal entrei, ao nosso lado surgiram rosnando  quatro pastores alemães gigantes!

13h30 – Depois dessa, achamos melhor almoçar primeiro e depois procurar por hotel. Tentaríamos  encontrar o posto de informações turísticas da cidade.

        Comemos no Pub Bajo Zero, na 21 de mayo, 668. O preço era, por pessoa, PC 5.000,00. Nesse valor estavam incluídos a entrada (tomate recheado ou salpicão), o prato principal (canelones com molho, ou merluza, ou arroz com curry e pedaços de carne) e a sobremesa (sorvete, ou mousse, ou torta de morango).

        A comida estava boa. O interessante, contudo, é que o salpicão deles é bem diferente do nosso: trata-se de uma salada contendo alface, pepino, batata, abacate, melão e um pouco de coentro.

15h20 – Fomos ao banco tentar sacar dinheiro e, enfim, cartões funcionando!

        Fomos ao posto de informações na praça para pegarmos endereços de cabanas e para vermos passeio para a Laguna San Rafael. Ficamos em uma ótima cabana de madeira para 4 pessoas. O nome do lugar é Hotelera San Rafael. Há um pequeno jardim gramado na porta de cada cabana, com pés de rosas grandes. O preço por cabana era PC 62.000,00, mas fizeram a PC 52.000,00, desconto para estrangeiros.

        Quanto ao passeio para a geleira, não foi possível realizar. Um já havia saído pela manhã. Os outros horários seriam no sábado e no domingo. Não daria para nós!

20h – Após descansarmos, fomos jantar em um restaurante badalado da cidade, Restaurante Ricer, assim que atravessa a praça. O lugar é estilo country, tem ambiente separado para fumantes e cadeiras cobertas com pelo para o frio.

        A comida do lugar é ótima! O Marcelo pediu um “salmão a la criolla” com arroz. Eu pedi ”tiras asadas”, achando que era tipo o nosso picadinho. Vieram, realmente, duas tiras enormes de costela com duas batatas cozidas. Eu me senti como o homem do tempo da caverna! Era muita comida para mim e acabei não comendo tudo e pedindo ajuda aos outros. O Ari pediu “lomo” com batatas cozidas que, segundo ele, também estava bom e veio na quantidade ideal. Já o Lucas preferiu uma pizza, que, apesar de boa, também veio grande!

        Assim que fizemos o pedido, a garçonete nos perguntou a “cocción”, que era o ponto da carne. Eles dizem que os pontos para se servir a carne são: mediana, inglesa (mal passada), ao ponto e ¾ (bem passada mesmo!).

        Resolvemos experimentar, para acompanhar, um refrigerante chamado Canada Dry. O Marcelo achou que lembra sprite. Eu e o Lucas achamos que parece com guaraná Kuat.

        Depois do jantar, andamos pela pracinha e tiramos algumas fotos. Percebemos que na praça a existência de placas indicando que ali pegava “wifi”, ou seja, internet de graça na praça! Que legal, bem diferente!

Apesar de ser uma cidade maior que as outras por onde passamos, Coyaique parecia ser um lugar tranquilo, com pessoas ainda se divertindo na pracinha e caminhando à noite.  Mas claro, sem nos esquecermos de que é uma cidade grande e deve-se tomar os devidos cuidados!

        Voltamos para a cabana e conversamos sobre nosso destino depois dali. Tínhamos planejado ficar dois dias por causa do passeio da Laguna San Rafael. Porém, como não seria possível, decidimos fazer o passeio de barco no glaciar Perito Moreno, na Argentina, e depois no Ushuaia.

        O nosso roteiro também incluía ir até Cochrane para conhecemos as “Capillas de Marmol”. Só que, como seriam 345 km até lá, 245 deles no rípio, resolvemos refazer nossos planos. O rípio estava muito ruim e achamos que não valeria a pena. Seria melhor ficarmos um dia a mais em El Calafate (para o passeio de Perito Moreno) depois seguiríamos para o Ushuaia (plano este que também seria alterado, mas contra a nossa vontade).

 

06/01/2011 (5ª-feira)  Coyhaique/CHI a Sarmiento/AR                             FOT0S -06-01-11

 

8h – Apesar de ser cabana onde ficamos hospedados, há no terreno uma sala   em que o café da manhã é servido aos hóspedes. O café estava bom: tinha queijo, presunto, pães, bolachas, “tostadas” (torrada) e até um salgado com recheio de “membrillo” (marmelada). Descobrimos que pão de forma é conhecido por “pan de molde”.

9h40 – Após abastecermos no posto copec, paramos na concessionária da Ssangyoung. Faríamos a revisão dos 10.000 quilômetros do Kyron em Punta Arenas e precisávamos de algumas informações. Ficamos sabendo que o protetor para o portamalas do carro custava PC 185.00,00, que dava menos da metade do preço do Brasil.

        De Coyaique até o Paso Coyaique (fronteira para a Argentina) seriam 36km. Até a cidade de Rio Mayo seriam 172, talvez nossa parada para almoço.

10h50 – Depois de comprarmos água, adaptadores para tomada e um cartão para a máquina fotográfica de 4 GB (PC 12.000,00, cerca de R$40,00), deixamos a cidade.

11h07 – Passamos por um trecho bem ruim de rípio. Atravessou correndo a estrada uma lebre.

11h30 – Paramos para fotografar um lugar lindo. Não conseguimos comprar postais em Coyhaique, mas certamente faríamos os nossos!

11h50 – Paramos mais uma vez para fotografar um vale bonito, com a visão da Carretera. Mas precisamos sair correndo porque haviam moscas gigantes incomodando.

        Vimos placas indicando velocidade máxima de 40km/h. Achamos muita graça. Com o rípio ruim daquele jeito, quero ver quem, em san consciência, consegue ultrapassar essa velocidade! Se bem que alguns malucos passavam arrebentando os carros!

12h10 – Após uma bela paisagem formada por lago, ovelhas, gado e patos voando chegamos à aduana chilena. Fomos muito bem recebidos, até com direito a brincadeiras.

12h25 – Deixamos a aduana chilena.

12h40 – Paramos para fotografar as placas da divisa Chile/Argentina.

13h30 – Deixamos a tranquila aduana argentina. Também foram bem simpáticos. Nem chegaram a fazer a vistoria nos carros.

13h35 – Paramos na Aldea Baleiro (5km da aduana. A próxima cidade, Rio Mayo, ficava a 124km para frente ainda). Fomos procurar por algo para comer, pois estávamos famintos!

        Achamos um comedor bem simples, chamado comedor multirubro. Não tinha muita opção para comer e o lugar não é o mais organizado e limpo que já vimos, mas pelo menos comemos mas empanadas de carne fritas na hora. Foram 12 empanadas mais refrigerantes. A conta deu 53 pesos argentinos, mas aceitaram pesos chilenos, no total de PC 8.000,00.

14h10 – Seguimos viagem. Depois da aduana argentina, o rípio melhorou um pouco. Percebemos que outra coisa que mudou foi a paisagem: ficou mais desértica.

14h40 – Paramos para filmar e fotografar uma lagoa com flamingos. O Marcelo literalmente “pulou a cerca” para fotografar os flamingos. Porém, não pudemos ficar muito tempo por causa das moscas gigantes!

        Um tatuzinho atravessou a estrada. É preciso sempre estar atento para esse tipo de surpresa que, não raro, acontece.

15h10 – Passamos por um vilarejo de nome Dr. Hojas. É uma região que possui belos cavalos.

16h45 – O rípio da estrada ficou meio fofo, tornando a estrada bastante perigosa e exigindo mais atenção ainda. A sorte é que é um trecho mais desértico. Cruzamos com poucos carros.

16h25 – Excelente surpresa: ASFALTO!

16h30 – Paramos para um café no posto YPF em Rio Mayo.

        Depois, pegamos a Ruta 22 para Sarmiento, onde dormiríamos.

        O asfalto ficou bem ruim. De qualquer forma, ainda era melhor que o rípio.

18h17 – A 36km de Sarmiento, paramos para fotografar um bonito lago, no Santuário San Cayetano, com direito à foto de um belo “calanguinho do deserto”.

        Atravessou no asfalto uma grande família de emas. Era uma ema “mamãe” com 15 filhotinhos. Infelizmente, o carro que seguia na Frente do Ari acabou atropelando o último dos filhotinhos. Que pena!

18h40 -  Chegamos em Sarmiento e fomos direto ao centro de turismo em busca por hospedagem. Descobrimos que Sarmiento é uma cidade turística. Tem um grande lago (Musters) e há atrações como um bosque petrificado, um parque temático paleontológico, entre outras.

        Do centro de turismo ligaram para o dono de uma cabana. Fomos até lá. Combinamos de ficar lá e o dono nos deu as chaves, garantindo que os carros cabiam no quintal e nos deixou. Ele morava ao lado. Só que, quando formos estacionar os carros, eles não couberam. Tivemos que devolver as chaves e procurar outro lugar para ficar.

        Finalmente, ficamos hospedados no Hotel Los Lagos, na Av. Roca Y Alberdi (Tel. 0297-4890346). O quarto duplo, com garagem, wifi e café da manhã saia a PA 200,00. Não havia ar condicionado e apenas os quartos para casal tinham ventilador. E fez calor naquele dia. Acabou não sendo uma boa para o Ari, que ficou sem ventilador e o quarto com cama de solteiro, além de tudo, dava para a avenida.

        Os restaurantes só abrem a partir das 21h, inclusive o do hotel. Havia uma Rotiseria próxima que abria às 20h, mas só serviam sanduíches no meio da semana.

Depois das empanadas no almoço, queríamos “comida de verdade”. Acabamos jantando no próprio hotel. Resolvemos, para adiantar, já deixar nossos pedidos prontos enquanto tomávamos um banho.

Pedimos filés de truta, um para mim e um para o Marcelo, e compartilhamos uma porção de purê. Estava uma delícia a comida! Bem temperada, o que é muito raro na Argentina.

O Ari e o Lucas pediram lomo e batatas fritas, que, segundo eles, também estava uma delícia, além de o ponto da carne estar perfeito!

Preço da truta: PA 36,00; porção de purê: PA 8,00; lomo: PA 36,00; batatas fritas: PA 8,00.

Tivemos notícias do Marçal. Ficamos sabendo que, em Puerto Varas, enquanto eles faziam um passeio de barco, tentaram roubar uma mala que estava dentro do carro.

  

07/01/2011 (6ª-feira)  Sarmiento/AR a Pedra Buena/AR                             FOT0S -07-01-11

 

        Passamos uma noite muito calorenta. Apesar do ventilador, o quarto estava um forno! Imagino a noite que passaram o Ari e o Lucas! Que saudade do friozinho da Carretera!

7h – Voltamos ao velho café da manhã argentino: duas “medias lunas” por pessoa e café com leite ou chá. Mas estavam boas!

7h50 – Deixamos o hotel e fomos tentar sacar dinheiro, pois no dia anterior não havíamos conseguido. Não só nós, mas os moradores da cidade também.

        Mais uma tentativa frustrada de saque.

        Seguimos viagem.

8h25 – Havia flamingos em uma lagoa bem perto da pista, mas não paramos porque estávamos em alta velocidade.

8h30 – Passamos por lindas serras com areia em tonalidades de laranja.

8h45 – Passamos por máquinas de extração de petróleo, a uns 100 km de Comodoro Rivadavia e logo que se sai de Sarmiento.

8h50 – Vimos guanacos. Passamos por um desvio, pois estão arrumando o asfalto.

9h – Paramos para filmar guanacos. A estrada estava cheia deles.

10h – Passamos em Rada Tilly, antes de Comodoro, para ver se conseguíamos sacar dinheiro. Nada. Anteriormente, havíamos tentado sacar também no Banco Del Chubut e nada!

10h35 – Como Comodoro Rivadavia era uma cidade grande, tentaríamos por lá, pois havia mais possibilidades.

         Chegando lá, tentamos sacar no Banco Patagônia. Nada! Parece que estava havendo algum problema geral quanto a saques em caixas eletrônicos na Argentina.

12h25 – Trocamos dinheiro em uma casa de câmbio em Comodoro ainda. Fizemos o câmbio de PC 300.000,00, que deram PA 2.220,00 (cerca de R$ 1.110,00). Compramos sanduíches e voltamos pela mesma estrada até a entrada para Rada Tilly. Lá, pegamos a direita para Caleta Olivia, margeando a costaneira.

Abastecemos em Caleta Olívia, já na saída da cidade, no posto Petrobras: 544 km rodados; 44,05 litros, PA 150,00.

14h50 – Paramos em Fitz Roy para o café. Estava frio e ventava bastante. Pegamos uma tempestade de areia. O tempo estava fechado como se fosse chover. Mesmo com o carro parado dava para sentir a vibração do vento.

15h35 – Paramos para brincar um pouco no vento. Soltamos nossos sonhos infantis e Improvisamos até uma capa de super herói com a toalha de banho! Foi uma delícia!

        Outra parada para fotografar a placa que indicava a quilometragem 2012, pois as de 2010 e 2011 não existiam. Ou foram danificadas ou foram roubadas. (Depois, no Photoshop, o Marcelo alteraria para 2011, ano que fizemos a viagem).

16h25 – Ainda em meio à ventania, passamos por um trecho perigoso. Algumas pequenas serras próximas à pista davam instabilidade aos carros, pois alternavam rajadas de ventos muito fortes com vácuos, fazendo com que os carros puxassem um pouco para os lados.

16h45 – Vimos guanacos. Eles sempre andam em grupos. São elegantes, eretos, seguros de si. Parecem nunca ter pressa, ao menos até nos aproximarmos deles, quando, então, resolvem correr um pouquinho.

        Paramos para fotografar um outro bando. Mas eles são ariscos. Quando o carro para, eles se afastam.

17h10 – Paramos para, como diz o Marcelo, “marcar território” e tomar um café no posto YPF. Estava frio ainda.

18h10 – O vento continuava e o frio aumentou um pouco mais. Fazia em torno de 12º.

19h – Paramos para jantar sanduíches. Dessa vez, quentes. Vimos o coitado de um cachorrinho ao vento, na parte de trás de uma caminhonete.

        A estrada era bem desértica. Por isso era importante a parada para um café e banheiro nos postos, pois estes são escassos. A distância entre um e outro é em média 100km.

19h45 – Logo depois do restaurante, na estrada deserta, vimos uma placa com a indicação de restaurante. Não paramos.

20h12 – O sol ainda estava alto.

Passamos por alguns guanacos bem próximos do asfalto. Que perigoso!

Vimos muitos animais mortos ao longo da estrada: lebres, gambás e guanacos. Que pena!

21h – Paramos para tirar foto do pôr-do-sol na chegada de Pedra Buena. Procuramos por hotel e foi muito difícil encontrar vaga. A cidade estava lotada, pois já era tarde.

        Nossa sorte é que resolvemos procurar em um posto de gasolina. Lá, conversamos sobre nossa situação com o frentista. Ele deu um telefonema e logo apareceu uma pessoa que aluga uma cabana (av. G. Ibanez Norte, 575) e nos levou até lá para ver o local. Estava limpa, tinha calefação para o frio. Enfim, era ali mesmo que ficaríamos!

        O preço saiu a PA 320,00 para nós quatro.

21h50 – Saímos para jantar. Encontramos um restaurante chamado “No hay dos sin três”. Que nome diferente!

        Enquanto a comida estava sendo preparada, o Marcelo tentou sacar dinheiro no caixa eletrônico ali perto e, bingo, até que enfim tínhamos grana! Parece que finalmente os saques estavam normalizados.

        Pedimos para comer Tallarin com “Pollo estofado”. O Ari e o Lucas pediram uma pizza. Tomamos também uma Quilmes preta para acompanhar. Achamos que era uma garrafa pequena, mais veio uma grande, de 970 cm³, quase um litro de cerveja!

        A comida estava boa. PA: 115,00. O Marçal respondeu um e-mail que o Marcelo tinha enviado para ele: estavam indo para Puerto Madryn.

 

08/01/2011 (sábado)  Pedra Buena/AR a El Calafate/AR                             FOT0S -08-01-11

 

7h40 – Amanheceu frio ainda. 10º. Saímos da cabana para tomar o nosso café da manhã em algum posto e seguir viagem. Paramos antes, para fotografar um trenó puxado por guanacos: é a cara da Patagônia!

8h20 – Tomamos nosso café e estávamos prontos para deixar a cidade.

Abastecemos. Preço do litro do diesel: 3,919; total de litros: 60,72; Valor pago: PA 238,00. O consumo de combustível aumentou consideravelmente devido ao vento. O carro estava fazendo uma média de 11 km/l e passou a 7,74.

        Tínhamos duas opções para irmos até El Calafate: 291 quilômetros indo pelo rípio ou 489 quilômetros indo pelo asfalto. Mais uma vez o asfalto ganhou disparado na votação!

        Às margens do asfalto, vimos muitos, muitos guanacos mesmo! Eles vêm comer o pouquinho de verde que nasce na beira da pista e isso é muito perigoso. Vimos também muitas emas. Vimos ainda gambás, mas sempre mortos. Acredito que eles devem passar pela estrada à noite em busca de comida e acabam sendo atropelados.

10h – Paramos para fotografar um pedaço do paraíso ao lado da estrada: uma lagoa bem azul com flamingos, outros pássaros e uma patinha com filhotinhos atravessando o lago. Dá para ter pressa num lugar destes?

11h – Decidimos ir até Rio Galegos para o Ari comprar um filtro para o carro dele na concessionária da Ford.

        Na entrada da cidade, pegamos um pequeno engarrafamento por causa de uma blitz. Os policiais buscavam alguém que cometeu um crime e estava sendo procurado. Eles anotavam o número do documento dos ocupantes masculinos dos carros.

        Na concessionária, o Ari acabou comprando dois filtros para a caminhonete, por R$ 125,00. Com este valor ele não pagaria nem um filtro no Brasil.

11h55 – Decidimos almoçar logo em Rio Galegos, no restaurante chamado Lo de Vicente, que já é na saída da cidade. Era um lugar bem aconchegante, arrumadinho mesmo, daqueles com cara de serem procurados por famílias que gostam de almoçar fora nos finais de semana.

        Pedimos um lomo com purê. A nossa atendente não parecia estar muito bem naquele dia. Ela nos serviu o tempo todo com a cara “amarrada” e não tinha muita paciência para nos explicar as coisas. E olha que fomos os primeiros a chegar. Depois é que o restaurante lotou. Tudo bem, vai ver que estava sendo um dia duro para ela!

        De qualquer forma, aprendemos outras palavras no cardápio: papas rejillas são batatinhas cortadas em forma de círculo e riscadas (como batata ruffle). Zapalla é abóbora.

        Eles serviam no restaurante um prato chamado Puchero. Não me atrevi a perguntar o que era, mas vi na mesa ao lado que é um prato grande, para 4 pessoas, que vem pedaço de milho cozido, pedaços grandes de abóbora, batas cozidas, carnes e linguiça. Esse prato parecia sair bem.

        No nosso prato veio pouca comida. Dá apenas para um mesmo. A comida estava boa, mas como pedimos porções extras, acabou saindo um pouco mais caro do que costumávamos pagar. 3 lomos, 1 porção de purê, 1 porção de batata frita e quatro refrigerantes pequenos saiu a PA: 215,00. O cafezinho também não é incluso na conta.

13h15 – Voltamos à estrada rumo a El Calafate. Na saída da cidade, a blitz continuava.

        Vimos perto dali ainda uma espécie de santuário com uma imensa escadaria em curvas, contornando um morro. O interessante é que, logo abaixo, havia churrasqueiras, e funcionando a todo vapor!

        Percebemos, a título de curiosidade, que as casas tanto em Pedra Buena, quanto em Rio Galegos e em outras cidades por onde passamos,  possuem tetos de zinco, na maioria pintados! Como faz muito frio nesses lugares, inclusive no verão, deduzimos que isso deve ajudar a manter um pouco do calor dentro das casas.

        Descobri porque a comida Argentina é praticamente sem sal: é que o sal está todo na água que bebem!...Bem, isso é brincadeirinha minha. Mas que a água mineral que bebem é salobra e a comida sem sal, isso é inquestionável! Para se ter uma ideia, eu estava com uma garrafa mineral brasileira (Nestlé) e vi que ela possui 9,39 mg de sódio. Sabe quanto de sódio havia na garrafinha de água mineral Argentina que comprei? Exatamente 128 mg de sódio! A diferença é gritante! A que é menos salobra é a da marca Eco.

14h40 – Paramos para um café em Esperanza.

16h – A 60km de El Calafate, paramos para apreciar mais uma obra divina em um mirante: um vale com montanhas ao fundo e um maravilhoso lago azul. O que não falta na Argentina e no Chile são lindos lagos azuis! Fazia muito frio e ventava demais, mas isso não tirou nosso ânimo de descer um pouquinho do carro.

17h – Chegamos em El Calafate. O vento não dava uma trégua sequer. Procuramos lugar para ficar em uma cabana na qual o Ari havia ficado da outra vez, mas não havia vaga. A cidade estava lotada de turistas. Resolvemos ir direto ao centro turístico. Achamos que dessa vez não acharíamos lugar, pois em todas cabanas que ligaram não havia vaga. Só uma não estava lotada. Fomos correndo para lá. Eu no Kyron, o Ari na caminhonete dele e o Marcelo a pé, porque era perto e não queríamos correr o risco de ficar sem hospedagem.

        Chegamos junto com o Marcelo e, apesar de ter muita gente querendo vaga, conseguimos ficar na tal da cabana. Era pequena, mas tudo bem. Tinha wifi, uma cama de casal, uma beliche, microondas, frigobar e uma pia. Se quiséssemos, poderíamos usar também uma cozinha que era compartilhada com todos hóspedes. Para nós estava tudo bem.

        Nome do local: Complejo Turístico Los dos Pinos. 9 de Julio 358, Tel/Fax: (+54) 2902 – 491271/ 491886. WWW.losdospinos.com.

         A cabana saía a PA 400,00, mas a dona fez um desconto e deixou por PA 380,00, acho que porque era pequena e a última. Sabíamos que havia outras cabanas na cidade até melhores e com menor preço, mas estavam lotadas. Essa era a nossa última chance de ter um lugarzinho para dormir.

        Acabamos gostando de lá porque os carros ficavam bem na porta da cabana também.

        Aproveitamos já para fechar, na recepção, um passeio de barco pelo Lago Argentino, até a geleira de Perito Moreno. A empresa que nos levaria era a Fernandez Campbell. Saiu a 295 pesos argentinos por pessoa. O barco sairia às 8h30, no dia seguinte, do Puerto Punta Bandera e retornaria às 15h30.

        Conhecemos outros brasileiros que também lá estavam hospedados. Eles passaram pela Ruta 40, aquela cujo trajeto até El Calafate seria mais rápido, porém de rípio. Disseram que ficaram com o para-brisas do carro quebrado, além de terem sofrido outras avarias.

19h – Saímos para jantar. Fomos ao Restaurante Vera Cruz, que já conhecíamos da outra vez que fomos à cidade, há uns 4 anos.

        Comemos uma porção de arroz, 3 trutas e um lomo com uma porção de purê. A comida estava tipicamente Argentina, ou seja, tivemos que acrescentar um pouquinho de sal, mas tudo se resolveu. Contudo, o sal que faltou na comida, sobrou na conta: PA 327,00.

20h10 – Fomos ao mercado La Anônima para comprarmos bebidas, além de pães e frios para fazermos sanduíches para o passeio de barco. Essa foi uma sugestão da atendente da cabana, pois ela disse que no bar do barco não há muito que comprar e tudo é caro.

        Tentamos sacar dinheiro na cidade. Descobrimos que o problema era nacional. Ainda bem que havíamos trocado a maior parte dos pesos chilenos que tínhamos.

        O Marcelo conseguiu ligar para saber notícias do Marçal. Eles estavam em Bariloche e iam para Puerto Madryn. Ligamos também para nossos filhotinhos em Brasília.

 

09/01/2011 (domingo) -  El Calafate/AR                             FOT0S -09-01-11

       

6h30 – Acordamos para fazer nosso café e arrumamos nossas coisas para o passeio de barco. O barco sairia às 8h30 do Porto de la Cruz. Tínhamos que ir de carro até o ponto de saída, que ficava a cerca de 45km de El Calafate. A geleira de Perito Moreno fica a 72km de El Calafate.

7h40 – Já na estrada, pegamos o caminho rumo a Punta Bandeira.

7h50 – Chegamos ao Porto de la Cruz. Enquanto eu fiquei em uma fila esperando a entrada do porto ser aberta, o Marcelo, o Ari e o Lucas ficaram em outra para comprar o bilhete de entrada para o Parque Nacional los Glaciares. Para se fazer o passeio é preciso pagar o ingresso no parque: PA 70,00 para países integrantes do Mercosul e PA 100,00 para os que não são.

        O barco era um catamaran bem confortável, dois andares, com poltronas semelhantes às de avião. Os assentos eram divididos em 8 poltronas, sendo duas de um lado do barco e duas do outro, que são voltadas para a janela. Quem chega primeiro na fila vai pegando os lugares melhores, que são os da janela. Ficamos em uma janela no 2.º andar do barco.

        Dentro do barco não faz tanto frio, porque é todo fechado por vidros lacrados. Já do lado de fora, a história muda, principalmente com o barco em movimento, pois o vento que vem das geleiras é cortante.

        Todos recebem um mapa indicando o percurso a ser seguido pelo barco. O Lago Argentino, no total, possui uma extensão de 1.560 km². O passeio seria feito no Brazo Norte do Lago, contemplando os glaciares  Upsala, Spegazzini e Perito Moreno, os principais da região.

9h15 – Deixamos o porto.

A temperatura do Lago Argentino varia de 2º a 5º. A cor esverdeada da água, meio leitosa, deve-se aos sedimentos que caem das rochas. São as pequenas partículas depositadas no fundo de lagos e rios, que são próximos a glaciares.

9h30 – Passamos pela “Boca Del Diablo”. A profundidade nesta área é de 100 metros.

10h40 – Tiramos várias fotos dos icebergs azuis que se desprendem do Glaciar Upsala. (Sim, azuis. É que o gelo ganha uma tonalidade azul à medida que vai ficando mais velho, mais compactado, e devido ao efeito de refração da luz. Sua aparência fica meio opaca e esponjosa também).

Chegamos, então, ao Glaciar Upsala.  Este glaciar é um dos maiores do lago. Possui 595 km² de superfície e 60km de longitude. Sua maior parte está submersa. A altura de suas paredes gira em torno dos 60/80 metros. A guia nos contou, a título de curiosidade, que em 1960 um avião argentino conseguiu pousar sobre o glaciar e pilotos faziam ali treinamento para aterrissagens de emergência.

11h25 – Passamos pelo Glaciar seco (4 quilômetros de extensão).

11h35 – Chegamos ao Glaciar Spegazzini. Não nos aproximamos muito porque estava chovendo. Ele possui 1 quilômetro de largura e em torno de 25 quilômetros de distância até encontrar o lago. Sua altura varia de 80m de altura até 135m em sua parte mais alta. É o glaciar mais alto do Parque Nacional.

        Pequenas partes do glaciar se desprenderam e caíram no lago, o que é esperado e até aplaudido pelos turistas. Eu pude filmar um destes desprendimentos. Contudo, a minha alegria não durou muito. Isso porque descobri que os barcos aceleram um pouco o motor, cuja vibração gerada faz com que o desprendimento aconteça. Ou seja, é um desprendimento forçado. Eu sei que poucos barcos fazem o passeio ali diariamente e isso não afeta de forma substancial o lugar, mas saber que o desprendimento é provocado não me deixou confortável.

        Seguimos em frente. O barco percorreria 1 hora e 30 minutos o Canal de Los Témpanos (témpano é o mesmo que iceberg) até chegar ao Glaciar Perito Moreno. Aproveitamos para fazer o lanche que trouxemos. Algumas pessoas até tiraram uma soneca neste trajeto.

14h30 – Chegamos ao Glaciar Perito Moreno. É o glaciar mais conhecido devido às suas rupturas (naturais) que acontecem de quando em quando. A última aconteceu em 9/7/2008, mas não é incomum ocorrem pequenas também. Sempre há uma câmera de olho no Glaciar. Para se ver uma dessas rupturas, basta fazer uma busca no Google. Essas rupturas são filmadas pelo outro lado da geleira, na parte onde há um mirante.

        A altura do Glaciar Perito Moreno vai de 40 a 60 metros. A parte submersa possui cerca de 140m. Sua superfície aproxima-se aos 165 km².

        Há uma equipe no barco que retira gelo da água. Quem quiser provar o seu sabor “milenar”, basta comprar uma bebida e sua curiosidade será saciada. Não nos entusiasmamos em provar um gelo tão antigo assim e acabamos ficando com as nossas bebidas mesmo!

15h20 – Deixamos Perito Moreno e iniciamos o retorno para Puerto Bandera.

        No trajeto de volta, é distribuído um questionário a todos para efeito de pesquisa de satisfação. Para nós valeu cada centavo gasto!

16h – Chegamos ao final do nosso passeio. Fomos para o estacionamento buscar o carro. Decidimos, já que a entrada do Parque Nacional los Glaciares estava paga, ir até o mirante para ver o mirante do Glaciar Perito Moreno de cima.

        A pequena estrada cheia de curvas até lá é maravilhosa, a visão do mirante é de tirar o fôlego! Tudo bem que já conhecíamos o lugar, mas aquela visão, mesmo que seja apreciada várias vezes, nunca deixa de ser impressionante!

        O céu estava limpo, azul, o que deixava a geleira plena de vida!

        É engraçado que, da outra vez, quando fizemos a Expedição Patagônia, pegamos frio em Perito Moreno e calor em Torres Del Paine. A situação agora estava invertida. Afinal, é como diz a canção de Lulu Santos: “Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo...”

Trocaram as escadarias do mirante. Antes eram de madeira e agora são de metal. Construíram um restaurante grande, com uma boa estrutura.

E foi neste restaurante, antes de descermos as escadarias do mirante, que conhecemos uma família mineira. Paulo e Eliane, de Prata, MG, estavam com três crianças. Eles alugaram um motor home em Buenos Aires e iam descer até o Ushuaia. Eles nos disseram que, devido ao vento, acabaram perdendo a placa do carro na estrada. Tiveram que fazer uma ocorrência para comprovar quando devolvessem o carro. Batemos um bom papo com eles e fomos para o mirante.

Tivemos uma visão fabulosa de todo o Glaciar. Não dava vontade de desgrudar os olhos do lugar! Subir e descer escadas não era um fardo, tendo em vista a recompensa visual que tínhamos a cada vez que nos aproximávamos mais do Glaciar.

Como todos os turistas, tiramos muitas fotos e gastamos muito espaço na câmera filmadora esperando alguma pequena ruptura. A ruptura não aconteceu, e nem por isso nos sentimos menos tocados pela imensidão do lugar. Ficamos em silêncio, apenas apreciando tamanha beleza divina!

A muito custo, deixamos o Glaciar Perito Moreno para trás, já com um pequeno aperto no coração. Crendices à parte, quando estivemos lá em 2006, um morador local nos disse que quem come da fruta “el calafate” volta a El Calafate. É verdade, comemos e estivemos lá uma vez mais.

De volta na estrada para El Calafate, vimos um animal de cor caramelo correndo às margens da estrada com largas passadas. O Marcelo, de longe, pensou que fosse um “puma”. Diminuiu a velocidade do carro e, entusiasmado, pediu que eu o fotografasse. Caímos na gargalhada quando vimos que o puma, na realidade, era um assustado cachorrinho. Quem sabe “puma” não era o nome dele? Se não era, assim ficou apelidado.

De volta à cabana, tomamos todos um bom banho e saímos para jantar.

Já na avenida, ao atravessarmos o canteiro central para as lojas, aconteceu um pequeno acidente: eu e o Marcelo estávamos andando de mãos dadas e olhando para o outro lado da rua. de repente, ele sumiu do meu lado e só senti a sua mão me puxando também para baixo. Era um degrau na calçada. Caímos os dois no chão. Ele soube cair e não se machucou. Eu, porém, acabei caindo de mal jeito e torci o pé. Graças a Deus que foi só isso, pois poderia ter sido bem pior. Um argentino, muito solícito, parou o carro na avenida e se ofereceu para nos levar ao hospital. Mas agradecemos a gentileza e dissemos que não seria necessário.

O Ari foi correndo ao restaurante em frente e trouxe gelo. Fiquei bastante tempo com o gelo no local e creio que isso foi o que me ajudou a melhorar.

Fomos jantar.

Antes de voltarmos para a cabana, passamos em uma farmácia para comprar pomada anti-inflamatória para o pé e uma tornozeleira para mantê-lo imóvel.

Já na cabana, tivemos uma triste notícia: o Ari, após saber se estava tudo bem comigo, nos disse que ele e o Lucas tinham tomado a decisão de não ir mais até o Ushuaia (iriam depois, no inverno). No dia seguinte, retornariam para o Brasil, passando primeiramente em Foz do Iguaçu para que o Lucas conhecesse as Cataratas.

Eu e o Marcelo, dependendo de como eu amanheceria, seguiríamos com o plano inicial: iríamos, se Deus permitisse, até o Ushuaia.

 

10/01/2011 (2ª-feira) -  El Calafate/AR a Puerto Natales/CHI                             FOT0S -10-01-11

 

8h30 – Ficamos tristes, mas nos despedimos do Lucas e do Ari. Eles fariam falta na viagem. Dali para frente, seríamos apenas eu, o Marcelo e Deus, é claro!

        Deixamos a nossa parte do pagamento da cabana com o Ari, que sairia mais tarde, e seguimos em frente.

Abastecemos. Preço do litro do diesel: PA 3,045; Valor pago:PA 216,00; Litros: 70,93.

9h35 – Decidimos pegar a estrada mais curta, que era de rípio, até Puerto Natales.

        Ainda bem que o trecho que pegamos estava bom. Em 80% do trecho andamos a 80km/h, em 20% andamos a 60km/h. Além disso, o caminho era bem bonito: vimos lebres, muitas ovelhas, muitas mesmo! E, para variar, lagoas com patinhos e flamingos. Aliás, vimos muito desse tipo de paisagem durante nossa viagem, mas não enjoávamos de apreciar!

10h47 – Voltamos à estrada asfaltada, rumo a Concha Carrera. Assim que saímos do rípio, pegamos muito vento, com direito a “chuvinha” de micropedras. Rezamos para que não viesse uma pedra maior e acertasse nosso parabrisa.

        Do lado direito da estrada, vimos lindas montanhas que nos levaram a crer, por causa da localização, que seriam do Parque Torres Del Paine.

11h22 - Pegamos um pequeno trecho de rípio até a aduana argentina.

11h34 - Deixamos a aduana. Ventava bastante e estava frio.

11h40 – Chegamos na aduana chilena.

12h07 – Saímos da aduana chilena.

12h10 – Logo ao lado, assim que atravessamos o passo fronteiriço, paramos para almoçar no “El Ovejero” . Foi ali que comemos o melhor salmão na nossa viagem de 2006 (acompanhado de arroz e palmitos).

        Pedimos mais uma vez o salmão e aproveitei para comprar uns postais. Dentro do próprio restaurante, funciona uma lojinha cheia de artesanatos, livros e produtos da região.

        Vendo a TV, ouvimos pelo noticiário uma reportagem dizendo que haveria um “paro” na entrada e na saída da região de Magallanes, abrangendo Puerto Natales e Punta Arenas, cidades que estavam em nossos planos. Deveríamos nos informar melhor a respeito depois.

        Os atendentes foram bem simpáticos. A comida ainda estava boa. Tiramos fotos com o Jaime, a Evellyn e o dono do estabelecimento.

13h15 – Assim que pegamos a pista para Puerto Natales, tivemos que parar o carro e esperar a travessia do gado. Era um gado gordo, bonito, bem tratado, de cor marrom com cara branca. Vimos muito desse gado na Argentina.

        Chamou-me a atenção uma vaquinha que veio em nossa direção, não se intimidando com o carro. Não resisti e tirei uma foto daquela carinha determinada!

        A estrada para Puerto Natales já está toda pavimentada. Em 2006, ainda havia alguns trechos sem asfalto.

13h50 – Chegamos a Puerto Natales. Como ventava! Bem na entrada da cidade, à beira-mar, há um posto de informações turísticas. O Marcelo pegou o mapa da cidade e um folheto contendo informações sobre o Parque Torres Del Paine.

Pelo ficamos sabendo, agora há um novo caminho até o Parque que gasta menos tempo, mas é rípio. Em compensação, no caminho pode-se visitar “la cueva Del Milodón”.  É uma caverna onde foram encontrados ossos e outros vestígios de extinto animal pré-histórico (dizem ser da família do bicho preguiça. Para mim, lembra mesmo é um urso gigante).

Ficamos hospedados no Hostal los Pinos. Preço do quarto de casal: PC 22.000. Era bem aconchegante, em madeira, extremamente bem cuidado, com quarto amplo e limpo. A princípio não ficaríamos lá, pois é preciso subir escadas para ir para o quarto e, como o meu tornozelo ainda estava dolorido, não poderia ficar movimentando muito. Mas, depois de olharmos outros lugares, não tão bons e com o mesmo preço, resolvemos ficar por lá mesmo! E além disso a rua era tranquila e tinha como guardar o carro.

Quanto a subir as escadas, um senhor muito simpático que nos atendeu me emprestou uma bengala, que ajudou bastante.

Conseguimos sacar dinheiro chileno. Que maravilha! Mas só saiu com o cartão mastercard.

 

11/01/2011 (3ª-feira) -  Puerto Natales e Torres Del Paine/CHI a Punta Arenas/CHI                             FOT0S -11-01-11

 

8h – Tomamos nosso café da manhã no hotel. Serviram suco, queijo, presunto, pão, biscoitos (café um pouco mais incrementado, pois estávamos no Chile!)

        No café ainda, conhecemos uma senhora de nome Leila, bastante comunicativa. Mora em Viña Del Mar e estava a passeio com mais três amigas. Ficamos batendo um papinho até sairmos para o Parque Torres Del Paine.

Como o comércio local só abriria às 9h30, passamos em um posto Copec para comprar água para levarmos. Há umas lixeiras na rua que são um charme: vimos um homenzinho de metal, com óculos e barba!

9h – deixamos puerto Natales rumo ao Parque.

9h25 – Assim que pegamos o rípio (a estrada mais curta que nos indicaram), paramos para fotografar uma rocha bem bonita que se destacava em meio à paisagem mais baixa.

        Cinco minutos depois, chegamos à “Cueva Del Milodón”. A entrada custou PC 3.000,00 por pessoa. Há um restaurante, banheiros limpos e um mini-museu que conta a história do Milodón.

        A caverna é acessível por uma pequena caminhada de 250 metros, realizada em passarelas de cimento em meio a uma bonita mata com grandes rochas.

        No caminho, conhecemos um casal chileno que foi conversando conosco até a entrada da caverna. O nome da mulher é Jaqueline. O dele não consegui guardar, porque é difícil. O fato é que ele trabalha como uma espécie de guia de turismo independente. Estão indo morar em Tacna (primeira cidade peruana assim que se atravessa a fronteira Chile/Peru. Passamos por lá na última viagem). A intenção dele, quando em Tacna, é trabalhar com turismo, levando grupos de brasileiros para umas excelentes Thermas, segundo, que há na região. Ele ficou de enviar um e-mail para o Marcelo fazendo uma propaganda do lugar.

Ficamos surpresos ao chegarmos na caverna: esperávamos encontrar uma “caverninha” singela. Contudo, nos deparamos com uma caverna de 80 metros de largura, 30 metros de altura e 200 metros de profundidade! E logo na entrada, lá estava um Milodón (réplica, claro) nos aguardando.

O bicho sabia das coisas. Escolheu para morar um local com uma vista privilegiada!

Tiramos fotos com o Milodón, andamos pela caverna.

Assim que saímos de lá, vi uma coisa curiosa. Em meio às rochas havia uma rocha menor que lembrava a silhueta de uma espécie de alienígena de braços abertos caminhando em nossa direção. Tirei uma foto dele! Seria o guardião da caverna?

No percurso de volta, tiramos foto de uma grande placa de madeira, com um ponteiro que registrava o risco de incêndio florestal no dia (baixo, médio, alto e extremo). Estava marcando “extremo”. Vimos muitos desses marcadores espalhados pelo país.

11h – Seguimos para Torres Del Paine.

11h20 –Começou a cair uma chuva fininha. Apesar de o vento do dia anterior ter dado uma trégua, ainda fazia frio.

12h – Após passarmos por paredões de rocha de ambos lados da estrada, paramos no Mirador Gray. Dá para ver a geleira ao longe. O tempo estava bem fechado, mas não conseguiu apagar a beleza do lugar!

12h05 – Outro Mirador: Cuernos Del Paine. Espetacular! Do lugar tem-se uma belíssima imagem de Torres Del Paine. Peguei duas pedrinhas compridas de lembrança. Seriam minhas mini torres. O nosso carro teve seus primeiros 10.000 quilômetros rodados ali, em frente ao paraíso. Como sou apaixonada por aquele parque!

12h30 – Chegamos ao Parque Nacional Torres Del Paine. A entrada custou PC 15.000 por pessoa. (Para nós, PC 30.000, cerca de 90 reais). Entramos pela Guarderia Serrano. A vista logo na entrada é linda.

        Conversamos um pouco com a moça que nos vendeu as entradas do parque. Ela nos falou do “paro”, aquela greve que estava prevista para o dia seguinte, da qual tínhamos ouvido falar no noticiário da TV. Ela nos disse que o governo quer aumentar o gás, mesmo tendo prometido pessoalmente que isso não ocorreria. Contou que os magallanes produzem o gás que vai para outras regiões e, apesar disso, são os que pagam mais caro.

Fomos, enfim, informados que a greve seria bem expressiva. Os magallanes realmente fechariam todas as entradas e saídas da cidade. Ninguém entraria. Ninguém sairia. Deveríamos pensar bem sobre o que faríamos, pois tanto Puerto Natales, incluindo Torres Del Paine, quanto Punta Arenas faziam parte da região que entraria em greve.

Bem. De qualquer forma, naquele momento precisávamos almoçar. Paramos na Posada Serrana, pois sabíamos que lá havia um restaurante. Pedimos para mim (lomo a la plancha, a PC 4.500, e tallarines a la mantequilla, a PC 2.000). Para o Marcelo (Lomo com salsa de champiñones, a PC 5.500, e purê de papas, a PC 1.800). A comida estava boa. A carne veio enorme e o Marcelo não conseguiu comer tudo.

13h40 – Seguimos pelo parque pegando o caminho à direita no mapa. Atravessamos o Rio Paine, paramos para fotografar várias vezes durante o trajeto, não dá para não parar!, inclusive no acampamento do Lago Pehoé, onde tem um restaurante no qual o Ari almoçou quando fizemos a Expedição Patagônia. Lá fotografamos um ”zorro” (raposa) e uma parte do lago com as torres ao fundo, linda visão! Este parque para nós é paradisíaco. Para qualquer direção que se aponte a máquina fotográfica, certamente sairá um belo cartão postal!

14h40- Andando um pouco mais, paramos para acessar um mirante para uma paisagem de tirar o fôlego: Um verdadeiro cartão postal da Hosteria Pehoé com sua ponte de madeira sobre o lago. Que coisa linda! E olha que o céu estava nublado! Encontramos lá em cima 3 casais de chilenos animadíssimos de Antofagasta. Tiraram nossa foto e tiramos fotos para eles. Fizemos brincadeira, foi divertido.

15h10 – Paramos no Lago Nordenskjöld. Encontramos uma família de brasileiros: o Walter Sales (não, não é o cineasta, este é médico), sua esposa Lúcia e os filhos Juliane e Gustavo. Moram em São Paulo. Eles nos contaram que, no caminho por onde passaríamos a seguir (eles estavam fazendo o percurso contrário que o nosso), foram literalmente atropelados por guanacos. Eles estavam parados, aguardando a travessia dos guanacos, empolgadíssimos e tirando fotos, quando dois guanacos brigando caíram rolando sobre o carro. Eles levaram um tremendo susto. O carro branco que eles haviam alugado ficou amassado. Os animais saíram andando, mas não souberam dizer se  ficaram machucados. De qualquer forma, disseram que foi traumático este primeiro contanto com os guanacos!

15h40 – Seguimos pelo nosso percurso.

16h10 – Passamos pelo local falado pelo Walter Sales. Vimos guanacos de todo jeito: com a família, brincando, mamando, namorando e até rolando no chão feito cachorro.

17h20 – Tomamos a decisão de irmos para Punta Arenas naquele mesmo dia. Se as saídas seriam fechadas, era melhor que já tivéssemos em Punta Arenas, que era uma cidade maior e, além disso, de qualquer forma, é lá que faríamos a revisão do carro. Já Havíamos, inclusive, confirmado com a concessionária.

        Deixamos o parque a contragosto. Nunca era fácil nos despedirmos de Torres Del Paine. Aquele oásis sempre nos deixava com o gostinho de quero mais.

        Chegamos ao hotel e fomos direto arrumar nossas coisas. Fechamos a conta. Houve um pequeno mal entendido quanto ao valor a ser acertado. O senhor que nos recebeu no dia em que chegamos disse que o quarto de casal custava PC 22.000; contudo, sua esposa, no momento de fecharmos a conta, disse que seria esse preço se fosse uma pessoa no quarto, mas como éramos duas haveria um acréscimo de PC 5.000. Não entendi essa conversa de “casal” ser apenas uma pessoa, mas, tudo bem, estávamos com pressa e engolimos essa história. Pagamos os PC 27.000 (PC 56.000 as duas noites). Como não tomaríamos café no dia seguinte no hotel, o Marcelo pediu umas fatias de frios para fazermos sanduíches para a viagem, o que o simpático senhor atendeu prontamente.

19h30 – Deixamos o hotel.

19h40 – Ainda na saída de Puerto Natales, abastecemos. Preço por litro: 556; 522 quilômetros rodados; valor total: PC 28.000. Enquanto estávamos no posto, passaram por nós vários carros com bandeiras pretas e buzinando. Já eram as pessoas se preparando para a paralisação.

20h40 – Apesar do horário, ainda estava claro. Passamos por uma região contendo árvores como as que vimos na estrada para o Ushuaia da outra vez: as árvores ficam cobertas com algo que parece um algodão e ficam secas. São várias árvores da mesma forma. Parece um tipo de praga.

21h20 – Na estrada, tiramos fotos do monumento ao vento. São quatro postes de ferro, ou alumínio, não sabemos, com um círculo meio retorcido do mesmo material em cima de cada poste.

22h20 – Chegamos em Punta Arenas. Já na entrada, passamos por um corredor humano. As pessoas estavam entusiasmadas, com bandeiras, mas nos deixaram passar. Ainda bem!

        Vimos que aquela região é bem unida, politizada. A avenida principal da cidade estava tomada de veículos e pessoas em um verdadeiro “buzinaço”. Vimos bandeiras do Chile, da região de magallanes e negras também. Havia muita fumaça nas ruas, pois estava queimando pneus para interromperem algumas passagens.

        Rodamos muito atrás de hotel. Estava difícil conciliar quarto bom, bom preço, wifi e garagem para o carro. Procuramos por vários hostales até que, enfim, às 23h30 encontramos um no jeito: limpo, aconchegante, vaga para o carro, atendimento de primeira (especialmente pelo Francisco) e preço dentro da média geral: PC 38.000 o quarto para duas pessoas. Havia no quarto duas camas de solteiro, TV e wifi.

Hostal Terrasur. O'Higgins 723, Punta Arenas. Fone: (56) (61) 225618 ou 247714 (fax). WWW.hostalterrasur.cl.

 

12/01/2011 (4ª-feira) -  Punta Arenas/CHI                             FOT0S -12-01-11

 

        Durante o café da manhã, soubemos que tivemos muita sorte na noite anterior de termos passado pela barreira na entrada da cidade. Disseram que estavam barrando quem estava mais arrumadinho, de terno, pois pensavam que pudesse ser algum empresário ligado ao gás. Ainda bem que não era nosso caso, pois andamos de camisetas, jaquetas e, diga-se de passagem, bem descabelados!

        Após o café da manhã, mesmo com a greve, o Marcelo conseguiu contatar o pessoal da concessionária que faria a revisão do carro. Ainda bem que o Marcelo havia telefonado antes de chegarmos à cidade. Disseram que poderíamos levar o carro e eles tentariam fazer a revisão.

11h15 – Depois de passarmos por uma barreira de grevistas na pista, conseguimos chegar na concessionária. O pessoal que nos atendeu foi bem receptivo. Porém, tudo foi feito às portas fechadas, pois se o pessoal da greve soubesse que estavam trabalhando poderia haver algum confronto. Somente nós fomos atendidos, porque eles sabiam da nossa situação.

12h30 – Assim que deixamos a concessionária, tivemos problemas para passar pela barreira de grevistas. O Marcelo precisou conversar com um motorista do táxi que estava bloqueando a passagem e ele acabou nos deixando voltar para o hotel.

        Por volta das 13h, fomos ao hotel para ver se indicavam algum restaurante. Na entrada, encontramos com um brasileiro, Roberto, que estava hospedado lá também, e com um chileno chamado Emílio. O Roberto estava a passeio na cidade; já o Emílio, a trabalho.

        Resolvemos sair juntos para procurar um restaurante.

        As ruas estavam repletas de manifestantes. A greve estava com toda força.

        Almoçamos na avenida principal, perto da praça. O restaurante tinha a cara do Brasil, pois era todo verde e amarelo, mas não me recordo o nome dele.

        Eu pedi um frango grelhado com purê, que estavam gostosos; o Marcelo e o Beto pediram frango com arroz, mas disseram que este estava sem tempero. Já o Emílio preferiu sanduíche e uma “cerveza austral”, que tem a foto de Torres Del Paine, pois é produzida na própria região.

        Falamos de vários assuntos, tais como política, viagens, alimentação, até que surgiu algo sobre a cultura local. Há uma expressão chilena que se chama “la once”,  cujo significado refere-se a um lanche da tarde que é feito por volta das 17h. O Beto e eu ficamos curiosos a respeito da expressão. Por que “la once” (onze) se o lanche é servido às cinco?

        O Emílio matou nossa curiosidade e depois confirmei pela internet: antigamente, há muitos anos, trabalhadores se reuniam na parte da manhã, por vota das 11h, para descansar, fazer um pequeno lanchinho e beber aguardente. Contudo, curiosamente, a palavra “once” não pegou por conta do horário, mas sim do aperitivo.

Acontece que a aguardente era tomada às escondidas. Os trabalhadores, então, resolveram criar uma senha para quando falassem dessa reunião regada a  aguardente. Passaram a chamá-la “la once”, em referência à quantidade de letras da palavra “aguardiente” (onze letras).

Com o passar do tempo, o lanche foi mudando para o período da tarde, por volta das cinco horas, mas o nome continuou, e até senhoras da cidade se reuniam para papear, tomar “once” e matar o frio. Ainda hoje não é difícil ser convidado para um “la once”, que atualmente tem a conotação do inocente lanchinho da tarde mesmo.

        Pedimos a conta. Demorou tanto a chegar que desistimos de esperar por ela. Após 35 minutos de espera, fomos direto ao caixa para pagá-la.

        Após, saímos para conhecer um pouco a cidade e tirarmos algumas fotos. Fomos a um pequeno mirante de onde se tem uma boa visão. Punta Arenas é uma cidade colorida e organizada, às margens do Estreito de Magalhães.

        Passamos no mercado Unimarc, na Carlos Borges 647. Compramos chocolates para levar para o Brasil (não derreteram, pois tivemos o cuidado de sempre tirá-los do carro quando parávamos nos hotéis). Encontramos alguns chocolates bem gostosos por lá, da marca Costa. Levamos Vizzio Costa 144gr (PC: 1.029,00); Carezza 100gr (PC: 969,00); Costanuss 110gr (PC: 899,00). Aproveitamos para comprar frutas também.

        Conhecemos no mercado um casal bem simpático e sorridente. O marido é Holandês e a esposa não nos lembramos se é americana ou inglesa. Tiramos fotos com eles e aproveitamos para “arranhar” um pouco de inglês.

       Na entrada do mercado, havia um caixa automático. Sacamos dinheiro com o Mastercard e voltamos ao hotel para descansar.

20h – Fomos jantar em um restaurante peruano que fica bem próximo ao hotel (na próxima esquina, do outro lado da pista). O nome do restaurante é bem diferente: Entre el Puente Y la Alameda (fica na O’Higgins 698, esquina com a Ignácio Carrera Pinto).

        Pedimos para beber um frutilla sour doble (pisco de morango). Delicioso!

Para comer, optamos por um Pescado a La Chorrillana. Este pescado vem com arroz e dá para uma pessoa, mas como eu e o Marcelo não estávamos com muita fome, compartilhamos um prato. A comida estava muito boa também, apesar de ter um pouquinho de pimenta.

        O prato do pescado e a bebida saíram a PC: 6.000,00 e PC: 3.300,00, respectivamente.

21h15 – Voltamos para o hotel. Lá, ficamos sabendo que o paro continuaria. Não houve acordo com o governo ainda, mas havia esperanças porque o bispo iria interceder nas negociações. A igreja, pelo que observamos, era bastante participativa e costumava servir de mediadora nas questões políticas.

 

13/01/2011 (5ª-feira) -  Punta Arenas/CHI                             FOT0S -13-01-11

 

        Começou um novo dia, e os magallanes seguiam em greve. Mesmo de madrugada, com o frio cortante que fazia, nada disso tirou o ânimo dos determinados grevistas.

Tomamos nosso café da manhã e ficamos conversando com o Francisco e o Roberto. O assunto do dia era a greve. Era do que se falava nos jornais, na TV e entre as rodas de pessoas. Soubemos que as lojas ainda estavam fechadas, inclusive o free shop. Também não poderíamos ir à Isla Magdalena para conhecer a pinguinera, porque além de as estradas estarem bloqueadas, nenhuma embarcação saía da cidade ou nela entrava. O Francisco nos sugeriu para conhecer o forte Bulnes e a Reserva Nacional Laguna Parrillar, pois o caminho para lá estava livre (como não era saída da cidade, não havia bloqueio).

11h – Colocamos água e um pequeno lanche no carro e fomos juntamente com o Roberto conhecer o Fuerte Bulnes.

        O lugar era um pouco distante. Seguimos um bom tempo pela orla meio desértica, apreciando o azul do oceano e as muitas gaivotas sobrevoando a praia.

Mas, ao chegarmos, o Forte nos surpreendeu. Não esperávamos que fosse tão interessante. Logo na entrada, em meio a uma bonita mata, há uma espécie de portal formado por duas torres, uma de cada lado da estrada, cobertas com palha, lembrando uma outra época.

A partir dali, logo se chega a um grande terreno cercado de troncos de madeira, com muitas construções em seu interior, no mesmo estilo: há uma capela que ainda funciona, um grande salão, torres, casas, canoas e, lógico, não poderia faltar, há canhões. O Forte é bem preservado e a vista de lá é muito bonita, o que dá lindas fotos.

O frio estava cortante. Como ventou naquele dia! O pobre do Roberto passou maus bocados, pois não levou luvas.

A entrada do Forte é franca, mas paga-se o valor simbólico de PC 200,00 para usar os banheiros, que são limpos.

Não há lanchonetes ou algo para comer ou beber no Forte. É necessário levar lanche e água. Ainda bem que fomos prevenidos. Fizemos o nosso lanchinho dentro do carro, para fugir do frio. Vimos que uma van e outros carros fizeram o mesmo. Do lado de fora dos veículos fica um monte de cachorro esperando alguma sobra! Alguns cachorros têm até carrapichos grudados pelo corpo de tanto andarem pelos matos. Adorei um que estava nos espiando entre os troncos da única casa do Forte. Ele tinha uma carinha tão curiosa! Tirei uma foto dele para guardar de lembrança.

14h – Saímos do Forte. Paramos algumas vezes na volta para tirarmos algumas fotos. Vimos um barco bem colorido com lindas lupitas em tons roxo e rosa. Fotografamos duas crianças de feição tipicamente chilena que estavam brincando perto da estrada (até fizeram pose!). Avistamos patinhos nadando na água gelada do Estreito de Magalhães. Descemos à beira-mar.

        Ainda seguindo pela orla, bateu uma vontade de almoçar. Fomos atraídos por uma placa que dizia ser restaurante, mas, chegando lá em cima, estava fechado. Só estavam cozinhando para a própria família. Voltamos para a avenida costeira.

        Mais adiante, vimos outro lugar com uma pequena bandeira do Chile hasteada e uma placa indicando Granja/almacen Don Juan. Havia outras placas dizendo que vendiam ovos, pão, queijo, alface, entre outros itens. O lugar era simples, a própria família mora no lugar e cuida dos negócios, mas a comida saiu no jeito! Comemos costela com batata cozida, e o Roberto pão com queijo e ovo frito. O tempero estava ótimo, e a comida barata. Pagamos pelo nosso prato (bem servido) PC: 2.500,00.

Além disso, fomos muito bem atendidos pela Sandra e sua filha de 10 anos. As paredes de madeira do restaurante estavam enfeitadas com alguns quadros com reprodução de fotos bem antigas dos Tehuelche, antigos índios da região, além de uma bandeira de Magalhães e outra do Chile. Há também uma parte de vidro que dá para avistar o mar. Vimos um lobo marinho.

15h – Pegamos a estrada que vai para a Reserva Nacional Laguna Parrillar. No caminho para a Reserva, passamos por uma área bem triste, desmatada, com árvores que ao longe lembravam lápides. Novamente eram aquelas árvores mortas com algo que pareciam, a nosso ver, fungos.

        A entrada para a Reserva custou PC: 1.000,00 por pessoa. O Roberto, para matar nossa curiosidade, perguntou ao guarda na portaria o porquê de tantas árvores mortas. Ele nos disse que não era nenhum fungo, mas o resultado das incessantes queimadas que aconteceram a uns 60 anos. As pessoas queimavam as árvores para fazer pasto, e o fogo acabava fugindo do controle e devastando uma imensa região. Até hoje se pode ver o triste resultado da devastação.

        Tudo bem que a explicação tem lógica, e acreditamos que em algumas áreas isso realmente ocorreu. Mas eu e o Marcelo ainda ficamos na dúvida por um detalhe: vimos árvores com o mesmo problema no Ushuaia e em outras regiões, mas todas no sul. Não houve queimadas mais ao norte? Não nasceu mais nenhuma árvore ou vegetação depois de 60 anos em que ocorreram as queimadas? Além disso, vimos algumas árvores, ainda verdes, com partes contendo o que achamos que seria uma espécie de fungo ou parasita (parece um algodão). Essa dúvida ficou conosco ainda.

        A Reserva é bonita. O lugar é também utilizado para pesca recreativa e possui área de camping. Há um canal que entra na mata, formando um pequeno rio, em que patos canadenses e outros pássaros procuram por comida. Na portaria, recebemos um folheto com explicação do funcionamento do local e os percursos para se fazer trilha. Pode-se fazer uma caminhada até o mirante, com duração de 90 minutos. Íamos realizar o percurso menor. Chegamos a andar um pouquinho pela mata, mas não deu, faltou roupa de frio e desistimos. Fomos vencidos pelo vento cortante. Acho que foi o dia mais frio de toda a viagem! Para se ter ideia, juntamente com a chuva bem fininha caíram pequenos flocos de neve!

        Resolvemos voltar mais cedo para a cidade e irmos ao mercado comprar comida. Pretendíamos tentar sair no dia seguinte bem cedo, pois talvez as barreiras não estivessem tão vigiadas nesse horário. Vã esperança!

 17h45 -  Abastecemos o carro em um posto Esso. Preço do litro do diesel: PC: 557,00; deu 38 litros, no total de 21.171,00 Pesos Chilenos.

        Passamos no mercado, compramos comidas e bebidas e fomos jantar em uma pizzaria indicada pelo Francisco. Na realidade, era um Telepizza (22.20.20) que também serve pizzas no local. E as pizzas estavam boas.

        Na cidade, contrastando com o frio intenso, o clima da grave era quente, com todos nas ruas em carreatas ou a pé, balançando bandeiras e buzinando muito.

            De volta ao hotel, soubemos que não havia como escapar ao cerco da cidade. Eram quatro barreiras, muito bem vigiadas. Os grevistas não saíam dos seus postos nem de madrugada. Seguiam as palavras que vimos em uma van: “morir luchando, de frio ni cagando”. Achamos engraçada a frase, mas eles falavam sério e não arredavam dos seus lugares nem passando frio ou fome. Estavam determinados.

        O Marcelo ligou para a Mabel, no Ushuaia, por meio do skype, no computador. Disse a ela que, devido à greve, talvez teríamos que mudar de planos e não passar pelo Ushuaia. A travessia para a Terra do Fogo estava interrompida devido à greve. Ela lamentou e nos disse que quem estava no Ushuaia também não tinha como sair de lá. Estávamos totalmente sitiados em Punta Arenas.

 

14/01/2011 (6ª-feira) -  Punta Arenas/CHI                             FOT0S -14-01-11

 

        Terceiro dia em Punta Arenas. A greve: firme e forte. Em nossas programações, ficaríamos apenas dois dias na cidade e seguiríamos para o Ushuaia.

Tomamos nosso café da manhã. Chegaram ao hotel dois jovens. Devido ao paro, tiveram que vir do aeroporto caminhando por 20 quilômetros. Nem caminhões de abastecimento de alimentos ou combustíveis estavam entrando, ficamos sabendo.

Ficamos pelo hotel e, por volta das 12h20, saímos eu e o Marcelo para procurar lugar para almoçar. Haviam nos dito que em cima do mercado Unimarc havia um restaurante que era bom e barato. Resolvemos ir até lá.

Ao chegarmos ao mercado tivemos uma surpresa: estava fechado e cheio de grevistas na porta dele. Queriam pressionar mais o governo, e a forma de atingi-lo, também, seria dificultando ainda mais a situação até começasse a faltar tudo na cidade. Também os postos de gasolina estavam fechados. Graças a Deus no dia anterior havíamos abastecido o carro e feito compras no supermercado.

Procuramos muito por algum restaurante aberto. Estava tudo fechado. Acabamos encontrando um lugar chamado Restaurant El Porteño. Quando entramos, nossa primeira impressão do ambiente não foi muito boa. O local tinha mais cara de bar. Havia uma pessoa fumando e duas moças que atendiam o balcão. Mas fomos muito bem tratados, e a atendente nos disse que dava para fazer um lomo a lo pobre (bife com ovo e fritas).

A comida veio fresca, bem feita e em grande quantidade. Um prato foi suficiente nós. Percebemos que nos lugares mais simples a quantidade de comida era maior. O prato saiu a PC: 3.500,00.

13h30 – Na falta do que fazer e com tudo fechado, resolvemos andar um pouco pela orla. Ainda fazia bastante frio em Punta Arenas. Tiramos fotos na calçada com bancos de tronco e também dos carmorones (pássaros que lembram demais os pinguins), que estavam sobre o píer. Depois, subimos um pouco mais de carro até a primeira barreira do paro, próxima à zona franca. Vimos um condomínio bem bonito de frente para o mar. As casas tinham telhados coloridos e os jardins estavam floridos.

14h30 – Voltamos para o hotel e fomos curtir o frio com uma boa soneca.

        Por volta das 19h30, saímos para comer no mesmo Telepizza do dia anterior. Ainda bem que estava aberto. O Roberto acabou nos encontrando por lá e nos fez companhia.

Ele nos disse que chegou a ir ao consulado brasileiro, mas que este estava fechado. Tentou, então, o consulado argentino. O cônsul apenas pediu a todos que se tranquilizassem e voltassem aos seus hotéis, pois nada poderia ser feito. Não havia como interferir no caso. Soubemos também que o Emílio foi para o aeroporto. Ele chegaria até a barreira e tentaria seguir mesmo a pé.

De qualquer forma, as pessoas estavam esperançosas de que a greve logo acabaria, pois o governo ia à tarde sentar e negociar com o comando de greve.

20h40 – De volta ao hotel, vendo o noticiário, todos ficamos chocados com os resultados da negociação. Na verdade, pelo que vimos, não houve negociação. Pelo menos não do lado dos grevistas: o Governo ofereceu um aumento de 3%. Diante do aumento pleiteado, que seria de quase 17%, isso era uma vitória para os grevistas. Mas a assembleia não aceitou. Eles queriam 0% e não abririam mão. Estavam inflexíveis, e o governo disse que não se conversaria mais.

        O paro continuaria, para nosso espanto. Até os chilenos do hotel que moram lá ficaram boquiabertos de a proposta não ter sido aceita. Deus sabe até quando a cidade estaria fechada. A situação não estava boa. As pessoas que estavam nos aeroportos, com crianças inclusive,  estavam passando fome. O abastecimento da cidade estava diminuindo e soubemos que em Puerto Natales chegaram a saquear lojas.

        O Marcelo levou o Francisco para o hospital. Desde o dia que chegamos no hotel ele estava mancando e sentindo dores no tornozelo devido a uma provável entorse.

 

15/01/2011 (sábado) -  Punta Arenas/CHI a 28 de Noviembre/AR                             FOT0S -15-01-11

 

        Mais um café da manhã em Punta Arenas. O “paro” seguia firme e forte. Para nós, turistas brasileiros, parece que começavam a surgir boas notícias: o governo brasileiro exigiu do chileno explicações quanto à retenção de brasileiros no país. Tomara que assim nos deixem sair!

        Soubemos pela TV que os dirigentes da assembleia firmaram acordo em deixar passar os estrangeiros. O Roberto foi até a rádio local e pegou uma cópia do acordo.

        Resolvemos arrumar nossas coisas para partirmos e fechamos nossa conta. No hotel, deram para nós um bom desconto, considerando que ficaríamos apenas dois dias, mas acabamos ficando quatro dias contra a nossa vontade, por conta da greve. Acertamos pelos dois dias combinados a diária de PC:38.000,00, e pelos dois dias a mais PC 50.000,00. O Roberto iria conosco até a Argentina e de lá seguiria para encontrar os amigos dele em El Calafate. Tentamos nos despedir do Francisco, mas ele ainda não tinha chegado. Resolvemos ir almoçar e depois voltaríamos para vê-lo.

13h10 - Almoçamos no Restaurante Los Colonizadores. Pedimos “pollo c/arroz e pure”. Para beber, “canadadry” de limão. Que bebida horrível. Parecia que estávamos bebendo pinho sol! Em compensação a comida estava boa e um prato deu suficiente para duas pessoas.

14h10 – Voltamos ao hotel para nos despedir do Francisco, que, para nós acabou sendo um grande amigo. Tiramos fotos juntos e ganhamos dele um vinho chileno da marca concha y toro (Selecto Exportación – Merlot). Iríamos degustar no Brasil para matarmos a saudade.

        Depois das despedidas, fomos adiante enfrentar as quatro barreiras que teríamos pela frente.

        Chegamos à primeira barreira. Tudo estava fechado, e ninguém passava. Explicamos a situação, que éramos brasileiros, e mostramos o acordo que o Roberto pegou na rádio. Conversa vai, conversa vem, deixaram-nos passar. Alertaram-nos, porém, que seria nossa responsabilidade se não conseguíssemos passar pelas outras barreiras. Resolvemos arriscar assim mesmo. Qualquer coisa, tínhamos água e comida no carro.

        Chegamos à segunda barreira. Pelo jeito seria a mais árdua de todas. E realmente foi. Havia um caminhão bloqueando tudo, grades, e uma fila enorme de carros tentando entrar e tentando sair da cidade. Havia mulheres com crianças, ônibus, vans, pessoas a pé, muitos grevistas, jornalistas também. O clima estava fervilhando!

        O Marcelo desceu do carro e foi tentar conversar, explicou a situação, mostrou o acordo. O rapaz que o atendeu falou rispidamente que aquele acordo não valia de nada e ninguém passaria. Disse que haviam aberto a passagem por 30 minutos às 14 horas e não voltariam a abrir mais.

        Enquanto isso, no carro, ficamos eu e o Roberto. Coloquei discretamente a minha tornozeleira para entorse que eu havia usado durante alguns dias. Quem sabe não ajudaria a amolecer os corações!

Vimos uma chilena que estava com uma criança, seu filho, ao lado do nosso carro. Começamos a conversar com ela e perguntamos se ela fazia parte do “paro”. Ela, timidamente, acabou concordando. Então explicamos toda a situação. Dissemos que eu estava com o pé machucado (o que era meia verdade), que eu tinha dois filhos no Brasil me esperando e acabamos dizendo que eu estava grávida, mentirinha necessária! Aproveitei a barriga um pouco avantajada pelas férias e estufei-a bastante, dizendo que estava com 4 meses de gestação. Ela se condoeu e começou a fazer um “lobby” com o pessoal do comando da greve. Até indignou-se por terem deixado passar uma freira, mas não a mim que estava grávida e com o pé machucado. Disse que era radicalismo, que ser desumano não fazia parte do paro. Conversou com vários homens da greve. Eu devo muito a ela!

Vieram dois senhores até o carro ver a minha situação. Expliquei tudo, mostrei a barriga estufada, chorei (merecia um prêmio pela minha atuação!), disse que tinha no Brasil dois filhos pequenos me esperando, fiz cara de dor, de enjoo (aproveitando que eu estava pálida), e um dos senhores me pediu que ficasse tranquila e aguardasse no carro.

Os dirigentes brigaram entre si, discutiram. O mais radical disse que não passaríamos nas outras barreiras mesmo se ele liberasse. Por fim, o senhor que havia falado comigo retornou, chamou o Marcelo, mandou ligar o carro e, finalmente, e ele nos deixaram passar. Agradecemos e desejamos sorte na greve. Eu nem estava acreditando que havíamos conseguido!

Passamos por várias pessoas arrastando suas malas até o aeroporto e vice-versa.

Na terceira barreira, contamos a mesma história e nos deixaram passar. Também na última não foi diferente. Nesta, inclusive, o que me chamou a atenção foi um senhor bem humilde, da greve, que chegou na janela do carro, olhou sinceramente nos nossos olhos e disse: “perdón por todo”. Como não perdoar?

A estrada estava totalmente desértica. Era raríssimo passarmos por algum carro.

16h10 – Paramos em um posto policial. Os carabineiros nos disseram que o paso para Rio Gallegos estava fechado. Deveríamos contornar e entrar por Casas Biejas. Não duvidamos das informações e seguimos em frente.

17h10 – Paramos para um café na Cafeteria Del Tehuelche (Restaurant/Hosteria). Ela se localiza à margem direita da pista, depois de uma rocha enorme bem bonita, no meio do nada, espécie de chapada que havíamos visto do lado esquerdo da estrada, o que nos valeu uma bela foto.

        Na cafeteria, conhecemos três chilenos: o atendente do estabelecimento, um homem de Valdívia e outro de Punta Arenas. Conversamos sobre política, rimos bastante. Eles caíram na gargalhada quando contamos que havíamos aprendido o “bordão” da greve: “piñera nos cago” e “morrir lutando, de frio ni cagando”.

17h30 – Seguimos viagem, entrando pela província “La Ultima Esperanza”. O nome veio a calhar. Ainda estávamos um pouco tensos na estrada, pois temíamos, apesar da distância, encontrar alguma barreira que não nos deixasse passar.

18h10 – Passamos por três carros parados do lado esquerdo da estrada: um gol branco, uma pajero sport prata,  uma pajero verde. Esta última estava com o pneu sendo trocado. O Marcelo viu pela placa que eram brasileiros e paramos para ajudar. Ele e o Roberto desceram e foram até lá enquanto eu fiquei fotografando, filmando o lugar e conversando com um senhor que era do grupo dos brasileiros. Fiquei sabendo que o condutor da pajero verde era o Amir Klink, um velejador famoso que fez uma viagem sozinho para a Antártica, em um veleiro, e escreveu alguns livros contando sobre suas aventuras, inclusive esta da Antártica. Eu não sabia quem era, mas o Roberto e o Marcelo o reconheceram de pronto.

Além da esposa (Laura) e três filhas (Marina, Laura (como a mãe) e Tamara), eles estavam viajando com um amigo, o senhor que estava conversando comigo e um casal que estava no gol branco. A família estava nervosa e com toda razão. Descobrimos que não era apenas um pneu de carro furado.

Eles passaram pelo mesmo estresse que nós para deixar a cidade de Punta Arenas. Estavam desde 10 horas da manhã na barreira esperando liberação e só conseguiram sair às 14h, quando fizeram aquela liberação por 30 minutos. Depois da cidade, a esposa do Amir Klink, Laura, seguiu viagem no carro do amigo deles, com duas de suas filhas, pois iriam conversando para que ele não dormisse na direção. Na Pajero verde, seguiram viagem o Amir e a filha maior. Devido ao cansaço, este acabou virando o carro na estrada, mas, graças a Deus, foi apenas o susto, pois pai e filha saíram bem fisicamente, apenas o carro sofreu avarias. Como o acidente tinha acabado de acontecer, estavam todos ainda muito abalados.

Eles não estavam podendo trocar o pneu do carro, pois não conseguiam  enxergar o encaixe da ferramenta de tirar o estepe, que fica embaixo do carro. Ainda bem que tínhamos uma lanterna de led e o Marcelo ajudou a iluminar para que os chilenos, que também pararam para socorrer a família, pudessem entender como utilizar a ferramenta e, assim, tirar o estepe.

Trocado o pneu, a pedido da Laura, seguimos os quatro carros de brasileiros até atravessar a fronteira e sair do Chile; nós fomos na frente, pois conhecíamos melhor as estradas chilenas.

Fiquei sabendo que as filhas do Amir Klink também já são pequenas escritoras: escreveram o livro “Férias na Antártida”.

19h45 – Chegamos na aduana chilena, que estava bem tranquila e, em seguida, à aduana argentina, também com pouco movimento.

        Na aduana argentina, pedimos algumas informações e o policial acabou me dando um guia da Argentina, que foi bastante útil, por sinal.

Como já estava tarde e todos bem cansados, o Marcelo sugeriu que parássemos todos para pernoitar na próxima cidade, 28 de noviembre. Eles, porém, acharam melhor apenas tentar arrumar o pneu e seguir até Rio Gallegos, mesmo à noite, e reservaram um hotel pelo celular.

Já em 28 de Noviembre, acabaram não encontrando uma borracharia aberta. Seguiriam assim mesmo para Rio Gallegos. Despedimo-nos dos “Klink” e seus amigos, e fomos atrás de hotel para nós. Tínhamos passado um dia bem difícil e o que mais queríamos no momento era um bom banho, dormir bem e desfrutar da nossa liberdade.

20h40 – Conseguimos um hotelzinho bem no jeito. Ficamos hospedados no Hotel Posada Las Lengas, na Liberdad 468, 28 de Noviembre. TEL.: 0290-2482373. A diária do hotel, quarto de casal, era PA 270,00. O dono aceitou pesos chilenos como pagamento, usando a conversão oficial, ou seja, 1 PA = 124 PC. Arredondada a conta, com desconto, saiu a PC 30.000,00.

O hotel era muito bom. Cheirava à limpeza, tinha wifi, fregobar, TV, secador de cabelos.

No andar de baixo do hotel funciona um restaurante. Não precisaríamos sair para jantar. Depois de um bom banho, descemos para comer algo. Aproveitamos para pedir um vinho e comemorar nossa liberdade: pedimos um vinho argentino chamado Los Àrboles (Malbec). A comida demorou muito a chegar, mas veio fresquinha e ficou boa.

Conversando com o Alberto, dono do hotel, descobrimos que ele costuma pescar salmão em Torres Del Paine. Mostrou-nos, inclusive, as fotos e os peixes grandes que lá pegou. Ele costuma levar grupos de turistas até Torres Del Paine, inclusive com passeio de barco pelo Lago Grey, com rafting e tracking para quem queira. Eles nos deu um panfleto com sua propaganda. Para quem interessar, é só ver pelo site www.posadalaslengas.com.ar.

        Tivemos um tranquila noite de sono merecida.

 

16/01/2011 (domingo) -  28 de Noviembre/AR a San Julian/AR                             FOT0S -16-01-11

 

         Despedimo-nos do Alberto e do Ezequias (trabalha no hotel, adora música brasileira sertaneja e está namorando uma brasileira). Tivemos um excelente atendimento.

        O Alberto trocou para nós alguns pesos chilenos por pesos argentinos.

        Perguntamos a ele o porquê do nome da cidade ser “28 de noviembre”. Disse que foi o dia em que a primeira família da região que ali se instalou começou a plantar (dia 28 de novembro).

        O percurso até a cidadezinha chamada La Esperanza seria de 141 quilômetros. O Roberto ficaria por lá, pegaria um ônibus ou uma carona e seguiria para encontrar os amigos dele em El Calafate.

        Na estrada, paramos várias vezes para fotografas o campo com as montanhas ao longe e as flores típicas do lugar.

10h35 – Chegamos em La Esperanza. Ficamos com um aperto no peito em deixar o Roberto na cidade. Ele foi uma excelente companhia nos quatro dias que estivemos juntos desde Punta Arenas. Parece que nos conhecíamos há muito tempo e ele certamente nos faria falta! Trocamos e-mail e telefones. Prometemos entrar em contato quando voltássemos ao Brasil.

        Íamos abastecer, mas a cidade estava sem diesel. Ainda bem que nosso diesel ainda dava para rodar bastante, pois tínhamos meio tanque. Além disso, Rio Gallegos, cidade bem maior, ficava a 141 quilômetros dali.

10h55 – Eu e o Marcelo Seguimos nosso rumo, agora sozinhos, até San Julian.

12h5 – Perto de Comodoro Rivadavia, fomos parados por uma barreira policial. Havia uma fila. Não nos pediram documentos, apenas perguntaram de onde vínhamos e para onde estávamos indo e nos deixaram passar.

        Curiosidade: venta tanto na região que os cones e as placas da rodovia ficam enterradas ou cheia de pedras pesadas ao redor para que não voem. O tempo estava fechado e caía uma chuva fininha.

12h22 – Chegamos a Rio Gallegos e paramos para abastecer no mesmo posto YPF em que abastecemos na ida. Aquele que é próximo ao restaurante “Lo de Vicente”, onde comemos.

        Só que dessa vez, após abastecermos, comeríamos apenas sanduíches no posto mesmo. Ganharíamos tempo.

Preço do litro do diesel: PA 3,045; 55,82 litros; valor total:PA 170,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 582,9.

        Fizemos nosso lanche. Pedi um “mini lomo completo” (vem queijo, presunto, alface com tomate e carne). Já o Marcelo preferiu uma hamburguesa (hambúrguer, queijo, presunto, ovo, tomate e alface). Pedimos ainda um refrigerante da marca ser, sabor laranja e pêssego. Deu PA 24,00.

        O meu sanduíche, que levava o nome “mini”, veio maior que o do Marcelo. Acabei pedindo para dividir ao meio e levar o restante para viagem.

        Vimos no mapa que San Julian, nosso próximo destino, estava a 360 km de Rio Gallegos.

        Eu havia visto no guia que ganhei do guarda da aduana que em San Julian há uma ilha com pinguins magallanes, chamada Isla Cormorán, na qual se pode caminhar entre eles. Como não fizemos isso em Punta Arenas e não fomos ao Ushuaia, ambos os planos fracassados, seria uma excelente oportunidade de conhecer mais de perto esses encantadores bichinhos. Decidimos, então, que ficaríamos um dia a mais em San Julian para conferirmos de perto esse passeio.

13h45 – Ao deixarmos Rio Gallegos, mais uma vez fomos parados com a mesma pergunta sobre de onde estávamos vindo e para onde iríamos e nos deixaram passar. Deviam estar ainda atrás de algum infrator.

14h15 – Passamos por um trecho repleto de plantas rasteiras, a perder de vista, que tinham uma cor bem escura, como se tivessem queimadas. Poderia até ser, mas não sabíamos.

        Ao ultrapassarmos um caminhão, percebemos que na Argentina usam duas placas traseiras, cada uma em uma extremidade.

        Na pista que liga Rio Gallegos a Pedra Buena, há um trecho repleto de guanacos, o que mais uma vez faz com que tenhamos que redobrar a atenção na estrada.

15h40 – Passamos pela ponte que vai para Pedra Buena, construída sobre um rio largo.

        Paramos para abastecer no posto YPF e tomar um café. Pegamos uma fila considerável, o que não era bom sinal, pelo fato de ser domingo à tarde. Significava que nas cidades mais acima poderia também estar havendo problemas com abastecimento.

Preço do litro do diesel: PA 3,045; 16,42 litros; valor total:PA 50,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 229 km.

16h20 -  Após abastecermos, seguimos para San Julian. Na entrada da cidade vimos uma caixa d’agua, o que nos fez lembrar a nossa cidade, Taguatinga, que também tem uma.

17h40 – Chegamos em Puerto Julian. Ficamos hospedados no Hotel Florida, o primeiro que vimos. Estava frio, chovia bastante, estávamos loucos para descansar. O quarto era minúsculo, mas tinha uma cama boa, estava limpo e o preço em conta: PA 140,00 para o casal sem incluir o café da manhã, que custava PA 15,00 por pessoa.

        O Marcelo recebeu um e-mail do Marçal. Eles estavam bem. Depois de Rosario, voltariam para o Brasil. Ele também teve contato com o Ari. Disse que ele teria pagado uma propina de R$ 800,00 para um policial na Ruta 14. Que sacanagem! Aquela região não perdia essa fama!

 

17/01/2011 (segunda-feira) -  San Julian/AR                             FOT0S -17-01-11

 

9h – Tomamos o café da manhã no hotel. Não compensou termos pagado os PA 15,00 por pessoa. Só serviram torrada e uma xícara de chá ou café com leite. Vimos ao lado uma família de argentinos que apenas utilizaram a mesa e levaram o próprio lanche. Bem mais sortido por sinal!

        Era uma boa ideia. Passaríamos em uma padaria e faríamos o mesmo no dia seguinte.

9h40 – Fomos ao posto de informações turísticas, que um quiosque localizado na avenida principal da cidade, que é bem pequena. Pegamos alguns panfletos, mapas, e fomos até o porto, onde havia um posto de venda dos passeios de barco, Pinocho Excursiones, para a ilha dos pinguins.

        O dia amanhecera lindo, ensolarado, perfeito para um passeio desses. Acertamos um para o horário das 12h30, pois o anterior, das 10h30, já estava lotado. O passeio durava 1 hora e trinta minutos, ao preço de PA 150,00 por pessoa.

        Enquanto estávamos na orla, conhecemos uma simpática família belga: Verônica, Michel e Julia, que morou em Maringá, Paraná, por 4 meses. Ela fez um intercâmbio para aprender a falar Português, e fala muito bem por sinal! A Julia gostou tanto do Brasil que já voltou 3 vezes e quer voltar mais. Conheceu até Brasília.

Seus planos atuais são morar algum tempo também em Buenos Aires para aprender a falar bem Espanhol. A família mora na Holanda, e a Verônica organiza passeios para a Tanzânia (safári na África. Que sonho!)

Fomos a um centro de artesanatos, que, na realidade, é pequeno e tem uma lojinha. Há poucos objetos para vender, mas acabamos encontrando algumas lembrancinhas simpáticas para levarmos para o Brasil, como canequinhas e porta trecos estampados com pintura rupestre, porta panela de ferradura, etc.

11h30 – Almoçamos em uma Rotiseria de nome Restaurant/Rotiseria El Capon Patagonico. V. Sarsfield esq/Mitre. Comida gostosa mesmo! Pedimos uma milanesa de pescado (um prato para dois). PA 30,00. É curiosa a forma com que trazem o limão. Este não vem em forma de fruta, mas como suco (100% expremido), industrializado, em uma garrafinha que é comprada nos mercados.

12h35 – Deixamos o porto e seguimos pela Bahía San Julián para o nosso passeio de barco, em companhia, além de outros turistas, da nossa guia Marilla e do Fernando, nosso capitão. Estavam previstas duas paradas: uma na Isla Justicia e a outra na Isla Cormorón.

        Vimos às margens da Bahía, marcado por uma cruz, o ponto onde foi realizada a 1.ª missa de quando Magalhães chegou.

        Mais adiante, vimos pequenos golfinhos preto e branco aparecendo e desaparecendo na água, lembrando mini baleias. São lindos, mas não consegui fotografá-los, por serem rápidos. Esses golfinhos são conhecidos por toninas overas e vivem na costa da região patagônica.

13h05 - Passamos por cormorones e pinguins até chegarmos próximos à Isla de los pájaros ou Isla Justicia. É conhecida por este último nome por ser o local onde se acreditava fazer justiça, diga-se, com as próprias mãos. Lá, dois capitães líderes de um motín contra Fernando de Magalhães foram executados, em 1520. Além desses dois, a ilha também foi palco da decapitação de um outro capitão, dessa vez liderada por um corsário inglês, chamado Francis Drake, em 1578.

        Explicações fúnebres à parte, a ilha é bonita e repleta de pássaros de variadas espécies: gaivotas, ostreros, skeías e outros; além, é claro, dos cormorones (os cormorones imperiais são idênticos aos pinguins, com a diferença que estes não voam).

Falando em voar, a nossa guia Marilla nos disse que antigamente era permitido descer à ilha. Todavia, com a frequente visita dos turistas, os pássaros acabaram migrando de lá. Só com a proibição de se descer até a ilha é que os bichinhos voltaram para a região e agora vivem livremente, podendo ser avistados a uma pequena distância. Isso não ocorreu com a Isla cormorón (a dos pinguins) porque estes não voam e pudemos andar entre eles, nossa próxima parada.

Só a caminhada pela Isla cormorón já valeria o passeio que pagamos. Lá vive uma população de mais de 120 pinguins da espécie Magalhães. Mas eles não vivem constantemente na ilha. A Marilla nos explicou que começam a chegar em setembro. Primeiramente os machos, depois as fêmeas. Lá permanecem até meados de abril.

É impressionante andar entre esses charmosos ícones patagônicos. Não se pode tocá-los, porque mordem. Porém, dá para chegar bem pertinho e tirar boas fotos de recordação. Ao perceberem uma aproximação demasiada, para se defenderem, começam a balançar de um lado para o outro, sentindo-se ameaçados.

Tivemos uma verdadeira aula sobre a reprodução e os costumes dessas simpáticas aves; sim, são consideradas aves apesar de não voarem. Mas são excelentes nadadores, chegando a atingir uma velocidade de 40km/h.

Os filhotes possuem uma coloração meio marrom e a penugem bem fininha. As mamães pinguins colocam apenas dois ovos por vez. Pudemos checar de perto os ninhos, mas, claro, sob a vigilância atenta da cuidadosa mamãe, que faz um verdadeiro exercício para subir o barranco deslizante carregando comida para alimentar seus filhotes. Que lição de vida!

Depois do passeio, por volta das 14h20, andamos um pouco pela orla para tirar umas fotos e filmar a tranquila cidade. Após, retornamos ao hotel para descansarmos um pouquinho.

17h – Passamos em um supermercado para comprar umas frutas e fomos fazer o circuito turístico costero de San Julián, dessa vez de carro.

        A entrada é próxima a um posto de gasolina (a fila estava imensa) e perto de um pequeno lago, virando à direita em uma estrada de terra. Há uma placa apontando a direção.

        A paisagem pela costaneira é bonita e bem desértica. Raramente cruzamos com algum carro. Na estrada de terra, existem placas com indicação da entrada para os pontos principais do circuito.

Há um ponto panorâmico de onde se vê toda a praia, que é bem bonito.

Quase já no final do percurso (estávamos levando o mapa que havíamos ganhado no centro de turismo), chega-se à lobería. Só que o lugar onde se deveria avistar lobos marinhos tinha uma placa avisando para não se aproximar. Pelo que vimos, era à beira de um barranco que, pelo jeito, estava quase caindo. Uma outra família, de argentinos, que encontramos por lá deu meia volta e foi embora.

O Marcelo, mais persistente, seguiu pela encosta um pouco mais adiante e acabou encontrando um outro ponto para avistar os lobos, mas não menos perigoso. Ficava do alto de um barranco também. Silenciosamente e com muito cuidado, um de cada vez, e de mãos dadas, se aproximou da borda do barranco para uma pequena espiada. O Marcelo esticou o braço e conseguiu uma bela foto da imensa família de lobos descansando sobre as grandes rochas da encosta, ao sabor das ondas geladas que se quebravam nas pedras.

19h40 – Voltamos pela Ruta 3 para  San Julián. Não havia mais gasolina na cidade. Ainda bem que queríamos diesel e este tinha. Disseram para nós que o problema era apenas de Comodoro Rivadavia para baixo. Não pensávamos assim, pois vimos o mesmo problema em Rosario, que fica mais ao norte.

 Preço do litro do diesel: PA 3,045; 19,70 litros; valor total:PA 60,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 187 km.

20h30 – Fomos jantar no El Capon Patagônico, o mesmo lugar onde almoçamos. Lá servem cordeiro e capon (uma ovelha maior). Comemos asado de vacuno, pedimos como acompanhamento papas naturales (batatas cozidas) e ainda duas latas de mirinda. A conta saiu a PA 58,30.

        O Marcelo havia mandado e-mail para o Roberto para saber se ele havia chegado bem em El Calafate. Ele disse que não conseguiu carona, mas pegou um ônibus que vinha de Bariloche e seguia para El Calafate. Ele pegou amizade com um hóspede onde ele estava e foi convidado para pegar um trecho da Carretera Austral até Bariloche.

Depois de um dia bastante proveitoso, voltamos para o hotel para nos prepararmos para o dia seguinte, pois seguiríamos para Trelew.Esta cidade sim já estava inclusa em nosso roteiro inicial, pois queríamos conhecer o museu arqueológico daquela cidade (MEF).

Antes de dormirmos, tentamos falar com nossos filhotes pelo computador, mas a ligação não estava boa e caiu muitas vezes.

  

18/01/2011 (terça-feira) -  San Julian/AR a Trelew/AR                             FOT0S -18-01-11

 

7h30 – Tomamos o nosso café da manhã no hotel. Dessa vez, preparamos nosso próprio lanche com as coisas que havíamos comprado na padaria. O dono do hotel foi até simpático e encheu nossa garrafa térmica com água fervendo para levarmos para a viagem. É sempre bom ter água quente para preparar um chazinho ou nescafé para matar o frio.

        Deixamos San Julián com a notícia de que o paro chileno finalmente chegou ao fim em Punta Arenas. Ainda bem que tínhamos conseguido sair antes, pois já estávamos 3 dias longe de lá!

8h15 – Mais uma vez passamos por muitos guanacos às margens da rodovia.

8h55 – Paramos para um café. O Marcelo comprou um CD de “músicas regionales”. Até que é bonito.

        Começou a ventar bem forte.

11h55 -  Fomos parados para apresentar documentos do carro e passaportes. Vimos outros brasileiros parados fazendo o mesmo.

12h15 – Paramos para abastecer em Villa Rada Tilly.

Preço do litro do diesel: PA 3,045; 19,70 litros; valor total:PA 160,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 422 km.

        Íamos almoçar por lá também, mas só tinha sanduíche frio. Decidimos seguir mais um pouquinho e procurar outro lugar para comer.

12h45 – Paramos em um posto YPF em Comodoro Rivadavia. Comemos algo que “desceu como uma luva”: Raviolli com molho de frango, quentinho, feito na hora. Dividimos um prato. PA 29,00. Aproveitamos para levar empanadas de carne e frango para o lanche da tarde PA 9,00.

        Nas lanchonetes, percebemos que sempre tem limão. Ou em garrafinha, como vimos em San Julián, ou em sachês.

13h40 – Depois de Comodoro Rivadavia, já começamos a sentir a temperatura mais quente, na faixa dos 25º. O vento também já não estava tão gelado. A média que havíamos pegado até então era de 10º.

15h20 – Paramos para um café no Posto YPF. Isso é essencial, pois o trecho que sobe depois de Comodoro Rivadavia é bem cansativo e não há postos de gasolina.

        No posto, encontramos 3 motoqueiros de Santa Catarina. Também não conseguiram descer até o Ushuaia devido ao paro chileno. Conversamos um pouco com eles e seguimos viagem.

15h40 -  Pegamos muita chuva na estrada.

17h20 – Chegamos em Trelew. Fomos direto para o centro de informações turísticas, que fica na San Martín 171, em frente à Plaza Independência (uma bela praça arborizada).

        Pegamos um mapa da cidade. E a atenciosa atendente ligou para alguns hotéis para saber se havia vaga. Pegamos alguns endereços também e fomos vê-los. Não há muitas opções. Os mais em conta e melhores já estavam lotados.

        Vimos uns cinco hotéis, mas todos em ruins condições, carpetes velhos, quartos abafados. Outros não tinham estacionamento e o carro ficava na rua, que era bastante movimentada.

        Acabamos optando por um hotel mais afastado do tumulto, mas não tão longe, pois dava para ir a pé. Era mais caro que os outros, mas compensou com certeza. Boa localização, quarto amplo, carpetes novos, silencioso, limpo, wifi, TV, ar condicionado, secador de cabelos, café da manhã sortido.

Hotel Libertador. Rivadavia 31, (420220/4260026/427048). A diária saiu a PA 352,00 o quarto duplo mais PA 18,00, o que deu PA 370,00 por dia, mas, ao sairmos, ganhamos desconto por pagarmos em dinheiro e a diária saiu a PA 350,00.

        Na recepção do hotel, indicaram para nós um restaurante bem próximo de lá, virando à esquerda, na Av. Gales, 250, de nome El Viejo Molino. Fomos conferir.

20h30 – Chegamos ao restaurante. O lugar é uma gracinha: é uma antiga casa de farinha, de 1896, que foi reformada, mas mantendo a mesma aparência do antigo estabelecimento: tijolinhos aparentes e muito charme. Logo na entrada, há uma área de vidro de onde se vê o grande assador, com as labaredas ao redor.

        A comida estava boa, apesar de termos achado que faltou um pouquinho mais de sal (como é costume na Argentina). Dividimos um prato de frango (coxa com sobrecoxa) e uma porção de batatas cozidas. Tomamos para acompanhar um vinho da região, 385ml, de nome terrazas (uva merlot). Estava bom.

        A conta deu PA 98,00.

        De volta ao hotel, o Marcelo viu que tinha recebido um e-mail do Roberto. Ele confirmou que faria a Carretera Astral com o novo amigo. Com certeza gostaria!

        Quanto a nós, programávamos para o dia seguinte uma visita ao MEF (Museo Paleontológico Egídio Feruglio), na Av. Fontana, 140 (u9100gy0), Trelew-Chubut. Tel.: 02965-420012.

        A título de curiosidade, Trelew significa “pueblo de Luís”, ou seja, cidade de Lewis, em homenagem a Lewis Jones, seu fundador em 1865.

        Demos uma olhada nos mapas para ver a próxima cidade que dormiríamos após sairmos de Trelew. Pensamos em dormir em Bahia Blanca, depois de Cañuelas, que fica a cerca de 70 km de Buenos Aires. Estaríamos perto do porto para pegar o buquebus (barco que liga Buenos Aires/AR ao Uruguai). Talvez fosse uma boa opção.

        Falamos com nossos filhos em Brasília para matar a saudade e fomos dormir.

 

19/01/2011 (quarta-feira) -  Trelew/AR                             FOT0S -19-01-11

 

10h05 – Tomamos um excelente café da manhã no hotel (tinha até salada de frutas!). Depois, deixamos nossas roupas para serem lavadas no “quinta séc”, em um mercado do minishopping perto do hotel, e fomos direto ao MEF, que abre às 10h.

        A entrada custou PA 35,00 por pessoa.

        O museu não é muito grande, mas é excelente, principalmente depois que se descobre que ali estão expostas peças raríssimas. Há ossos autênticos de dinossauros, moluscos, ovos, tudo bem preservado, e uma grande diversidade de materiais encontrados na própria patagônia Argentina, cuja importância na pesquisa sobre a evolução dos dinossauros eu confesso sinceramente que desconhecia.

11h – No auditório do museu, assistimos a um documentário que mostra o resultado da pesquisa de vários cientistas para se “buscar” vestígios do 2º ciclo da evolução dos dinossauros, ou seja, encontrar o “elo perdido” entre o 1º e o 3º ciclo, para assim se compreender o porquê da grande diversidade que apareceu neste último ciclo, era dos grandes dinossauros.

        A grande dificuldade de se descobrir o que ocorreu no ciclo intermediário, segundo o documentário, é que daquele período não haviam sido encontrados muitos fósseis para que as pesquisas avançassem. Tudo o que se tinha eram meras suposições, “achismos”.

        Acreditava-se que a diversidade de “dinos”, tanto na quantidade quanto em tamanho, devia-se à sua extinção em massa. Essa era a primeira teoria.

        Já uma outra suposição era de que a grande evolução deveu-se às variadas circunstâncias climáticas enfrentadas por esses nossos antigos habitantes da era jurássica.

        Todavia, um acontecimento inusitado veio abalar essas teorias: pesquisadores em busca de urânio na região sul da patagônia argentina acabaram por encontrar fósseis de dinossauros, bem preservados, e, o mais importante de tudo: do 2º ciclo. Foram descobertos muitos exemplares, inclusive formações de até 45% da ossada de um dinossauro, o que é um grande percentual, tendo em vista que a maioria dos achados de outras regiões até então era apenas de ossos separados.

Foi encontrada no local também uma verdadeira gama de material biológico da antiga era: árvores, plantas, insetos, crustáceos diversos, enfim, tudo necessário para que as pesquisas avançassem de forma surpreendente.

        Devido aos achados patagônicos, os cientistas puderam comparar os fósseis encontrados no hemisfério sul com os achados no hemisfério norte, especialmente na região do México. Dessa comparação, descobriu-se que os ossos (dinossauros da mesma espécie) dos dois hemisférios eram diferentes, o que sugeria uma desigualdade derivada das próprias barreiras naturais surgidas com a separação dos continentes, há milhões de anos. Ou seja, a barreira formada pelo próprio Oceano Atlântico, o ecosistema diferenciado de cada hemisfério, entre outros, propiciaram diferentes evoluções para os dinossauros.

        O documentário, cuja duração é de cerca de 45 minutos, é imperdível. Depois dele, passamos a olhar diferentes olhos os fósseis daqueles grandes gigantes de 100 milhões de anos atrás.

11h50 – Quando saímos do auditório, logo ao lado, paramos no Feruglio Café, para fazermos um lanche. Pedimos uma milanesa com fritas para o Marcelo e um sanduíche de frango com queijo e tomate para mim, e também um refrigerante. A conta deu PA: 50,00.

        Andamos mais pelo museu. Tiramos muitas fotos, inclusive com o grande argentinossauro, encontrado na Argentina, nos anos 80, o maior herbívoro conhecido, com 40 metros de comprimento.

        Outro dinossauro famoso encontrado na Argentina, em 2006, é o Panplhabia protos, dinossauro onívoro (comia de tudo). Descobriram que suas mandíbulas eram adaptadas para se alimentar tanto de carne quanto de vegetais. Representa o elo perdido entre os carnívoros e os grandes herbívoros.  Media 1,5 metros de comprimento e 30 centímetros de altura. O nome Panplhabia protos veio do grego (panghagia, que significa “come de tudo” e protos que significa “o primeiro”).

        Assistimos a mais um filme no museu, dessa vez sobre a origem da vida no planeta terra. A projeção é rápida, dura apenas 10 minutos.

        Uma coisa bem interessante no MEF é que no próprio museu funciona o laboratório de pesquisas. Por uma parede de vidro, pode-se observar o trabalho incessante dos cientistas.

14h30 – Paramos na lojinha do museu para comprar algumas lembrancinhas. Há coisas interessantes para se levar: moletons infantis e camisetas com bordados de dinossauros, livros, agendas, brinquedos, canetas, mini dinossauros, enfim, vários itens que lembram os amiguinhos pré-históricos. Vimos uma réplica idêntica ao pequeno dinossauro que foi encontrado na região patagônica, mas o preço estava meio salgado: convertendo para reais, sairia por cerca de R$1.000,00. Quem sabe numa outra oportunidade!

16h- Já de volta ao centro da cidade, deixamos o carro no hotel e fomos andar. Fomos ao Café Balcarce. É uma franquia. Fica na Av. Rivadavia c/a 9 de Julio. Vimos vários produtos desta marca, como café, chá, doces, alfajor. Tomamos um chá e um chocolate quente com bolo de laranja. O chá e o chocolate estavam gostosos, mas o bolo não estava muito bom, é daqueles industriais, que já veem pronto, não é feito por eles.

        Andamos bastante nas lojas do centro da cidade. O Marcelo até aproveitou para cortar o cabelo.

19h30 – Fomos alertados para que não deixássemos nada dentro do carro, porque poderiam arrombá-lo e levar tudo. De qualquer forma, não temos mesmo o costume de deixar coisas que chamem a atenção dentro do carro, pois, afinal, é melhor evitar aborrecimentos futuros. Mais tarde, resolvemos ir de táxi ao shopping da cidade, que era novo. No pátio de alimentação, só funcionavam ainda dois estabelecimentos, e ambos vendiam apenas sanduíches.

Andamos por algumas lojas, inclusive um mercado que tem lá dentro. Comprei dois vasos para plantas bem diferentes.

Já na saída, íamos passar em uma loja da Havanna para levarmos alfajor (para nós é a marca de alfajor mais saboroso), mas já estava fechada.

Pegamos um táxi de volta para o hotel e fomos arrumar nossas coisas para deixarmos a cidade na manhã seguinte.

Mandei um e-mail desejando felicidades para minha cunhada e meu irmão, que se casaram nesse dia (foi o segundo casamento dele). Não pudemos estar presentes, mas tenho certeza de que serão muito felizes.

 

20/01/2011 (quinta-feira) -  Trelew/AR a Coronel do Rego/AR                             FOT0S -20-01-11

 

6h30 -  Fizemos um lanche reforçado no hotel. Tinha café, leite, salada de frutas, suco de laranja (expremido!), torradas, medialunas, torradas, cereais, presunto, queijo, etc.

7h55 – Paramos para abastecer o carro, ainda na cidade.

Preço do litro do diesel: PA 3,045; 39,745 litros; valor total:PA 121,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 398,80 km.

8h08 – Pegamos a Ruta 3 para Perto Madryn (55km).

        Fomos parados por policiais. Pediram a documentação do condutor, do veículo e o seguro carta verde. Comentamos com ele que o nosso compadre, há alguns dias, teve que pagar propina para uns policiais próximo à fronteira com o Brasil. Perguntamos a quem poderíamos recorrer nesses casos. Eles disseram que esse tipo de coisa é difícil acontecer no sul argentino, mas, infelizmente sabem que no norte pode acontecer. Eles mesmos tiveram que pagar propina quando foram ao Paraguai. Não há um número específico para reclamar, mas nos deram o número de telefone geral da polícia: 911.

        Enquanto falávamos com os policiais, fotografei uma flor bem diferente: amarela e tinha uns “espetinhos” vermelhos.

        O Marcelo percebeu que, desde a cidade, tinha um carro lilás atrás da gente. Poderia ser coincidência, mas, como brasileiro é desconfiado, usamos nossa estratégia que tem se mostrado infalível: mirei a máquina fotográfica para trás e tirei uma foto com flash. Logo, logo desgrudaram.

        Estão duplicando a pista que liga Trelew a Puerto Madryn.

8h25 – A vegetação na região é bem desértica, mas, incrivelmente, passamos por uma única árvore no sentido contrário ao nosso, às margens da pista. Vi que havia embaixo dela uma placa e o que estava escrito era bem cativante: na parte da frente, lia-se: “estoy sola”; na parte de trás: “cuidame”. Infelizmente, não deu para fotografar.

9h – Parada para banheiro no posto YPF. O Marcelo aproveitou para comprar 2 CDs: um do Marco Antonio, cantor chileno preferido dele, e um do Manah.

9h55 – Ficamos parados por um pequeno tempo, esperando liberarem a pista, pois estavam asfaltando um dos lados.

10h30 – Passamos por Sierra Grande. Vimos muita fila para os carros que abasteciam com gasolina. A escassez, pelo jeito, seguia. Não era apenas de Comodoro Rivadavia para baixo, como nos haviam dito.

12h – Parada para banheiro no posto Shell. Mas resolvemos abastecer e comermos algo no Posto YPF que fica logo do outro lado.

Preço do litro do diesel: PA 3,459; valor total: PA 100,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 314 km.

        Comemos um prato de nhoque dividido para os dois, PA 25,00. O Marcelo, assustado, descobriu que havia trazido por engano as chaves do nosso quarto do hotel de Trelew. Como não daria para voltarmos, o jeito seria enviá-la depois pelos correios.

        O asfalto pela RN 251 estava muito bom, além de termos economizado 70 quilômetros!

13h20 – Vimos dois salares.

14h25 – Paramos em um posto numa cidadezinha chamada Rio Colorado. É pequena, mas há alguns hotéis e até cabanas.

14h40 – Seguimos viagem. Na saída da cidade, há um tranquilo rio, bem bonito, que liga a província de Rio Negro a La Pampa.

15h20 – Vimos uma placa indicando que entramos na Província de Buenos Aires.

15h45 – Paramos por 5 minutos para esperar liberarem a pista. Estavam arrumando.

16h13 – Passamos por um lago azul bem bonito, com pássaros.

17h15 – Como estava muito cedo para pararmos e anoiteceria mais tarde, resolvemos não dormir em Bahia Blanca como havíamos planejado. Andaríamos por mais uns 100km até a próxima cidade.

        Bahia Blanca é uma cidade até grande. Passamos por vários cruzamentos de ferrovia e, depois da região industrial da cidade, seguimos por um trecho bem bonito, com plantações verdes ao redor e com energia eólica.

18h – Na própria Ruta 3, às margens da pista, ao lado de um posto de gasolina, vimos umas cabanas bem simpáticas. Paramos para conhecer,  perguntar o preço e, após checarmos tudo, resolvemos dormir por ali mesmo.

Chama-se Posada El Sharid, Fica em Coronel do Rego, Ruta 3, km 598. As cabanas são bem arrumadas. Tem ar condicionado, tv, som, internet, piso de cerâmica novinho. O preço é de PA 210,00 a cabana para o casal, com café da manhã servido no posto, às 8h30.

Tiramos algumas fotos no pequeno jardim.

Por volta das 21h, as cerca de 10 cabanas já estavam todas preenchidas.

Jantamos no restaurante do posto, que abriu às 21h. A comida estava boa.

Checamos alguns e-mails, ligamos para nossos filhotes e fomos dormir. Apesar do lugar ser próximo à rodovia, não houve barulho à noite e pudemos dormir tranquilamente.

 

21/01/2011 (sexta-feira) -  Coronel do Rego/AR a Buenos Aires/Ar                             FOT0S -21-01-11

 

8h30 – Tomamos no posto o já conhecido café argentino: chá, café puro ou café com leite e duas medialunas por pessoa.

        Seguimos viagem. A nossa próxima parada estava programada para ser em Cañuelas.

Abastecemos. Preço do litro do diesel: PA 3,459; 48,56 litros; valor total: PA 168,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 487 km. (o carro fez 10km/litro).

9h10 – Paramos em um quiosque ainda na região próxima a coronel do Rego. Descobrimos que ali é a rota do azeite e resolvemos levar o produto para conferir. Pagamos PA 12,00 a garrafa pequena do azeite artesanal. Levamos uma garrafinha para nós, uma para meu pai e uma para meu sogro. Ficamos arrependidos depois por não termos levado mais. O azeite estava uma delícia!

9h35 – Fotografamos um tatuzinho atravessando a pista. Que gracinha!

        Vimos muitas oliveiras às margens da estrada.

        O dia estava ensolarado, quente e ventava bastante.

9h48 – Atravessamos uma ponte sobre o Rio Quequen Salado e passamos ao lado de um belo campo de girassóis.

9h50 – Pagamos pedágio na Estação Três arroyos. PA: 2,20.

        Vimos uma placa dizendo que A. Gonzalez Chaves é a capital dos planadores (campeonato).

11h20 – Parada para banheiro.

12h25 – Paramos para almoçar em um Restaurante chamado 307, do outro lado do posto Shell, perto de uma cidade chamada Azul. A comida vem em pequena quantidade. Não dá para compartilhar. Pedimos frango assado (coxa e sobrecoxa) mais papas blancas (batatas cozidas). O prato custou PA 30,00, e a água saborizada hydra, Sierra de Los Padres (naranja), PA 5,00.

        Depois que já havíamos almoçado, vimos que em Azul há Posto YPF Full (servem sanduíches quentes).

        Vimos às margens da rodovia pessoas pedindo carona sempre com um papel indicando o destino que querem. Achei prático.

        * 767 é o número que se deve ligar em caso de emergência na rodovia.

13h37 – Pagamos pedágio (Peaje Azul). PA: 2,10.

14h30 -  Paramos por uns 15 minutos para tomar um cafezinho em um YPF Full em Las Flores. Estava cedo ainda. Conversamos e decidimos mudar de planos: tocaríamos até Buenos Aires. Ficamos sabendo que nessa época, após o ano novo, Buenos Aires fica vazia, pois muitos argentinos viajam para passar as férias na praia, principalmente em Mar Del Plata.

Além disso, como o dia seguinte seria sábado, conheceríamos o zoológico (disseram que é muito bom) e ainda andaríamos na avenida Florida. Seria também uma última oportunidade de comprarmos os alfajores Havanna.

Quanto ao domingo, era melhor passá-lo na estrada, para não encontrarmos pontos turísticos fechados ao pararmos em alguma cidade.

15h45 – Pegamos autopista (duplicada) a 42 quilômetros de Cañuelas. Vimos umas sinalizações de trânsito diferentes desenhadas na pista. Para um sinal desenhado na pista (^), significava que a velocidade máxima era de 60 km, em caso de neblina. Para esse mesmo sinal desenhado duplamente, um sobre o outro, a velocidade máxima era de 80 km.

16h05 – Pagamos pedágio. PA 2,80.

16h10 – A 67 km de Buenos Aires, acabou a autopista e a estrada ficou ruim.

16h15 – Vimos placas indicando que poderíamos seguir até Buenos Aires pela autopista (com pedágio) ou pela pista comum (sem pedágio). Optamos pela primeira, pois seria mais rápido.

16h45 – Pagamos pedágio (Cañuelas km 37,2). Custou PA 1,30. Para horários de pico, custa PA 1,70.

17h – Pagamos pedágio novamente. (Peaje Riccheri Y Av. San Martín): Pa 1,30.

17h08 – Pedágio. Pa 4,50.

17h25 – Mapeamos no GPS um estacionamento que ficava abaixo da Av. 9 de Julio, só para termos uma direção onde buscaríamos hotel. Mas ficamos sabendo que os estacionamentos daquela região fecham nos finais de semana. Procuramos, então, um outro que ficava acima da 9 de Julio, pois lá funcionava, como nos falaram. Nesse estacionamento, um rapaz chamado Patrício nos indicou um hotel muito bom.

. Hotel Concept, na Santiago Del Stero 180. Tel: 4383-3473. Os quartos são novos. Não possuem carpetes, o piso é de madeira. Há wifi, tv, som, ar condicionado, tudo digital. O preço do quarto para casal era PA 230,00, mas a Manuela deixou por PA 220,00.

        Agradecemos ao atencioso Patrício, o rapaz do estacionamento, pela indicação. Insistimos para dar-lhe uma gorjeta, mas ele não aceitou de jeito nenhum. O estacionamento do Patrício custava PA 52,00 por 12 horas e, como ele não era o dono, não poderia dar um desconto. Infelizmente sairia o dobro do preço do outro, perto do hotel, que havíamos visto (custava PA 42,00, o dia inteiro!).

Deixamos o carro, então, em um estacionamento na H. Yrigoyen 1360, Construcciones Jumalo S.A. Fone: 4383-1510; 15-3539-9439.  (falamos com o Roque Falcón, responsável pelo local). Vimos até outras garagens, contudo são baixas e só aquela coube nosso carro.

19h15 – Após deixarmos nossas coisas no hotel, saímos para comer algo. Fomos, por indicação da Manuela, à La Continental, na Av. de Mayo 1389.  Servem pizza assada na pedra e outros pratos, tais como massas e empanadas.

        O lugar, além de ser um charme, tem comida deliciosa. Não é à toa que estão há 50 anos no mercado! Eles têm outras lojas espalhadas pela cidade. Possuem também delivery: 4374-1444.

        Eu comi um espaghetti: PA 18,00 + salsa bolognesa PA 6,00 (na Argentina, eles costumam cobrar o molho separado do macarrão). O Marcelo pediu crepe la continental, PA 26,00 + água saborizada PA 9,50. Meu macarrão estava delicioso, mas o Marcelo não gostou muito do crepe, porque vem muito creme. É diferente do Brasil.

        Voltamos para o hotel.

 

22/01/2011 (sábado) -  Buenos Aires/Ar                             FOT0S -22-01-11

 

9h – Tomamos o nosso café com medialuna e torradas. Dessa vez vieram muitas e não apenas as duas tradicionais.

        Fomos andando até o Obelisco e tiramos algumas fotos. Vimos que a cidade estava vazia; pelo menos de argentinos, pois encontramos muito brasileiros, à pé, de ônibus, nas lojas e em vários pontos da cidade.

        Da Estação 9 de julho, tomamos o metrô até a Plaza Italia (linha verde “D”), para visitarmos o Zoológico de Buenos Aires (Av. Sarmiento y Av. Las Heras ). Fica logo em frente à Plaza Italia, assim que se sai do metrô. É aberto de terça-feira a domingo e nos feriados, das 10h às 18h.

10h – Chegamos ao zoo e compramos o passaporte Ahorro, PA 27,00 por pessoa, que é mais completo, pois dá direito a aquário, passeio de barco, reptilário, selva subtropical. Além dessas atrações, o zoológico oferece cinema 3D, lanchonetes, lojinha de souvenirs, biblioteca. Lá pode-se alugar carrinhos de bebê e até máquinas fotográficas.

        A primeira coisa que me chamou a atenção, logo na entrada, é o belo lago com flamencos. Outra coisa que percebi, logo demos os primeiros passos, é que os animais do zoológico podem ser alimentados com as comidas específicas vendidas em alguns pontos. A criançada adora isso!

        O espaço é bem grande (18 hectares), arborizado, bem cuidado e  organizado. Além dos animais típicos da região, tais como maras, pinguins, guanacos, há uma boa diversidade de animais. Alguns deles ficam soltos, como maras, patos e alguns de porte menor. Os outros, apesar do cercado, ficam próximos aos visitantes.

        Há no zoo belas construções antigas, porém preservadas, datadas do século XIX, que foram declaradas “monumentos históricos” por sua beleza. O zoo foi inaugurado em 1888, e é um dos mais antigos do continente americano.

        No aquário, vimos peixes de água doce, pinguins sendo alimentados e um tanque com espécies marítimas e pequenos tubarões.

11h30 – Vimos um espetáculo com lobos marinhos. O preço do ingresso é cobrado à parte, ao custo de PA 9,00 por pessoa. Horários: 13h, 14h, 15h, 16h, 17h e 18h15.

        O show tem a duração de apenas 15 minutos, mas é divertido.  O apresentador interage com a criançada, fazendo brincadeiras; e todos, adultos e crianças, acabam aprendendo um pouquinho mais sobre esses simpáticos bichinhos.

        Algo interessante que aprendi na pequena apresentação: lobos marinhos e focas são praticamente idênticos e eu, sinceramente, não sabia diferenciá-los. Mas agora sei que os lobos marinhos possuem pequenas orelhas e unhas (as focas não). Além disso,  lobos marinhos se apoiam nas quatro nadadeiras para andarem; já as focas se apoiam em apenas duas e arrastam a parte traseira do corpo.

        Depois dessas explicações, começa a apresentação de dois lobos marinhos ensinados, que fazem acrobacias e respondem questionamentos ao comando da adestradora, sob os aplausos de todos, por isso o nome do espetáculo “charla didáctica de lobos marinos”.

        Após o show, fomos ao reptilário. Vimos jacarés, cobras diversas, iguanas, etc.

        Andamos mais pelo zoológico e nos deparamos com urso polar, urso negro, tigres, inclusive tigre branco, capivaras e diversas aves. Há animais que nasceram no próprio zoo. Eles têm um projeto de conservação de alguns animais, tais como condor andino, jacaré santaferino, aves de rapina, tartaruga marinha e outros.

12h50 – Paramos para comer no McCain (uma espécie de concorrente do Mcdonalds). Pedimos um combo criolla+batata+refrigerante. Deu PA 30,00.

        Fomos à Selva Subtropical. Lá, pode-se ver várias espécies de borboletas em quadros de vidro e outros tipos de inseto. Há uma ponte em madeira para dar a sensação de que estamos atravessando a floresta amazônica, inclusive com uma queda d'agua. Estava muito quente lá dentro.

        Saímos de lá e fomos ver mais alguns animais. O zoo é tão grande que não deu tempo de fazer o passeio de barco.

        Fez muito calor. Os argentinos aproveitavam os espaços arborizados para fazerem um verdadeiro piquenique com as crianças.

        Em Buenos Aires, há outros zoológicos também bastante conhecidos, porém não tivemos oportunidade de conhecer, pois são mais distantes e precisaríamos ir de carro: o Temaiken, onde se tem um aquário excelente, e o Zoo de Luján, onde as pessoas podem se interagir com os animais (fica no km 58, acesso oeste, em Luján).

15h35 – Saímos do zoológico e, de volta ao metrô, pegamos o que seguia para a estação 9 de Julio (linha verde “D”). Descemos lá e pegamos outro metrô (linha azul “C”) para irmos até a Avenida de Mayo.

        No hotel, tomamos um bom banho para refrescar e fizemos um rápido descanso.

        Vimos um panfleto que indicava a existência de um free shop. Decidimos ir até lá. Pegamos o metrô (linha “C”) e descemos na estação San Martin. O local é, na realidade, um ponto de venda de roupas de marca, tais como Lacoste, Lancôme, Puma e outros. Como eu e o Marcelo não curtimos muito essa história de “marcas”, vimos que não era a nossa praia.

        Resolvemos ir, então, para a Florida (essa sim eu gosto!). Há show de tango na rua, apresentação de músicos, bonecos de cera, etc. Lá você encontra desde uma simples lembrancinha até um presente mais sofisticado, como produtos em couro.

        Os camelôs também vendem uns produtos interessantes. Comprei até um símbolo inca, que eu gosto muito, para pendurar na parede (é a Tumi, faca inca em formato de homem usada nos rituais religiosos. também é conhecida por Ñyalamp. Segundo os peruanos, pendurá-la na parede significa boa sorte. A minha já está na parede!). A mulher que me vendeu é uma peruana, que está morando na Argentina, mas trouxe seus produtos para oferecer na Florida.

        Entramos um pouco nas Galerias Pacífico (fica na altura da Florida com a Córdoba). O lugar é belíssimo. Foi lá que, finalmente, consegui comprar meus alfajores. A caixa com 24 estava saindo a PA 96,00. O mais gostoso que eu acho é o de nozes com chocolate.

        Comemos uma pizza na Casa Vecchio, dentro ainda da galeria. Começaram com a Cantina Spadavecchia nos anos 30, que era especializada em cozinha italiana e se localizava no Bairro La Boca. Até o Pelé já frequentou o lugar, como comprova uma foto antiga orgulhosamente pendurada no estabelecimento. Na década de 90 inauguraram a Casa Vecchia e a Postavecchia Parrilla, com franquias espalhadas por Buenos Aires. A pizza estava deliciosa!

        Continuamos pela Florida, já eram 20h30 (as lojas fecham no domingo às 20h), mas a avenida ainda estava a todo vapor. Seguimos até a Av. de Mayo, atravessamos a 9 de Julio e continuamos na Av. de Mayo (na parte de cima), até o nosso hotel. Como andamos naquele dia! Mas compensou cada sola de sapato gasta!

 

23/01/2011 (domingo) -  Buenos Aires/Ar a Chuí/Brasil                             FOT0S -23-01-11

 

7h50 – Deixamos o hotel.

Abastecemos. Preço do litro do diesel: PA 4,449; 59,32 litros; valor total: PA 267,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 596 km.

8h30 – Chegamos ao porto de onde sai o Buquebus (navio que liga Buenos Aires ao Uruguai). Tem um que sai para Montevidéu (horários mais escassos. O trajeto de barco é maior, mas economiza-se um bom pedaço de estrada) e outro que vai para Colônia del Sacramiento.

        Na hora de comprarmos a passagem, pegamos a fila errada, o que gerou um tremendo estresse para nós, pois queríamos pegar o buquebus das 9h30 (para Colônia, pois não tinha horário direto para Montevidéu). Pagamos pelas duas passagens para Colônia mais o transporte do carro o valor de PA 704,00.

Trâmites: 1- O carro é deixado primeiro na área de baixo do porto, pronto para embarcar no navio; 2- compram-se as passagens nos cajás; (deve-se preencher uma papelada que eles dão); 3- Deve-se subir umas escadas e pegar a fila da imigração (outros papéis são preenchidos).

 Como nossa fila da imigração demorou demais, já havia segurança perguntando quem era o dono do carro, fez a descrição, que estava lá embaixo na entrada do navio (éramos nós!).

        Corremos, literalmente falando. O Marcelo para colocar o carro para dentro; eu para entrar no navio pela parte de cima, pois só um condutor guarda o carro.

        Enfim, tudo deu certo e embarcamos no horário. Não sei porque, mas acabaram nos colocando na primeira classe sem que tivéssemos pedido, o que não faz diferença, pois o navio inteiro é confortável, como um avião!

        Os preços do navio são salgados: pagamos PA 30,00 em um sanduíche de frango, tipo baguete.

        Há um free shop no Buquebus. Aceitam pesos argentinos e dólares e há produtos cujo preço cobrado realmente compensa. Compramos perfumes de presente, chocolate suíço e maquiagem a bons preços.

        Seriam 3 horas de Buenos Aires até Colônia, o que daria para descansar bastante. O horário previsto para chegada era 13h30, horário local (ou 12h30, horário de Buenos Aires).

13h30 (horário uruguaio) – aportamos em Colonia del Sacramiento. Quando estávamos para sair do estacionamento do navio, já dentro do carro, vimos um motohome com o nome  “Caramujo II”. Este mundo realmente é pequeno! Há 4 anos, na nossa Expedição Ushuaia, havíamos conhecido o “Caramujo I”. O pessoal é de Santa Catarina. Perguntamos se eram as mesmas pessoas e eles confirmaram que são da mesma família.        

Assim que se sai do Buquebus, deve-se passar pela vistoria, ainda no estacionamento do porto. Eles também observam se estamos entrando com frutas, carnes ou queijos. Há um quiosque de câmbio ali também. O Marcelo trocou um pouco de pesos argentinos por pesos uruguaios.

13h50 – Passamos no Colonia Shopping, que fica bem perto da saída do Buquebus. Logo na entrada do shopping, há uma casa de câmbio. Fizemos nova troca. Trocamos pesos chilenos por reais (1 Real = 295 pesos chilenos). Trocamos também pesos argentinos para pesos uruguaios, mas acabamos não anotando o valor da cotação.

Almoçamos no mesmo único lugar do shopping que serve almoço (igual há dois anos). O bom é que no shopping tem um mercado e pudemos comprar algumas frutas e pães para a viagem.

De Colônia até o Chuí (pretendíamos dormir já no Brasil) seriam mais 505 quilômetros.

15h20 – Pegamos a estrada mais uma vez.

15h40 – Entramos em um trecho com pista duplicada e asfalto muito bom, agora a viagem renderia!

15h40 – Acabou a alegria da pista duplicada. Pelo menos era domingo e a estrada estava tranquila.

15h45 – Voltou a alegria: pista duplicada! E dessa vez seria por um bom tempo...

16h05 – Pagamos nosso primeiro pedágio uruguaio. PU 50,00.

16h35 – Paramos em um Posto Ancap para lavar o parabrisa do carro. Lá havia mastros contendo bandeiras do Brasil, do Uruguai e da Argentina. Que saudade da nossa bandeira!

Comprei água no minimercado e uma senhora, educadíssima, se ofereceu para trocar a água por uma mais geladinha, pois aquela garrafinha eles haviam acabado de colocar na geladeira e o tempo estava muito quente, 34º.

Assim que chegamos ao posto, vimos no pequeno jardim uma planta que dá umas flores (lembram um buquê) nas tonalidades azul e também branca, que parecem ser bem apreciadas no Uruguai, pois havíamos visto em vários jardins. O Marcelo adora essa planta.

Fomos falar com a simpática senhora que havia me atendido no mercadinho. Ela, prontamente e com um sorriso nos lábios, foi até o jardim conosco e disse que são agapantos. Colheu umas sementes e deu ao Marcelo. Foi bastante cuidadosa ao ensinar como cultivá-las, inclusive tendo ensinado que a época certa de plantá-las é no inverno, pois vai crescer e florescer em dezembro. As sementes precisam secar.

17h10 – Pagamos pedágio, PU 50,00, e passamos por uma bonita ponte.

18h08 – Pedágio novamente, PU 50,00.

18h35 – Após passarmos por uma ponte com vários banhistas, jet ski, etc, deve ser o “point” da cidade, pagamos mais um pedágio de PU 50,00.

19h20 – paramos para fotografar o que passei a chamar “rolinhos” . São rolos de feno (ou trigo, não sei), secos, que ficam nos pastos. E bastante comum vê-los no Uruguai. São lindos! Especialmente quando o sol está quase se pondo, pois pegam uma tonalidade dourada.

19h30 – pagamos pedágio no Peaje Garzon. PA 50,00.

20h10 – Paramos para um lanche em uma cidadezinha chamada Rocha. É bom parar, pois o caminho é desértico. Passamos por pouquíssimas cidades no caminho até o Chuí. A região parece ser mais rural.

O Marcelo bateu papo com uns argentinos que lá estavam. São donos de hotel em Buenos Aires e cabanas na beira da praia do Chuy. Chegaram a dar o telefone das cabanas, caso precisássemos encontrar um lugar para dormir, pois chegaríamos tarde.

De volta à estrada, passamos, já ao anoitecer, por uma região repleta de palmeiras. Aliás, se fôssemos definir o Uruguai de uma forma geral, por onde passamos, diríamos que é a terra dos “rolinhos” dourados, dos agapantos e das palmeiras.

9h30 – Chegamos ao Chuy e fomos procurar por hotéis no GPS. Acabamos vendo alguns, mas resolvemos ficar no Turis Firper Hotel, já do lado brasileiro. Endereço: Av. Samuel Priliac, 629. Tel: (53) 3265-1398. www.firperhotelchui.com. A diária para o casal sai a R$ 150,00, com café da manhã. Fica a 300m da fronteira. Possui apartamentos com frigobar, ar-condicionado, TV, Wifi, garagem fechada e recepção 24h.

 

24/01/2011 (segunda-feira) Chuí/Brasil a Gramado                             FOT0S -24-01-11

 

9h – Tomamos um excelente café da manhã com frutas, sucos, pães e bolos, aquele café tipicamente brasileiro, e fomos até a recepção encerra a nossa conta para andarmos um pouquinho pelas lojas.

        O pessoal do hotel foi bem simpático. Disse que, caso quiséssemos, poderíamos deixar o carro no estacionamento para fazermos nossas compras com tranquilidade. Descemos com nossas bagagens, então, e as deixamos no carro, que fica em um estacionamento fechado, do próprio hotel.

        Aconteceu um fato engraçado: havíamos escondido 100 dólares em uma fresta do painel do carro para alguma emergência. Acontece que o Marcelo foi tirar esta nota para gastarmos no free shop e, em vez de tirá-la, acabou por empurrá-la ainda mais para dentro do painel! Foi o maior sufoco pegarmos esse dinheiro! Isso é que eu chamo de dinheirinho literalmente suado!

       Fomos a pé até a avenida central, que tem lojas do Chuy uruguaio de um lado e do Chuí brasileiro do outro. No lado brasileiro há poucas lojas e o movimento de pessoas é fraquíssimo. Fiquei sabendo por um vendedor uruguaio que é porque do lado brasileiro o preço dos impostos é mais salgado.

        Pela manhã, choveu um pouquinho, o que não atrapalhou em nada nosso passeio pela rua.

        Acabamos comprando muita coisa para gastarmos o restante dos pesos uruguaios que estavam conosco e aqueles 100 dólares. Havia uma boa diversidade de coisas para trazer e com preços realmente atrativos. Compramos perfumes, chaleira, pendrive, roupas, relógio de parede, cremes diversos, lembrancinhas, etc.

13h15 – O Marcelo pegou o carro e fomos almoçar na churrascaria Spetu’s, que fica do lado brasileiro. O preço do rodízio por pessoa saiu a R$36,00. A comida estava boa. Matamos a saudade do guaraná Antártica e, ao final, o cafezinho expresso foi por conta da casa.

Abastecemos. Preço do litro do diesel: R$  2,09; 49,15 litros; valor total: R$ 101,79; quilômetros rodados desde a última abastecida: 504,80 km.

Deixamos o Chuí e fomos parados na aduana. A policial brasileira apenas perguntou de onde estávamos vindo. Dissemos a ela que vínhamos do Chile, passando pela Argentina, pelo Uruguai e estávamos retornando para Brasília. Ela apenas deu uma olhada por alto na bagagem, sem pedir para abrir nada, e nos desejou uma boa viagem.

15h30 – Paramos para fotografar um lindo alagado. A região é muito bonita. Às margens da estrada há plantações de arroz verdinhas a perder de vista. Este nosso país é lindíssimo também! As diferentes nuances de verde da nossa mata é de encher os olhos e encantar a muitos!

16h05 – Passamos pela reserva Banhado do Taim. É outra região bem bonita e, pelo que pudemos perceber, é o recanto das capivaras!

17h10 – Pagamos o primeiro pedágio brasileiro da nossa volta, já perto de Pelotas, em Capão Seco. R$ 7,80 (que saudade da Argentina!)

17h45 – Pedágio (Cristal), sentido Porto Alegre. PA 7,80.

19h40 – Paramos para comprar sanduíches com ovo em um posto BR para seguirmos direto até Gramado. Levamos dois sanduíches, no capricho, feitos com ovo, presunto e queijo, no pão “cacetinho”, nome que eles dão ao pão tipo baguete, que lembra o pão francês grande.

        Passamos por um asfalto feito de borracha, que é uma pavimentação ecológica que está em teste em algumas rodovias brasileiras. Pareceu-nos muito bom, além de dar a entender que a durabilidade é maior!

        Passamos também por um trecho de acampamento indígena (3 quilômetros de extensão).

20h10 – Pagamos pedágio, a 27 km de Porto Alegre. R$ 6,00.

        Chegamos na ponte que dá uma visão geral de Porto Alegre. A vista que se tinha da cidade estava esplendorosa com o belo pôr-de-sol que fez.

21h05 – Pagamos pedágio em Nova Friburgo. R$ 7,20. Aproveitamos que o celular estava pegando sinal para dar um “alô” para a família.

21h35 – Parada para banheiro em um posto da BR, a 37 km de Gramado.

22h – Pedágio a 20 km de Gramado. R$ 7,20.

        Passamos um susto. O Marcelo quase atropelou um cachorro à noite na estrada. Ainda bem que o bichinho saiu ileso.

22h15 – Chegamos em Gramado e começamos a nossa busca por hotel. Logo no primeiro que perguntamos, ficamos sabendo que haveria uma feira de modas na cidade, no dia seguinte, voltada para lojistas, e que seria difícil encontrarmos vaga.

        No hotel em que perguntamos só havia vaga para aquela noite, mas nós pretendíamos ficar um dia a mais na cidade. Rodamos bastante atrás de hotel até que perguntamos no Laghetto, um hotel grande, bem na entrada da cidade. 

        Eles disseram que estava tudo lotado, mas tinham um apartamento bem pequeno no 6º andar (o hotel, na realidade só tem 5 andares, mas aproveitaram um espaço do 6º, espécie de sótão, para fazer uma minúscula suíte). Para nós estava perfeito! Era bem pequeno, mas estava arrumadinho e tinha, além do banheiro, frigobar, TV e um pequeno armário. Eles costumam cobrar R$ 225,00 a diária nos quartos maiores, mas a diária para o “cafofinho” saía a R$165,00.

        Além da janelinha privilegiada, poderíamos desfrutar de todo o conforto que o hotel oferecia, piscina, sauna, banheira de spa, sala de ginástica, sala de jogos, sala de brinquedo, etc. É claro que em dois dias não aproveitamos tudo isso, pois queríamos andar na cidade, mas se quiséssemos, estava à nossa disposição.

HOTEL LAGHETTO – Av. Borges de Medeiros, 1700, centro. Fone: (54) 3286-2666. WWW.laghetto.com.br.

        O hotel ganhou alguns pontos, em meio conceito, no que se refere à preservação ambiental: coletam água da chuva para lavar calçadas e molhar plantas; possuem sensores de presença nos corredores para reduzir o gasto de energia elétrica e reciclam latas e garrafas consumidas no hotel. Estão de parabéns pela iniciativa.

 

25/01/2011 (terça-feira) Gramado                             FOT0S -25-01-11

 

9h – Tomamos o nosso café da manhã no hotel. Maravilhoso! Tinha até chocolate quente meio amargo feito naquelas máquinas que ficam girando. Estava uma delícia!

        Fomos andar pela cidade. Estava linda, com os jardins bem floridos. É impressionante como a população de Gramado cuida de seus jardins, que, somados às belas construções em madeira, já são um espetáculo à parte na cidade.

        Até o banheiro público é coisa de outro mundo: melhor que muitos shoppings que havia visto!

        Compramos alguns artesanatos e almoçamos na própria avenida principal. Comemos em lugar simples, chamado “Boteco da Praça – Restaurante & Pizzaria”, na Parada 33, sala 07, centro. A partir das 11h30, eles servem um buffet de comida caseira. O preço por pessoa é R$ 15,90. Não há muita variedade, mas a comida é bem feita e estava bem gostoso o bife acebolado que peguei. À noite, servem pizza e tem música ao vivo para alegrar o ambiente. Têm também um serviço de tele-entrega: (54) 3286-5457 (não comemos a pizza para saber se é boa).

        Andando pelas ruas de Gramado, vimos que há muitos relógios nas ruas, nas portas das lojas, relógios bonitos e de diferentes modelos e tamanhos. Há até uma loja especializada em relógioss, onde inclusive pode-se achar o velho cuco para comprar.

        O estacionamento no centro é controlado por parquímetros, como nos Estados Unidos. Conforme o tempo que se vai ficar estacionado, deve-se colocar moedas no registrador.

        Por volta das 13h30 caiu uma forte chuva, mas logo parou.

14h30 – Voltamos para o hotel e passamos a tarde descansado. Começou a chover bastante e decidimos passar o resto do dia repondo as energias para a manhã seguinte pegarmos a estrada.

19h20 – Jantamos no centro, em um lugar chamado Tratoria del Corso, na Avenida Borges de Medeiros 2345. Ficamos em uma espécie de varandinha aberta, de onde se pode observar todo o movimento da avenida. Comemos um delicioso Fetuccini com tomate, champignon, manjericão, alho e berinjela. Para acompanhar, pedimos uma garrafinha de suco de uva tinto integral Tasca (delicioso!) e um vinho tinto seco da Casa Tannat Venturini, reserva 2008. Estava também gostoso, mas, nossa, como o vinho subiu! Não sei se era o teor de álcool que era alto ou se eu e o Marcelo não somos acostumados com bebidas alcoólicas. Acho mais provável esta última opção! Nossa conta saiu a R$ 13,20.

        Voltamos para o hotel. Aproveitamos para tirar fotos com nossos simpáticos recepcionistas para guardarmos de recordação: Fábio, Alferes e Moisés. Estavam sempre dispostos a nos ajudar no que fosse preciso. Excelentes profissionais!

        Soubemos, por um e-mail recebido do Marçal, que, devido às constantes chuvas, havia caído uma barreira em Santa Catarina, na BR 101, quilômetro 232, fazendo com que a pista ficasse interditada. Contudo, o problema já estava solucionado e o trânsito voltou a fluir no local a partir da noite de segunda-feira, 24 de janeiro. Ficaram também interrompidas, além da BR 101, a BR 280 e a BR 282.

  

26/01/2011 (quarta-feira) Gramado a Balneário Camboriú/SC                             FOT0S -26-01-11

 

8h – Fechamos a conta do hotel: R$ 333,00.

        Para nós, mais uma vez, Gramado deixará saudade. É a cidade sinônimo   de hortências, chocolates, relógios, jardins...e jardins.

Abastecemos. Preço do litro do diesel: R$ 2,169; 61,18 litros; valor total: R$   132,50; quilômetros rodados desde a última abastecida: 630,10 km.

         Demos uma voltinha a mais pelo centro da cidade, apenas para filmarmos um pouquinho dessa charmosa cidade.

8h55 – Pagamos pedágio depois de Canela, RS 235, km 53. R$ 7,20.

9h50 – Passamos por um túnel.

9h55 -  Passamos por outro túnel.

10h15 – Paramos para comprar milho cozido em uma das tendas que margeiam a rodovia. Que delícia!

10h35 – Parada para banheiro no Posto Maravilha.

11h10 – Passamos pelo cruzamento que vai para Torres e seguimos pela BR 101 rumo a Florianópolis. É mais uma região com muitas plantações de arroz.

        Vimos, ao longo da rodovia, o aspecto cultural dos moradores da região no que se refere à moradia. Mesmo as habitações mais humildes possuem um gramado verdinho ao seu redor. Os moradores gostam de manter um belo jardim, e o terreno é impecável no quesito limpeza. Não há nada jogado pelo quintal. Que exemplo esses sulistas dão a todos!

12h – Paramos para almoçar no Restaurante e Churrascaria Rizzoto, Porto Br, Maracajá/SC, ao lado de um posto de gasolina. Custou R$ 19,90 o quilo. A comida estava simples, mas boa. Apenas a banana empanada não estava com um gosto muito bom e acabamos por deixá-la no prato.

        Aproveitamos o posto para calibrarmos os pneus do carro.

12h25 – Seguimos viagem. Faltavam 271 quilômetros até Camboriú.

13h25 – Vimos às margens da rodovia placas indicando a venda de “suco de Butiá”. O que seria isso? Tem cara de seriguela. Em casa, vi pelas imagens na internet que são umas pequenas frutas amarelas, espécie de coquinhos, que nascem de determinadas palmeiras. São muito encontradas na região amazônica também.

        Pegamos muitos trechos de asfalto em reforma. Em sua maioria são bons trechos.

13h50 – Paramos em um posto de gasolina BR.

14h25 – Passamos por trecho engarrafado. Mas era em sentido contrário ao nosso. Tudo por causa de um fusca que quebrou e não foi retirado da estrada, ocasionando um congestionamento por mais de quatro quilômetros.

14h37 – Pagamos pedágio (autopista Litoral Sul S/A, Km 220. Palhoça). R$1,20.

        Vimos próximo ao Balneário São Miguel um lugar que vende traillers. Para quem gosta muito de viajar, é econômico e prático! Não sei se seria bom andar com ele nos grandes centros, especialmente na hora de procurar estacionamento. Acho que seria um problema nessas horas.

        O litoral catarinense é belíssimo.

15h15 – Pagamos pedágio. R$ 1,20 (km 159, em Porto Belo, cidade da fábrica da famosa cerâmica de mesmo nom).

15h20 – Pegamos congestionamento em Itapema, mas coisa de apenas uns 10 minutos. Era apenas devido a obras de reparação da rodovia.

15h40 – Chegamos ao Balneário Camboriú e fomos procurar por hotel.

        Procuramos em vários, pois, como ainda era cedo, dava para pesquisar um pouco mais. Os mais caros estavam na faixa de R$ 380,00 a diária para o casal e os mais baratos na faixa de R$ 250,00, porém lotados! Alguns sem Wifi e outros com estacionamento que não cabia nosso carro.

15h50 – Acabamos encontrando um hotelzinho no jeito. Garagem ao lado do hotel, coberta, e cabia nosso carro. Tinha internet, ar condicionado, o quarto não ficava em frente a uma avenida movimentada e tinha até uma pequena piscina.

O único defeito para mim é que tinha carpete no quarto. Mas tudo bem. Seria por pouco tempo. Além disso, eu tinha ganhado um spray aromatizador de ambientes, bem cheiroso, presenteado pela minha norinha Ingrid (feito por ela).

Hotel Gracher Praia. Av. Brasil. Esq. 3.300, n.º 262. Tel.: 3404-6300. Preço da diária para o casal: R$200,00.

19h20 – Após um bom banho, fomos andando pela Av. Brasil até o Atlântico Shopping, uma boa caminhada!

As ruas estavam lotadas de turistas e o clima estava bem quente.

Já no Shopping, jantamos comida chinesa no Restaurante Shian Yian. Eles possuem serviço de entrega: (47) 3360-0019. Preço do quilo: R$ 19,50.

        Comemos ainda uma deliciosa salada de frutas de sobremesa no Yogohappy (R$6,00 o pote pequeno, bem caprichado, com direito a 3 tipos de frutas e duas coberturas. Com sorvete o preço era R$7,00, podendo escolher dois tipos de sorvete e 3 tipos de frutas). Estava uma delícia!

        Voltamos pela orla, na Avenida Atlântica. Passamos por uma pequena feira de artesanatos, assim que deixamos o Shopping, e continuamos nossa caminhada até o hotel.

        Observamos que já eram 21h20 e a praia estava lotada de pessoas. Algumas estavam jogando futebol, outras curtindo um gostoso sambinha, que parecia já ser um ensaio para o carnaval que não tardaria a chegar.

Algumas pessoas levavam violão para tocarem na beira-mar com os amigos. Outras apenas gostavam de ficar sentadas nos bancos da calçada, observando o que se passava ao redor ou mesmo curtindo um bom bate-papo.

A noite estava quente, gostosa, e todos pareciam querer esticá-la ao máximo!

Chegamos ao hotel e fomos direto ligar para a família, minimizando um pouquinho a saudade que estávamos sentindo de todos. Então, fomos descansar para no outro dia curtirmos uma gostosa praia, pois calor pelo jeito não faltaria!

 

27/01/2011 (quinta-feira) Camboriú/SC                             FOT0S -27-01-11

 

8h – Depois de repormos nossas energias com um bom café da manhã, pegamos nossas coisas e saímos para a praia. Iríamos para Laranjeiras, que nos disseram que era a praia mais bonita de Camboriú.

Antes de sairmos, perguntamos no hotel a respeito de Bombinhas, pois tínhamos ouvido falar que também é boa, mas fomos informados que fica a 35km do Balneário Camboriú, não fazendo parte deste, e ônibus até lá é escasso. Como não queríamos tirar nosso carro da garagem (estava com o bagageiro carregado de coisas), resolvemos ficar por perto mesmo.

Em frente à porta do hotel, pegamos um ônibus, que eles chamam de “bondindinho”, que vai até o teleférico, ponto final.

É um ônibus bem colorido, com cara de “trenzinho”, que fica circulando na avenida Brasil e na Avenida Atlântica (beira-mar). A passagem custa R$ 2,75 por pessoa.

Quando chegamos ao ponto final, fomos tirar umas fotos antes de pegarmos o teleférico. Há um bonito braço que entra no mar, de onde se tem uma linda imagem de toda a litorânea de Camboriú. O lugar é lindo!

Compramos os nossos tíquetes para o teleférico a R$30,00 por pessoa, ida e volta. A visão que se tem do teleférico é espetacular!

Há uma parada no meio do trajeto. Dá para descer, sem pagar mais por essa parada, e conhecer o parque ambiental, onde se pode fazer uma pequena caminhada pela bela mata atlântica por cerca de 15 minutos, ou fazer arborismo ou ainda andar no “yahoo”. Os dois últimos, arborismo e “Yahoo”, são pagos, mas a caminhada é grátis.

Decidimos dar uma voltinha para testarmos o “Yahoo”. Custou R$25,00 o casal por uma volta. Aqueles que querem aproveitar mais podem pagar R$60,00 (casal) e brincar livremente sem limite de horário.

É uma espécie de trenó para duas pessoas, que desce em alta velocidade em meio à mata. Nós conferimos e realmente é uma delícia. Demos apenas uma voltinha, mas confesso que acabamos nos arrependendo de não termos pagado pelo horário livre. No início, eu estava com medo e, como a velocidade pode ser controlada no próprio trenó, eu pedi ao Marcelo para maneirar um pouco nas descidas. Assim que o veículo sai, uma foto nossa é tirada e oferecida na saída, juntamente com outras fotos do lugar, todas gravadas em um CD, ao preço de R$15,00. Eu saí com uma cara medonha! Mas, é tão gostosa a descida que logo o medo vai embora e fica a pura diversão!

Pegamos o teleférico novamente para continuarmos nossa descida até a praia de Laranjeiras. Para se ter acesso à praia, passamos por um largo calçadão em meio a diversas lojas de um lado e do outro, onde se pode comprar artigos de praia, artesanatos e lembrancinhas diversas.

Por sugestão de meus pais, que haviam estado lá cerca de um mês antes de nós, ficamos na barraca Quarta Estação. O lugar é bem arborizado, possui excelente infraestrutura, a comida é boa e fomos bem atendidos. Consumindo na barraca, pode-se usar cadeiras, sombreiro de praia e ganha-se tíquete para usar a ducha de água doce que fica no estacionamento.

Quando chegamos, era em torno de 10 horas da manhã e a praia ainda estava vazia. Mas logo lotou.

A praia é bonita, em forma de meia lua, com areia branquinha e a água estava, para os padrões da região sul do país, até quente! Mas eu veria no outro dia que nem sempre é quente assim.

Vimos um barco de madeira que lembra aqueles usados pelos piratas (parece aquele do filme “Piratas do Caribe”). Fomos informados, mas apenas no dia seguinte, que ele também faz o trajeto de Camboriú até a praia de Laranjeiras, e vice-versa, da mesma forma que o teleférico.  O mesmo preço é cobrado. Não andamos nele em nenhum dia, porém, achamos que poderíamos ter comprado só a ida de teleférico e a volta de “barco pirata” para conhecermos, se soubéssemos.

A praia é bastante movimentada. Há passeio de Jet ski, banana boat, enfim, muita diversão para todos.

Acabamos fazendo amizade com um casal que estava ao nosso lado na praia. São da cidade de Cacequi/RS e estavam tirando férias de 15 dias na cidade. Ela se chama Ângela, o marido Leonardo e uma filhinha de 5 anos, chamada Carolina.

Conversamos bastante. Foram uma ótima companhia até o final do dia. Trocamos e-mail, telefones e prometemos manter contato. O que torna nossas viagens mais agradáveis é justamente a oportunidade de conhecermos pessoas de diversos lugares!

Na água, conhecemos um outro casal: Gabriel e Marita (diminutivo carinhoso de Maria). Eles são da cidade de Junin, Argentina. É a mesma cidade em que, há 4 anos, paramos para arrumar o ar condicionado do nosso carro quando deu defeito. Anotaram o endereço do nosso sítio “Viajantes da Capital” e prometeram enviar e-mail.

Por volta das 16h30, saímos da praia. O tempo começou a ficar bem fechado. O pessoal do teleférico acabou apressando a volta de todos pois, se chovesse, o traslado de volta a Camboriú precisaria ser interrompido.

Já no ponto de ônibus para pegarmos o “Bondindinho” e retornarmos ao hotel, tivemos que aguardar em uma enorme fila. Isso aconteceu porque todos voltaram ao mesmo tempo da praia devido à ameaça de chuva, que acabou não acontecendo.

Já à noite, resolvemos jantar no próprio hotel. O preço era R$ 27,00 o quilo. A comida estava razoável, mas eu, particularmente, não gostei do tempero do Ravióli que eu tinha colocado. A comida estava meio adocicada, com sabor de erva doce, parecendo comida americana. Acabei trocando de prato com o Marcelo. A escolha dele tinha sido melhor!

20h30 – Andamos um pouco pela cidade. Entrei em uma loja chamada Havan para conhecer. Pelo jeito, é bem conhecida na região, pois estava cheia. Eu havia visto, na estrada, muitas placas com esse nome e não sabia com qual seguimento comercial trabalhavam. Vi que eram roupas e utilidades para casa. Os preços estavam bons.

 

28/01/2011 (sexta-feira) Camboriú/SC                             FOT0S -28-01-11

 

        Uma vez mais resolvemos ir de teleférico para a praia de Laranjeiras.

9h20 – Chegamos à praia e decidimos ficar na mesma barraca do dia anterior, Quarta Estação. Lá novamente estavam também o casal do Sul e o casal argentino que havíamos conhecido.

        A água, dessa vez, estava gelada. Ainda bem que estava fazendo um tempo muito quente, o que acabou tornando o banho de mar uma delícia!

        O Marcelo resolveu dar uma voltinha no banana boat. Eu preferi apenas ficar em terra firme registrando o evento. Quando comprou o passeio, foi que ele descobriu que o “pirata” fazia o mesmo percurso do teleférico. Mas era tarde, pois já havíamos comprado os tíquetes de ida e volta. O passeio no barco ficaria para uma próxima vez!

12h20 – Almoçamos na barraca. Pedimos uma porção de peixe (R$26,00) e outra de arroz à grega (R$9,90). A refeição deu tranquilamente para nós dois. Achamos o arroz à grega mais gostoso que o arroz branco que havíamos pedido no dia anterior.

15h – Com o céu límpido e o calor intenso, resolvemos voltar para o hotel e curtirmos um pouco a piscina. Pegamos, então, o teleférico de volta.

        A piscina estava uma delícia e vazia. Só tinha a Fernanda, uma jovem de 15 anos que estava passando férias com a mãe, e depois chegou a Bruna, outra jovem,   com quem ficamos conversando.

        À noite, pegamos um táxi e fomos ao Balneário Camboriú Shopping. Matamos a saudade de comer no Giraffa’s!

        Depois de darmos mais uma voltinha pelas lojas, voltamos para o hotel exaustos. Tentaríamos dormir, pois, a partir das 24h, começaria um show com a Cláudia Leite, no ponto final do “bondindinho”, e não sei se o som chegaria até o hotel de forma estridente, porque estávamos a apenas uma rua anterior à da praia. Acabamos dormindo bem. Apesar de conseguirmos escutar um pouco das músicas, o som não chegou a atrapalhar.

 

29/01/2011 (sábado) Camboriú/SC a São Joaquim da Barra/SP                             FOT0S -29-01-11

 

7h50 -  Fechamos nossa conta no hotel. Deu R$ 603,00.

        Perguntei, por curiosidade, o porquê do nome “Gracher”. Ele nos disse que a pronúncia era “graquer” e que é o sobrenome do dono do Hotel.

Abastecemos no Posto Ipiranga, já na BR 101, assim que deixamos Camboriú.

Preço do litro do diesel: R$ 1,97; 46,8 litros; valor total: R$ 92,50; quilômetros rodados desde a última abastecida: 525 km.

         Mal saímos da cidade e já pegamos uma chuva fininha.

8h30 – Pagamos pedágio (km79). R$ 1,20.

8h35 – Vimos um letreiro alertando para queda de barreira dali a 20 quilômetros.

8h43 -  Passamos pelo trecho assinalado. Ficava a uns 15 km de Joinville. Um pedaço da serra havia descido com lama e interditado uma das faixas da estrada. Trabalhadores estavam tentando desobstruir a passagem.

        A chuva fina continuava.

9h15 – Pedágio:R$ 1,20 (km1, BR101, Garuva).

        Passamos por um trecho bem bonito, em meio às Serras Catarinenses, com árvores floridas em tons branco e rosa. Um espetáculo!

9h48 – Pedágio: R$1,20 (km 637, BR 376, São José).

9h55 – Paramos para um café e o Marcelo aproveitou para comprar um aditivo para o diesel, pois o que colocamos na saída de Camboriú estava ruim, o carro ficou falhando.

10h35 – Pagamos pedágio na Regis Bittencourt, BR 116, km 57. R$ 1,70. Passamos por uma bela região com lagos próximo à rodovia. O carro continuou falhando.

11h08 – A 310 km de São Paulo, perto da divisa Paraná/São Paulo, passamos por outro ponto com queda de barreira. A pista não estava mais interditada e havia trabalhadores arrumando a estrada. O tempo já estava aberto, bem ensolarado.

11h25 – Pagamos pedágio: R$ 1,70 (BR 116, km 543, Regis Bitt.).

11h37 – Outro local em que houve deslizamentos e só uma faixa estava liberada. Mais à diante, vimos que um pedaço em uma das faixas do asfalto havia desmoronado.

11h55 – Paramos para banheiro e para comprar algum salgado até aguentar a parada para almoço, pois pretendíamos avançar um pouco mais na estrada.

12h10 – Pedágio: R$1,70 (BR 116, km485, Regis Bitt.).

12h25 – Paramos para almoçar no Posto Ipiranga, restaurante 4 irmãos. Pagamos R$ 16,00 por pessoa, com direito a sobremesa. A comida estava boa, mas só havia fritura na parte de carnes. Depois, já na saída, vi que servem comercial também, com bife. Poderia ter sido uma opção melhor.

13h05 – Pedágio: R$1,70 (BR 116, km426, Regis Bitt.).

13h47 – Pedágio: R$1,70 (BR 116, km370, Regis Bitt.).

        Logo depois, pegamos um trecho com mão única. No outro lado da pista também havia caído uma barreira, mas era próximo a um local onde há obras para duplicação, por isso deixaram para refazer o trecho juntamente com as obras.

14h – Um pequeno engarrafamento devido a obras. O tempo estava bem quente, mas no céu nuvens escuras ameaçavam pesadas chuvas pela frente. E choveu! Choveu muito mesmo!

14h15 – Dá-lhe chuva! E muitos caminhões na pista, de ambos os lados. Foi um trecho em que nossa viagem não rendeu. Além da chuva, era em meio às serras, mão única e o carro continuava falhando.

14h25 – A pista voltou a ser duplicada e a chuva resolveu dar uma trégua.

14h50 - Pedágio: R$1,70 (BR 116, km298, Regis Bitt.).

15h – Em São Paulo, pegamos a Rodoanel Mário Covas para sairmos para a Anhanguera.

15h18 – Saímos para a Rodovia Anhanguera.

        Pagamos pedágio de R$ 1,35 (Anhanguera Int. Norte, Praça 33).

15h20 – outro pedágio (praça 51, km 26n, SP 330). Dessa vez um pouquinho mais salgado: R$ 6,35.

        Voltou a chover.

15h37 – Saímos pela Av. Bandeirantes, SP 346.

15h50 – Passamos pelo Hopi Hari.

15h55 – Pedágio: R$ 6,35. (praça 23, Itupeva Norte).

16h05 – Saímos p/ AC/02 SP 330 (Anhanguera).

16h20 – Paramos para abastecer no Sherokee Gran Posto. O Marcelo aproveitou para utilizar o diesel do galão de 10 litros que havíamos levado de reserva.

Preço do litro do diesel: R$ 1,919; 52,122 litros (além dos 10L que colocamos do galão reserva); valor total: R$ 100,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 689 km.

        Resolvemos fazer um lanche na lanchonete desse mesmo posto. Não foi uma boa ideia. O pão de queijo que o Marcelo comprou estava estranho, com a massa pesada, como se fosse crua. E a coxinha que pedi também não estava boa. O refresco de uma que veio era em pó. Bem, o que salvou foi o suco de laranja, que, pelo menos, foi espremido na hora. O ideal era que tivéssemos encontrado algum posto da Rede Graal, mas não havia muitas opções nesse trecho da estrada.

        O Marcelo bateu papo com uma pessoa que vai se mudar para Recife. Ele havia visto os adesivos do nosso carro e começou a conversar. Disse que o sonho dele é fazer uma viagem de carro passando por todas as capitais brasileiras. Deve realmente ser bem interessante fazer isso. Espero que ele consiga realizar esse sonho e possa explorar cada pedacinho desse nosso grandioso Brasil, conhecendo mais a fundo a nossa diversidade cultural, de norte a sul, de leste a oeste. Boa sorte!

16h55 – Pedágio: R$ 5,60 (praça 71, km 118n, SP 330).

17h15 - Pedágio: R$ 4,25 (praça 81 - LA, km 152n, SP 330).

17h30 - Pedágio: R$ 5,30 (praça 04, km 181, Leme, SP 330).

17h50 - Pedágio: R$ 5,30 (km 215, Pirassununga, SP 330).

18h15 - Pedágio: R$ 5,10 (km 253, Santa Rita, SP 330).

18h30 - Pedágio: R$ 5,10 (km 281, São Simão, SP 330).

        Quantos pedágios tivemos que pagar em tão pouco tempo!

        Ao longo da Anhanguera a paisagem é espetacular: plantações verdinhas a perder de vista, de ambos os lados.

18h55 – Paramos em um posto da rede Graal, em Ribeirão Preto, no km 320. Comemos deliciosos sanduíches: X frango (R$ 7,60), X salada (R$ 7,30) e suco de laranja (R$ 3,50). Nota 10!

19h30 – Seguimos viagem.

19h37 – Tirei foto de uma bonita ponte na rodovia. O ideal seria parar para tirar uma foto com o pôr de sol ao fundo, mas não deu. Lembrei-me da ponte que há em Salta, Argentina, onde passa o “trem de las nubes”.

19h47 - Pedágio: R$ 7,70 (Sales Oliveira).

        Voltamos a pegar chuva na estrada.

20h05 – Chegamos em São Joaquim da Barra, já sem chuva.

        Pernoitamos no Hotel da Barra, fone: (016) 3818-0101, como nas duas outras expedições. A diária para duas pessoas com café da manhã, wifi, freegobar, tv e ar condicionado saiu a R$ 98,00. O lugar é simples, limpo e silencioso. A única desvantagem do hotel é que o estacionamento não cabe carros altos, mas sempre paramos em frente à recepção e há quem olhe o carro durante a noite.

        O hotel é bem fácil de ser encontrado. Assim que saímos da rodovia, entrando para São Joaquim da Barra, é só seguir em frente e pegar a primeira à direita, antes de entrar propriamente na cidade. O hotel possui dois andares e um letreiro verde que dá para avistar de longe.

 

30/01/2011 (domingo) São Joaquim da Barra/SP a Brasília (DF)                              FOT0S -30-01-11 CHEGADA-Lar Doce Lar

 

7h30 – Após um gostoso café da manhã (com direito a delicioso pão de queijo “quase mineiro”, pois estávamos pertinho de Minas), pegamos a SP 330 novamente.

7h50 – Pagamos nosso último pedágio da viagem. Fechou, literalmente, com chave de ouro: R$ 9,35 (Ituverava).

        Dali para frente, cada quilômetro percorrido nos levaria para mais perto de casa, dos filhos, da família. Uma coisa engraçada: parece que quando estamos mais próximos de casa é que a saudade aperta mais.

        Vimos na estrada uma placa indicando “Guará”. Brincamos dizendo que estava chegando em casa, pois também temos uma cidade-satélite de nome “Guará”, em Brasília. Mas o nosso “Guará” ainda estava bem distante...

        Vimos mais e mais plantações de cana de açúcar. A terra para o plantio é bem bonita, bem escura. É o tipo de terra em que, plantando, tudo cresce e dá bons frutos. É uma verdadeira riqueza!

        Para completar a bela paisagem ao redor, atravessou a estrada, de repente, diante de nós, uma ave pela qual eu tenho uma verdadeira paixão: um belo tucano, com suas asas pequenas contrastando com o seu maravilhoso bico amarelo exuberante. O seu voo espaçado é inconfundível! Ainda consegui, por sorte, bater uma foto dele.

8h17 – A 572 quilômetros de casa, paramos para fotografar uma placa indicando Brasília, a primeira que vimos.

8h20 – Atravessamos a ponte que separa os estados de São Paulo e Minas Gerais. Em Uberaba, vimos uma pista toda reformada, muito bem cuidada. Eles a batizaram Rodovia Chico Xavier. Prestaram uma homenagem, merecida por sinal, a um grande homem que soube, por meio de exemplos de amor e humildade, trazer conforto a muitos daquela região.

9h50 – Em Uberlândia, pegamos a entrada para Brasília. Estão construindo um viaduto e vão duplicar a pista. Vai ficar ótimo!

10h – Atravessamos a ponte sobre o Rio Araguari.

10h43 – Cruzamos a divisa entre Minas Gerais e Goiás, cada vez mais próximos de casa (BR 050).

10h55 – Tirei foto de uma árvore bem bonita, entre várias, que dá uns cachos de flor na cor branca.

11h08 – Paramos em Catalão, Posto JK, para abastecer. É outro lugar onde costumamos parar em nossas viagens por aquelas bandas.

Preço do litro do diesel: R$ 2,010; 44,78 litros; valor total: R$ 90,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 567,70 km.

        Aproveitamos para fazer um lanche. Comi pamonha (eh saudade!), e o Marcelo, coxinha. Compramos algumas coisas típicas da região: pimenta para minha mãe, jurubeba para meu sogro.

11h55 – Seguimos viagem.

        Em Catalão fizeram um Shopping. Sinal que a cidade está em progresso, o que é bom!

        Depois de Ipameri, percebemos que as margens da rodovia estavam bem cuidadas. O mato havia sido cortado para deixar à mostra as placas de trânsito.

        O carro continuou engasgando, e muito. O Marcelo começou a achar que não era problema com o aditivo, como ele pensava anteriormente. Ele viu que o problema era do filtro de combustível que não fora trocado na revisão em Punta Arenas.

13h20 – Paramos no Posto Ponte Alta, Pires do Rio, em frente a uma imensa plantação de milho. Do outro lado da pista há também um pequeno lago com buritis, onde sempre há muitos pássaros. É um lugar em que também costumamos parar em nossas viagens.

        Aproveitei para almoçar. O quilo da refeição.saiu a R$29,90. Preço salgado, mas a comida estava no capricho, típica comida goiana!

O Marcelo preferiu ficar tentando dar uma olhada no carro para ver se descobria o motivo das falhas e comeu apenas um salgado com suco.

13h50 – Seguimos. Seriam mais 183 quilômetros para estarmos em casa.

        Quanta plantação de soja nós vimos na BR 040-GO!

        Uma curiosidade na estrada: geralmente os caminhoneiros colocam em seus caminhões poesias, o nome de alguém que amam, etc. Mas passou por nós um caminhão cuja placa nos chamou a atenção. Foi colocada acima da placa normal uma placa branca com os dizeres “pai do Júnior, 07-03-1968”. Talvez uma homenagem de um pai pelo nascimento do filho Júnior em 07-03-1968, apenas um palpite, pois não ficamos sabendo a história da placa!

        Pegamos um trecho na subida em que o carro passou a engasgar de vez (veríamos no dia seguinte que realmente o problema era o filtro, como suspeitava o Marcelo. Bastou trocá-lo e o carro ficou ótimo novamente!). Achamos que não daria para chegar em Brasília. E o problema maior é que era domingo, ou seja, tudo fechado!

        O carro foi subindo muito lentamente, até que, graças a Deus, a pista, na altura de Luziânia, passou a ser duplicada e o carro rendeu um pouquinho mais. Só mais 60 quilômetros até em casa!

15h30 – Passamos por Valparaíso (Faltavam 37 km até nossa casa, seguindo pela via EPIA).

15h38 – Cruzamos a divisa Goiás/Distrito Federal. Não somos Galvão Bueno, mas, haja coração! Tão perto de casa e o carro não querendo chegar!

15h40 – Pegamos a DF-001. Resolvemos não ir pela EPIA (Núcleo Bandeirante). Havia uma boa subida e o carro poderia não aguentar, ainda engasgava muito. (Parece piada: nós é que dirigimos e o carro é que se cansa...rsos...!)

15h44 – Fizemos bem em seguir por outro caminho, pois acabamos economizando 10 preciosos quilômetros. Passamos pelo Gama. Mais 15 quilômetros e estaríamos em casa! A pista estava boa, além de ser duplicada e bem sinalizada.

16h50 – Passamos pelo Recanto das Emas. Faltavam apenas  6,3 quilômetros.

15h52 – Descemos pela conhecida “boca da mata” para pegarmos Taguatinga Sul. Só mais um semáforo e...

15h55 – Lar doce lar!

        Quanta saudade estava guardada no peito! Que bom reencontrar nossos filhos! Estavam lindos! Viajar é muito bom; voltar para os que amamos, melhor ainda!

        Até o Cookie havia crescido nesses 35 dias! (é o bichinho de estimação do Matheus (eu digo que é meu “netinho”). Trata-se de um mini lop, uma linda espécie de coelhinho com orelhas para baixo. Fofinho!

        Enfim, a família reunida, graças a Deus, uma vez mais!