EXPEDIÇÃO CARRETERA AUSTRAL
Conheça a aventura dos VIAJANTES
DA CAPITAL em Dez/2010.
Viajamos
de carro + de 13 mil km em 36 dias , saindo da Capital Federal do Brasil,
passando
por Argentina, Chile, e Uruguai. Saímos de Brasília dia
25/12/2010
em direção a uma das rotas mais bonitas da América Latina: Carretera Austral- Chile.
Pedimos
a Deus proteção nesta viagem. E fomos atendidos.
Acompanhe
o diário e as fotos deste incrível e fantástico passeio.
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INTRODUÇÃO A viagem para a Carretera Austral foi planejada com 6 meses de antecedência, num total de 6 reuniões. Retiramos dados de outros sites da internet, pesquisamos em livros, ouvimos dicas de amigos, enfim, buscamos todos meios de que dispusemos para tornar melhor mais essa aventura em terras latino-americanas. A ideia inicial era pegar a carretera desde Puerto Montt até Vila OHiggins. Contudo, acabamos alterando o roteiro e decidimos descer até o Ushuaia, plano que posteriormente veio a sofrer nova alteração. Essa expedição foi realizada por 3 famílias, em 3 carros, cujos viajantes estão abaixo discriminados: . Marcelo e Ivana, quem escreve este diário, tentando passar um pouquinho de nossas experiências. Nossos filhos, Matheus e Vítor, decidiram não ir desta vez. CARRO: Kyron (ssongyong). PERCURSO REALIZADO: todo o roteiro planejado (Brasília Carretera Austral - Puerto Natales Punta Arenas) e mais 3 dias em Santa Catarina. Saída de Brasília no dia 25/12/2010; . Ari e Lucas, nosso compadre e afilhado, respectivamente. São integrantes do grupo e fundadores, como nós, dos Viajantes da Capital, além de companheiros de outras viagens. CARRO: Camionete Ranger, da Ford. PERCURSO: iniciariam a viagem conosco com a intenção de chegar até Puerto Natales e lá decidiriam se seguiriam até o Ushuaia ou retornariam para Brasília, passando antes em Foz do Iguaçu. Acabaram retornando um pouco antes, em El Calafate. Rose (nossa comadre, esposa do Ari) e Victor (o outro filho) não puderam ir. . Marçal, Cecília e os filhos (Daniel, de 9 anos, e Sofia, 10 anos), amigos e estreantes no Viajantes da Capital. CARRO: Tracker, da Chevrolet. PERCURSO: sairiam de Brasília mais cedo, 19/12/2010, fariam a revisão do carro no Paraguai, conheceriam Foz do Iguaçu e iriam até Rosário (Argentina), onde ficariam um pouco mais e nos encontrariam. Estivemos juntos desde Rosário até San Martín de Los Andes (Argentina), cidade que eles muito gostaram e resolveram ficar por mais tempo. Acabaram não fazendo a Carretera Austral conosco. Decidiram conhecer Bariloche, Puerto Madryn, voltar a Rosário, outra cidade que lhes chamou muito a atenção, e retornaram mais cedo para Brasília. O roteiro precisou sofrer vários ajustes ao longo da viagem. Um deles: não conseguimos fazer o passeio de barco pela geleira de San Rafael (os barcos saem apenas quartas, sábados e domingos). Só chegamos na quarta; o barco já havia saído e não dava para esperar o outro até sábado. Decidimos, então, fazer o passeio do Glaciar Perito Moreno em El Calafate, cidade na qual ficamos um dia a mais, passeio esse que certamente ficará na memória. Outro imprevisto: devido a problema com os nossos cartões para saque na primeira cidade da Carretera Austral (Futaleufú), no Chile, tivemos que sair mais tarde da cidade e acabamos dormindo antes do previsto. Isso porque foi preciso ligar para os gerentes das nossas contas para pedir-lhes, uma vez mais, pois já havíamos feito isso em Brasília, a liberação dos cartões para saque internacional. Essa solicitação atualmente é feita por escrito, segundo nos informaram. Eu sempre digo: é necessário ter um plano B disponível para todas as ocasiões. Ainda bem que tínhamos: trocamos alguns reais que estavam conosco até esperar a liberação dos cartões, o que não demorou. Uma outra mudança de planos: como pegamos uma pesada greve em Punta Arenas, no Chile, não fomos à pinguinera da Isla Magdalena. Decidimos, então, conhecer a pinguinera de Puerto San Julian, que com certeza esteve à altura das expectativas! Bem, outros ajustes aconteceram. Tivemos muitas surpresas: umas agradáveis; outras nem tanto, o que é normal. Contudo, nada que tirasse o bom ânimo destes aventureiros de explorar novos horizontes, conhecer novas pessoas e lugares indescritíveis, deixados pelo nosso Pai Maior para contemplação de todos nós. No diário, há relatos diversos, como dicas de passeio, endereços de hotéis, restaurantes, preços. Aqui foram registradas nossas impressões, que, certamente, podem ser divergentes das de outras pessoas que seguiram o mesmo destino, mas, é o que nós, viajantes da capital, pudemos captar dos lugares por onde passamos. Esperamos que nossa experiência possa ser útil a outros que busquem os mesmos destinos. Até a próxima!
25/12/2010
(sáb.) Brasília(DF) a São José do Rio Preto(SP) 7h30 Tudo preparado
para mais uma grande aventura. Abraçamos nossos filhos já com aquele sentimento de
saudade, pois desta vez eles ficariam em casa, e saímos. Ficamos de nos encontrar com
nosso compadre Ari e nosso afilhado Lucas na saída de Brasília. Quilometragem do carro
quando saímos de casa: 2002. 7h55 Encontramos com
eles, fizemos a nossa prece a Deus pedindo proteção para nossa viagem e aos que ficaram
e seguimos em frente. Quilometragem do
carro:2008. 9h10 Paramos no
Jerivá, perto de Anápolis, para um lanche. 11h25 Parada para
banheiro. 12h10 Paramos para
almoçar no Posto Alvorada, da rede Texaco. Pagamos R$29,90 o preço do quilo da
refeição, com churrasco. A comida estava boa, mas eu não acertei muito na verdura.
Coloquei no meu prato beterraba e cenoura, mas ambas estavam com gosto azedo, pois eram de
conserva, e eu não gosto de conservas. O Ari ligou para um conhecido dele, que encomendou
uma erva chamada Erva Rosa Monte. Ficamos brincando com o Ari, falando para
ele ter cuidado com essa erva que ele iria trazer, para verificar antes se era erva para
mate mesmo... 14h30 Parada no Posto
Pratão, rede Ipiranga, na cidade de Prata/MG (rodo rede), na própria rodovia. Em
nossa última viagem, Há dois anos, passamos por este posto à noite. Comemos ali, na
época, um comercial muito bom. Preço do
diesel: R$1,84; Litros: 55; Total: 102,00). 16h50 Pagamos o
nosso primeiro pedágio, perto de São José do Rio Preto: R$ 3,00. 18h35 - Depois de muito
rodarmos e o Marcelo fazer diversas tentativas pelo GPS, conseguimos encontrar o hotel que
havíamos dormido da outra vez. É um bom hotel, com garagem. Dumont Park Hotel, Rua
São Paulo, 2250. Vila Maceno. F.: 3215-2525. Site: www.dumontparkhotel.com.br. Fica em frente ao
Palácio das Águas (tratamento de águas). Pedimos comida
pelo telefone. Lucy Delivery: 3305-0220 ou 3305-0221 (Av. Alberto Andaló, 4040). Pedido:
2 beirutes nº443 (tiras de frango grelhadas). Outra opção é pedir no Habibs:
0800-778-2828 ou, conforme vimos uma placa indicadora, no Mister Frangos: 3231-1691. 26/12/2010 (dom.) - São José do Rio Preto(SP) a Foz do Iguaçu(PR) FOT0S -26-12-10 7h15 Fechamos a
conta no hotel, R$ 90,00 o quarto de casal, e rumamos para Foz do Iguaçu. Seriam mais 884
quilômetros rodados. Pegamos muita
chuva na estrada. 7h55 - Pagamos pedágio,
R$ 3,00, e pegamos a BR 153 Transbrasiliana rumo a Lins. Achamos meio
suspeito um carro azul que veio em toda a velocidade, ultrapassou o Ari e ficou entre
nós. Havia dois homens meio agitados dentro do carro. Mesmo havendo chance de
ultrapassagem, não passavam e ficavam só de
olho. Agimos. O Marcelo teve uma ótima ideia: peguei a máquina fotográfica, virei para
trás e tirei uma foto com flash. Logo eles cuidaram de dar um jeitinho e se afastarem. 8h33 Pagamos
pedágio (R$ 3,00). Apesar disso, a pista estava muito ruim, com muitos buracos e
remendos, fazendo o carro trepidar bastante. 9h45 Paramos para
banheiro e esticar um pouco as pernas em Marília. Pegamos o trecho
para Assis (dali a 68 km). Depois de
Marília, finalmente a pista voltou a ficar boa. Na parte em
estava quase acabando o Município de Platina para começar Assis, vimos uma placa
alertando para a possibilidade de pontos de alagamento na rodovia. Apesar de o céu estar
carregado de nuvens, ainda bem que não choveu! 10h40 Pegamos o
trecho que indicava Londrina, depois a saída 447b (para Londrina). Continuamos na
SP 333. 11h10 Cruzamos a
fronteira entre São Paulo e Paraná. Pagamos o
primeiro pedágio do Paraná: R$ 10,50. 12h10 Paramos para
almoçar já pertinho de Londrina, no Rancho do Gaúcho Restaurante. Custou R$
18,00 por pessoa e a comida estava boa. Saímos de lá
às 13h25, pois aproveitamos para adesivar o carro do Ari. Enquanto fazíamos isso,
conhecemos um motoqueiro que estava indo para o Atacama sozinho. Vimos que a placa da moto
era de Pernambuco. Ele rodaria muito! 13h45 Pagamos
pedágio na entrada de Arapongas (R$ 5,60) e depois viramos para Maringá. Vimos às
margens da estrada uma placa de lanchonete anunciando que vendiam o seguinte produto:
cracóvia defumada. O que seria isso? E vergamota? E queijo de porco? 14h17 Pedágio. R$
5,60. 15h20 Paramos em
Maringá para visitar uma tia do Ari. Ela estava na casa dos primos deles, mas depois fez
questão que fôssemos até a casa dela para tomarmos um café. Fomos carinhosamente
recebidos com um gostoso lanche da tarde. Que pessoa encantadora! É daquelas pessoas que
dá a impressão de conhecermos há tempos! 16h15 Deixamos a
cidade. Saímos para Umuarama e vimos a primeira placa com indicação para Foz do
Iguaçu. Paramos para
abastecer no Posto Matsuda. (Até ali contávamos 688 quilômetros rodados. Para encher o
tanque foram gastos 191 Reais de diesel aditivado. O carro fez 11.9 quilômetros por
litro). 17h30 Pagamos
pedágio (R$ 8,40). A estrada estava um tapete e a visão das plantações
verdinhas era de encher os olhos. 18h05 Subimos o
retorno para Foz do Iguaçu antes de Campos Mourão. Mais chuva! 18h30 Pedágio (R$
8,40). 19h15 Paramos para
jantar em um restaurante que fica no Auto Posto Brasília. Vimos que os ônibus também
param ali. A comida é bem simples e o bife é frito na hora para quem quiser. O quilo da
refeição sai a R$ 21,00 ou R$ 15,00 por pessoa. 19h50 Seguimos
viagem. Presenciamos um
lindo pôr-do-sol às 20h15. 20h18 Mais
pedágio: R$ 7,50. 22h30 Chegamos em
Foz do Iguaçu. Os hotéis estavam lotados. Não pudemos ficar no Ilhas de Capri hotel,
como aconteceu na nossa última expedição. Um guia independente que estava de moto,
comumente encontrado em Foz, estava conosco e nos levou para ver outros hotéis. Rodamos e
acabamos por encontrar vaga em um hotel 4 estrelas chamado Don Pedro I Palace Hotel. O
hotel possui bela fachada, piscina e bonita decoração. Mas não achei o quarto à altura
da aparência do hotel. Era velho, continha carpete e estava com aquele característico
cheiro de que estava fechado há muito tempo. O hotel possui excelente estrutura, mas
falta uma boa reforma nos quartos para que fiquem mais arejados. Don Pedro I Palace Hotel Av. das
Cataratas s/n, Br 469, km 03. Tel. (45) 3529-6633. O quarto duplo saiu a R$ 180,00 +
R$ 7,00 pelo uso da internet por 24 horas.
27/12/2010 (2ª feira) - Foz do Iguaçu(PR) a Corrientes/AR 9h20 Depois de
sacarmos dinheiro, resolvermos problema de liberação de senha para acesso da internet da
conta BB e de o Ari ter pago os dias a mais do seguro carta verde que precisaria, pegamos
uma fila imensa na aduana brasileira para cruzarmos a fronteira com a Argentina. Disseram para
nós, na aduana, que não seria necessário preencher os papéis para declarar a saída
dos equipamentos que estavam conosco, tais como máquina fotográfica, notebook e
filmadora. Mesmo assim fizemos questão que carimbassem o papel que já havíamos
imprimido da internet e já estavam preenchidos. Seria para a nossa própria segurança no
retorno para o Brasil. E se quisessem nos cobrar como se fossem equipamentos novos? Como
provar que eram usados se não portávamos a nota fiscal? 10h15 - Saímos da aduana
brasileira e pegamos outra fila na aduana argentina. Para entrarmos
no país, pediram-nos o documento do carro, o documento pessoal de cada passageiro e o
seguro carta verde do veículo (cobre dano contra terceiros no exterior). Além disso, os
policiais verificam a bagagem para saber se não portamos carnes, frutas ou outros
produtos cujo ingresso na Argentina seja proibido. Após passarmos,
aproveitamos para cambiar reais para pesos argentinos. Trocamos R$ 800,00. A cotação era
a seguinte: 1 Peso Argentino
(PA) = 0,46 Reais (p/compra); 1 Peso Argentino (PA) =
0,42 Reais (p/venda); Para fazer o câmbio, é
solicitado um documento do comprador e este deve assinar uma nota fiscal do valor trocado. Aproveitamos
para ir ao banheiro e comprar refrigerante (H2O) na lanchonete da aduana, pois estava
fazendo muito calor. Compramos para levar, também, um budín da marca
Ser (bolinho tipo Pullman) para agüentar até a hora do almoço. Vimos uma
família de quatis acabando de atravessar a pista e entrando na mata, que gracinha, eram
quatro! 12h25 Paramos para
almoçar no restaurante de um hotel na estrada e lá descobrimos que ainda eram 11h25,
pois a Argentina estava com uma hora a menos. Ao invés de esperarmos o restaurante abrir,
decidimos tocar até a próxima cidade. 11h45 (já no horário
argentino) Pagamos nosso primeiro pedágio em terras argentinas: 1,70 PA (pesos
argentinos). 12h10 Paramos para
almoçar em uma rotiseria (servem comidas mais rápidas) na cidade de Eldorado. Nome do
lugar: Rotiseria e panaderia Vicky. Fica em frente ao Hotel Monterco, na avenida
principal, próximo à entrada da cidade e em uma esquina. Eles tinham comida pronta. O
preço é cobrado pelo que você escolhe para comer, ou seja, por porção. Eu escolhi um
tipo de galinhada mais molhadinha, que eles chamam de pollo
estofado e purê. O Marcelo escolheu arroz, frango ao molho e purê. O preço,
incluindo refrigerante, saiu a PA 25,00. A comida estava ótima: simples e gostosa. 13h30 Paramos para
um café, pois o Marcelo estava com muito sono. Aproveitei para comprar um alfajor Havanna
(PA 5,50). Abastecemos: 49 litros, Preço do
litro PA 4,449, total PA:220,00. Quilômetros rodados: 596,50. Disseram para nós, no
posto, que o melhor diesel (ou gasoil) é o V-pawer da Shell. 14h45 Pagamos
pedágio. PA: 2,40. 15h10 Pegamos um
trecho complicado, trânsito mais intenso, muito semáforos, na entrada de Posadas, a uns
310 km de Corrientes. 16h10 Parada para
banheiro. A estrada,
depois de Posadas, é bem tranquila. Passam poucos carros na rodovia e há vistosas
plantações de arroz margeando a estrada. Ao final da tarde, percebemos que o tempo
parece parar por aquelas bandas: os moradores colocam cadeiras nas varandas de suas casas,
ou debaixo de árvores, e reunem-se para bater um bom papo e apreciar o entardecer. Há
tempo não víamos aquela cena, pelo menos não nas grandes cidades! 18h35 Parada breve
para esticarmos as pernas. Na estrada,
final da tarde, vimos que é necessário ter cuidado com as muitas motos que transitam ao
lado da pista, pois não há acostamento. 19h20 Chegamos em
Corrientes. Pegamos um trânsito terrível, pois era horário de rush. Rodamos pelo centro
em busca de hotel (levamos alguns endereços). Só eu descia, pois não havia nem como
estacionarmos os carros. Acabamos encontrando um hotel excelente. La Mansión Hotel
Catamarca 1.064, a uma quadra da peatonal Junín, Centro. TEL.:
03783-435842. Pagamos PA 230,00 o quarto duplo (doble) com internet (funciona no 1º
andar), ar, TV, café da manhã (desayuno), servido em um local próximo ao hotel, e com
garagem. Excelente hotel,
construído há apenas 4 meses e com uma excelente localização. Saímos todos para comer
pizza em um lugar chamado Dom Pedro, peatonal Junín, indicado pelo recepcionista
do hotel, (é lá também onde o café da manhã é servido). A pizza estava muito boa
(aliás, não tivemos muitos problemas para encontrar pizza boa na Argentina). A pizza
grande mais um refrigerante de 1,5 litros saiu a PA 56,00. Andamos um pouco, fazia
muito calor. Sacamos dinheiro em um caixa automático na pracinha e voltamos para o hotel. 28/12/2010 (3ª feira)- Corrientes/AR a Rosário/AR 7h30 Saímos para
tomar o nosso café da manhã no Dom Pedro, o mesmo local em que comemos a pizza na noite
anterior. O hotel nos dá um cupom que dá direito a um café com leite e duas medias
lunas (croassant) por pessoa. Deixamos o hotel
e paramos para fotografar a orla de Corrientes, que é muito bonita. Há uma bela ponte
sobre o rio Paraná. 9h15 Saímos da
cidade rumo a Rosário. Seriam 753 quilômetros de estrada. Pegamos a Ruta 12. Vimos um
estabelecimento indicando bulonera, cujo significado desconhecíamos. Dias
depois, conversando com um argentino, descobrimos que é o local onde se vendem parafusos
e afins. 9h43 Pagamos
pedágio. PA: 2,10. 10h38 Paramos no
posto YPF. Resolvemos testar o diesel euro que disseram ser bom. Abastecemos: preço do litro do
diesel: 4,359; 538 km; 55,28 litros; PA 241,00. Comemos chipa
(se pronuncia tipa) na lanchonete. É o nosso pão de queijo. 11h15 Seguimos
viagem pela Ruta 27 (rumo a Goya). A região é
cheia de charco de ambos os lados da estrada. Há diversos pássaros, inclusive garças,
que se aproveitam para se alimentar das guloseimas que o terreno oferece. A
umidade deve ser porque a estrada margeia, apesar de não ser visível, o rio Paraná. O asfalto é
excelente, apesar de ser uma estrada meio desértica. 12h30 Paramos para
almoçar no Comedor La Curva, posto Shell, em Santa Lucia. Muita gente também
parou a ali para comer. Além de pães, serviram pastéis de carne como entrada, os quais
achei bastante gordurosos e acabei não comendo. Mas as milanesas de surubi
(surubim) que pedimos, acompanhadas de purê, em compensação, estavam deliciosas. O
peixe vem do tamanho do prato! E realmente imaginávamos que seria muito bom, afinal, a
cidade é próxima ao Rio Paraná. O Marcelo pediu ainda uma salada de cenoura ralada com
tomates e bebemos H2O. Total da nossa conta: 108,00. É engraçado,
passamos na pista por uns quebra-molas bem fininhos, mas que efeito surtem! Vimos uma placa
indicando que vendiam urquijo. Não faço nem ideia do que seja. Se alguém
souber, por favor me diga que eu gostaria de saber... Às margens da
rodovia, nascem umas lindas e diferentes flores de cor rosa. Como no nosso
sul brasileiro, vimos gaúchos montando seus cavalos. Na maioria, vestiam-se a caráter,
com suas galochas, chapéus de couro e calças folgadas, tipo bombachas. 15h50 Paramos para
fotografar uma bela paisagem da região alagada. 16h25 Parada
rápida para um pequeno lanche trazido do Brasil: chá mate gelado e bisnaguinhas pulmman. 16h50 Passamos por
uma região em que bandos de pássaros cruzam a estrada de um lado ao outro. Muitos
mesmos! O interessante é o tamanho dos ninhos que eles constroem nas árvores, nos
postes, onde conseguem! Não pude deixar de fotografá-los, nunca vi ninhos tão grandes! Seguimos para
pegar a pista que dá acesso ao Túnel Santa Fé. 18h45 Pagamos um
pedágio de PA 5,00 e atravessamos o Túnel. É muito legal sabermos que estávamos
embaixo, literalmente, do Rio Paraná. Cruzamos a
cidade de Santa Fé. É uma cidade aparentemente enorme. Possui uma extensa ponte bem na
entrada e parece ser uma bela cidade e bem movimentada. Pegamos a Ruta
11 para Rosario, que era o nosso destino no dia. Depois de Santa Fé, seriam mais uns 156
quilômetros até Rosario. 19h34 Pagamos
pedágio. PA 1,00. 19h37 Outro
pedágio. PA 3,50. 20h Comemos em
um posto YPF na autopista. Eu e o Marcelo pedimos dois sanduíches + 1 seven up + 1
porção de batatas fritas. Valor cobrado: PA 50,75. Não foi muito barato, mas os
sanduíches estavam bons. 21h Como
estávamos cansados, decidimos, juntamente com o Ari, dar uma olhada em uma cidadezinha
indicada pelo GPS, chamada Coronda, a 15 km sa estrada, para ver se achávamos onde
dormir. Seguimos o
endereço de um hotel indicado pelo GPS. Foi engraçado. Quando chegamos lá, havia um
boxer gigante dormindo bem na entrada. E aí, quem desceria para perguntar sobre
acomodações? O Marcelo ou o Ari? Eles ficaram rindo... Então, para alívio deles,
apareceu o dono do hotel e disse, em tom de brincadeira, que o cachorro só mordia quem
não pagava a conta... De qualquer
forma, não havia vaga para nós quatro. O dono do hotel disse que possuía uma cabana
perto do rio e poderia alugá-la por PA 300,00. Achamos melhor procurar em um outro
hotelzinho que vimos na entrada da cidade, pois por apenas uma noite. Chegando no
outro hotel, mais uma roubada: havia vaga para nós, mas logo perceberíamos o porquê da
sobra de vagas. Não conseguimos nem ver direito os quartos, pois as dezenas de
pernilongos sanguinolentos enormes não nos deixavam quietos por um segundo!
Imagine com as luzes apagadas, como ficaríamos? Decisão unânime: tocar até Rosario! Voltamos para a
autopista. Nisso, o Marçal mandou e-mail para o Ari, que já tinha tentado falar com ele.
Eles estavam em Rosario, no hotel em que eu e o Marcelo tínhamos ficado há dois anos. O
Ari respondeu o e-mail pedindo que ele fizesse uma reserva para nós, pois chegaríamos
bem tarde. Ainda bem que o celular do Ari, da Tim, estava pegando na estrada, pois isso
raramente acontecia com o nosso da Vivo. Paramos para
abastecer, mas logo desistimos. As filas estavam imensas. Fomos informados de que o
problema com o abastecimento de combustíveis era em nível nacional. Tentaríamos no dia
seguinte em Rosario, pois o diesel de ambos os carros dava para acabar de chegar na
cidade. 23h30 Chegamos em
Rosario e fomos direto para o hotel. Hotel Puerto Bandera (2
estrelas), Buenos Aires 1020, Tel: 0341-4406446/4400930 (www.hotelpuertobandera.com.ar). Preço da diária no
quarto duplo: PA 210,00, com café da manhã. Tinha ar condicionado (essencial por causa
do calor), internet nos quartos, freegobar e havia garrafões de água mineral em cada
andar do hotel. Há um estacionamento pago
bem próximo ao hotel, onde deixamos os carros. Já hospedados e
devidamente instalados em nossos quartos, tomamos um gostoso banho quente e praticamente
desmaiamos em nossas caminhas gostosas! 29/12/2010 (4ª feira)-
Rosário/AR 11h05 Depois do
café e da farra de termos encontrado o Marçal, a Cecília e as crianças, Sofia e
Daniel, resolvemos andar um pouco pela cidade. Eles não quiseram ir conosco. Já
conheciam praticamente tudo na cidade, pois chegaram antes de nós uns dois ou três dias
antes, e tinham combinado com as crianças de tomarem banho na praia do rio Paraná. Fomos eu, o
Marcelo, o Ari e o Lucas em nosso carro andar pela cidade. Visitamos o
Monumento a Las Banderas. Na parte de baixo, há uma espécie de museu, com entrada
franca, onde há bandeiras de diversos países, dispostas em vitrines, com os respectivos
hinos nacionais, em suas próprias línguas, e um exemplar da planta típica de cada país
ali representado. Na parte destinada ao Brasil, havia um pé de Ipê amarelo. Do lado de fora
do museu, na parte de cima, há um enorme pátio com escadarias e bandeiras ao seu redor. Enquanto tirávamos fotos,
vieram conversar conosco duas argentinas, mãe e filha, bem comunicativas. O nome da mãe
era Izabel. Ficamos conversando e elas, alegremente, nos desejaram boas vindas à
Argentina. Quanta simpatia! Atravessando o pátio,
tem-se acesso a um mirante da cidade. Para subi-lo, é cobrada uma taxa de PA 2,00 por
pessoa. Do alto do edifício, vimos vários 4 pontos diferentes de Rosario, inclusive o
Rio Paraná que fica logo em frente ao monumento, com sua orla bem movimentada. Pegamos o carro e, assim
que o semáforo abriu, foi engraçado. Estávamos todos procurando um caixa eletrônico na
orla para sacarmos dinheiro, quando ouvimos a voz suave e baixinha do Lucas:
Marcelo...Marcelooo.... Foi quando o Marcelo, olhando para a frente, viu os carros vindo
em nossa direção, dando sinal de farol alto. Sim, estávamos na contramão! Depois do
susto, caímos na gargalhada pela forma tranquila com que o Lucas avisou o padrinho! Ensinamos a ele que esse
tipo de situação deve ser avisada de forma mais firme e decidida, tipo: CONTRAMÃO!!!! 12h50 Almoçamos
no restaurante La Marina, na 1 de Mayo 884. Foi indicação do Marçal. Mas não
conseguimos nos encontrar com eles. Eu e o Marcelo
dividimos um prato de Pasta com albondigas (talharim com almôndegas); o Ari e
o Lucas dividiram um nhoque. No banheiro do
restaurante, havia um aviso: no tire estas toallas de papel al inodoro (não
jogue papel higiênico no sanitário). Aprendi um pouquinho mais de Espanhol. E foi lá no restaurante
que perguntamos ao garçom o que era bulonera. Ele nos respondeu que é o
lugar onde se vende bulon e, como não entendemos sua explicação, ele trouxe
um bulon nas mãos para ilustrar o que estava dizendo: é um parafuso. Esse
garçom foi super atencioso! Passamos em uma frutaria,
deixamos as compras no hotel, guardamos o carro no estacionamento e fomos andar pela
avenida peatonal (só para pedestres). Entrávamos o tempo todo em lojas com ar
condicionado para fugirmos do calor que estava insuportável. Mais tarde, já na volta
pela avenida, paramos para um lanche no New Port Café, na Calle Córdoba 894. Eu
pedi metade de um tostado, com 2 pedaços, pois o tostado inteiro é enorme (é um gigante
misto quente com quatro pedaços). O Marcelo pediu uma salada de frutas com sorvete,
chamada Macedônia. 19h Pegamos o
carro e paramos para caminhar pela orla. Acabamos nos encontrando com o Marçal. Eles já
estavam voltando para o hotel e nós iríamos procurar um restaurante para o jantar.
Queríamos comer um peixe. Encontramos um
quiosque, chamado Cartuja, que fica às margens do Rio Paraná, perto
da ponte. O lugar é gostoso, fresquinho, mas é bom passar repelente nas pernas, porque,
como é bem próximo ao rio, tem muito pernilongo. Quando a garçonete nos perguntou o que
gostaríamos, fizemos o pedido e, por fim, disse para ela, de brincadeira, que queria
também um repelente para acompanhar. Todos rimos. Ela, muito simpática, acabou trazendo
um repelente mesmo! Resolveu o nosso problema. Comemos
medalhão de pacu com batatas fritas. O prato saiu a PA 31,00 com direito a sobremesa
(flan ou sorvete). A comida estava muito boa. O Ari pediu uma garrafinha de Quilmes
(cerveja argentina) para acompanhar o pedido. A garrafa tem uma boca grande, por isso ele
a apelidou de Cicarelli. Achamos o apelido perfeito! 10h30 - Voltamos ao hotel e combinamos com o Marçal e o
Ari o horário para sairmos no dia seguinte rumo a Santa Rosa, onde pretendíamos dormir. 30/12/2010 (5ª feira)- Rosário/AR a Puelches/AR 7h Tomamos o café
da manhã no hotel. O Marçal ficou de buscar as roupas que ele havia deixado na
lavanderia no dia anterior e disse que nos encontraríamos no caminho. Era cedo e já
estava quente. Imagina o calor que pegaríamos mais tarde! Procuramos um
posto para abastecermos os carros. Pegamos um pouco de fila. Acabamos colocando o diesel
comum, pois, apesar de o aditivado ser bom, aumentava bastante o consumo e não estava
compensando. Abastecimento: preço do litro do
diesel: 3,8089; 733 km rodados; 63 litros; PA 240,03. Tivemos uma
triste notícia de Brasília. Ficamos sabendo que, devido às chuvas, parte da pista que
liga Brasília a Anápolis (cerca de 50 metros) cedeu. Nós passamos por esse trecho na
vinda. Pegamos a
Pellegrini até chegar na saída da cidade. Passamos pela av. Uriburu (margeando o Rio
Paraná). Antes de
pegarmos a Ruta 33, passamos por uma pista que vai por fora da cidade, mas estava
extremamente movimentada, cheia de caminhões, e a atenção precisou ser redobrada. 10h5 Pagamos
pedágio em Casilda. PA 1,30. Já na Ruta 33,
observamos que o trânsito continuou intenso e há muitos semáforos, demorados, quando se
passa por alguma cidadezinha. 10h55 Paramos em
um posto de gasolina em Casilda para esperarmos o Marçal, que em cinco minutos nos
alcançou. Enfim, nossa
caravana estava completa, com os 3 carros juntos seguindo viagem! 11h45 Pagamos
pedágio. PA 1,30. Vimos que as
pessoas que pedem carona às margens da rodovia seguram uma faixa contendo o nome da
cidade para a qual desejam ir. Isso já facilita na hora da carona! 12h25 Paramos em
um posto YPF antes de Amenábar, ainda na Ruta 33, para comprarmos sanduíches e
esquentarmos no micro-ondas do posto para o nosso almoço. A minha conta mais a do Marcelo
deu PA 21,00. Compramos ainda pães tipo baguetes macios e frescos para um possível
lanche mais tarde (PA4,00). 12h40 Seguimos
viagem. Próximo a
Tarragona, vimos lagoas repletas de flamingos e patinhos. 14h20 Paramos para
um café e abastecer em um posto YPF. Abastecimento: preço do litro do
diesel: 3,461; 375 km rodados; 39 litros; PA 135,00. Aproveitamos
para tirar foto da turma toda reunida. Um argentino
passou por nós de carro, colocou a cabeça para fora e provocou sorrindo: Maradona
es mejor. Lógico que não deixaríamos barato. Prontamente respondemos à altura:
Pelé es mejor. Depois do posto,
pegamos um trecho em que a estrada era bem tranquila, com pouco movimento de carros. 15h50 Paramos para
fotografar um lindo campo de girassóis. 16h55 Entramos na
Província La Pampa. Agora estávamos oficialmente na região patagônica. Paramos para
fotografar. 18h15 Passamos por
Santa Rosa, onde planejáramos dormir. Mas ainda estava claro, com sol alto, e decidimos
rodar um pouco mais, pois assim chegaríamos em San Matín no dia seguinte mais cedo.
Afinal, seria 31 de dezembro, véspera de Ano Novo, e não sabíamos como estaria a cidade
com relação a acomodações. Além disso, vimos pelo GPS, que havia algumas cidadezinhas
pelo caminho. 18h50 Começamos a
ver a formação de chuvas ao longe. A temperatura já estava mais amena: 26,5º. Vi uma placa de
trânsito escrita evite encandilar. Nenhum dos viajantes sabia o significado,
nem constava a palavra no dicionário. Descobriríamos depois que era um aviso do tipo
evite farol alto ao cruzar outro veículo. Vivendo e aprendendo! 19h Pensamos em
abastecer em uma cidadezinha chamada Padre Buodo, mas forçosamente desistimos, pois havia
uma grande fila de carros com a mesma intenção. 19h18 Pegamos a
primeira chuva na Argentina, e com vento! Isso merecia comemoração, porque o calor
estava demais e a temperatura acabou abaixando mais um pouquinho. Passamos por um
semáforo intrigante: Se o carro ultrapassa a velocidade permitida na rodovia, a luz
vermelha do semáforo acende. Abastecemos: preço do litro do
diesel: 3,779; 360,2 km rodados; 35,19 litros; PA 133,00. (O Kyron fez 10,23 km/l). Depois
de abastecer, o Marcelo parecia menino conversando com o Ari pelo rádio comunicador. Os
dois ficavam disputando qual carro estava mais econômico e diziam feito crianças:
o meu fez maaais! 20h30 Ficamos
boquiabertos com o nosso primeiro pôr de sol na Patagônia: era de tirar o fôlego! Em
meio à chuva fininha, os raios dourados tingiram o céu de uma tonalidade ouro
alaranjado, que fazia reflexo da mesma cor no
asfalto molhado à nossa frente. Que espetáculo no céu, que espetáculo na terra! Que
presente de final de tarde nos foi dado por Deus! 21h Um tatuzinho
atravessou a pista rebolando bem na frente do nosso carro. Que susto! Mas, graças a Deus,
saiu intacto do outro lado! A região em que
estávamos seguindo era bem desértica. Não havia opção de cidades onde pudéssemos
parar para dormir. Vimos uma placa na pista que indicava um hotel, mas, ao chegarmos,
percebemos que estava tudo fechado e não havia sinal de ninguém por perto. O GPS indicava uma cidade
de nome Puelches e continuamos pela estrada até chegar lá. 22h05 - Chegamos em Puelches. É na realidade um vilarejo
em plena região patagônica. Encontramos um hotel do lado direito da estrada com um
letreiro luminoso dizendo Hotel 3 estrelas. Esse era o nome do hotel, e
não a sua categoria. Telefones do
hotel: (02954) 15640787/(02952) 490121. O dono do hotel
veio nos receber e mostrar os quartos: Eram simples, mas bem arrumados, limpinhos, tinham
ar condicionado, banheiro privativo. Além disso, o lugar era silencioso, prometendo uma
boa noite descanso. Para quem quisesse, havia até uma sala bem na entrada do hotel, com
TV. Só não serviam o café da manhã, mas poderíamos comprá-lo no posto de gasolina.
Ficamos por lá mesmo. O preço do quarto duplo era PA 100,00. O dono do hotel também era
dono do restaurante chamado La Estrella, que ficava do outro lado da pista. Pegamos
o carro e fomos jantar nesse lugar. Pedimos um prato de chuleta, do tipo
T-bone, com batatas fritas, que eu dividi com o Marcelo. Como não perguntamos
o preço, ele nos cobrou PA 40,00 pelo prato, o que é caro comparando-se com a média que
estávamos pagando até então. Mas tudo bem. compensou.
Foi a melhor chuleta que comi na viagem. Fresquinha e bem temperada. Detalhe: quando eu
dividi a chuleta com o Marcelo, estava difícil de cortar. Eu não percebi e acabei
ficando com a maior parte da carne e o Marcelo com a maior parte do osso! Isso virou piada
depois: disseram que eu fiquei com o T e o Marcelo só com o bone.
Voltamos para o hotel.
Apesar de estar tudo bem limpo, é preciso verificar bem camas e cantos antes de se
acomodar. Afinal, estávamos na Patagônia! Eu encontrei no banheiro, embaixo do cesto de
lixo, um escorpião que alguém tinha tentado matar, mas que ainda estava se mexendo. Na
parte de trás do hotel, onde estacionamos o carro, eu e o Vítor vimos uma aranha escura
enorme, do tamanho de um sapo, atravessando o terreno bem perto dos nossos pés. Passamos
a ter mais cuidado. Antes de dormir,
verificamos tudo, desencostamos as camas das paredes, não deixamos nada no chão e
colocamos toalhas embaixo das portas. Dormimos muito bem! 31/12/2010
(6ª f.) Puelches/AR a San Martín de Los
Andes/AR 7h30 Tomamos café
nos posto Est. De
Servicio Del Oeste. Para San Martín, seriam
mais 658 quilômetros de estrada. 9h45 Vimos muitas
propagandas na estrada de um lugar chamado Villa Turística Casa de Piedra. Fomos ver do
que se tratava, pois ficamos curiosos. É uma espécie
de villa que aluga cabanas para veraneio, que fica ao lado de um lago azul, onde há uma
hidrelétrica. No lago há local para banho e algumas pessoas costumam ir para lá passar
férias. Após algumas
fotos com o lago ao fundo, atravessamos uma ponte que passa pela hidrelétrica. Assim que fizemos a
travessia, fomos parados pelo controle sanitário. Eles querem saber se estamos levando
carne, leite ou frutas. Caso estejamos com qualquer um desses itens, devemos entragá-los
aos fiscais para que joguem fora. Estávamos com pêssegos e maçãs, mas comemos na hora
e resolvemos a situação. Tínhamos também bananas e laranjas, mas essas frutas foram
liberadas. Depois da inspeção, os
carros devem passar por um jato que os desinfeta. É cobrada uma taxa para isso: carros de
passeio pagam PA 4,75 e Camionetes pagam PA 9,40. 12h25 Pagamos
pedágio em Neuquem. PA: 0,65 (baratíssimo!). 12h40 Paramos para
comer algo no posto YPF. Abastecemos: preço do litro do
diesel: 3,479; 422 km rodados; PA 189,00. 14h05 Deixamos
Neuquem. 14h50 Passamos por
um lindo lago. 15h30 Fomos
parados por um outro controle sanitário. Fizeram a inspeção de rotina e nos liberaram.
Na região da Patagônia, há vários postos de fiscalização, os quais realmente são
necessários para que não haja nenhum fungo ou qualquer outro tipo de praga que venha a
destruir aquela magnífica e extensa área de preservação ambiental. Tivemos que
diminuir um pouco a velocidade dos veículos para que um monte de cabras cruzasse a
estrada. 16h20 Paramos para
registrar o nosso primeiro guanaco. Os outros do bando seguiram em frente, e o que parece
ser o líder ficou para trás para protegê-los e mostrou a sua força relinchando para
nós (eu não sabia que guanacos relinchavam!) 16h35 Paramos para
tomar um café, apesar do calorão que estava fazendo, em um posto BR. O posto é muito
bem estruturado e fica em frente a uma bonita e alta formação rochosa, em um lugar
inconfundível. Ao deixar a
cidadezinha, vimos uma placa indicando que, por lá, quebra-molas é conhecido como
lomo de burro. 17h25 Paramos para
fotografar uma linda e diferente flor cor de rosa. Havíamos visto várias na região. O
interessante é que ela tem uma defesa natural: é cheia de espinhos! 17h45 Paramos para
fotografar uma paisagem maravilhosa e vimos ao longe as primeiras montanhas com neve no
topo. O caminho seguiu cheio de curvas, quase sempre margeando um bonito rio à esquerda. 18h Passamos por
um observatório de condores, mas não havia nenhum. Deve ser porque o sol ainda estava
bem alto e fazia muito calor. 18h40 Vimos ao
longe, entre as montanhas, uma que se destacava por ter uma forma triangular, com o pico
coberto de neve. Acreditamos tratar-se do vulcão Lanin, pois já estávamos próximos de
San Martín de los Andes. Essa informação foi confirmada mais tarde. Passamos por um
trecho sem pavimentação a uns 20 quilômetros de chegarmos. Vimos que Junín de los
Andes é bem próximo de San Martín. 19h20 Chegamos na
cidade. O posto de informações turísticas já estava fechado, pois funciona até às
18h e, afinal, era véspera de Ano Novo! Isso complicou
um pouco nossa situação. Resolvemos nos dividir. O Marçal e a Cecília foram procurar
vaga no albergue da cidade. Nós e o Ari fomos telefonar para alguns números de cabanas
que eu havia levado. Na maioria dos que ligamos não tinha mais vaga e, quando tinha,
estava muito caro, em torno de PA 500,00 a média. O bom é que não achávamos vaga, mas as pessoas
acabavam indicavam outros lugares para tentarmos. Em uma dessas indicações é que a
Cecília conseguiu um excelente lugar para ficarmos. Eu, o Marcelo, o
Ari e o Lucas ficamos em uma cabana para 5 pessoas ao preço de PA 290,00 a diária. A
Cecília, o Marçal e as crianças (Sofia e Daniel) ficaram em outra, ao lado da nossa,
por PA 250,00. Nossa, que
cabanas! Para começar, o Lugar é uma gracinha, com jardim bem cuidado e estacionamento
para os carros. E as cabanas, que praticidade: tinham fregobar, rádio, tv, fogão,
utensílios diversos, etc. Havia uma pequena saleta no andar de baixo, mesa com cadeiras e
um banheiro. No andar de cima, um quarto para casal, um banheiro e outro quarto com um
beliche e uma cama de solteiro. Tudo muito limpinho. Excelente! Apart Hotel
Cabañas Rose Garden. Endereço: Cnel. Diaz 1156, Tel.: (02972) 42-8295.
www.rosegarden.com.ar. Antes que
fechasse, fomos correndo a uma frutaria comprar algo para o nosso café do dia seguinte e
almoço, pois provavelmente, não sabíamos, os restaurantes poderiam estar fechados. Enquanto eu, o
Marcelo e a Cecília fomos fazer as compras, o Marçal e o Ari ficaram tentando uma
reserva para passarmos o Reveillon em algum restaurante. 11h20 Saímos para
o Restaurante Porthos, onde fizemos nossa reserva. Eles ofereciam 3 tipos de
pacotes para jantar: O turístico (PA 120,00), que dava direito a uma milanesa,
batatas fritas e sobremesa; o patagônico, com direito a uma empanada de carne como
entrada, truta ao limão com batata cozida, sobremesa e uma taça de champanhe (PA
160,00); e o especial 2010, com o cordeiro patagônico, batatas fritas, sobremesa e
uma taça de champanhe (PA 190,00). O pobre do
Daniel estava tão cansado que, mal chegou, já dormiu escorado na mesa! Pedimos menus
variados. Eu fiquei com o patagônico e o Marcelo com o especial 2010. A truta estava
deliciosa, a empanada de entrada estava boa, mas, ho ho ho ho!, quanta pimenta! Comemos bem,
tomamos vinho, cerveja, rimos muito e foi uma noite maravilhosa. À meia-noite,
brindamos e nos cumprimentamos desejando um 2011 cheio de saúde e realizações. Não
houve muitos fogos, porque, como San Martín fica entre montanhas, o nosso atencioso
garçom nos disse que não se pode soltá-los, pois pode ocorrer um grande estrago. Mesmo
assim alguns quebraram a regra. Percebemos que,
uns 40 minutos após a meia-noite, as pessoas começaram a ir embora. Nós ficamos até
quase sermos expulsos, fomos os últimos a deixar o restaurante! Perguntamos ao
garçom se ele poderia nos indicar um restaurante que abrisse no dia seguinte e ele disse
para tentarmos em um que é bem famoso na cidade: KU. Nem preciso dizer que o nome desse
restaurante foi motivo de brincadeirinhas
posteriores! 01/01/2011 (sábado) San
Martín de Los Andes/AR 10h Feliz ano novo
para todos! Tomamos o nosso café da manhã e fomos caminhar às margens do Lago Laca. Que cidadezinha
encantadora! Eu
amei San Martín de los Andes. É uma cidade pequena,
entre montanhas, à beira de um lago, possui construções belíssimas em madeira, a
cidade é cheia de rosas coloridas e perfumadas por toda parte, jardins bem cuidados,
pracinhas arborizadas, enfim, é um charme! Tiramos fotos do lago, de
passarinhos, conhecemos um simpático casal argentino de Neuquem. Voltamos para a cabana para
fazer um macarrão com atum para o nosso almoço. Para acompanhar, salada de cenoura,
batatas, beterraba, ovos e salada de tomate com cebolas. À tarde, por volta das
15h, choveu bastante. Depois da chuva, saímos para conhecer o Vulcão Lanín. O lugar é
lindo! Às margens de um belo lago cheio de pedrinhas coloridas lapidadas pela natureza,
surge a figura imponente do vulcão de cume coberto de neve. Que visão espetacular! Tiramos várias fotos,
ficamos em silêncio apreciando o lugar... Depois, eu, o Marcelo, o
Ari e o Lucas voltamos para a cabana e fizemos um macarrão alho e óleo, com presunto e
salaminho e bebemos uma cerveja que nosso filhão tinha nos dado para beber na viagem.
Não é que ficou uma delícia! Depois, saímos pela cidade
para passear um pouco e nos encontramos com o Marçal e a turminha dele. As lojas estavam
fechadas, mas conseguimos algumas casas de chocolate abertas. Optamos pela Abuela
Goya, cuja fábrica fica em Bariloche. o Marçal pediu lanches para eles, e
nós, como havíamos jantado, pedimos chocolate quente. Eles nos deram vários tipos de
chocolate para experimentar. Eu, particularmente, gostei de um alfajor branco com recheio
de rosa mosqueta, que delícia! Além de o lugar ser um
charme, as atendentes foram super simpáticas. Tiramos, inclusive, fotos com as duas que
nos atenderam (Antonela e Mare). Elas tiveram muita paciência em responder as nossas
várias perguntas. Quanta simpatia! Na saída do restaurante,
havia um casal com um cachorro bem diferente, era o centro das atenções! todos queriam
tirar fotos com ele! 02/01/2011
(domingo) San Martín de Los Andes/AR a
Futaleufú/CHI
FOT0S - 7h40 Tomamos café
da manhã na cabana e deixamos a cidade. O Marçal resolveu aproveitar um pouco mais a
cidade e não irá conosco. Abastecemos em um posto YPF, ainda em
San Martín (PA 192,00). Acabamos esquecendo de anotar a quantidade de litros, etc. Mudamos o
roteiro inicial para pegarmos a estrada que passa pela Região dos 7 lagos (RP 63), RN
231. Valeu à pena! Logo na subida
que sai da cidade, paramos para fotografar a vista maravilhosa de San Martín lá do alto.
Paramos para
fotografar um lago. 9h05 Paramos em um
mirante para fotografar uma cachoeira e lupitas. Passamos pelo
Lago Falkner e por um trecho cheio de vacas. 9h08 O asfalto
acabou e começou um trecho de rípio, que logo será asfaltado, pois havia muitos
trabalhadores trabalhando na estrada. Vimos eles fazendo a proteção da pista contra
deslizamentos. Eles usam uma espécie de gaiola aramada e enchem de pedras. Em meio à mata, a
temperatura era de cerca de 15º. 9h45 Paramos para
fotografar às margens de um belo rio com pedras e em tom verde. 10h15 Passamos em
um trecho perigoso no rípio por onde só passa um carro por vez. 10h30 Paramos no
Mirador Inalco para registrar outro lindo lago, de nome Lago Espejo, no km 68,8. Havia lá
um cachorro da raça São Bernardo, chamado Hector, para quem quisesse (pagando, é claro)
levar uma foto de recordação. Ainda tinha, para dar maior charme à foto, uma placa
apoiada em um pedaço de tronco com os dizeres Villa la Angostura. O Marcelo
ficou conversando com o fotógrafo, dono do cachorro. O lugar é belíssimo! 10h55 - Saímos do rípio
e pegamos asfalto (RN 40). 12h Pegamos a RN
237, a 20 km de Bariloche. 12h25 Paramos em
Bariloche no posto Ñireco (estação temática) da Petrobrás para comermos um sanduíche
rápido (nosso almoço). 13h Seguimos
viagem. Até Esquel seriam 282 quilômetros. 15h5 O sono bateu
e paramos em Bolson para um café no YPF que fica em frente a uma montanha bem alta.
Estava frio o tempo, pois ventava. O Marcelo pediu um Red Bull para acordar. Em meio aos
produtos para carros, vimos um que era brasileiro, tinha até nossa bandeira. Era um tubo
de silicone. Observamos nesta
viagem que havia pichações por toda a Argentina, inclusive em algumas placas das
rodovias. Que pena! Isso não se via nas outras vezes que visitamos o país. 16h10 Pegamos um
trecho na Ruta 40, a 90km de Esquel, com o asfalto ruim, cheio de buracos, nem parecia
pista argentina! 17h15 Paramos para
abastecer em um posto Petrobrás na entrada de Esquel. Lá, conhecemos o Pedro, frentista
bem simpático, com o qual ficamos batendo papo. Ele conheceu uma brasileira de Belo
Horizonte pela internet e acabaram se casando. Ela está morando lá, mas pretendem vir
para o Brasil. A gasolina
estava em falta. Ainda bem que os carros eram à diesel. O Ari aproveitou até para encher
os quatro galões de 10 litros, de reserva, que estava levando. Abastecemos: preço do litro do
diesel: 3,099; 434 km rodados; 38,72 litros, PA 120,00. O consumo do carro deu 11,20 km/l. 17h35 Paramos no
posto de informações turísticas em Esquel para vermos onde trocaríamos pesos
argentinos por pesos chilenos. Bem, como era domingo, talvez não encontraríamos uma casa
de câmbio aberta, como aconteceu, mas quem sabe não conseguiríamos sacar dinheiro em
algum caixa? 18h15 Não achamos
caixas. Decidimos comprar algo para comer no mercado La Anônima, ainda em Esquel, pois
já estava tarde e não sabíamos o quanto iríamos demorar na aduana para o Chile.
Compramos uns pães, refrigerantes e fizemos sanduíches com os presuntos que estavam com
o Ari. Pegamos muita
chuva em Esquel, mas nem isso diminuiu o calor que estava fazendo. Ao seguirmos
viagem, vimos algo curioso: os quebra-molas são parafusados no asfalto (deve ser bem mais
fácil quando for necessário mudá-los de lugar). 18h50 Pegamos uma
estrada de rípio. Vimos um arco-iris interessantíssimo: ele ia até o chão, o que é
raro de se ver. Será que havia ali um pote de ouro? Quase fomos verificar. 19h20 Pegamos um
vento medonho no rípio em plena cordilheira. As nuvens estavam pesadas e anunciavam raios
e trovoada. 19h30 Passamos
pela aduana argentina, que estava bem tranquila. 19h40 Paramos na
aduana chilena. Um dos trabalhadores de lá nos pediu, para sua coleção, como vimos no
vidro de sua sala, um calco mania, que descobrimos ser um adesivo
do nosso grupo. Como não tínhamos (teremos que providenciar para a próxima viagem, pois
outros nos pediram), demos a ele um chaveirinho do Brasil, que também agradou bastante. Vimos que
Chaitén fica a 165 km da aduana. Contudo, já era hora de pararmos. Dormiríamos em
Futaleufú, que é uma cidade bem próxima da aduana. A nossa passagem
pela aduana chilena também foi rápida. O horário no Chile estava igual ao da Argentina,
não teríamos problemas com fusos horários. 20h5 Deixamos a
aduana. Assim que passamos, pegamos estrada asfaltada, e que asfalto maravilhoso! 20h17 Chegamos em
Futaleufú, cidade pequena, ao pé das montanhas nevadas. Procuramos por
cabanas e, após pegarmos algumas informações com os moradores, ficamos em uma cabana
para 5 pessoas, bem arrumadinha e aconchegante. Preço da cabana por dia: 40.000 pesos
chilenos. Cabanas Águas Blancas,
Hermanos Carrera 702, Futaleufú. TEL: (65)721335 (www.patagoniaaguasblancas.com) 21h Saímos para
comer. Antes, tentamos sacar dinheiro em um caixa eletrônico no único banco da cidade.
Tivemos problemas. Não consegui sacar dinheiro, nem o Ari, nem o Marcelo, que teve o seu
cartão bloqueado após a terceira tentativa (estávamos em apuros!) Disseram na fila que
estava havendo uma flutuação na rede elétrica e pensamos que esse seria o motivo. Bem,
de qualquer forma, ainda tínhamos uma reserva de dinheiro conosco, além de alguns
dólares, até resolvermos o problema, que torcíamos para ser solucionado no dia
seguinte. Já no restaurante
Martin Pescador, conhecemos a Judite, uma argentina que lá trabalha. Ela nos deu a
ideia de trocarmos os pesos argentinos por dólares na casa de câmbio no dia seguinte,
que funciona na telefônica de Futaleufú. De repente, poderia ser uma boa ideia! Ela também nos
disse que o gerente do banco morava ali perto. Até vimos ele na rua quando voltamos, mas
não quisemos incomodá-lo, afinal, era domingo e ele tinha o direito de descansar sem ser
incomodado. Veríamos o que fazer depois. Comemos um peixe
chamado congrio. Pedimos 3 pratos com peixe, salada e batata (dá só para uma pessoa).
Eles aceitaram pesos argentinos, e a conta saiu a PA: 218,00. Claro que colocaram a
cotação lá em cima, mas tudo bem, era um caso de emergência e transformando em reais
não era tanto assim! Bebemos também
pisco sur, muito bom, lembra a nossa caipirinha. A comida estava deliciosa também! Vieram
de entrada uns pãezinhos bem frescos, feitos pela mãe da moça que nos atendeu. Que
delícia! Na porta da
cabana, tivemos o contato com a nossa primeira Nalca: planta típica da Carretera Austral,
que tem uma folha gigante, gigante mesmo! Já passava das
21 horas quando começou a anoitecer. 03/01/2011 (2ª-feira) Futaleufú/CHI a Amarillo/CHI Tomamos nosso
café na cabana, acertamos a nossa conta com a Victória, dona do chalé, e fomos direto
para o banco tentar sacar dinheiro. Mais uma vez não conseguimos sacar.
Fomos, então,
até a telefônica para trocarmos 2.800 pesos argentinos (PA) por 322.000 pesos chilenos
(PC). (1 PA = 115 PC). Trocamos também 500 reais por 137.500 pesos chilenos (1R = 275 PC). 1 dólar saía a mais ou menos 460
pesos chilenos. Agora tínhamos dinheiro suficiente para aguentar alguns dias. O Ari
também trocou dinheiro. Ligamos,
também, para a nossa agência, e a gerente nos informou que, atualmente, por medida de
segurança, para usarmos o cartão no Chile e no Uruguai é necessário pedirmos
liberação por escrito. Dissemos à gerente que, antes de viajarmos, havíamos ido ao
banco para resolvermos isso. De qualquer forma, ela fez a solicitação novamente, tanto
dos cartões Visa, quanto Mastercard. O Ari também conseguiu resolver o problema dele.
Até o final da tarde estaríamos todos com os cartões liberados, que alívio! 10h50 Mais
tranquilos, deixamos Futaleufú. O asfalto também ficou para trás. Agora era só rípio.
Mal saímos da cidade, surgiu à nossa frente uma paisagem deslumbrante: um rio verde
esmeralda, incrível! 11h30 Paramos em uma
bela ponte para fotografar. Ouvimos o som de uma sirene passando. Talvez alguma
ambulância indo para outra cidade. Nossa intenção
ainda no dia era dar uma passadinha em Chaitén, cidade destruída pelo vulcão, hoje uma
cidade fantasma, que fica a 134km de Futaleufú. 11h50 Paramos para
tirar mais fotos de um lindo lugar. Estranhamos que novamente passou pela estrada outra
ambulância e bombeiros em alta velocidade. Ficamos preocupados, sem saber se estava
havendo algum problema na próxima cidade. 12h15 Fomos parados
na estrada, antes de uma ponte chamada Julepe. À nossa frente, estavam também parados
outros carros. Vimos os bombeiros que passaram por nós. Ficamos sabendo que houve um
acidente grave. Uma caminhonete perdeu a direção e caiu no rio, antes da ponte. Havia um
homem e uma mulher com os filhos: um adolescente e uma criança. A mulher e o adolescente
faleceram na hora do acidente. Silenciosamente, fizemos nossa prece por eles, pedindo a
Deus força aos que ficaram; aceitação aos que partiram. Esse acidente
nos abalou e o clima da viagem ficou meio que abalado por algum tempo. Realmente, a
estrada era perigosa, com muitas curvas. Andar no rípio requer muita atenção, pois há
trechos pelos quais só passa um carro. 12h55 Já mais
refeitos do susto, paramos às margens do Lago Yelcho para fazermos a nossa refeição:
sanduíches e fanta. A visão do lago enchia nossos olhos, enquanto enchíamos nossos
estômagos! 13h15 Seguimos em
frente. Margeando a estrada, há muitas flores, tipo brinco de princesa,
também conhecidas no Brasil. É a cara da minha infância essa flor! Para dar um certo
charme à estrada, esta também era margeada por delicadas flores amarelas. 13h40 Passamos pela
Villa Santa Lucia. Vimos na estrada
muitas Nalcas, aquela mesma planta que tinha na porta da cabana em Futaleufú. As gigantes
folhas são ásperas, parecem lixas, e há espinhos nos caules. Depois de Santa
Lucia, entramos na Ruta 7. Podíamos considerar, oficialmente, que estávamos na Carretera
Austral. Vimos um camping e há um hotel também. Resolvemos parar
no Hotel Yelcho para ver se tinha um cafezinho. Chovia bastante. No hotel, que
fica em frente a um bonito lago, fomos recebidos pela Ivania. É uma portuguesa que ficou
muito feliz em ter a oportunidade de conversar em português conosco. Ela é casada com um
chileno, que conheceu em Jeriquaquara, no Brasil. A irmã dela mora em Florianópolis. O Gonçalo,
garçom que nos atendeu, é outra figura simpaticíssima! Adora ver filmes brasileiros
para aprender português, inclusive pediu algumas indicações para nós. Ele já viu
Cidade de Deus e Tropa de Elite. Aliás, percebemos, durante a viagem, que muita gente
assistiu Cidade de Deus. Ouvimos muitos comentários sobre a violência no Brasil,
especialmente no Rio de Janeiro. Bebemos o nosso
delicioso café, que saiu a PC 1.000,00. Perguntamos o preço do hotel e disseram que a
cabana para 4 pessoas saía a 170 dólares. Era caro, comparado a preços que vimos.
Porém, descobrimos que é porque o lugar é turístico, muito procurado por pescadores
que gostam do estilo fly fishing. Antes de
sairmos, tiramos fotos com aquela simpática turminha do hotel. 15h25 Seguimos e
viagem e, enfim, asfalto! 15h30 Passamos perto
da entrada do Parque Pulmalin e entramos para a esquerda, rumo a Chaitén. Cruzamos a
ponte Amarillo. Choveu o tempo
inteiro, conforme previsão que eu havia visto para o dia. 15h50 Chegamos em
Chaitén. Quase três anos após a erupção do vulcão (6/5/2008), pode-se ver o vapor
branco que dele sai, representando ainda uma ameaça constante à região. Vimos casas
abandonadas cobertas por cinzas, ruas inteiras cheias de pó. O rio que corta a cidade
também estava irreconhecível. Não há água potável, não há energia elétrica. É
estranho de se ver. A cidade faz jus ao nome cidade fantasma. Realmente é o
que parece. Contudo, apesar do estado em que a cidade ainda se encontra, percebemos que algumas pessoas, por teimosia, ou por não terem para onde ir, ou mesmo por apego ao lugar, estão retornando aos poucos, tentando retomar suas vidas. Andamos pela
orla de Chaitén e entendemos porque os barcos quase não estão chegando à cidade: O rio
jogou areia e cinzas no mar, o que fez com que parte deste ficasse assoreado, um trecho de
cerca de 2 quilômetros. Encontramos em
frente a Puente El Blanco um lugar aconchegante para comermos pizza, chamado Oro
Verde Cabañas, que, na realidade, é uma espécie de pousada. Não sei se
conseguiria dormir tranquila ali com o vulcão bem próximo, saindo tanta fumaça! Mas o fato é
que pedimos uma pizza tamanho família e uma porção de batatas fritas. Estávamos
famintos, com frio e passava das 17 horas! A pizza estava deliciosa, feita na pedra. As
batatas, apesar de oleosas, estavam fresquinhas e gostosas. O preço, incluindo
refrigerantes em lata, saiu a PC 15.000,00. Conversamos
com a atendente e com um grupo de chilenos que lá estava sobre a situação da cidade.
Disseram que o governo prometeu colocar os serviços básicos para moradia até o início
de janeiro/fevereiro de 2011, como água potável e energia elétrica. Eles duvidam que
cumpra! Acreditam tratar-se apenas de promessas políticas. No
meio deste grupo de chilenos, 4 moravam em Amarillo, que fica a um 25 km de Chaitén. Em
meio aos 4, havia uma moça de nome Marcela, cujo pai tem um Residencial na cidade onde
moram. É justamente onde pretendíamos dormir, então os seguimos até a cidade, cujo
trajeto é asfaltado. 18h15 Chegamos em
Amarillo. Conhecemos o residencial da Marcela e acabamos ficando por lá mesmo. O pessoal
foi bem simpático e as acomodações estavam boas. Só a ducha do banheiro que estava
saindo pouca água, com problemas de pressão. Residencial Marcela,
Fundo Santa Marcela, Rio Amarillo s/n, Chaitén. Tel.: 065-264422/cel.:08-9095513. Todos foram
muito atenciosos. A mãe da Marcela, dona Laura, até nos trouxe uma xícara de chá mais
tarde, enquanto víamos TV, quanta gentileza! Há um
canal que mostra filmes brasileiros! Estava passando o Filme Casa de Areia.
Vai ver que é por isso que muitos já viram Cidade de Deus! 04/01/2011 (3ª-feira) Amarillo/CHI a Villa Amengual/CHI 7h Enquanto
tomávamos nosso sortido café da manhã, conversamos com o Sr. Marcelo, dono do
Residencial. Ele nos contou
das dificuldades quando da erupção do Chaitén. As cinzas vulcânicas chegaram até a
altura de 15 cm de seu Residencial. Tiveram que ficar 4 meses morando fora e, quando
retornaram, foi difícil limpar tudo. 7h45 Despedimo-nos
do Sr. Marcelo e de todos da família, inclusive dos dois gatinhos curiosos, que ficaram
nos observando pela janela envidraçada. Observamos, porém, que o xodó mesmo do Sr.
Marcelo é um cachorrinho que não desgruda dele. A manhã estava
bem fria. Fazia 12º. Aliás, a média de temperatura que pegamos na carretera girava em
torno dos 15º. 7h52 Voltamos ao
velho rípio! 8h50 Paramos para
tirar fotos com as gigantes Nalcas. Foi ótimo! Nós nos sentimos na Terra dos
Gigantes! Fotografamos
ainda uma flor rosa, com interessantes cones voltados para baixo, e nós com a placa
indicando Ruta 7, já na entrada de Santa Lucia. Parece que Santa
Lucia é a cidade dos cachorros, e quantos são! Tranquilos, dormem até no meio da rua. Paramos
para ir a um mercadinho. O Lucas não quis descer do carro, pois ele tem um certo trauma
com cachorros. 9h45 Tiramos fotos
da frutinhas el calafate. Passaram
brasileiros por nós e disseram que a Ruta 40 está muito ruim. 10h40 Paramos para
fotografar um cartaz que contém as distâncias na região de Aysén. 11h47 Chegamos em La
Junta. Fomos todos a um mercadinho comprar algumas coisas. Compramos pães,
bolachas,chocolates, além de um saquinho contendo uma mistura de castanhas, nozes,
amêndoas e passas brancas (quase uma granola). Confesso ter me arrependido de ter
comprado um pacotinho pequeno. Tudo estava perfeito. Posso dizer que foi o mix de
castanhas mais gostoso que já comi na vida. Parece que selecionaram cada castanha, cada
uva passa, tudo tinha o gosto de fresquinho. Comprei um cachorrinho de madeira (eu sempre
coleciono animais dos lugares que visito. Decididamente, cachorro era a cara da região!).
O Ari
comprou um vinho para bebermos mais tarde. Almoçamos do
outro lado do Posto Copec, no Café Restaurant Trasnportista. O Marcelo pediu um
prato contendo filé de merluza com arroz e batatas fritas. Eu comi chuleta com arroz e
batatas fritas. Pedimos também duas sprites. Eu deveria ter comido o peixe, pois apenas a
carne estava com um leve gostinho de que foi feita numa gordura já bem usada (mais tarde
acabou me dando dores de barriga). O peixe estava gostoso e o arroz também. Total da
conta: PC 20.400,00. O pessoal foi bem simpático e ganhamos de sobremesa o cafezinho. Vimos ao longo
da estrada algumas placas amarelas com numeração, como se fosse demarcação de algo que
não sabíamos. 14h30 Paramos para
fotografar uma ponte de madeira maravilhosa! Abaixo da ponte, um rio transparente corria
sobre grandes pedras e, às margens dele, vimos nalcas. Vimos flores no
caminho, muitas. Passamos por
Queulat. Depois disso, parece que entramos na terra dos gigantes. Havia nalcas
maravilhosas de ambos os lados da estrada. 15h30 Chegamos em
Puyuiape. A cidade é pequena bonitinha. Há uma pracinha em frente a um lago, com cais e
barcos coloridos. Fazia muito frio devido ao vento. 16h05 Paramos no Café
Rossback para tomar um café e usar a internet. Mandei um e-mail para a família para
avisar que estávamos bem. Já na subida,
saindo da cidade, o Marcelo parou para perguntar o preço de um hotelzinho amarelo bem
arrumadinho que fica no alto, com vista para o lago. O nome é Hotel la Casona de
Puyuiape. Custa 25.000 pesos chilenos o quarto duplo. Quem sabe em uma outra oportunidade
em que dormíssemos na cidade! A estrada seguiu
margeando o lindo lago em um tom verde esmeralda (não sabíamos mais se era um lago ou um
braço do mar). De qualquer forma, era bem bonito! Havia vários
trabalhadores arrumando a estrada e vimos criatórios dentro da água (não sabíamos de
quê). Há
alguns trechos pelos quais só passa um carro, o que despende muita atenção. 17h25 Paramos um
lugar inacreditável. Como disse o Marcelo: é um disbunde! Que paisagem! 18h Paramos para ver
o ventisqueiro colgante, que é um glaciar pendurado. Para entrar no parque, paga-se Pc
3.000,00 por adulto e PC 1.000,00 por crianças. Pode-se, já lá dentro, optar pelo tipo
de caminho a seguir até o mirante. Havia uma de 200m, uma de 600m e outra de 3
quilômetros (leva cerca de 2 horas). Optamos pela caminhada mais curta, pois o tempo
corria e ainda não estávamos alojados. A visão que
tivemos compensou a parada. O lugar é lindo e o glaciar é diferente: da geleira
pendurada escorre uma cascata que desse até encontrar um rio com corredeira. Muito
bonito! Saímos do
parque. Depois dali, a estrada começa a ficar cheia de buracos. 19h30 Começamos a
subir muito, quase na altura das montanhas com os picos recobertos de neve. O caminho é
repleto de curvas o tempo todo. Mais uma
paisagem de tirar o fôlego: uma montanha com a geleira derretendo do alto daquela. Fazia
muito frio quando descemos para fotografar. Fazia cerca de 10º, mas a sensação térmica
era menor devido ao vento. 20h35 Depois da
subida entre as montanhas, enfim, asfalto! 21h30 Paramos em um
mirante, depois em outro. Paramos no Mirante Oeste Valle Rio Cisnes. Que vale! A viagem não
rendeu muito, pois é impossível não parar com tantas belezas pelo caminho! 21h40 Chegamos a um
pequeno vilarejo chamado Villa Amengual. Passaríamos a noite ali. Ficamos
hospedados no Café y Residencial El Índio. A dona do estabelecimento se chama
Maria Helena, mas gosta de Mary. O carinho com que nos recebeu foi insuperável. Ela tem
um lindo bebê de 1 ano w meio de idade, Cristovam, que se encantou com o Lucas. O lugar é
limpo, acolhedor. Além disso, a Mary nos fez para o jantar peito de frango, arroz com
ervilha e milho, e salada. Que comidinha deliciosa! Que tempero! Para acompanhar, abrimos
a garrafa de vinho que o Ari havia comprado e ficamos papeando. Boa comida, boa bebida e
boa companhia. Perfeito! O vinho nos fez
dar uma boa relaxada e dormimos como uma pedra! 05/01/2011 (4ª-feira) Villa Amengual/CHI a Coyhaique/CHI 8h30 Tiramos algumas
fotos com a Mary, acertamos nossa conta (PC 53.000,00, incluindo o jantar e café da
manhã) e nos despedimos. Assim que
deixamos a Villa, paramos em um belíssimo mirador (visão para o Lago las Torres). Andamos um pouco
no asfalto e entramos no rípio novamente. Estava bem ruim, cheio de pedras soltas. A
velocidade do carro não atingiu os 40km/h. E da Villa Amengual até Coyhaique seriam
cerca de 135 km, sendo 20 deles no rípio. 9h45 Paramos para
registrar uma linda paisagem e, logo depois, pegamos asfalto. 10h30 Outra linda
paisagem maravilhosa, lembrando o Everest. Vimos também uma mamãe porquinha com
filhotinhos no pasto de uma fazenda às margens da estrada. 10h35 Parada para
fotografar um lindo lago azul. Paramos para
registrar um belo rio. 11h07 Vimos em uma
placa que para Coyaique havia dois caminhos: Um por Pto. Aysen, à direita, com estrada
asfaltada. Outro por Villa Ortega, mas com rípio. Escolha feita: asfalto, com certeza! Seriam uns 72 km
até Coyaique, ainda na Ruta 7. 12h10 A 20 km de
Coyaique, passamos por um trecho maravilhoso: um campo de lupitas roxas, às margens do
Rio Simpson. 12h20 Paramos em um
mirante deslumbrante. Assim que o carro parou e abrimos as portas, entrou um aroma de
perfume inebriante, como se tivessem destampado um vidro de perfume. Era o cheiro do da
natureza, das flores. Que delícia! E que vista espetacular da cidade ao longe quando
subimos uma escadinha para acessar o mirante! 13h Chegamos em
Coyaique. Era uma cidade já maior do que as outras pelas quais passamos. Tentamos
seguir um endereço apresentado pelo GPS, que seria de um residencial. Mas acabamos
entrando em uma estradinha estreita e parando em uma fábrica de cerveja. Eu estava do
lado de fora do carro tentando encontrar alguém, quando o Marcelo me disse para entrar
rapidamente no carro. Pelo tom de voz dele, obedeci sem pestanejar! Sorte minha, porque,
mal entrei, ao nosso lado surgiram rosnando quatro
pastores alemães gigantes! 13h30 Depois dessa,
achamos melhor almoçar primeiro e depois procurar por hotel. Tentaríamos encontrar o posto de informações turísticas da
cidade. Comemos no Pub
Bajo Zero, na 21 de mayo, 668. O preço era, por pessoa, PC 5.000,00. Nesse valor
estavam incluídos a entrada (tomate recheado ou salpicão), o prato principal (canelones
com molho, ou merluza, ou arroz com curry e pedaços de carne) e a sobremesa (sorvete, ou
mousse, ou torta de morango). A comida estava
boa. O interessante, contudo, é que o salpicão deles é bem diferente do nosso: trata-se
de uma salada contendo alface, pepino, batata, abacate, melão e um pouco de coentro. 15h20 Fomos ao banco
tentar sacar dinheiro e, enfim, cartões funcionando! Fomos ao posto
de informações na praça para pegarmos endereços de cabanas e para vermos passeio para
a Laguna San Rafael. Ficamos em uma ótima cabana de madeira para 4 pessoas. O nome do
lugar é Hotelera San Rafael. Há um pequeno jardim gramado na porta de cada
cabana, com pés de rosas grandes. O preço por cabana era PC 62.000,00, mas fizeram a PC
52.000,00, desconto para estrangeiros. Quanto ao
passeio para a geleira, não foi possível realizar. Um já havia saído pela manhã. Os
outros horários seriam no sábado e no domingo. Não daria para nós! 20h Após
descansarmos, fomos jantar em um restaurante badalado da cidade, Restaurante Ricer, assim
que atravessa a praça. O lugar é estilo country, tem ambiente separado para fumantes e
cadeiras cobertas com pelo para o frio. A comida do
lugar é ótima! O Marcelo pediu um salmão a la criolla com arroz. Eu pedi
tiras asadas, achando que era tipo o nosso picadinho. Vieram, realmente, duas
tiras enormes de costela com duas batatas cozidas. Eu me senti como o homem do tempo da
caverna! Era muita comida para mim e acabei não comendo tudo e pedindo ajuda aos outros.
O Ari pediu lomo com batatas cozidas que, segundo ele, também estava bom e
veio na quantidade ideal. Já o Lucas preferiu uma pizza, que, apesar de boa, também veio
grande! Assim que
fizemos o pedido, a garçonete nos perguntou a cocción, que era o ponto da
carne. Eles dizem que os pontos para se servir a carne são: mediana, inglesa (mal
passada), ao ponto e ¾ (bem passada mesmo!). Resolvemos
experimentar, para acompanhar, um refrigerante chamado Canada Dry. O Marcelo achou que
lembra sprite. Eu e o Lucas achamos que parece com guaraná Kuat. Depois do
jantar, andamos pela pracinha e tiramos algumas fotos. Percebemos que na praça a
existência de placas indicando que ali pegava wifi, ou seja, internet de
graça na praça! Que legal, bem diferente! Apesar
de ser uma cidade maior que as outras por onde passamos, Coyaique parecia ser um lugar
tranquilo, com pessoas ainda se divertindo na pracinha e caminhando à noite. Mas claro, sem nos esquecermos de que é uma cidade
grande e deve-se tomar os devidos cuidados! Voltamos para a
cabana e conversamos sobre nosso destino depois dali. Tínhamos planejado ficar dois dias
por causa do passeio da Laguna San Rafael. Porém, como não seria possível, decidimos
fazer o passeio de barco no glaciar Perito Moreno, na Argentina, e depois no Ushuaia. O nosso roteiro
também incluía ir até Cochrane para conhecemos as Capillas de Marmol. Só
que, como seriam 345 km até lá, 245 deles no rípio, resolvemos refazer nossos planos. O
rípio estava muito ruim e achamos que não valeria a pena. Seria melhor ficarmos um dia a
mais em El Calafate (para o passeio de Perito Moreno) depois seguiríamos para o Ushuaia
(plano este que também seria alterado, mas contra a nossa vontade). 06/01/2011 (5ª-feira) Coyhaique/CHI a Sarmiento/AR 8h Apesar de ser
cabana onde ficamos hospedados, há no terreno uma sala
em que o café da manhã é servido aos hóspedes. O café estava bom: tinha
queijo, presunto, pães, bolachas, tostadas (torrada) e até um salgado com
recheio de membrillo (marmelada). Descobrimos que pão de forma é conhecido
por pan de molde. 9h40 Após
abastecermos no posto copec, paramos na concessionária da Ssangyoung. Faríamos a
revisão dos 10.000 quilômetros do Kyron em Punta Arenas e precisávamos de algumas
informações. Ficamos sabendo que o protetor para o portamalas do carro custava PC
185.00,00, que dava menos da metade do preço do Brasil. De Coyaique até
o Paso Coyaique (fronteira para a Argentina) seriam 36km. Até a cidade de Rio Mayo seriam
172, talvez nossa parada para almoço. 10h50 Depois de
comprarmos água, adaptadores para tomada e um cartão para a máquina fotográfica de 4
GB (PC 12.000,00, cerca de R$40,00), deixamos a cidade. 11h07 Passamos por
um trecho bem ruim de rípio. Atravessou correndo a estrada uma lebre. 11h30 Paramos para
fotografar um lugar lindo. Não conseguimos comprar postais em Coyhaique, mas certamente
faríamos os nossos! 11h50 Paramos mais
uma vez para fotografar um vale bonito, com a visão da Carretera. Mas precisamos sair
correndo porque haviam moscas gigantes incomodando. Vimos placas
indicando velocidade máxima de 40km/h. Achamos muita graça. Com o rípio ruim daquele
jeito, quero ver quem, em san consciência, consegue ultrapassar essa velocidade! Se bem
que alguns malucos passavam arrebentando os carros! 12h10 Após uma bela
paisagem formada por lago, ovelhas, gado e patos voando chegamos à aduana chilena. Fomos
muito bem recebidos, até com direito a brincadeiras. 12h25 Deixamos a
aduana chilena. 12h40 Paramos para
fotografar as placas da divisa Chile/Argentina. 13h30 Deixamos a
tranquila aduana argentina. Também foram bem simpáticos. Nem chegaram a fazer a vistoria
nos carros. 13h35 Paramos na
Aldea Baleiro (5km da aduana. A próxima cidade, Rio Mayo, ficava a 124km para frente
ainda). Fomos procurar por algo para comer, pois estávamos famintos! Achamos um
comedor bem simples, chamado comedor multirubro. Não tinha muita opção
para comer e o lugar não é o mais organizado e limpo que já vimos, mas pelo menos
comemos mas empanadas de carne fritas na hora. Foram 12 empanadas mais refrigerantes. A
conta deu 53 pesos argentinos, mas aceitaram pesos chilenos, no total de PC 8.000,00. 14h10 Seguimos
viagem. Depois da aduana argentina, o rípio melhorou um pouco. Percebemos que outra coisa
que mudou foi a paisagem: ficou mais desértica. 14h40 Paramos para
filmar e fotografar uma lagoa com flamingos. O Marcelo literalmente pulou a
cerca para fotografar os flamingos. Porém, não pudemos ficar muito tempo por causa
das moscas gigantes! Um tatuzinho
atravessou a estrada. É preciso sempre estar atento para esse tipo de surpresa que, não
raro, acontece. 15h10 Passamos por
um vilarejo de nome Dr. Hojas. É uma região que possui belos cavalos. 16h45 O rípio da
estrada ficou meio fofo, tornando a estrada bastante perigosa e exigindo mais atenção
ainda. A sorte é que é um trecho mais desértico. Cruzamos com poucos carros. 16h25 Excelente
surpresa: ASFALTO! 16h30 Paramos para
um café no posto YPF em Rio Mayo. Depois, pegamos
a Ruta 22 para Sarmiento, onde dormiríamos. O asfalto ficou
bem ruim. De qualquer forma, ainda era melhor que o rípio. 18h17 A 36km de
Sarmiento, paramos para fotografar um bonito lago, no Santuário San Cayetano, com direito
à foto de um belo calanguinho do deserto. Atravessou no
asfalto uma grande família de emas. Era uma ema mamãe com 15 filhotinhos.
Infelizmente, o carro que seguia na Frente do Ari acabou atropelando o último dos
filhotinhos. Que pena! 18h40 - Chegamos em Sarmiento e fomos direto ao centro de
turismo em busca por hospedagem. Descobrimos que Sarmiento é uma cidade turística. Tem
um grande lago (Musters) e há atrações como um bosque petrificado, um parque temático
paleontológico, entre outras. Do centro de
turismo ligaram para o dono de uma cabana. Fomos até lá. Combinamos de ficar lá e o
dono nos deu as chaves, garantindo que os carros cabiam no quintal e nos deixou. Ele
morava ao lado. Só que, quando formos estacionar os carros, eles não couberam. Tivemos
que devolver as chaves e procurar outro lugar para ficar. Finalmente,
ficamos hospedados no Hotel Los Lagos, na Av. Roca Y Alberdi (Tel. 0297-4890346). O
quarto duplo, com garagem, wifi e café da manhã saia a PA 200,00. Não havia ar
condicionado e apenas os quartos para casal tinham ventilador. E fez calor naquele dia.
Acabou não sendo uma boa para o Ari, que ficou sem ventilador e o quarto com cama de
solteiro, além de tudo, dava para a avenida. Os restaurantes
só abrem a partir das 21h, inclusive o do hotel. Havia uma Rotiseria próxima que abria
às 20h, mas só serviam sanduíches no meio da semana. Depois
das empanadas no almoço, queríamos comida de verdade. Acabamos jantando no
próprio hotel. Resolvemos, para adiantar, já deixar nossos pedidos prontos enquanto
tomávamos um banho. Pedimos
filés de truta, um para mim e um para o Marcelo, e compartilhamos uma porção de purê.
Estava uma delícia a comida! Bem temperada, o que é muito raro na Argentina. O Ari
e o Lucas pediram lomo e batatas fritas, que, segundo eles, também estava uma delícia,
além de o ponto da carne estar perfeito! Preço
da truta: PA 36,00; porção de purê: PA 8,00; lomo: PA 36,00; batatas fritas: PA 8,00. Tivemos
notícias do Marçal. Ficamos sabendo que, em Puerto Varas, enquanto eles faziam um
passeio de barco, tentaram roubar uma mala que estava dentro do carro. 07/01/2011 (6ª-feira) Sarmiento/AR a Pedra Buena/AR Passamos uma
noite muito calorenta. Apesar do ventilador, o quarto estava um forno! Imagino a noite que
passaram o Ari e o Lucas! Que saudade do friozinho da Carretera! 7h Voltamos ao velho
café da manhã argentino: duas medias lunas por pessoa e café com leite ou
chá. Mas estavam boas! 7h50 Deixamos o
hotel e fomos tentar sacar dinheiro, pois no dia anterior não havíamos conseguido. Não
só nós, mas os moradores da cidade também. Mais uma
tentativa frustrada de saque. Seguimos viagem. 8h25 Havia flamingos
em uma lagoa bem perto da pista, mas não paramos porque estávamos em alta velocidade. 8h30 Passamos por
lindas serras com areia em tonalidades de laranja. 8h45 Passamos por
máquinas de extração de petróleo, a uns 100 km de Comodoro Rivadavia e logo que se sai
de Sarmiento. 8h50 Vimos guanacos.
Passamos por um desvio, pois estão arrumando o asfalto. 9h Paramos para
filmar guanacos. A estrada estava cheia deles. 10h Passamos em Rada
Tilly, antes de Comodoro, para ver se conseguíamos sacar dinheiro. Nada. Anteriormente,
havíamos tentado sacar também no Banco Del Chubut e nada! 10h35 Como Comodoro
Rivadavia era uma cidade grande, tentaríamos por lá, pois havia mais possibilidades. Chegando lá, tentamos
sacar no Banco Patagônia. Nada! Parece que estava havendo algum problema geral quanto a
saques em caixas eletrônicos na Argentina. 12h25 Trocamos
dinheiro em uma casa de câmbio em Comodoro ainda. Fizemos o câmbio de PC 300.000,00, que
deram PA 2.220,00 (cerca de R$ 1.110,00). Compramos sanduíches e voltamos pela mesma
estrada até a entrada para Rada Tilly. Lá, pegamos a direita para Caleta Olivia,
margeando a costaneira. Abastecemos em Caleta Olívia, já na
saída da cidade, no posto Petrobras: 544 km rodados; 44,05 litros, PA 150,00. 14h50 Paramos em
Fitz Roy para o café. Estava frio e ventava bastante. Pegamos uma tempestade de areia. O
tempo estava fechado como se fosse chover. Mesmo com o carro parado dava para sentir a
vibração do vento. 15h35 Paramos para
brincar um pouco no vento. Soltamos nossos sonhos infantis e Improvisamos até uma capa de
super herói com a toalha de banho! Foi uma delícia! Outra parada
para fotografar a placa que indicava a quilometragem 2012, pois as de 2010 e 2011 não
existiam. Ou foram danificadas ou foram roubadas. (Depois, no Photoshop, o Marcelo
alteraria para 2011, ano que fizemos a viagem). 16h25 Ainda em meio
à ventania, passamos por um trecho perigoso. Algumas pequenas serras próximas à pista
davam instabilidade aos carros, pois alternavam rajadas de ventos muito fortes com
vácuos, fazendo com que os carros puxassem um pouco para os lados. 16h45 Vimos
guanacos. Eles sempre andam em grupos. São elegantes, eretos, seguros de si. Parecem
nunca ter pressa, ao menos até nos aproximarmos deles, quando, então, resolvem correr um
pouquinho. Paramos para
fotografar um outro bando. Mas eles são ariscos. Quando o carro para, eles se afastam. 17h10 Paramos para,
como diz o Marcelo, marcar território e tomar um café no posto YPF. Estava
frio ainda. 18h10 O vento
continuava e o frio aumentou um pouco mais. Fazia em torno de 12º. 19h Paramos para
jantar sanduíches. Dessa vez, quentes. Vimos o coitado de um cachorrinho ao vento, na
parte de trás de uma caminhonete. A estrada era
bem desértica. Por isso era importante a parada para um café e banheiro nos postos, pois
estes são escassos. A distância entre um e outro é em média 100km. 19h45 Logo depois do
restaurante, na estrada deserta, vimos uma placa com a indicação de restaurante. Não
paramos. 20h12 O sol ainda
estava alto. Passamos
por alguns guanacos bem próximos do asfalto. Que perigoso! Vimos
muitos animais mortos ao longo da estrada: lebres, gambás e guanacos. Que pena! 21h Paramos para
tirar foto do pôr-do-sol na chegada de Pedra Buena. Procuramos por hotel e foi muito
difícil encontrar vaga. A cidade estava lotada, pois já era tarde. Nossa sorte é
que resolvemos procurar em um posto de gasolina. Lá, conversamos sobre nossa situação
com o frentista. Ele deu um telefonema e logo apareceu uma pessoa que aluga uma cabana
(av. G. Ibanez Norte, 575) e nos levou até lá para ver o local. Estava limpa,
tinha calefação para o frio. Enfim, era ali mesmo que ficaríamos! O preço saiu a
PA 320,00 para nós quatro. 21h50 Saímos para
jantar. Encontramos um restaurante chamado No hay dos sin três. Que
nome diferente! Enquanto a
comida estava sendo preparada, o Marcelo tentou sacar dinheiro no caixa eletrônico ali
perto e, bingo, até que enfim tínhamos grana! Parece que finalmente os saques estavam
normalizados. Pedimos para
comer Tallarin com Pollo estofado. O Ari e o Lucas pediram uma pizza. Tomamos
também uma Quilmes preta para acompanhar. Achamos que era uma garrafa pequena, mais veio
uma grande, de 970 cm³, quase um litro de cerveja! A comida estava
boa. PA: 115,00. O Marçal respondeu um e-mail que o Marcelo tinha enviado para ele:
estavam indo para Puerto Madryn. 08/01/2011 (sábado) Pedra Buena/AR a El Calafate/AR 7h40 Amanheceu frio
ainda. 10º. Saímos da cabana para tomar o nosso café da manhã em algum posto e seguir
viagem. Paramos antes, para fotografar um trenó puxado por guanacos: é a cara da
Patagônia! 8h20 Tomamos nosso
café e estávamos prontos para deixar a cidade. Abastecemos. Preço do litro do diesel:
3,919; total de litros: 60,72; Valor pago: PA 238,00. O consumo de combustível aumentou
consideravelmente devido ao vento. O carro estava fazendo uma média de 11 km/l e passou a
7,74. Tínhamos duas
opções para irmos até El Calafate: 291 quilômetros indo pelo rípio ou 489
quilômetros indo pelo asfalto. Mais uma vez o asfalto ganhou disparado na votação! Às margens do
asfalto, vimos muitos, muitos guanacos mesmo! Eles vêm comer o pouquinho de verde que
nasce na beira da pista e isso é muito perigoso. Vimos também muitas emas. Vimos ainda
gambás, mas sempre mortos. Acredito que eles devem passar pela estrada à noite em busca
de comida e acabam sendo atropelados. 10h Paramos para
fotografar um pedaço do paraíso ao lado da estrada: uma lagoa bem azul com flamingos,
outros pássaros e uma patinha com filhotinhos atravessando o lago. Dá para ter pressa
num lugar destes? 11h Decidimos ir
até Rio Galegos para o Ari comprar um filtro para o carro dele na concessionária da
Ford. Na entrada da
cidade, pegamos um pequeno engarrafamento por causa de uma blitz. Os policiais buscavam
alguém que cometeu um crime e estava sendo procurado. Eles anotavam o número do
documento dos ocupantes masculinos dos carros. Na
concessionária, o Ari acabou comprando dois filtros para a caminhonete, por R$ 125,00.
Com este valor ele não pagaria nem um filtro no Brasil. 11h55 Decidimos
almoçar logo em Rio Galegos, no restaurante chamado Lo de Vicente, que já é na
saída da cidade. Era um lugar bem aconchegante, arrumadinho mesmo, daqueles com cara de
serem procurados por famílias que gostam de almoçar fora nos finais de semana. Pedimos um lomo
com purê. A nossa atendente não parecia estar muito bem naquele dia. Ela nos serviu o
tempo todo com a cara amarrada e não tinha muita paciência para nos explicar
as coisas. E olha que fomos os primeiros a chegar. Depois é que o restaurante lotou. Tudo
bem, vai ver que estava sendo um dia duro para ela! De qualquer
forma, aprendemos outras palavras no cardápio: papas rejillas são batatinhas
cortadas em forma de círculo e riscadas (como batata ruffle). Zapalla é abóbora. Eles serviam no
restaurante um prato chamado Puchero. Não me atrevi a perguntar o que era, mas vi
na mesa ao lado que é um prato grande, para 4 pessoas, que vem pedaço de milho cozido,
pedaços grandes de abóbora, batas cozidas, carnes e linguiça. Esse prato parecia sair
bem. No nosso prato
veio pouca comida. Dá apenas para um mesmo. A comida estava boa, mas como pedimos
porções extras, acabou saindo um pouco mais caro do que costumávamos pagar. 3 lomos, 1
porção de purê, 1 porção de batata frita e quatro refrigerantes pequenos saiu a PA:
215,00. O cafezinho também não é incluso na conta. 13h15 Voltamos à
estrada rumo a El Calafate. Na saída da cidade, a blitz continuava. Vimos perto dali
ainda uma espécie de santuário com uma imensa escadaria em curvas, contornando um morro.
O interessante é que, logo abaixo, havia churrasqueiras, e funcionando a todo vapor! Percebemos, a
título de curiosidade, que as casas tanto em Pedra Buena, quanto em Rio Galegos e em
outras cidades por onde passamos, possuem
tetos de zinco, na maioria pintados! Como faz muito frio nesses lugares, inclusive no
verão, deduzimos que isso deve ajudar a manter um pouco do calor dentro das casas. Descobri porque
a comida Argentina é praticamente sem sal: é que o sal está todo na água que
bebem!...Bem, isso é brincadeirinha minha. Mas que a água mineral que bebem é salobra e
a comida sem sal, isso é inquestionável! Para se ter uma ideia, eu estava com uma
garrafa mineral brasileira (Nestlé) e vi que ela possui 9,39 mg de sódio. Sabe
quanto de sódio havia na garrafinha de água mineral Argentina que comprei? Exatamente 128
mg de sódio! A diferença é gritante! A que é menos salobra é a da marca Eco. 14h40 Paramos para
um café em Esperanza. 16h A 60km de El
Calafate, paramos para apreciar mais uma obra divina em um mirante: um vale com montanhas
ao fundo e um maravilhoso lago azul. O que não falta na Argentina e no Chile são lindos
lagos azuis! Fazia muito frio e ventava demais, mas isso não tirou nosso ânimo de descer
um pouquinho do carro. 17h Chegamos em El
Calafate. O vento não dava uma trégua sequer. Procuramos lugar para ficar em uma cabana
na qual o Ari havia ficado da outra vez, mas não havia vaga. A cidade estava lotada de
turistas. Resolvemos ir direto ao centro turístico. Achamos que dessa vez não
acharíamos lugar, pois em todas cabanas que ligaram não havia vaga. Só uma não estava
lotada. Fomos correndo para lá. Eu no Kyron, o Ari na caminhonete dele e o Marcelo a pé,
porque era perto e não queríamos correr o risco de ficar sem hospedagem. Chegamos junto
com o Marcelo e, apesar de ter muita gente querendo vaga, conseguimos ficar na tal da
cabana. Era pequena, mas tudo bem. Tinha wifi, uma cama de casal, uma beliche, microondas,
frigobar e uma pia. Se quiséssemos, poderíamos usar também uma cozinha que era
compartilhada com todos hóspedes. Para nós estava tudo bem. Nome do local: Complejo
Turístico Los dos Pinos. 9 de Julio 358, Tel/Fax: (+54) 2902 491271/ 491886.
WWW.losdospinos.com. A cabana saía a PA 400,00,
mas a dona fez um desconto e deixou por PA 380,00, acho que porque era pequena e a
última. Sabíamos que havia outras cabanas na cidade até melhores e com menor preço,
mas estavam lotadas. Essa era a nossa última chance de ter um lugarzinho para dormir. Acabamos
gostando de lá porque os carros ficavam bem na porta da cabana também. Aproveitamos já
para fechar, na recepção, um passeio de barco pelo Lago Argentino, até a geleira de
Perito Moreno. A empresa que nos levaria era a Fernandez Campbell. Saiu a 295 pesos
argentinos por pessoa. O barco sairia às 8h30, no dia seguinte, do Puerto Punta
Bandera e retornaria às 15h30. Conhecemos
outros brasileiros que também lá estavam hospedados. Eles passaram pela Ruta 40, aquela
cujo trajeto até El Calafate seria mais rápido, porém de rípio. Disseram que ficaram
com o para-brisas do carro quebrado, além de terem sofrido outras avarias. 19h Saímos para
jantar. Fomos ao Restaurante Vera Cruz, que já conhecíamos da outra vez que fomos
à cidade, há uns 4 anos. Comemos uma
porção de arroz, 3 trutas e um lomo com uma porção de purê. A comida estava
tipicamente Argentina, ou seja, tivemos que acrescentar um pouquinho de sal, mas tudo se
resolveu. Contudo, o sal que faltou na comida, sobrou na conta: PA 327,00. 20h10 Fomos ao
mercado La Anônima para comprarmos bebidas, além de pães e frios para fazermos
sanduíches para o passeio de barco. Essa foi uma sugestão da atendente da cabana, pois
ela disse que no bar do barco não há muito que comprar e tudo é caro. Tentamos sacar
dinheiro na cidade. Descobrimos que o problema era nacional. Ainda bem que havíamos
trocado a maior parte dos pesos chilenos que tínhamos. O Marcelo
conseguiu ligar para saber notícias do Marçal. Eles estavam em Bariloche e iam para
Puerto Madryn. Ligamos também para nossos filhotinhos em Brasília. 09/01/2011 (domingo) - El Calafate/AR 6h30 Acordamos para
fazer nosso café e arrumamos nossas coisas para o passeio de barco. O barco sairia às
8h30 do Porto de la Cruz. Tínhamos que ir de carro até o ponto de saída, que ficava a
cerca de 45km de El Calafate. A geleira de Perito Moreno fica a 72km de El Calafate. 7h40 Já na estrada,
pegamos o caminho rumo a Punta Bandeira. 7h50 Chegamos ao
Porto de la Cruz. Enquanto eu fiquei em uma fila esperando a entrada do porto ser aberta,
o Marcelo, o Ari e o Lucas ficaram em outra para comprar o bilhete de entrada para o Parque
Nacional los Glaciares. Para se fazer o passeio é preciso pagar o ingresso no
parque: PA 70,00 para países integrantes do Mercosul e PA 100,00 para os que não
são. O barco era um
catamaran bem confortável, dois andares, com poltronas semelhantes às de avião. Os
assentos eram divididos em 8 poltronas, sendo duas de um lado do barco e duas do outro,
que são voltadas para a janela. Quem chega primeiro na fila vai pegando os lugares
melhores, que são os da janela. Ficamos em uma janela no 2.º andar do barco. Dentro do barco
não faz tanto frio, porque é todo fechado por vidros lacrados. Já do lado de fora, a
história muda, principalmente com o barco em movimento, pois o vento que vem das geleiras
é cortante. Todos recebem um
mapa indicando o percurso a ser seguido pelo barco. O Lago Argentino, no total, possui uma
extensão de 1.560 km². O passeio seria feito no Brazo Norte do Lago, contemplando os
glaciares Upsala, Spegazzini e Perito Moreno,
os principais da região. 9h15 Deixamos o
porto. A
temperatura do Lago Argentino varia de 2º a 5º. A cor esverdeada da água, meio leitosa,
deve-se aos sedimentos que caem das rochas. São as pequenas partículas depositadas no
fundo de lagos e rios, que são próximos a glaciares. 9h30 Passamos pela
Boca Del Diablo. A profundidade nesta área é de 100 metros. 10h40 Tiramos
várias fotos dos icebergs azuis que se desprendem do Glaciar Upsala. (Sim, azuis. É que
o gelo ganha uma tonalidade azul à medida que vai ficando mais velho, mais compactado, e
devido ao efeito de refração da luz. Sua aparência fica meio opaca e esponjosa
também). Chegamos,
então, ao Glaciar Upsala. Este glaciar é um
dos maiores do lago. Possui 595 km² de superfície e 60km de longitude. Sua maior parte
está submersa. A altura de suas paredes gira em torno dos 60/80 metros. A guia nos
contou, a título de curiosidade, que em 1960 um avião argentino conseguiu pousar sobre o
glaciar e pilotos faziam ali treinamento para aterrissagens de emergência. 11h25 Passamos pelo
Glaciar seco (4 quilômetros de extensão). 11h35 Chegamos ao
Glaciar Spegazzini. Não nos aproximamos muito porque estava chovendo. Ele possui 1
quilômetro de largura e em torno de 25 quilômetros de distância até encontrar o lago.
Sua altura varia de 80m de altura até 135m em sua parte mais alta. É o glaciar mais alto
do Parque Nacional. Pequenas partes
do glaciar se desprenderam e caíram no lago, o que é esperado e até aplaudido pelos
turistas. Eu pude filmar um destes desprendimentos. Contudo, a minha alegria não durou
muito. Isso porque descobri que os barcos aceleram um pouco o motor, cuja vibração
gerada faz com que o desprendimento aconteça. Ou seja, é um desprendimento forçado. Eu
sei que poucos barcos fazem o passeio ali diariamente e isso não afeta de forma
substancial o lugar, mas saber que o desprendimento é provocado não me deixou
confortável. Seguimos em
frente. O barco percorreria 1 hora e 30 minutos o Canal de Los Témpanos (témpano é o
mesmo que iceberg) até chegar ao Glaciar Perito Moreno. Aproveitamos para fazer o lanche
que trouxemos. Algumas pessoas até tiraram uma soneca neste trajeto. 14h30 Chegamos ao
Glaciar Perito Moreno. É o glaciar mais conhecido devido às suas rupturas (naturais) que
acontecem de quando em quando. A última aconteceu em 9/7/2008, mas não é incomum
ocorrem pequenas também. Sempre há uma câmera de olho no Glaciar. Para se ver uma
dessas rupturas, basta fazer uma busca no Google. Essas rupturas são filmadas pelo outro
lado da geleira, na parte onde há um mirante. A altura do
Glaciar Perito Moreno vai de 40 a 60 metros. A parte submersa possui cerca de 140m. Sua
superfície aproxima-se aos 165 km². Há uma equipe
no barco que retira gelo da água. Quem quiser provar o seu sabor milenar,
basta comprar uma bebida e sua curiosidade será saciada. Não nos entusiasmamos em provar
um gelo tão antigo assim e acabamos ficando com as nossas bebidas mesmo! 15h20 Deixamos
Perito Moreno e iniciamos o retorno para Puerto Bandera. No trajeto de
volta, é distribuído um questionário a todos para efeito de pesquisa de satisfação.
Para nós valeu cada centavo gasto! 16h Chegamos ao
final do nosso passeio. Fomos para o estacionamento buscar o carro. Decidimos, já que a
entrada do Parque Nacional los Glaciares estava paga, ir até o mirante para ver o mirante
do Glaciar Perito Moreno de cima. A pequena
estrada cheia de curvas até lá é maravilhosa, a visão do mirante é de tirar o
fôlego! Tudo bem que já conhecíamos o lugar, mas aquela visão, mesmo que seja
apreciada várias vezes, nunca deixa de ser impressionante! O céu estava
limpo, azul, o que deixava a geleira plena de vida! É engraçado
que, da outra vez, quando fizemos a Expedição Patagônia, pegamos frio em Perito Moreno
e calor em Torres Del Paine. A situação agora estava invertida. Afinal, é como diz a
canção de Lulu Santos: Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um
segundo... Trocaram
as escadarias do mirante. Antes eram de madeira e agora são de metal. Construíram um
restaurante grande, com uma boa estrutura. E foi
neste restaurante, antes de descermos as escadarias do mirante, que conhecemos uma
família mineira. Paulo e Eliane, de Prata, MG, estavam com três crianças. Eles alugaram
um motor home em Buenos Aires e iam descer até o Ushuaia. Eles nos disseram que,
devido ao vento, acabaram perdendo a placa do carro na estrada. Tiveram que fazer uma
ocorrência para comprovar quando devolvessem o carro. Batemos um bom papo com eles e
fomos para o mirante. Tivemos
uma visão fabulosa de todo o Glaciar. Não dava vontade de desgrudar os olhos do lugar!
Subir e descer escadas não era um fardo, tendo em vista a recompensa visual que tínhamos
a cada vez que nos aproximávamos mais do Glaciar. Como
todos os turistas, tiramos muitas fotos e gastamos muito espaço na câmera filmadora
esperando alguma pequena ruptura. A ruptura não aconteceu, e nem por isso nos sentimos
menos tocados pela imensidão do lugar. Ficamos em silêncio, apenas apreciando tamanha
beleza divina! A
muito custo, deixamos o Glaciar Perito Moreno para trás, já com um pequeno aperto no
coração. Crendices à parte, quando estivemos lá em 2006, um morador local nos disse
que quem come da fruta el calafate volta a El Calafate. É verdade, comemos e
estivemos lá uma vez mais. De
volta na estrada para El Calafate, vimos um animal de cor caramelo correndo às margens da
estrada com largas passadas. O Marcelo, de longe, pensou que fosse um puma.
Diminuiu a velocidade do carro e, entusiasmado, pediu que eu o fotografasse. Caímos na
gargalhada quando vimos que o puma, na realidade, era um assustado cachorrinho. Quem sabe
puma não era o nome dele? Se não era, assim ficou apelidado. De
volta à cabana, tomamos todos um bom banho e saímos para jantar. Já na
avenida, ao atravessarmos o canteiro central para as lojas, aconteceu um pequeno acidente:
eu e o Marcelo estávamos andando de mãos dadas e olhando para o outro lado da rua. de
repente, ele sumiu do meu lado e só senti a sua mão me puxando também para baixo. Era
um degrau na calçada. Caímos os dois no chão. Ele soube cair e não se machucou. Eu,
porém, acabei caindo de mal jeito e torci o pé. Graças a Deus que foi só isso, pois
poderia ter sido bem pior. Um argentino, muito solícito, parou o carro na avenida e se
ofereceu para nos levar ao hospital. Mas agradecemos a gentileza e dissemos que não seria
necessário. O Ari
foi correndo ao restaurante em frente e trouxe gelo. Fiquei bastante tempo com o gelo no
local e creio que isso foi o que me ajudou a melhorar. Fomos
jantar. Antes
de voltarmos para a cabana, passamos em uma farmácia para comprar pomada
anti-inflamatória para o pé e uma tornozeleira para mantê-lo imóvel. Já na
cabana, tivemos uma triste notícia: o Ari, após saber se estava tudo bem comigo, nos
disse que ele e o Lucas tinham tomado a decisão de não ir mais até o Ushuaia (iriam
depois, no inverno). No dia seguinte, retornariam para o Brasil, passando primeiramente em
Foz do Iguaçu para que o Lucas conhecesse as Cataratas. Eu e o
Marcelo, dependendo de como eu amanheceria, seguiríamos com o plano inicial: iríamos, se
Deus permitisse, até o Ushuaia. 10/01/2011 (2ª-feira) - El Calafate/AR a Puerto Natales/CHI
FOT0S - 8h30 Ficamos
tristes, mas nos despedimos do Lucas e do Ari. Eles fariam falta na viagem. Dali para
frente, seríamos apenas eu, o Marcelo e Deus, é claro! Deixamos a nossa
parte do pagamento da cabana com o Ari, que sairia mais tarde, e seguimos em frente. Abastecemos. Preço do litro do
diesel: PA 3,045; Valor pago:PA 216,00; Litros: 70,93. 9h35 Decidimos pegar
a estrada mais curta, que era de rípio, até Puerto Natales. Ainda bem que o
trecho que pegamos estava bom. Em 80% do trecho andamos a 80km/h, em 20% andamos a 60km/h.
Além disso, o caminho era bem bonito: vimos lebres, muitas ovelhas, muitas mesmo! E, para
variar, lagoas com patinhos e flamingos. Aliás, vimos muito desse tipo de paisagem
durante nossa viagem, mas não enjoávamos de apreciar! 10h47 Voltamos à
estrada asfaltada, rumo a Concha Carrera. Assim que saímos do rípio, pegamos muito
vento, com direito a chuvinha de micropedras. Rezamos para que não viesse uma
pedra maior e acertasse nosso parabrisa. Do lado direito
da estrada, vimos lindas montanhas que nos levaram a crer, por causa da localização, que
seriam do Parque Torres Del Paine. 11h22 - Pegamos um pequeno
trecho de rípio até a aduana argentina. 11h34 - Deixamos a aduana.
Ventava bastante e estava frio. 11h40 Chegamos na
aduana chilena. 12h07 Saímos da
aduana chilena. 12h10 Logo ao lado,
assim que atravessamos o passo fronteiriço, paramos para almoçar no El
Ovejero . Foi ali que comemos o melhor salmão na nossa viagem de 2006
(acompanhado de arroz e palmitos). Pedimos mais uma
vez o salmão e aproveitei para comprar uns postais. Dentro do próprio restaurante,
funciona uma lojinha cheia de artesanatos, livros e produtos da região. Vendo a TV,
ouvimos pelo noticiário uma reportagem dizendo que haveria um paro na entrada
e na saída da região de Magallanes, abrangendo Puerto Natales e Punta Arenas, cidades
que estavam em nossos planos. Deveríamos nos informar melhor a respeito depois. Os atendentes
foram bem simpáticos. A comida ainda estava boa. Tiramos fotos com o Jaime, a Evellyn e o
dono do estabelecimento. 13h15 Assim que
pegamos a pista para Puerto Natales, tivemos que parar o carro e esperar a travessia do
gado. Era um gado gordo, bonito, bem tratado, de cor marrom com cara branca. Vimos muito
desse gado na Argentina. Chamou-me a
atenção uma vaquinha que veio em nossa direção, não se intimidando com o carro. Não
resisti e tirei uma foto daquela carinha determinada! A estrada para
Puerto Natales já está toda pavimentada. Em 2006, ainda havia alguns trechos sem
asfalto. 13h50 Chegamos a
Puerto Natales. Como ventava! Bem na entrada da cidade, à beira-mar, há um posto de
informações turísticas. O Marcelo pegou o mapa da cidade e um folheto contendo
informações sobre o Parque Torres Del Paine. Pelo
ficamos sabendo, agora há um novo caminho até o Parque que gasta menos tempo, mas é
rípio. Em compensação, no caminho pode-se visitar la cueva Del Milodón. É uma caverna onde foram encontrados ossos e
outros vestígios de extinto animal pré-histórico (dizem ser da família do bicho
preguiça. Para mim, lembra mesmo é um urso gigante). Ficamos
hospedados no Hostal los Pinos. Preço do quarto de casal: PC 22.000. Era bem
aconchegante, em madeira, extremamente bem cuidado, com quarto amplo e limpo. A princípio
não ficaríamos lá, pois é preciso subir escadas para ir para o quarto e, como o meu
tornozelo ainda estava dolorido, não poderia ficar movimentando muito. Mas, depois de
olharmos outros lugares, não tão bons e com o mesmo preço, resolvemos ficar por lá
mesmo! E além disso a rua era tranquila e tinha como guardar o carro. Quanto
a subir as escadas, um senhor muito simpático que nos atendeu me emprestou uma bengala,
que ajudou bastante. Conseguimos
sacar dinheiro chileno. Que maravilha! Mas só saiu com o cartão mastercard. 11/01/2011 (3ª-feira) - Puerto Natales e Torres Del Paine/CHI a Punta
Arenas/CHI
FOT0S - 8h Tomamos nosso
café da manhã no hotel. Serviram suco, queijo, presunto, pão, biscoitos (café um pouco
mais incrementado, pois estávamos no Chile!) No café ainda,
conhecemos uma senhora de nome Leila, bastante comunicativa. Mora em Viña Del Mar e
estava a passeio com mais três amigas. Ficamos batendo um papinho até sairmos para o
Parque Torres Del Paine. Como o
comércio local só abriria às 9h30, passamos em um posto Copec para comprar água para
levarmos. Há umas lixeiras na rua que são um charme: vimos um homenzinho de metal, com
óculos e barba! 9h deixamos puerto
Natales rumo ao Parque. 9h25 Assim que
pegamos o rípio (a estrada mais curta que nos indicaram), paramos para fotografar uma
rocha bem bonita que se destacava em meio à paisagem mais baixa. Cinco minutos
depois, chegamos à Cueva Del Milodón. A entrada custou PC 3.000,00 por
pessoa. Há um restaurante, banheiros limpos e um mini-museu que conta a história do
Milodón. A caverna é
acessível por uma pequena caminhada de 250 metros, realizada em passarelas de cimento em
meio a uma bonita mata com grandes rochas. No caminho,
conhecemos um casal chileno que foi conversando conosco até a entrada da caverna. O nome
da mulher é Jaqueline. O dele não consegui guardar, porque é difícil. O fato é que
ele trabalha como uma espécie de guia de turismo independente. Estão indo morar em Tacna
(primeira cidade peruana assim que se atravessa a fronteira Chile/Peru. Passamos por lá
na última viagem). A intenção dele, quando em Tacna, é trabalhar com turismo, levando
grupos de brasileiros para umas excelentes Thermas, segundo, que há na região. Ele ficou
de enviar um e-mail para o Marcelo fazendo uma propaganda do lugar. Ficamos
surpresos ao chegarmos na caverna: esperávamos encontrar uma caverninha
singela. Contudo, nos deparamos com uma caverna de 80 metros de largura, 30 metros de
altura e 200 metros de profundidade! E logo na entrada, lá estava um Milodón (réplica,
claro) nos aguardando. O
bicho sabia das coisas. Escolheu para morar um local com uma vista privilegiada! Tiramos
fotos com o Milodón, andamos pela caverna. Assim
que saímos de lá, vi uma coisa curiosa. Em meio às rochas havia uma rocha menor que
lembrava a silhueta de uma espécie de alienígena de braços abertos caminhando em nossa
direção. Tirei uma foto dele! Seria o guardião da caverna? No
percurso de volta, tiramos foto de uma grande placa de madeira, com um ponteiro que
registrava o risco de incêndio florestal no dia (baixo, médio, alto e extremo). Estava
marcando extremo. Vimos muitos desses marcadores espalhados pelo país. 11h Seguimos para
Torres Del Paine. 11h20 Começou a cair
uma chuva fininha. Apesar de o vento do dia anterior ter dado uma trégua, ainda fazia
frio. 12h Após passarmos
por paredões de rocha de ambos lados da estrada, paramos no Mirador Gray. Dá para ver a
geleira ao longe. O tempo estava bem fechado, mas não conseguiu apagar a beleza do lugar! 12h05 Outro Mirador:
Cuernos Del Paine. Espetacular! Do lugar tem-se uma belíssima imagem de Torres Del Paine.
Peguei duas pedrinhas compridas de lembrança. Seriam minhas mini torres. O nosso carro
teve seus primeiros 10.000 quilômetros rodados ali, em frente ao paraíso. Como sou
apaixonada por aquele parque! 12h30 Chegamos ao Parque
Nacional Torres Del Paine. A entrada custou PC 15.000 por pessoa. (Para nós, PC
30.000, cerca de 90 reais). Entramos pela Guarderia Serrano. A vista logo na entrada é
linda. Conversamos um
pouco com a moça que nos vendeu as entradas do parque. Ela nos falou do paro,
aquela greve que estava prevista para o dia seguinte, da qual tínhamos ouvido falar no
noticiário da TV. Ela nos disse que o governo quer aumentar o gás, mesmo tendo prometido
pessoalmente que isso não ocorreria. Contou que os magallanes produzem o gás que vai
para outras regiões e, apesar disso, são os que pagam mais caro. Fomos,
enfim, informados que a greve seria bem expressiva. Os magallanes realmente fechariam
todas as entradas e saídas da cidade. Ninguém entraria. Ninguém sairia. Deveríamos
pensar bem sobre o que faríamos, pois tanto Puerto Natales, incluindo Torres Del Paine,
quanto Punta Arenas faziam parte da região que entraria em greve. Bem.
De qualquer forma, naquele momento precisávamos almoçar. Paramos na Posada Serrana,
pois sabíamos que lá havia um restaurante. Pedimos para mim (lomo a la plancha, a PC
4.500, e tallarines a la mantequilla, a PC 2.000). Para o Marcelo (Lomo com salsa de
champiñones, a PC 5.500, e purê de papas, a PC 1.800). A comida estava boa. A carne veio
enorme e o Marcelo não conseguiu comer tudo. 13h40 Seguimos pelo
parque pegando o caminho à direita no mapa. Atravessamos o Rio Paine, paramos para
fotografar várias vezes durante o trajeto, não dá para não parar!, inclusive no
acampamento do Lago Pehoé, onde tem um restaurante no qual o Ari almoçou quando fizemos
a Expedição Patagônia. Lá fotografamos um zorro (raposa) e uma parte do
lago com as torres ao fundo, linda visão! Este parque para nós é paradisíaco. Para
qualquer direção que se aponte a máquina fotográfica, certamente sairá um belo
cartão postal! 14h40- Andando um pouco
mais, paramos para acessar um mirante para uma paisagem de tirar o fôlego: Um verdadeiro
cartão postal da Hosteria Pehoé com sua ponte de madeira sobre o lago. Que coisa linda!
E olha que o céu estava nublado! Encontramos lá em cima 3 casais de chilenos
animadíssimos de Antofagasta. Tiraram nossa foto e tiramos fotos para eles. Fizemos
brincadeira, foi divertido. 15h10 Paramos no
Lago Nordenskjöld. Encontramos uma família de brasileiros: o Walter Sales (não, não é
o cineasta, este é médico), sua esposa Lúcia e os filhos Juliane e Gustavo. Moram em
São Paulo. Eles nos contaram que, no caminho por onde passaríamos a seguir (eles estavam
fazendo o percurso contrário que o nosso), foram literalmente atropelados por guanacos.
Eles estavam parados, aguardando a travessia dos guanacos, empolgadíssimos e tirando
fotos, quando dois guanacos brigando caíram rolando sobre o carro. Eles levaram um
tremendo susto. O carro branco que eles haviam alugado ficou amassado. Os animais saíram
andando, mas não souberam dizer se ficaram
machucados. De qualquer forma, disseram que foi traumático este primeiro contanto com os
guanacos! 15h40 Seguimos pelo
nosso percurso. 16h10 Passamos pelo
local falado pelo Walter Sales. Vimos guanacos de todo jeito: com a família, brincando,
mamando, namorando e até rolando no chão feito cachorro. 17h20 Tomamos a
decisão de irmos para Punta Arenas naquele mesmo dia. Se as saídas seriam fechadas, era
melhor que já tivéssemos em Punta Arenas, que era uma cidade maior e, além disso, de
qualquer forma, é lá que faríamos a revisão do carro. Já Havíamos, inclusive,
confirmado com a concessionária. Deixamos o
parque a contragosto. Nunca era fácil nos despedirmos de Torres Del Paine. Aquele oásis
sempre nos deixava com o gostinho de quero mais. Chegamos ao
hotel e fomos direto arrumar nossas coisas. Fechamos a conta. Houve um pequeno mal
entendido quanto ao valor a ser acertado. O senhor que nos recebeu no dia em que chegamos
disse que o quarto de casal custava PC 22.000; contudo, sua esposa, no momento de
fecharmos a conta, disse que seria esse preço se fosse uma pessoa no quarto, mas como
éramos duas haveria um acréscimo de PC 5.000. Não entendi essa conversa de
casal ser apenas uma pessoa, mas, tudo bem, estávamos com pressa e engolimos
essa história. Pagamos os PC 27.000 (PC 56.000 as duas noites). Como não tomaríamos
café no dia seguinte no hotel, o Marcelo pediu umas fatias de frios para fazermos
sanduíches para a viagem, o que o simpático senhor atendeu prontamente. 19h30 Deixamos o
hotel. 19h40 Ainda na
saída de Puerto Natales, abastecemos. Preço por litro: 556; 522 quilômetros rodados;
valor total: PC 28.000. Enquanto estávamos no posto, passaram por nós vários carros
com bandeiras pretas e buzinando. Já eram as pessoas se preparando para a paralisação. 20h40 Apesar do
horário, ainda estava claro. Passamos por uma região contendo árvores como as que vimos
na estrada para o Ushuaia da outra vez: as árvores ficam cobertas com algo que parece um
algodão e ficam secas. São várias árvores da mesma forma. Parece um tipo de praga. 21h20 Na estrada,
tiramos fotos do monumento ao vento. São quatro postes de ferro, ou alumínio, não
sabemos, com um círculo meio retorcido do mesmo material em cima de cada poste. 22h20 Chegamos em
Punta Arenas. Já na entrada, passamos por um corredor humano. As pessoas estavam
entusiasmadas, com bandeiras, mas nos deixaram passar. Ainda bem! Vimos que aquela
região é bem unida, politizada. A avenida principal da cidade estava tomada de veículos
e pessoas em um verdadeiro buzinaço. Vimos bandeiras do Chile, da região de
magallanes e negras também. Havia muita fumaça nas ruas, pois estava queimando pneus
para interromperem algumas passagens. Rodamos muito
atrás de hotel. Estava difícil conciliar quarto bom, bom preço, wifi e garagem para o
carro. Procuramos por vários hostales até que, enfim, às 23h30 encontramos um no jeito:
limpo, aconchegante, vaga para o carro, atendimento de primeira (especialmente pelo
Francisco) e preço dentro da média geral: PC 38.000 o quarto para duas pessoas. Havia no
quarto duas camas de solteiro, TV e wifi. Hostal Terrasur.
O'Higgins 723, Punta Arenas. Fone: (56) (61) 225618 ou 247714 (fax).
WWW.hostalterrasur.cl. 12/01/2011 (4ª-feira) - Punta Arenas/CHI Durante o café
da manhã, soubemos que tivemos muita sorte na noite anterior de termos passado pela
barreira na entrada da cidade. Disseram que estavam barrando quem estava mais arrumadinho,
de terno, pois pensavam que pudesse ser algum empresário ligado ao gás. Ainda bem que
não era nosso caso, pois andamos de camisetas, jaquetas e, diga-se de passagem, bem
descabelados! Após o café da
manhã, mesmo com a greve, o Marcelo conseguiu contatar o pessoal da concessionária que
faria a revisão do carro. Ainda bem que o Marcelo havia telefonado antes de chegarmos à
cidade. Disseram que poderíamos levar o carro e eles tentariam fazer a revisão. 11h15 Depois de
passarmos por uma barreira de grevistas na pista, conseguimos chegar na concessionária. O
pessoal que nos atendeu foi bem receptivo. Porém, tudo foi feito às portas fechadas,
pois se o pessoal da greve soubesse que estavam trabalhando poderia haver algum confronto.
Somente nós fomos atendidos, porque eles sabiam da nossa situação. 12h30 Assim que
deixamos a concessionária, tivemos problemas para passar pela barreira de grevistas. O
Marcelo precisou conversar com um motorista do táxi que estava bloqueando a passagem e
ele acabou nos deixando voltar para o hotel. Por volta das
13h, fomos ao hotel para ver se indicavam algum restaurante. Na entrada, encontramos com
um brasileiro, Roberto, que estava hospedado lá também, e com um chileno chamado
Emílio. O Roberto estava a passeio na cidade; já o Emílio, a trabalho. Resolvemos sair
juntos para procurar um restaurante. As ruas estavam
repletas de manifestantes. A greve estava com toda força. Almoçamos na
avenida principal, perto da praça. O restaurante tinha a cara do Brasil, pois era
todo verde e amarelo, mas não me recordo o nome dele. Eu pedi um
frango grelhado com purê, que estavam gostosos; o Marcelo e o Beto pediram frango com
arroz, mas disseram que este estava sem tempero. Já o Emílio preferiu sanduíche e uma
cerveza austral, que tem a foto de Torres Del Paine, pois é produzida na
própria região. Falamos de
vários assuntos, tais como política, viagens, alimentação, até que surgiu algo sobre
a cultura local. Há uma expressão chilena que se chama la once, cujo significado refere-se a um lanche da tarde que
é feito por volta das 17h. O Beto e eu ficamos curiosos a respeito da expressão. Por que
la once (onze) se o lanche é servido às cinco? O Emílio matou
nossa curiosidade e depois confirmei pela internet: antigamente, há muitos anos,
trabalhadores se reuniam na parte da manhã, por vota das 11h, para descansar, fazer um
pequeno lanchinho e beber aguardente. Contudo, curiosamente, a palavra once
não pegou por conta do horário, mas sim do aperitivo. Acontece
que a aguardente era tomada às escondidas. Os trabalhadores, então, resolveram criar uma
senha para quando falassem dessa reunião regada a aguardente.
Passaram a chamá-la la once, em referência à quantidade de letras da
palavra aguardiente (onze letras). Com o
passar do tempo, o lanche foi mudando para o período da tarde, por volta das cinco horas,
mas o nome continuou, e até senhoras da cidade se reuniam para papear, tomar
once e matar o frio. Ainda hoje não é difícil ser convidado para um
la once, que atualmente tem a conotação do inocente lanchinho da tarde
mesmo. Pedimos a conta.
Demorou tanto a chegar que desistimos de esperar por ela. Após 35 minutos de espera,
fomos direto ao caixa para pagá-la. Após, saímos
para conhecer um pouco a cidade e tirarmos algumas fotos. Fomos a um pequeno mirante de
onde se tem uma boa visão. Punta Arenas é uma cidade colorida e organizada, às margens
do Estreito de Magalhães. Passamos no mercado
Unimarc, na Carlos Borges 647. Compramos chocolates para levar para o Brasil (não
derreteram, pois tivemos o cuidado de sempre tirá-los do carro quando parávamos nos
hotéis). Encontramos alguns chocolates bem gostosos por lá, da marca Costa. Levamos
Vizzio Costa 144gr (PC: 1.029,00); Carezza 100gr (PC: 969,00); Costanuss 110gr (PC:
899,00). Aproveitamos para comprar frutas também. Conhecemos no
mercado um casal bem simpático e sorridente. O marido é Holandês e a esposa não nos
lembramos se é americana ou inglesa. Tiramos fotos com eles e aproveitamos para
arranhar um pouco de inglês. Na entrada do mercado,
havia um caixa automático. Sacamos dinheiro com o Mastercard e voltamos ao hotel para
descansar. 20h Fomos jantar em
um restaurante peruano que fica bem próximo ao hotel (na próxima esquina, do
outro lado da pista). O nome do restaurante é bem diferente: Entre el Puente Y la
Alameda (fica na OHiggins 698, esquina com a Ignácio Carrera Pinto). Pedimos para
beber um frutilla sour doble (pisco de morango). Delicioso! Para
comer, optamos por um Pescado a La Chorrillana. Este pescado vem com arroz e dá
para uma pessoa, mas como eu e o Marcelo não estávamos com muita fome, compartilhamos um
prato. A comida estava muito boa também, apesar de ter um pouquinho de pimenta. O prato do
pescado e a bebida saíram a PC: 6.000,00 e PC: 3.300,00, respectivamente. 21h15 Voltamos para
o hotel. Lá, ficamos sabendo que o paro continuaria. Não houve acordo com o
governo ainda, mas havia esperanças porque o bispo iria interceder nas negociações. A
igreja, pelo que observamos, era bastante participativa e costumava servir de mediadora
nas questões políticas. 13/01/2011 (5ª-feira) - Punta Arenas/CHI Começou um novo
dia, e os magallanes seguiam em greve. Mesmo de madrugada, com o frio cortante que
fazia, nada disso tirou o ânimo dos determinados grevistas. Tomamos nosso café da
manhã e ficamos conversando com o Francisco e o Roberto. O assunto do dia era a greve.
Era do que se falava nos jornais, na TV e entre as rodas de pessoas. Soubemos que as lojas
ainda estavam fechadas, inclusive o free shop. Também não poderíamos ir à Isla
Magdalena para conhecer a pinguinera, porque além de as estradas estarem bloqueadas,
nenhuma embarcação saía da cidade ou nela entrava. O Francisco nos sugeriu para
conhecer o forte Bulnes e a Reserva Nacional Laguna Parrillar, pois o caminho para
lá estava livre (como não era saída da cidade, não havia bloqueio). 11h Colocamos água
e um pequeno lanche no carro e fomos juntamente com o Roberto conhecer o Fuerte Bulnes. O lugar era um
pouco distante. Seguimos um bom tempo pela orla meio desértica, apreciando o azul do
oceano e as muitas gaivotas sobrevoando a praia. Mas,
ao chegarmos, o Forte nos surpreendeu. Não esperávamos que fosse tão interessante. Logo
na entrada, em meio a uma bonita mata, há uma espécie de portal formado por duas torres,
uma de cada lado da estrada, cobertas com palha, lembrando uma outra época. A
partir dali, logo se chega a um grande terreno cercado de troncos de madeira, com muitas
construções em seu interior, no mesmo estilo: há uma capela que ainda funciona, um
grande salão, torres, casas, canoas e, lógico, não poderia faltar, há canhões. O
Forte é bem preservado e a vista de lá é muito bonita, o que dá lindas fotos. O frio
estava cortante. Como ventou naquele dia! O pobre do Roberto passou maus bocados, pois
não levou luvas. A
entrada do Forte é franca, mas paga-se o valor simbólico de PC 200,00 para usar os
banheiros, que são limpos. Não
há lanchonetes ou algo para comer ou beber no Forte. É necessário levar lanche e água.
Ainda bem que fomos prevenidos. Fizemos o nosso lanchinho dentro do carro, para fugir do
frio. Vimos que uma van e outros carros fizeram o mesmo. Do lado de fora dos veículos
fica um monte de cachorro esperando alguma sobra! Alguns cachorros têm até carrapichos
grudados pelo corpo de tanto andarem pelos matos. Adorei um que estava nos espiando entre
os troncos da única casa do Forte. Ele tinha uma carinha tão curiosa! Tirei uma foto
dele para guardar de lembrança. 14h Saímos do
Forte. Paramos algumas vezes na volta para tirarmos algumas fotos. Vimos um barco bem
colorido com lindas lupitas em tons roxo e rosa. Fotografamos duas crianças de feição
tipicamente chilena que estavam brincando perto da estrada (até fizeram pose!). Avistamos
patinhos nadando na água gelada do Estreito de Magalhães. Descemos à beira-mar. Ainda seguindo
pela orla, bateu uma vontade de almoçar. Fomos atraídos por uma placa que dizia ser
restaurante, mas, chegando lá em cima, estava fechado. Só estavam cozinhando para a
própria família. Voltamos para a avenida costeira. Mais adiante,
vimos outro lugar com uma pequena bandeira do Chile hasteada e uma placa indicando Granja/almacen
Don Juan. Havia outras placas dizendo que vendiam ovos, pão, queijo, alface, entre
outros itens. O lugar era simples, a própria família mora no lugar e cuida dos
negócios, mas a comida saiu no jeito! Comemos costela com batata cozida, e o Roberto pão
com queijo e ovo frito. O tempero estava ótimo, e a comida barata. Pagamos pelo nosso
prato (bem servido) PC: 2.500,00. Além
disso, fomos muito bem atendidos pela Sandra e sua filha de 10 anos. As paredes de madeira
do restaurante estavam enfeitadas com alguns quadros com reprodução de fotos bem antigas
dos Tehuelche, antigos índios da região, além de uma bandeira de
Magalhães e outra do Chile. Há também uma parte de vidro que dá para avistar o mar.
Vimos um lobo marinho. 15h Pegamos a
estrada que vai para a Reserva Nacional Laguna Parrillar. No caminho para a
Reserva, passamos por uma área bem triste, desmatada, com árvores que ao longe lembravam
lápides. Novamente eram aquelas árvores mortas com algo que pareciam, a nosso ver,
fungos. A entrada para a
Reserva custou PC: 1.000,00 por pessoa. O Roberto, para matar nossa curiosidade, perguntou
ao guarda na portaria o porquê de tantas árvores mortas. Ele nos disse que não era
nenhum fungo, mas o resultado das incessantes queimadas que aconteceram a uns 60 anos. As
pessoas queimavam as árvores para fazer pasto, e o fogo acabava fugindo do controle e
devastando uma imensa região. Até hoje se pode ver o triste resultado da devastação. Tudo bem que a
explicação tem lógica, e acreditamos que em algumas áreas isso realmente ocorreu. Mas
eu e o Marcelo ainda ficamos na dúvida por um detalhe: vimos árvores com o mesmo
problema no Ushuaia e em outras regiões, mas todas no sul. Não houve queimadas mais ao
norte? Não nasceu mais nenhuma árvore ou vegetação depois de 60 anos em que ocorreram
as queimadas? Além disso, vimos algumas árvores, ainda verdes, com partes contendo o que
achamos que seria uma espécie de fungo ou parasita (parece um algodão). Essa dúvida
ficou conosco ainda. A Reserva é
bonita. O lugar é também utilizado para pesca recreativa e possui área de camping. Há
um canal que entra na mata, formando um pequeno rio, em que patos canadenses e outros
pássaros procuram por comida. Na portaria, recebemos um folheto com explicação do
funcionamento do local e os percursos para se fazer trilha. Pode-se fazer uma caminhada
até o mirante, com duração de 90 minutos. Íamos realizar o percurso menor. Chegamos a
andar um pouquinho pela mata, mas não deu, faltou roupa de frio e desistimos. Fomos
vencidos pelo vento cortante. Acho que foi o dia mais frio de toda a viagem! Para se ter
ideia, juntamente com a chuva bem fininha caíram pequenos flocos de neve! Resolvemos
voltar mais cedo para a cidade e irmos ao mercado comprar comida. Pretendíamos tentar
sair no dia seguinte bem cedo, pois talvez as barreiras não estivessem tão vigiadas
nesse horário. Vã esperança! 17h45 - Abastecemos
o carro em um posto Esso. Preço do litro do diesel: PC: 557,00; deu 38 litros, no total
de 21.171,00 Pesos Chilenos. Passamos no
mercado, compramos comidas e bebidas e fomos jantar em uma pizzaria indicada pelo
Francisco. Na realidade, era um Telepizza (22.20.20) que também serve pizzas no local. E
as pizzas estavam boas. Na cidade,
contrastando com o frio intenso, o clima da grave era quente, com todos nas ruas em
carreatas ou a pé, balançando bandeiras e buzinando muito.
De volta ao
hotel, soubemos que não havia como escapar ao cerco da cidade. Eram quatro barreiras,
muito bem vigiadas. Os grevistas não saíam dos seus postos nem de madrugada. Seguiam as
palavras que vimos em uma van: morir luchando, de frio ni cagando.
Achamos engraçada a frase, mas eles falavam sério e não arredavam dos seus lugares nem
passando frio ou fome. Estavam determinados. O Marcelo ligou
para a Mabel, no Ushuaia, por meio do skype, no computador. Disse a ela que, devido à
greve, talvez teríamos que mudar de planos e não passar pelo Ushuaia. A travessia para a
Terra do Fogo estava interrompida devido à greve. Ela lamentou e nos disse que quem
estava no Ushuaia também não tinha como sair de lá. Estávamos totalmente sitiados em
Punta Arenas. 14/01/2011 (6ª-feira) - Punta Arenas/CHI Terceiro dia em
Punta Arenas. A greve: firme e forte. Em nossas programações, ficaríamos apenas dois
dias na cidade e seguiríamos para o Ushuaia. Tomamos nosso café da
manhã. Chegaram ao hotel dois jovens. Devido ao paro, tiveram que vir do aeroporto
caminhando por 20 quilômetros. Nem caminhões de abastecimento de alimentos ou
combustíveis estavam entrando, ficamos sabendo. Ficamos pelo hotel e, por
volta das 12h20, saímos eu e o Marcelo para procurar lugar para almoçar. Haviam nos dito
que em cima do mercado Unimarc havia um restaurante que era bom e barato. Resolvemos ir
até lá. Ao chegarmos ao mercado
tivemos uma surpresa: estava fechado e cheio de grevistas na porta dele. Queriam
pressionar mais o governo, e a forma de atingi-lo, também, seria dificultando ainda mais
a situação até começasse a faltar tudo na cidade. Também os postos de gasolina
estavam fechados. Graças a Deus no dia anterior havíamos abastecido o carro e feito
compras no supermercado. Procuramos muito por algum
restaurante aberto. Estava tudo fechado. Acabamos encontrando um lugar chamado Restaurant
El Porteño. Quando entramos, nossa primeira impressão do ambiente não foi muito
boa. O local tinha mais cara de bar. Havia uma pessoa fumando e duas moças que atendiam o
balcão. Mas fomos muito bem tratados, e a atendente nos disse que dava para fazer um lomo
a lo pobre (bife com ovo e fritas). A comida veio fresca, bem
feita e em grande quantidade. Um prato foi suficiente nós. Percebemos que nos lugares
mais simples a quantidade de comida era maior. O prato saiu a PC: 3.500,00. 13h30 Na falta do
que fazer e com tudo fechado, resolvemos andar um pouco pela orla. Ainda fazia bastante
frio em Punta Arenas. Tiramos fotos na calçada com bancos de tronco e também dos carmorones
(pássaros que lembram demais os pinguins), que estavam sobre o píer. Depois, subimos
um pouco mais de carro até a primeira barreira do paro, próxima à zona franca.
Vimos um condomínio bem bonito de frente para o mar. As casas tinham telhados coloridos e
os jardins estavam floridos. 14h30 Voltamos
para o hotel e fomos curtir o frio com uma boa soneca. Por volta das
19h30, saímos para comer no mesmo Telepizza do dia anterior. Ainda bem que estava aberto.
O Roberto acabou nos encontrando por lá e nos fez companhia. Ele nos disse que chegou a
ir ao consulado brasileiro, mas que este estava fechado. Tentou, então, o consulado
argentino. O cônsul apenas pediu a todos que se tranquilizassem e voltassem aos seus
hotéis, pois nada poderia ser feito. Não havia como interferir no caso. Soubemos também
que o Emílio foi para o aeroporto. Ele chegaria até a barreira e tentaria seguir mesmo a
pé. De qualquer forma, as
pessoas estavam esperançosas de que a greve logo acabaria, pois o governo ia à tarde
sentar e negociar com o comando de greve. 20h40 De volta ao
hotel, vendo o noticiário, todos ficamos chocados com os resultados da negociação. Na
verdade, pelo que vimos, não houve negociação. Pelo menos não do lado dos grevistas: o
Governo ofereceu um aumento de 3%. Diante do aumento pleiteado, que seria de quase 17%,
isso era uma vitória para os grevistas. Mas a assembleia não aceitou. Eles queriam 0% e
não abririam mão. Estavam inflexíveis, e o governo disse que não se conversaria mais. O paro
continuaria, para nosso espanto. Até os chilenos do hotel que moram lá ficaram
boquiabertos de a proposta não ter sido aceita. Deus sabe até quando a cidade estaria
fechada. A situação não estava boa. As pessoas que estavam nos aeroportos, com
crianças inclusive, estavam passando fome. O
abastecimento da cidade estava diminuindo e soubemos que em Puerto Natales chegaram a
saquear lojas. O Marcelo levou
o Francisco para o hospital. Desde o dia que chegamos no hotel ele estava mancando e
sentindo dores no tornozelo devido a uma provável entorse. 15/01/2011 (sábado) - Punta
Arenas/CHI a 28 de Noviembre/AR
FOT0S - Mais um café da
manhã em Punta Arenas. O paro seguia firme e forte. Para nós, turistas
brasileiros, parece que começavam a surgir boas notícias: o governo brasileiro exigiu do
chileno explicações quanto à retenção de brasileiros no país. Tomara que assim nos
deixem sair! Soubemos pela TV
que os dirigentes da assembleia firmaram acordo em deixar passar os estrangeiros. O
Roberto foi até a rádio local e pegou uma cópia do acordo. Resolvemos
arrumar nossas coisas para partirmos e fechamos nossa conta. No hotel, deram para nós um
bom desconto, considerando que ficaríamos apenas dois dias, mas acabamos ficando quatro
dias contra a nossa vontade, por conta da greve. Acertamos pelos dois dias combinados a
diária de PC:38.000,00, e pelos dois dias a mais PC 50.000,00. O Roberto iria conosco
até a Argentina e de lá seguiria para encontrar os amigos dele em El Calafate. Tentamos
nos despedir do Francisco, mas ele ainda não tinha chegado. Resolvemos ir almoçar e
depois voltaríamos para vê-lo. 13h10 - Almoçamos no Restaurante
Los Colonizadores. Pedimos pollo c/arroz e pure. Para beber, canadadry
de limão. Que bebida horrível. Parecia que estávamos bebendo pinho sol! Em
compensação a comida estava boa e um prato deu suficiente para duas pessoas. 14h10 Voltamos ao
hotel para nos despedir do Francisco, que, para nós acabou sendo um grande amigo. Tiramos
fotos juntos e ganhamos dele um vinho chileno da marca concha y toro (Selecto
Exportación Merlot). Iríamos degustar no Brasil para matarmos a saudade. Depois das
despedidas, fomos adiante enfrentar as quatro barreiras que teríamos pela frente. Chegamos à
primeira barreira. Tudo estava fechado, e ninguém passava. Explicamos a situação, que
éramos brasileiros, e mostramos o acordo que o Roberto pegou na rádio. Conversa vai,
conversa vem, deixaram-nos passar. Alertaram-nos, porém, que seria nossa responsabilidade
se não conseguíssemos passar pelas outras barreiras. Resolvemos arriscar assim mesmo.
Qualquer coisa, tínhamos água e comida no carro. Chegamos à
segunda barreira. Pelo jeito seria a mais árdua de todas. E realmente foi. Havia um
caminhão bloqueando tudo, grades, e uma fila enorme de carros tentando entrar e tentando
sair da cidade. Havia mulheres com crianças, ônibus, vans, pessoas a pé, muitos
grevistas, jornalistas também. O clima estava fervilhando! O Marcelo desceu
do carro e foi tentar conversar, explicou a situação, mostrou o acordo. O rapaz que o
atendeu falou rispidamente que aquele acordo não valia de nada e ninguém passaria. Disse
que haviam aberto a passagem por 30 minutos às 14 horas e não voltariam a abrir mais. Enquanto isso,
no carro, ficamos eu e o Roberto. Coloquei discretamente a minha tornozeleira para entorse
que eu havia usado durante alguns dias. Quem sabe não ajudaria a amolecer os corações! Vimos
uma chilena que estava com uma criança, seu filho, ao lado do nosso carro. Começamos a
conversar com ela e perguntamos se ela fazia parte do paro. Ela, timidamente,
acabou concordando. Então explicamos toda a situação. Dissemos que eu estava com o pé
machucado (o que era meia verdade), que eu tinha dois filhos no Brasil me esperando e
acabamos dizendo que eu estava grávida, mentirinha necessária! Aproveitei a barriga um
pouco avantajada pelas férias e estufei-a bastante, dizendo que estava com 4 meses de
gestação. Ela se condoeu e começou a fazer um lobby com o pessoal do
comando da greve. Até indignou-se por terem deixado passar uma freira, mas não a mim que
estava grávida e com o pé machucado. Disse que era radicalismo, que ser desumano não
fazia parte do paro. Conversou com vários homens da greve. Eu devo muito a
ela! Vieram
dois senhores até o carro ver a minha situação. Expliquei tudo, mostrei a barriga
estufada, chorei (merecia um prêmio pela minha atuação!), disse que tinha no Brasil
dois filhos pequenos me esperando, fiz cara de dor, de enjoo (aproveitando que eu estava
pálida), e um dos senhores me pediu que ficasse tranquila e aguardasse no carro. Os
dirigentes brigaram entre si, discutiram. O mais radical disse que não passaríamos nas
outras barreiras mesmo se ele liberasse. Por fim, o senhor que havia falado comigo
retornou, chamou o Marcelo, mandou ligar o carro e, finalmente, e ele nos deixaram passar.
Agradecemos e desejamos sorte na greve. Eu nem estava acreditando que havíamos
conseguido! Passamos
por várias pessoas arrastando suas malas até o aeroporto e vice-versa. Na
terceira barreira, contamos a mesma história e nos deixaram passar. Também na última
não foi diferente. Nesta, inclusive, o que me chamou a atenção foi um senhor bem
humilde, da greve, que chegou na janela do carro, olhou sinceramente nos nossos olhos e
disse: perdón por todo. Como não perdoar? A
estrada estava totalmente desértica. Era raríssimo passarmos por algum carro. 16h10 Paramos em um
posto policial. Os carabineiros nos disseram que o paso para Rio Gallegos estava
fechado. Deveríamos contornar e entrar por Casas Biejas. Não duvidamos das
informações e seguimos em frente. 17h10 Paramos para
um café na Cafeteria Del Tehuelche (Restaurant/Hosteria). Ela se localiza à
margem direita da pista, depois de uma rocha enorme bem bonita, no meio do nada, espécie
de chapada que havíamos visto do lado esquerdo da estrada, o que nos valeu uma bela foto. Na cafeteria,
conhecemos três chilenos: o atendente do estabelecimento, um homem de Valdívia e outro
de Punta Arenas. Conversamos sobre política, rimos bastante. Eles caíram na gargalhada
quando contamos que havíamos aprendido o bordão da greve: piñera nos
cago e morrir lutando, de frio ni cagando. 17h30 Seguimos
viagem, entrando pela província La Ultima Esperanza. O nome veio a calhar.
Ainda estávamos um pouco tensos na estrada, pois temíamos, apesar da distância,
encontrar alguma barreira que não nos deixasse passar. 18h10 Passamos por
três carros parados do lado esquerdo da estrada: um gol branco, uma pajero sport prata, uma pajero verde. Esta última estava com o pneu
sendo trocado. O Marcelo viu pela placa que eram brasileiros e paramos para ajudar. Ele e
o Roberto desceram e foram até lá enquanto eu fiquei fotografando, filmando o lugar e
conversando com um senhor que era do grupo dos brasileiros. Fiquei sabendo que o condutor
da pajero verde era o Amir Klink, um velejador famoso que fez uma viagem sozinho para a
Antártica, em um veleiro, e escreveu alguns livros contando sobre suas aventuras,
inclusive esta da Antártica. Eu não sabia quem era, mas o Roberto e o Marcelo o
reconheceram de pronto. Além
da esposa (Laura) e três filhas (Marina, Laura (como a mãe) e Tamara), eles estavam
viajando com um amigo, o senhor que estava conversando comigo e um casal que estava no gol
branco. A família estava nervosa e com toda razão. Descobrimos que não era apenas um
pneu de carro furado. Eles
passaram pelo mesmo estresse que nós para deixar a cidade de Punta Arenas. Estavam desde
10 horas da manhã na barreira esperando liberação e só conseguiram sair às 14h,
quando fizeram aquela liberação por 30 minutos. Depois da cidade, a esposa do Amir
Klink, Laura, seguiu viagem no carro do amigo deles, com duas de suas filhas, pois iriam
conversando para que ele não dormisse na direção. Na Pajero verde, seguiram viagem o
Amir e a filha maior. Devido ao cansaço, este acabou virando o carro na estrada, mas,
graças a Deus, foi apenas o susto, pois pai e filha saíram bem fisicamente, apenas o
carro sofreu avarias. Como o acidente tinha acabado de acontecer, estavam todos ainda
muito abalados. Eles
não estavam podendo trocar o pneu do carro, pois não conseguiam enxergar o encaixe da ferramenta de tirar o estepe,
que fica embaixo do carro. Ainda bem que tínhamos uma lanterna de led e o Marcelo ajudou
a iluminar para que os chilenos, que também pararam para socorrer a família, pudessem
entender como utilizar a ferramenta e, assim, tirar o estepe. Trocado
o pneu, a pedido da Laura, seguimos os quatro carros de brasileiros até atravessar a
fronteira e sair do Chile; nós fomos na frente, pois conhecíamos melhor as estradas
chilenas. Fiquei
sabendo que as filhas do Amir Klink também já são pequenas escritoras: escreveram o
livro Férias na Antártida. 19h45 Chegamos na
aduana chilena, que estava bem tranquila e, em seguida, à aduana argentina, também com
pouco movimento. Na aduana
argentina, pedimos algumas informações e o policial acabou me dando um guia da
Argentina, que foi bastante útil, por sinal. Como
já estava tarde e todos bem cansados, o Marcelo sugeriu que parássemos todos para
pernoitar na próxima cidade, 28 de noviembre. Eles, porém, acharam melhor apenas tentar
arrumar o pneu e seguir até Rio Gallegos, mesmo à noite, e reservaram um hotel pelo
celular. Já em
28 de Noviembre, acabaram não encontrando uma borracharia aberta. Seguiriam assim mesmo
para Rio Gallegos. Despedimo-nos dos Klink e seus amigos, e fomos atrás de
hotel para nós. Tínhamos passado um dia bem difícil e o que mais queríamos no momento
era um bom banho, dormir bem e desfrutar da nossa liberdade. 20h40 Conseguimos um
hotelzinho bem no jeito. Ficamos hospedados no Hotel Posada Las Lengas, na Liberdad
468, 28 de Noviembre. TEL.: 0290-2482373. A diária do hotel, quarto de casal, era PA
270,00. O dono aceitou pesos chilenos como pagamento, usando a conversão oficial, ou
seja, 1 PA = 124 PC. Arredondada a conta, com desconto, saiu a PC 30.000,00. O
hotel era muito bom. Cheirava à limpeza, tinha wifi, fregobar, TV, secador de cabelos. No
andar de baixo do hotel funciona um restaurante. Não precisaríamos sair para jantar.
Depois de um bom banho, descemos para comer algo. Aproveitamos para pedir um vinho e
comemorar nossa liberdade: pedimos um vinho argentino chamado Los Àrboles (Malbec). A
comida demorou muito a chegar, mas veio fresquinha e ficou boa. Conversando
com o Alberto, dono do hotel, descobrimos que ele costuma pescar salmão em Torres Del
Paine. Mostrou-nos, inclusive, as fotos e os peixes grandes que lá pegou. Ele costuma
levar grupos de turistas até Torres Del Paine, inclusive com passeio de barco pelo Lago
Grey, com rafting e tracking para quem queira. Eles nos deu um panfleto com sua
propaganda. Para quem interessar, é só ver pelo site www.posadalaslengas.com.ar. Tivemos um
tranquila noite de sono merecida. 16/01/2011 (domingo) - 28 de Noviembre/AR a San Julian/AR Despedimo-nos do Alberto e
do Ezequias (trabalha no hotel, adora música brasileira sertaneja e está namorando uma
brasileira). Tivemos um excelente atendimento. O Alberto trocou
para nós alguns pesos chilenos por pesos argentinos. Perguntamos a
ele o porquê do nome da cidade ser 28 de noviembre. Disse que foi o dia em
que a primeira família da região que ali se instalou começou a plantar (dia 28 de
novembro). O percurso até
a cidadezinha chamada La Esperanza seria de 141 quilômetros. O Roberto ficaria por
lá, pegaria um ônibus ou uma carona e seguiria para encontrar os amigos dele em El
Calafate. Na estrada,
paramos várias vezes para fotografas o campo com as montanhas ao longe e as flores
típicas do lugar. 10h35 Chegamos em La
Esperanza. Ficamos com um aperto no peito em deixar o Roberto na cidade. Ele foi uma
excelente companhia nos quatro dias que estivemos juntos desde Punta Arenas. Parece
que nos conhecíamos há muito tempo e ele certamente nos faria falta! Trocamos e-mail e
telefones. Prometemos entrar em contato quando voltássemos ao Brasil. Íamos
abastecer, mas a cidade estava sem diesel. Ainda bem que nosso diesel ainda dava para
rodar bastante, pois tínhamos meio tanque. Além disso, Rio Gallegos, cidade bem
maior, ficava a 141 quilômetros dali. 10h55 Eu e o Marcelo
Seguimos nosso rumo, agora sozinhos, até San Julian. 12h5 Perto de Comodoro
Rivadavia, fomos parados por uma barreira policial. Havia uma fila. Não nos pediram
documentos, apenas perguntaram de onde vínhamos e para onde estávamos indo e nos
deixaram passar. Curiosidade:
venta tanto na região que os cones e as placas da rodovia ficam enterradas ou cheia de
pedras pesadas ao redor para que não voem. O tempo estava fechado e caía uma chuva
fininha. 12h22 Chegamos a Rio
Gallegos e paramos para abastecer no mesmo posto YPF em que abastecemos na ida. Aquele
que é próximo ao restaurante Lo de Vicente, onde comemos. Só que dessa
vez, após abastecermos, comeríamos apenas sanduíches no posto mesmo. Ganharíamos
tempo. Preço do litro do
diesel: PA 3,045; 55,82 litros; valor total:PA 170,00; quilômetros rodados desde a
última abastecida: 582,9. Fizemos nosso
lanche. Pedi um mini lomo completo (vem queijo, presunto, alface com
tomate e carne). Já o Marcelo preferiu uma hamburguesa (hambúrguer, queijo,
presunto, ovo, tomate e alface). Pedimos ainda um refrigerante da marca ser, sabor
laranja e pêssego. Deu PA 24,00. O meu
sanduíche, que levava o nome mini, veio maior que o do Marcelo. Acabei
pedindo para dividir ao meio e levar o restante para viagem. Vimos no mapa
que San Julian, nosso próximo destino, estava a 360 km de Rio Gallegos. Eu havia visto
no guia que ganhei do guarda da aduana que em San Julian há uma ilha com pinguins magallanes,
chamada Isla Cormorán, na qual se pode caminhar entre eles. Como não fizemos isso
em Punta Arenas e não fomos ao Ushuaia, ambos os planos fracassados, seria
uma excelente oportunidade de conhecer mais de perto esses encantadores bichinhos.
Decidimos, então, que ficaríamos um dia a mais em San Julian para conferirmos de
perto esse passeio. 13h45 Ao deixarmos
Rio Gallegos, mais uma vez fomos parados com a mesma pergunta sobre de onde estávamos
vindo e para onde iríamos e nos deixaram passar. Deviam estar ainda atrás de algum
infrator. 14h15 Passamos por
um trecho repleto de plantas rasteiras, a perder de vista, que tinham uma cor bem escura,
como se tivessem queimadas. Poderia até ser, mas não sabíamos. Ao
ultrapassarmos um caminhão, percebemos que na Argentina usam duas placas traseiras, cada
uma em uma extremidade. Na pista que
liga Rio Gallegos a Pedra Buena, há um trecho repleto de guanacos, o que mais uma vez faz
com que tenhamos que redobrar a atenção na estrada. 15h40 Passamos pela
ponte que vai para Pedra Buena, construída sobre um rio largo. Paramos para
abastecer no posto YPF e tomar um café. Pegamos uma fila considerável, o que não era
bom sinal, pelo fato de ser domingo à tarde. Significava que nas cidades mais acima
poderia também estar havendo problemas com abastecimento. Preço do litro do
diesel: PA 3,045; 16,42 litros; valor total:PA 50,00; quilômetros rodados desde a última
abastecida: 229 km. 16h20 - Após abastecermos, seguimos para San Julian. Na
entrada da cidade vimos uma caixa dagua, o que nos fez lembrar a nossa cidade,
Taguatinga, que também tem uma. 17h40 Chegamos em Puerto
Julian. Ficamos hospedados no Hotel Florida, o primeiro que vimos. Estava frio,
chovia bastante, estávamos loucos para descansar. O quarto era minúsculo, mas tinha uma
cama boa, estava limpo e o preço em conta: PA 140,00 para o casal sem incluir o café da
manhã, que custava PA 15,00 por pessoa. O Marcelo
recebeu um e-mail do Marçal. Eles estavam bem. Depois de Rosario, voltariam para o
Brasil. Ele também teve contato com o Ari. Disse que ele teria pagado uma propina de R$
800,00 para um policial na Ruta 14. Que sacanagem! Aquela região não perdia essa fama! 17/01/2011
(segunda-feira) - San Julian/AR 9h Tomamos o café
da manhã no hotel. Não compensou termos pagado os PA 15,00 por pessoa. Só serviram
torrada e uma xícara de chá ou café com leite. Vimos ao lado uma família de argentinos
que apenas utilizaram a mesa e levaram o próprio lanche. Bem mais sortido por sinal! Era uma boa
ideia. Passaríamos em uma padaria e faríamos o mesmo no dia seguinte. 9h40 Fomos ao posto
de informações turísticas, que um quiosque localizado na avenida principal da cidade,
que é bem pequena. Pegamos alguns panfletos, mapas, e fomos até o porto, onde havia um
posto de venda dos passeios de barco, Pinocho Excursiones, para a ilha dos
pinguins. O dia amanhecera
lindo, ensolarado, perfeito para um passeio desses. Acertamos um para o horário das
12h30, pois o anterior, das 10h30, já estava lotado. O passeio durava 1 hora e trinta
minutos, ao preço de PA 150,00 por pessoa. Enquanto
estávamos na orla, conhecemos uma simpática família belga: Verônica, Michel e Julia,
que morou em Maringá, Paraná, por 4 meses. Ela fez um intercâmbio para aprender a falar
Português, e fala muito bem por sinal! A Julia gostou tanto do Brasil que já voltou 3
vezes e quer voltar mais. Conheceu até Brasília. Seus
planos atuais são morar algum tempo também em Buenos Aires para aprender a falar bem
Espanhol. A família mora na Holanda, e a Verônica organiza passeios para a Tanzânia
(safári na África. Que sonho!) Fomos
a um centro de artesanatos, que, na realidade, é pequeno e tem uma lojinha. Há poucos
objetos para vender, mas acabamos encontrando algumas lembrancinhas simpáticas para
levarmos para o Brasil, como canequinhas e porta trecos estampados com pintura rupestre,
porta panela de ferradura, etc. 11h30 Almoçamos em
uma Rotiseria de nome Restaurant/Rotiseria El Capon Patagonico. V.
Sarsfield esq/Mitre. Comida gostosa mesmo!
Pedimos uma milanesa de pescado (um prato para dois). PA 30,00. É curiosa a forma com que
trazem o limão. Este não vem em forma de fruta, mas como suco (100% expremido),
industrializado, em uma garrafinha que é comprada nos mercados. 12h35 Deixamos o
porto e seguimos pela Bahía San Julián para o nosso passeio de barco, em
companhia, além de outros turistas, da nossa guia Marilla e do Fernando, nosso capitão.
Estavam previstas duas paradas: uma na Isla Justicia e a outra na Isla Cormorón.
Vimos às
margens da Bahía, marcado por uma cruz, o ponto onde foi realizada a 1.ª missa de quando
Magalhães chegou. Mais adiante,
vimos pequenos golfinhos preto e branco aparecendo e desaparecendo na água, lembrando
mini baleias. São lindos, mas não consegui fotografá-los, por serem rápidos. Esses
golfinhos são conhecidos por toninas overas e vivem na costa da região
patagônica. 13h05 - Passamos por
cormorones e pinguins até chegarmos próximos à Isla de los pájaros ou Isla
Justicia. É conhecida por este último nome por ser o local onde se acreditava fazer
justiça, diga-se, com as próprias mãos. Lá, dois capitães líderes de um motín
contra Fernando de Magalhães foram executados, em 1520. Além desses dois, a ilha também
foi palco da decapitação de um outro capitão, dessa vez liderada por um corsário
inglês, chamado Francis Drake, em 1578. Explicações
fúnebres à parte, a ilha é bonita e repleta de pássaros de variadas espécies:
gaivotas, ostreros, skeías e outros; além, é claro, dos cormorones (os cormorones
imperiais são idênticos aos pinguins, com a diferença que estes não voam). Falando
em voar, a nossa guia Marilla nos disse que antigamente era permitido descer à ilha.
Todavia, com a frequente visita dos turistas, os pássaros acabaram migrando de lá. Só
com a proibição de se descer até a ilha é que os bichinhos voltaram para a região e
agora vivem livremente, podendo ser avistados a uma pequena distância. Isso não ocorreu
com a Isla cormorón (a dos pinguins) porque estes não voam e pudemos andar entre
eles, nossa próxima parada. Só a
caminhada pela Isla cormorón já valeria o passeio que pagamos. Lá vive uma
população de mais de 120 pinguins da espécie Magalhães. Mas eles não vivem
constantemente na ilha. A Marilla nos explicou que começam a chegar em setembro.
Primeiramente os machos, depois as fêmeas. Lá permanecem até meados de abril. É
impressionante andar entre esses charmosos ícones patagônicos. Não se pode tocá-los,
porque mordem. Porém, dá para chegar bem pertinho e tirar boas fotos de recordação. Ao
perceberem uma aproximação demasiada, para se defenderem, começam a balançar de um
lado para o outro, sentindo-se ameaçados. Tivemos
uma verdadeira aula sobre a reprodução e os costumes dessas simpáticas aves; sim, são
consideradas aves apesar de não voarem. Mas são excelentes nadadores, chegando a atingir
uma velocidade de 40km/h. Os
filhotes possuem uma coloração meio marrom e a penugem bem fininha. As mamães pinguins
colocam apenas dois ovos por vez. Pudemos checar de perto os ninhos, mas, claro, sob a
vigilância atenta da cuidadosa mamãe, que faz um verdadeiro exercício para subir o
barranco deslizante carregando comida para alimentar seus filhotes. Que lição de vida! Depois
do passeio, por volta das 14h20, andamos um pouco pela orla para tirar umas fotos e filmar
a tranquila cidade. Após, retornamos ao hotel para descansarmos um pouquinho. 17h Passamos em um
supermercado para comprar umas frutas e fomos fazer o circuito turístico costero de San
Julián, dessa vez de carro. A entrada é
próxima a um posto de gasolina (a fila estava imensa) e perto de um pequeno lago, virando
à direita em uma estrada de terra. Há uma placa apontando a direção. A paisagem pela
costaneira é bonita e bem desértica. Raramente cruzamos com algum carro. Na estrada de
terra, existem placas com indicação da entrada para os pontos principais do circuito. Há um
ponto panorâmico de onde se vê toda a praia, que é bem bonito. Quase
já no final do percurso (estávamos levando o mapa que havíamos ganhado no centro de
turismo), chega-se à lobería. Só que o lugar onde se deveria avistar lobos marinhos
tinha uma placa avisando para não se aproximar. Pelo que vimos, era à beira de um
barranco que, pelo jeito, estava quase caindo. Uma outra família, de argentinos, que
encontramos por lá deu meia volta e foi embora. O
Marcelo, mais persistente, seguiu pela encosta um pouco mais adiante e acabou encontrando
um outro ponto para avistar os lobos, mas não menos perigoso. Ficava do alto de um
barranco também. Silenciosamente e com muito cuidado, um de cada vez, e de mãos dadas,
se aproximou da borda do barranco para uma pequena espiada. O Marcelo esticou o braço e
conseguiu uma bela foto da imensa família de lobos descansando sobre as grandes rochas da
encosta, ao sabor das ondas geladas que se quebravam nas pedras. 19h40 Voltamos pela
Ruta 3 para San Julián. Não havia
mais gasolina na cidade. Ainda bem que queríamos diesel e este tinha. Disseram para nós
que o problema era apenas de Comodoro Rivadavia para baixo. Não pensávamos assim,
pois vimos o mesmo problema em Rosario, que fica mais ao norte. Preço do litro do diesel: PA 3,045; 19,70
litros; valor total:PA 60,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 187 km. 20h30 Fomos jantar
no El Capon Patagônico, o mesmo lugar onde almoçamos. Lá servem cordeiro e capon
(uma ovelha maior). Comemos asado de vacuno, pedimos como acompanhamento papas
naturales (batatas cozidas) e ainda duas latas de mirinda. A conta saiu a PA 58,30. O Marcelo havia
mandado e-mail para o Roberto para saber se ele havia chegado bem em El Calafate.
Ele disse que não conseguiu carona, mas pegou um ônibus que vinha de Bariloche e
seguia para El Calafate. Ele pegou amizade com um hóspede onde ele estava e foi
convidado para pegar um trecho da Carretera Austral até Bariloche. Depois
de um dia bastante proveitoso, voltamos para o hotel para nos prepararmos para o dia
seguinte, pois seguiríamos para Trelew.Esta cidade sim já estava inclusa em nosso
roteiro inicial, pois queríamos conhecer o museu arqueológico daquela cidade (MEF). Antes
de dormirmos, tentamos falar com nossos filhotes pelo computador, mas a ligação não
estava boa e caiu muitas vezes. 18/01/2011 (terça-feira)
- San Julian/AR a Trelew/AR 7h30 Tomamos o nosso
café da manhã no hotel. Dessa vez, preparamos nosso próprio lanche com as coisas que
havíamos comprado na padaria. O dono do hotel foi até simpático e encheu nossa garrafa
térmica com água fervendo para levarmos para a viagem. É sempre bom ter água quente
para preparar um chazinho ou nescafé para matar o frio. Deixamos San
Julián com a notícia de que o paro chileno finalmente chegou ao fim em Punta
Arenas. Ainda bem que tínhamos conseguido sair antes, pois já estávamos 3 dias longe de
lá! 8h15 Mais uma vez
passamos por muitos guanacos às margens da rodovia. 8h55 Paramos para um
café. O Marcelo comprou um CD de músicas regionales. Até que é bonito. Começou a
ventar bem forte. 11h55 - Fomos parados para apresentar documentos do carro e
passaportes. Vimos outros brasileiros parados fazendo o mesmo. 12h15 Paramos para
abastecer em Villa Rada Tilly. Preço do litro do
diesel: PA 3,045; 19,70 litros; valor total:PA 160,00; quilômetros rodados desde a
última abastecida: 422 km. Íamos almoçar
por lá também, mas só tinha sanduíche frio. Decidimos seguir mais um pouquinho e
procurar outro lugar para comer. 12h45 Paramos em um
posto YPF em Comodoro Rivadavia. Comemos algo que desceu como uma luva:
Raviolli com molho de frango, quentinho, feito na hora. Dividimos um prato. PA 29,00.
Aproveitamos para levar empanadas de carne e frango para o lanche da tarde PA 9,00. Nas lanchonetes,
percebemos que sempre tem limão. Ou em garrafinha, como vimos em San Julián, ou
em sachês. 13h40 Depois de
Comodoro Rivadavia, já começamos a sentir a temperatura mais quente, na faixa dos 25º.
O vento também já não estava tão gelado. A média que havíamos pegado até então era
de 10º. 15h20 Paramos para
um café no Posto YPF. Isso é essencial, pois o trecho que sobe depois de Comodoro
Rivadavia é bem cansativo e não há postos de gasolina. No posto,
encontramos 3 motoqueiros de Santa Catarina. Também não conseguiram descer até o
Ushuaia devido ao paro chileno. Conversamos um pouco com eles e seguimos viagem. 15h40 - Pegamos muita chuva na estrada. 17h20 Chegamos em
Trelew. Fomos direto para o centro de informações turísticas, que fica na San
Martín 171, em frente à Plaza Independência (uma bela praça arborizada). Pegamos um mapa
da cidade. E a atenciosa atendente ligou para alguns hotéis para saber se havia vaga.
Pegamos alguns endereços também e fomos vê-los. Não há muitas opções. Os mais em
conta e melhores já estavam lotados. Vimos uns cinco
hotéis, mas todos em ruins condições, carpetes velhos, quartos abafados. Outros não
tinham estacionamento e o carro ficava na rua, que era bastante movimentada. Acabamos optando
por um hotel mais afastado do tumulto, mas não tão longe, pois dava para ir a pé. Era
mais caro que os outros, mas compensou com certeza. Boa localização, quarto amplo,
carpetes novos, silencioso, limpo, wifi, TV, ar condicionado, secador de cabelos, café da
manhã sortido. Hotel Libertador.
Rivadavia 31, (420220/4260026/427048). A diária saiu a PA
352,00 o quarto duplo mais PA 18,00, o que deu PA 370,00 por dia, mas, ao sairmos,
ganhamos desconto por pagarmos em dinheiro e a diária saiu a PA 350,00. Na recepção do
hotel, indicaram para nós um restaurante bem próximo de lá, virando à esquerda,
na Av. Gales, 250, de nome El Viejo Molino. Fomos conferir. 20h30 Chegamos ao
restaurante. O lugar é uma gracinha: é uma antiga casa de farinha, de 1896, que foi
reformada, mas mantendo a mesma aparência do antigo estabelecimento: tijolinhos aparentes
e muito charme. Logo na entrada, há uma área de vidro de onde se vê o grande assador,
com as labaredas ao redor. A comida estava
boa, apesar de termos achado que faltou um pouquinho mais de sal (como é costume na
Argentina). Dividimos um prato de frango (coxa com sobrecoxa) e uma porção de batatas
cozidas. Tomamos para acompanhar um vinho da região, 385ml, de nome terrazas (uva
merlot). Estava bom. A conta deu PA
98,00. De volta ao
hotel, o Marcelo viu que tinha recebido um e-mail do Roberto. Ele confirmou que faria a
Carretera Astral com o novo amigo. Com certeza gostaria! Quanto a nós,
programávamos para o dia seguinte uma visita ao MEF (Museo Paleontológico Egídio
Feruglio), na Av. Fontana,
140 (u9100gy0), Trelew-Chubut. Tel.: 02965-420012. A título de
curiosidade, Trelew significa pueblo de Luís, ou seja, cidade de Lewis, em
homenagem a Lewis Jones, seu fundador em 1865. Demos uma olhada
nos mapas para ver a próxima cidade que dormiríamos após sairmos de Trelew. Pensamos em
dormir em Bahia Blanca, depois de Cañuelas, que fica a cerca de 70 km de Buenos Aires.
Estaríamos perto do porto para pegar o buquebus (barco que liga Buenos Aires/AR ao
Uruguai). Talvez fosse uma boa opção. Falamos com
nossos filhos em Brasília para matar a saudade e fomos dormir.
19/01/2011 (quarta-feira) - Trelew/AR 10h05 Tomamos um
excelente café da manhã no hotel (tinha até salada de frutas!). Depois, deixamos nossas
roupas para serem lavadas no quinta séc, em um mercado do minishopping perto
do hotel, e fomos direto ao MEF, que abre às 10h. A entrada custou
PA 35,00 por pessoa. O museu não é
muito grande, mas é excelente, principalmente depois que se descobre que ali estão
expostas peças raríssimas. Há ossos autênticos de dinossauros, moluscos, ovos, tudo
bem preservado, e uma grande diversidade de materiais encontrados na própria patagônia
Argentina, cuja importância na pesquisa sobre a evolução dos dinossauros eu confesso
sinceramente que desconhecia. 11h No auditório do
museu, assistimos a um documentário que mostra o resultado da pesquisa de vários
cientistas para se buscar vestígios do 2º ciclo da evolução dos
dinossauros, ou seja, encontrar o elo perdido entre o 1º e o 3º ciclo, para
assim se compreender o porquê da grande diversidade que apareceu neste último ciclo, era
dos grandes dinossauros. A grande
dificuldade de se descobrir o que ocorreu no ciclo intermediário, segundo o
documentário, é que daquele período não haviam sido encontrados muitos fósseis para
que as pesquisas avançassem. Tudo o que se tinha eram meras suposições,
achismos. Acreditava-se
que a diversidade de dinos, tanto na quantidade quanto em tamanho, devia-se à
sua extinção em massa. Essa era a primeira teoria. Já uma outra
suposição era de que a grande evolução deveu-se às variadas circunstâncias
climáticas enfrentadas por esses nossos antigos habitantes da era jurássica. Todavia, um
acontecimento inusitado veio abalar essas teorias: pesquisadores em busca de urânio na
região sul da patagônia argentina acabaram por encontrar fósseis de dinossauros, bem
preservados, e, o mais importante de tudo: do 2º ciclo. Foram descobertos muitos
exemplares, inclusive formações de até 45% da ossada de um dinossauro, o que é um
grande percentual, tendo em vista que a maioria dos achados de outras regiões até então
era apenas de ossos separados. Foi
encontrada no local também uma verdadeira gama de material biológico da antiga era:
árvores, plantas, insetos, crustáceos diversos, enfim, tudo necessário para que as
pesquisas avançassem de forma surpreendente. Devido aos
achados patagônicos, os cientistas puderam comparar os fósseis encontrados no
hemisfério sul com os achados no hemisfério norte, especialmente na região do México.
Dessa comparação, descobriu-se que os ossos (dinossauros da mesma espécie) dos dois
hemisférios eram diferentes, o que sugeria uma desigualdade derivada das próprias
barreiras naturais surgidas com a separação dos continentes, há milhões de anos. Ou
seja, a barreira formada pelo próprio Oceano Atlântico, o ecosistema diferenciado de
cada hemisfério, entre outros, propiciaram diferentes evoluções para os dinossauros. O documentário,
cuja duração é de cerca de 45 minutos, é imperdível. Depois dele, passamos a olhar
diferentes olhos os fósseis daqueles grandes gigantes de 100 milhões de anos atrás. 11h50 Quando
saímos do auditório, logo ao lado, paramos no Feruglio Café, para fazermos um
lanche. Pedimos uma milanesa com fritas para o Marcelo e um sanduíche de frango com
queijo e tomate para mim, e também um refrigerante. A conta deu PA: 50,00. Andamos mais
pelo museu. Tiramos muitas fotos, inclusive com o grande argentinossauro,
encontrado na Argentina, nos anos 80, o maior herbívoro conhecido, com 40 metros de
comprimento. Outro dinossauro
famoso encontrado na Argentina, em 2006, é o Panplhabia protos, dinossauro
onívoro (comia de tudo). Descobriram que suas mandíbulas eram adaptadas para se
alimentar tanto de carne quanto de vegetais. Representa o elo perdido entre os carnívoros
e os grandes herbívoros. Media 1,5 metros de
comprimento e 30 centímetros de altura. O nome Panplhabia protos veio do grego (panghagia,
que significa come de tudo e protos que significa o
primeiro). Assistimos a
mais um filme no museu, dessa vez sobre a origem da vida no planeta terra. A projeção é
rápida, dura apenas 10 minutos. Uma coisa bem
interessante no MEF é que no próprio museu funciona o laboratório de pesquisas. Por uma
parede de vidro, pode-se observar o trabalho incessante dos cientistas. 14h30 Paramos na
lojinha do museu para comprar algumas lembrancinhas. Há coisas interessantes para se
levar: moletons infantis e camisetas com bordados de dinossauros, livros, agendas,
brinquedos, canetas, mini dinossauros, enfim, vários itens que lembram os amiguinhos
pré-históricos. Vimos uma réplica idêntica ao pequeno dinossauro que foi encontrado na
região patagônica, mas o preço estava meio salgado: convertendo para reais, sairia por
cerca de R$1.000,00. Quem sabe numa outra oportunidade! 16h- Já de volta ao
centro da cidade, deixamos o carro no hotel e fomos andar. Fomos ao Café Balcarce. É
uma franquia. Fica na Av. Rivadavia c/a 9 de Julio. Vimos vários produtos desta
marca, como café, chá, doces, alfajor. Tomamos um chá e um chocolate quente com
bolo de laranja. O chá e o chocolate estavam gostosos, mas o bolo não estava muito bom,
é daqueles industriais, que já veem pronto, não é feito por eles. Andamos bastante
nas lojas do centro da cidade. O Marcelo até aproveitou para cortar o cabelo. 19h30 Fomos
alertados para que não deixássemos nada dentro do carro, porque poderiam arrombá-lo e
levar tudo. De qualquer forma, não temos mesmo o costume de deixar coisas que chamem a
atenção dentro do carro, pois, afinal, é melhor evitar aborrecimentos futuros. Mais
tarde, resolvemos ir de táxi ao shopping da cidade, que era novo. No pátio de
alimentação, só funcionavam ainda dois estabelecimentos, e ambos vendiam apenas
sanduíches. Andamos por algumas lojas,
inclusive um mercado que tem lá dentro. Comprei dois vasos para plantas bem diferentes. Já na saída, íamos
passar em uma loja da Havanna para levarmos alfajor (para nós é a marca de alfajor
mais saboroso), mas já estava fechada. Pegamos um táxi de volta
para o hotel e fomos arrumar nossas coisas para deixarmos a cidade na manhã seguinte. Mandei um e-mail desejando
felicidades para minha cunhada e meu irmão, que se casaram nesse dia (foi o segundo
casamento dele). Não pudemos estar presentes, mas tenho certeza de que serão muito
felizes. 20/01/2011 (quinta-feira)
- Trelew/AR a Coronel do Rego/AR
FOT0S - 6h30 - Fizemos um lanche reforçado no hotel. Tinha café,
leite, salada de frutas, suco de laranja (expremido!), torradas, medialunas, torradas,
cereais, presunto, queijo, etc. 7h55 Paramos para
abastecer o carro, ainda na cidade. Preço do litro do
diesel: PA 3,045; 39,745 litros; valor total:PA 121,00; quilômetros rodados desde a
última abastecida: 398,80 km. 8h08 Pegamos a
Ruta 3 para Perto Madryn (55km). Fomos parados
por policiais. Pediram a documentação do condutor, do veículo e o seguro carta verde.
Comentamos com ele que o nosso compadre, há alguns dias, teve que pagar propina para uns
policiais próximo à fronteira com o Brasil. Perguntamos a quem poderíamos recorrer
nesses casos. Eles disseram que esse tipo de coisa é difícil acontecer no sul argentino,
mas, infelizmente sabem que no norte pode acontecer. Eles mesmos tiveram que pagar propina
quando foram ao Paraguai. Não há um número específico para reclamar, mas nos deram o número
de telefone geral da polícia: 911. Enquanto
falávamos com os policiais, fotografei uma flor bem diferente: amarela e tinha uns
espetinhos vermelhos. O Marcelo
percebeu que, desde a cidade, tinha um carro lilás atrás da gente. Poderia ser
coincidência, mas, como brasileiro é desconfiado, usamos nossa estratégia que tem se
mostrado infalível: mirei a máquina fotográfica para trás e tirei uma foto com flash.
Logo, logo desgrudaram. Estão
duplicando a pista que liga Trelew a Puerto Madryn. 8h25 A vegetação
na região é bem desértica, mas, incrivelmente, passamos por uma única árvore no
sentido contrário ao nosso, às margens da pista. Vi que havia embaixo dela uma placa e o
que estava escrito era bem cativante: na parte da frente, lia-se: estoy
sola; na parte de trás: cuidame. Infelizmente, não deu para
fotografar. 9h Parada para
banheiro no posto YPF. O Marcelo aproveitou para comprar 2 CDs: um do Marco Antonio,
cantor chileno preferido dele, e um do Manah. 9h55 Ficamos
parados por um pequeno tempo, esperando liberarem a pista, pois estavam asfaltando um dos
lados. 10h30 Passamos por
Sierra Grande. Vimos muita fila para os carros que abasteciam com gasolina. A escassez,
pelo jeito, seguia. Não era apenas de Comodoro Rivadavia para baixo, como nos haviam
dito. 12h Parada para
banheiro no posto Shell. Mas resolvemos abastecer e comermos algo no Posto YPF que fica
logo do outro lado. Preço do litro do
diesel: PA 3,459; valor total: PA 100,00; quilômetros rodados desde a última abastecida:
314 km. Comemos um prato
de nhoque dividido para os dois, PA 25,00. O Marcelo, assustado, descobriu que havia
trazido por engano as chaves do nosso quarto do hotel de Trelew. Como não daria para
voltarmos, o jeito seria enviá-la depois pelos correios. O asfalto pela
RN 251 estava muito bom, além de termos economizado 70 quilômetros! 13h20 Vimos dois salares. 14h25 Paramos em
um posto numa cidadezinha chamada Rio Colorado. É pequena, mas há alguns hotéis e até
cabanas. 14h40 Seguimos
viagem. Na saída da cidade, há um tranquilo rio, bem bonito, que liga a província de
Rio Negro a La Pampa. 15h20 Vimos uma
placa indicando que entramos na Província de Buenos Aires. 15h45 Paramos por
5 minutos para esperar liberarem a pista. Estavam arrumando. 16h13 Passamos por
um lago azul bem bonito, com pássaros. 17h15 Como estava
muito cedo para pararmos e anoiteceria mais tarde, resolvemos não dormir em Bahia Blanca
como havíamos planejado. Andaríamos por mais uns 100km até a próxima cidade. Bahia Blanca é
uma cidade até grande. Passamos por vários cruzamentos de ferrovia e, depois da região
industrial da cidade, seguimos por um trecho bem bonito, com plantações verdes ao redor
e com energia eólica. 18h Na própria
Ruta 3, às margens da pista, ao lado de um posto de gasolina, vimos umas cabanas bem
simpáticas. Paramos para conhecer, perguntar
o preço e, após checarmos tudo, resolvemos dormir por ali mesmo. Chama-se Posada El
Sharid, Fica em Coronel do Rego, Ruta 3, km 598. As cabanas são bem arrumadas. Tem ar
condicionado, tv, som, internet, piso de cerâmica novinho. O preço é de PA 210,00 a
cabana para o casal, com café da manhã servido no posto, às 8h30. Tiramos algumas fotos no
pequeno jardim. Por volta das 21h, as cerca
de 10 cabanas já estavam todas preenchidas. Jantamos no restaurante do
posto, que abriu às 21h. A comida estava boa. Checamos alguns e-mails,
ligamos para nossos filhotes e fomos dormir. Apesar do lugar ser próximo à rodovia, não
houve barulho à noite e pudemos dormir tranquilamente. 21/01/2011 (sexta-feira)
- Coronel do Rego/AR a Buenos Aires/Ar
FOT0S - 8h30 Tomamos no
posto o já conhecido café argentino: chá, café puro ou café com leite e duas medialunas
por pessoa. Seguimos viagem.
A nossa próxima parada estava programada para ser em Cañuelas. Abastecemos. Preço do
litro do diesel: PA 3,459; 48,56 litros; valor total: PA 168,00; quilômetros rodados
desde a última abastecida: 487 km. (o carro fez 10km/litro). 9h10 Paramos em um
quiosque ainda na região próxima a coronel do Rego. Descobrimos que ali é a rota do
azeite e resolvemos levar o produto para conferir. Pagamos PA 12,00 a garrafa pequena do
azeite artesanal. Levamos uma garrafinha para nós, uma para meu pai e uma para meu sogro.
Ficamos arrependidos depois por não termos levado mais. O azeite estava uma delícia! 9h35 Fotografamos
um tatuzinho atravessando a pista. Que gracinha! Vimos muitas
oliveiras às margens da estrada. O dia estava
ensolarado, quente e ventava bastante. 9h48 Atravessamos
uma ponte sobre o Rio Quequen Salado e passamos ao lado de um belo campo de
girassóis. 9h50 Pagamos
pedágio na Estação Três arroyos. PA: 2,20. Vimos uma placa
dizendo que A. Gonzalez Chaves é a capital dos planadores (campeonato). 11h20 Parada para
banheiro. 12h25 Paramos para
almoçar em um Restaurante chamado 307, do outro lado do posto Shell, perto de uma cidade
chamada Azul. A comida vem em pequena quantidade. Não dá para compartilhar.
Pedimos frango assado (coxa e sobrecoxa) mais papas blancas (batatas cozidas). O
prato custou PA 30,00, e a água saborizada hydra, Sierra de Los Padres (naranja), PA
5,00. Depois que já
havíamos almoçado, vimos que em Azul há Posto YPF Full (servem sanduíches quentes). Vimos às
margens da rodovia pessoas pedindo carona sempre com um papel indicando o destino que
querem. Achei prático. * 767 é o
número que se deve ligar em caso de emergência na rodovia. 13h37 Pagamos
pedágio (Peaje Azul). PA: 2,10. 14h30 - Paramos por uns 15 minutos para tomar um cafezinho
em um YPF Full em Las Flores. Estava cedo ainda. Conversamos e decidimos
mudar de planos: tocaríamos até Buenos Aires. Ficamos sabendo que nessa época,
após o ano novo, Buenos Aires fica vazia, pois muitos argentinos viajam para passar as
férias na praia, principalmente em Mar Del Plata. Além disso, como o dia
seguinte seria sábado, conheceríamos o zoológico (disseram que é muito bom) e ainda
andaríamos na avenida Florida. Seria também uma última oportunidade de
comprarmos os alfajores Havanna. Quanto ao domingo, era
melhor passá-lo na estrada, para não encontrarmos pontos turísticos fechados ao
pararmos em alguma cidade. 15h45 Pegamos
autopista (duplicada) a 42 quilômetros de Cañuelas. Vimos umas sinalizações de
trânsito diferentes desenhadas na pista. Para um sinal desenhado na pista (^),
significava que a velocidade máxima era de 60 km, em caso de neblina. Para esse mesmo
sinal desenhado duplamente, um sobre o outro, a velocidade máxima era de 80 km. 16h05 Pagamos
pedágio. PA 2,80. 16h10 A 67 km de
Buenos Aires, acabou a autopista e a estrada ficou ruim. 16h15 Vimos placas
indicando que poderíamos seguir até Buenos Aires pela autopista (com pedágio) ou
pela pista comum (sem pedágio). Optamos pela primeira, pois seria mais rápido. 16h45 Pagamos
pedágio (Cañuelas km 37,2). Custou PA 1,30. Para horários de pico, custa PA
1,70. 17h Pagamos
pedágio novamente. (Peaje
Riccheri Y Av. San Martín): Pa 1,30. 17h08 Pedágio. Pa
4,50. 17h25 Mapeamos no
GPS um estacionamento que ficava abaixo da Av. 9 de Julio, só para termos uma direção
onde buscaríamos hotel. Mas ficamos sabendo que os estacionamentos daquela região fecham
nos finais de semana. Procuramos, então, um outro que ficava acima da 9 de Julio, pois
lá funcionava, como nos falaram. Nesse estacionamento, um rapaz chamado Patrício nos
indicou um hotel muito bom. . Hotel Concept, na
Santiago Del Stero 180. Tel: 4383-3473. Os quartos são novos.
Não possuem carpetes, o piso é de madeira. Há wifi, tv, som, ar condicionado, tudo
digital. O preço do quarto para casal era PA 230,00, mas a Manuela deixou por PA 220,00. Agradecemos ao
atencioso Patrício, o rapaz do estacionamento, pela indicação. Insistimos para dar-lhe
uma gorjeta, mas ele não aceitou de jeito nenhum. O estacionamento do Patrício custava
PA 52,00 por 12 horas e, como ele não era o dono, não poderia dar um desconto.
Infelizmente sairia o dobro do preço do outro, perto do hotel, que havíamos visto
(custava PA 42,00, o dia inteiro!). Deixamos o carro, então,
em um estacionamento na H. Yrigoyen 1360, Construcciones Jumalo S.A. Fone: 4383-1510;
15-3539-9439. (falamos com o Roque
Falcón, responsável pelo local). Vimos até outras garagens, contudo são baixas e só
aquela coube nosso carro. 19h15 Após
deixarmos nossas coisas no hotel, saímos para comer algo. Fomos, por indicação da
Manuela, à La Continental, na Av. de Mayo 1389. Servem pizza assada na pedra e outros pratos, tais
como massas e empanadas. O lugar, além
de ser um charme, tem comida deliciosa. Não é à toa que estão há 50 anos no mercado!
Eles têm outras lojas espalhadas pela cidade. Possuem também delivery: 4374-1444. Eu comi um espaghetti:
PA 18,00 + salsa bolognesa PA 6,00 (na Argentina, eles costumam cobrar o molho
separado do macarrão). O Marcelo pediu crepe la continental, PA 26,00 + água
saborizada PA 9,50. Meu macarrão estava delicioso, mas o Marcelo não gostou muito do
crepe, porque vem muito creme. É diferente do Brasil. Voltamos para o
hotel. 22/01/2011 (sábado) - Buenos Aires/Ar 9h Tomamos o nosso
café com medialuna e torradas. Dessa vez vieram muitas e não apenas as duas
tradicionais. Fomos andando
até o Obelisco e tiramos algumas fotos. Vimos que a cidade estava vazia; pelo menos de
argentinos, pois encontramos muito brasileiros, à pé, de ônibus, nas lojas e em vários
pontos da cidade. Da Estação 9
de julho, tomamos o metrô até a Plaza Italia (linha verde D), para
visitarmos o Zoológico de Buenos Aires (Av. Sarmiento
y Av. Las
Heras ). Fica
logo em frente à Plaza Italia, assim que se sai do metrô. É aberto de
terça-feira a domingo e nos feriados, das 10h às 18h. 10h Chegamos ao zoo
e compramos o passaporte Ahorro, PA 27,00 por pessoa, que é mais completo,
pois dá direito a aquário, passeio de barco, reptilário, selva subtropical. Além
dessas atrações, o zoológico oferece cinema 3D, lanchonetes, lojinha de souvenirs,
biblioteca. Lá pode-se alugar carrinhos de bebê e até máquinas fotográficas. A primeira coisa
que me chamou a atenção, logo na entrada, é o belo lago com flamencos. Outra coisa que
percebi, logo demos os primeiros passos, é que os animais do zoológico podem ser
alimentados com as comidas específicas vendidas em alguns pontos. A criançada adora
isso! O espaço é bem
grande (18 hectares), arborizado, bem cuidado e organizado.
Além dos animais típicos da região, tais como maras, pinguins, guanacos, há uma boa
diversidade de animais. Alguns deles ficam soltos, como maras, patos e alguns de porte
menor. Os outros, apesar do cercado, ficam próximos aos visitantes. Há no zoo belas
construções antigas, porém preservadas, datadas do século XIX, que foram declaradas
monumentos históricos por sua beleza. O zoo foi inaugurado em 1888, e é um
dos mais antigos do continente americano. No aquário,
vimos peixes de água doce, pinguins sendo alimentados e um tanque com espécies
marítimas e pequenos tubarões. 11h30 Vimos um
espetáculo com lobos marinhos. O preço do ingresso é cobrado à parte, ao custo de PA
9,00 por pessoa. Horários: 13h, 14h, 15h, 16h, 17h e 18h15. O show tem a
duração de apenas 15 minutos, mas é divertido. O
apresentador interage com a criançada, fazendo brincadeiras; e todos, adultos e
crianças, acabam aprendendo um pouquinho mais sobre esses simpáticos bichinhos. Algo
interessante que aprendi na pequena apresentação: lobos marinhos e focas são
praticamente idênticos e eu, sinceramente, não sabia diferenciá-los. Mas agora sei que
os lobos marinhos possuem pequenas orelhas e unhas (as focas não). Além disso, lobos marinhos se apoiam nas quatro nadadeiras para
andarem; já as focas se apoiam em apenas duas e arrastam a parte traseira do corpo. Depois dessas
explicações, começa a apresentação de dois lobos marinhos ensinados, que fazem
acrobacias e respondem questionamentos ao comando da adestradora, sob os aplausos de
todos, por isso o nome do espetáculo charla didáctica de lobos marinos. Após o show,
fomos ao reptilário. Vimos jacarés, cobras diversas, iguanas, etc. Andamos mais
pelo zoológico e nos deparamos com urso polar, urso negro, tigres, inclusive tigre
branco, capivaras e diversas aves. Há animais que nasceram no próprio zoo. Eles têm um
projeto de conservação de alguns animais, tais como condor andino, jacaré santaferino,
aves de rapina, tartaruga marinha e outros. 12h50 Paramos para
comer no McCain (uma espécie de concorrente do Mcdonalds). Pedimos um combo
criolla+batata+refrigerante. Deu PA 30,00. Fomos à Selva
Subtropical. Lá, pode-se ver várias espécies de borboletas em quadros de vidro e outros
tipos de inseto. Há uma ponte em madeira para dar a sensação de que estamos
atravessando a floresta amazônica, inclusive com uma queda d'agua. Estava muito quente
lá dentro. Saímos de lá e
fomos ver mais alguns animais. O zoo é tão grande que não deu tempo de fazer o passeio
de barco. Fez muito calor.
Os argentinos aproveitavam os espaços arborizados para fazerem um verdadeiro piquenique
com as crianças. Em Buenos Aires,
há outros zoológicos também bastante conhecidos, porém não tivemos oportunidade de
conhecer, pois são mais distantes e precisaríamos ir de carro: o Temaiken, onde
se tem um aquário excelente, e o Zoo de Luján, onde as pessoas podem se interagir
com os animais (fica no km 58, acesso oeste, em Luján). 15h35 Saímos do
zoológico e, de volta ao metrô, pegamos o que seguia para a estação 9 de Julio (linha
verde D). Descemos lá e pegamos outro metrô (linha azul C) para
irmos até a Avenida de Mayo. No hotel,
tomamos um bom banho para refrescar e fizemos um rápido descanso. Vimos um
panfleto que indicava a existência de um free shop. Decidimos ir até lá. Pegamos o
metrô (linha C) e descemos na estação San Martin. O local é, na
realidade, um ponto de venda de roupas de marca, tais como Lacoste, Lancôme, Puma e
outros. Como eu e o Marcelo não curtimos muito essa história de marcas,
vimos que não era a nossa praia. Resolvemos ir,
então, para a Florida (essa sim eu gosto!). Há show de tango na rua,
apresentação de músicos, bonecos de cera, etc. Lá você encontra desde uma simples
lembrancinha até um presente mais sofisticado, como produtos em couro. Os camelôs
também vendem uns produtos interessantes. Comprei até um símbolo inca, que eu gosto
muito, para pendurar na parede (é a Tumi, faca inca em formato de homem
usada nos rituais religiosos. também é conhecida por Ñyalamp. Segundo os
peruanos, pendurá-la na parede significa boa sorte. A minha já está na parede!). A
mulher que me vendeu é uma peruana, que está morando na Argentina, mas trouxe seus
produtos para oferecer na Florida. Entramos um
pouco nas Galerias Pacífico (fica na altura da Florida com a Córdoba). O
lugar é belíssimo. Foi lá que, finalmente, consegui comprar meus alfajores. A caixa com
24 estava saindo a PA 96,00. O mais gostoso que eu acho é o de nozes com chocolate. Comemos uma
pizza na Casa Vecchio, dentro ainda da galeria. Começaram com a Cantina
Spadavecchia nos anos 30, que era especializada em cozinha italiana e se localizava no
Bairro La Boca. Até o Pelé já frequentou o lugar, como comprova uma foto antiga
orgulhosamente pendurada no estabelecimento. Na década de 90 inauguraram a Casa Vecchia e
a Postavecchia Parrilla, com franquias espalhadas por Buenos Aires. A pizza estava
deliciosa! Continuamos pela
Florida, já eram 20h30 (as lojas fecham no domingo às 20h), mas a avenida ainda estava a
todo vapor. Seguimos até a Av. de Mayo, atravessamos a 9 de Julio e continuamos na Av. de
Mayo (na parte de cima), até o nosso hotel. Como andamos naquele dia! Mas compensou cada
sola de sapato gasta! 23/01/2011 (domingo) - Buenos Aires/Ar a Chuí/Brasil 7h50 Deixamos o
hotel. Abastecemos. Preço do
litro do diesel: PA 4,449; 59,32 litros; valor total: PA 267,00; quilômetros rodados
desde a última abastecida: 596 km. 8h30 Chegamos ao
porto de onde sai o Buquebus (navio que liga Buenos Aires ao Uruguai). Tem um que
sai para Montevidéu (horários mais escassos. O trajeto de barco é maior, mas
economiza-se um bom pedaço de estrada) e outro que vai para Colônia del Sacramiento.
Na hora de
comprarmos a passagem, pegamos a fila errada, o que gerou um tremendo estresse para nós,
pois queríamos pegar o buquebus das 9h30 (para Colônia, pois não tinha horário
direto para Montevidéu). Pagamos pelas duas passagens para Colônia mais o transporte do
carro o valor de PA 704,00. Trâmites: 1- O carro é
deixado primeiro na área de baixo do porto, pronto para embarcar no navio; 2- compram-se
as passagens nos cajás; (deve-se preencher uma papelada que eles dão); 3- Deve-se
subir umas escadas e pegar a fila da imigração (outros papéis são preenchidos). Corremos,
literalmente falando. O Marcelo para colocar o carro para dentro; eu para entrar no navio
pela parte de cima, pois só um condutor guarda o carro. Enfim, tudo deu
certo e embarcamos no horário. Não sei porque, mas acabaram nos colocando na primeira
classe sem que tivéssemos pedido, o que não faz diferença, pois o navio inteiro é
confortável, como um avião! Os preços do
navio são salgados: pagamos PA 30,00 em um sanduíche de frango, tipo baguete. Há um free shop
no Buquebus. Aceitam pesos argentinos e dólares e há produtos cujo preço cobrado
realmente compensa. Compramos perfumes de presente, chocolate suíço e maquiagem a bons
preços. Seriam 3 horas de Buenos Aires até Colônia, o que daria para descansar bastante. O horário previsto para chegada era 13h30, horário local (ou 12h30, horário de Buenos Aires). 13h30 (horário uruguaio)
aportamos em Colonia del Sacramiento. Quando estávamos para sair do
estacionamento do navio, já dentro do carro, vimos um motohome com o nome Caramujo II. Este mundo realmente é
pequeno! Há 4 anos, na nossa Expedição Ushuaia, havíamos conhecido o Caramujo
I. O pessoal é de Santa Catarina. Perguntamos se eram as mesmas pessoas e eles
confirmaram que são da mesma família.
Assim que se sai do Buquebus,
deve-se passar pela vistoria, ainda no estacionamento do porto. Eles também observam se
estamos entrando com frutas, carnes ou queijos. Há um quiosque de câmbio ali também. O
Marcelo trocou um pouco de pesos argentinos por pesos uruguaios. 13h50 Passamos no Colonia
Shopping, que fica bem perto da saída do Buquebus. Logo na entrada do shopping, há
uma casa de câmbio. Fizemos nova troca. Trocamos pesos chilenos por reais (1 Real = 295
pesos chilenos). Trocamos também pesos argentinos para pesos uruguaios, mas acabamos não
anotando o valor da cotação. Almoçamos no mesmo único
lugar do shopping que serve almoço (igual há dois anos). O bom é que no shopping tem um
mercado e pudemos comprar algumas frutas e pães para a viagem. De Colônia até o Chuí
(pretendíamos dormir já no Brasil) seriam mais 505 quilômetros. 15h20 Pegamos a
estrada mais uma vez. 15h40 Entramos em
um trecho com pista duplicada e asfalto muito bom, agora a viagem renderia! 15h40 Acabou a
alegria da pista duplicada. Pelo menos era domingo e a estrada estava tranquila. 15h45 Voltou a
alegria: pista duplicada! E dessa vez seria por um bom tempo... 16h05 Pagamos
nosso primeiro pedágio uruguaio. PU 50,00. 16h35 Paramos em
um Posto Ancap para lavar o parabrisa do carro. Lá havia mastros contendo
bandeiras do Brasil, do Uruguai e da Argentina. Que saudade da nossa bandeira! Comprei água no
minimercado e uma senhora, educadíssima, se ofereceu para trocar a água por uma mais
geladinha, pois aquela garrafinha eles haviam acabado de colocar na geladeira e o tempo
estava muito quente, 34º. Assim que chegamos ao
posto, vimos no pequeno jardim uma planta que dá umas flores (lembram um buquê) nas
tonalidades azul e também branca, que parecem ser bem apreciadas no Uruguai, pois
havíamos visto em vários jardins. O Marcelo adora essa planta. Fomos falar com a
simpática senhora que havia me atendido no mercadinho. Ela, prontamente e com um sorriso
nos lábios, foi até o jardim conosco e disse que são agapantos. Colheu
umas sementes e deu ao Marcelo. Foi bastante cuidadosa ao ensinar como cultivá-las,
inclusive tendo ensinado que a época certa de plantá-las é no inverno, pois vai crescer
e florescer em dezembro. As sementes precisam secar. 17h10 Pagamos
pedágio, PU 50,00, e passamos por uma bonita ponte. 18h08 Pedágio
novamente, PU 50,00. 18h35 Após
passarmos por uma ponte com vários banhistas, jet ski, etc, deve ser o point
da cidade, pagamos mais um pedágio de PU 50,00. 19h20 paramos para
fotografar o que passei a chamar rolinhos . São rolos de feno (ou trigo, não
sei), secos, que ficam nos pastos. E bastante comum vê-los no Uruguai. São lindos!
Especialmente quando o sol está quase se pondo, pois pegam uma tonalidade dourada. 19h30 pagamos
pedágio no Peaje Garzon. PA 50,00. 20h10 Paramos para
um lanche em uma cidadezinha chamada Rocha. É bom parar, pois o caminho é desértico.
Passamos por pouquíssimas cidades no caminho até o Chuí. A região parece ser mais
rural. O Marcelo bateu papo com
uns argentinos que lá estavam. São donos de hotel em Buenos Aires e cabanas na beira da
praia do Chuy. Chegaram a dar o telefone das cabanas, caso precisássemos encontrar um
lugar para dormir, pois chegaríamos tarde. De volta à estrada,
passamos, já ao anoitecer, por uma região repleta de palmeiras. Aliás, se fôssemos
definir o Uruguai de uma forma geral, por onde passamos, diríamos que é a terra dos
rolinhos dourados, dos agapantos e das palmeiras. 9h30 Chegamos ao
Chuy e fomos procurar por hotéis no GPS. Acabamos vendo alguns, mas resolvemos ficar no Turis
Firper Hotel, já do lado brasileiro. Endereço: Av. Samuel Priliac, 629. Tel: (53)
3265-1398. www.firperhotelchui.com. A diária para o casal sai a R$ 150,00, com café
da manhã. Fica a 300m da fronteira. Possui apartamentos com frigobar, ar-condicionado,
TV, Wifi, garagem fechada e recepção 24h. 24/01/2011
(segunda-feira) Chuí/Brasil a Gramado
FOT0S - 9h Tomamos um
excelente café da manhã com frutas, sucos, pães e bolos, aquele café tipicamente
brasileiro, e fomos até a recepção encerra a nossa conta para andarmos um pouquinho
pelas lojas. O pessoal do
hotel foi bem simpático. Disse que, caso quiséssemos, poderíamos deixar o carro no
estacionamento para fazermos nossas compras com tranquilidade. Descemos com nossas
bagagens, então, e as deixamos no carro, que fica em um estacionamento fechado, do
próprio hotel. Aconteceu um
fato engraçado: havíamos escondido 100 dólares em uma fresta do painel do carro para
alguma emergência. Acontece que o Marcelo foi tirar esta nota para gastarmos no free shop
e, em vez de tirá-la, acabou por empurrá-la ainda mais para dentro do painel! Foi o
maior sufoco pegarmos esse dinheiro! Isso é que eu chamo de dinheirinho literalmente
suado! Fomos a pé até a
avenida central, que tem lojas do Chuy uruguaio de um lado e do Chuí brasileiro do outro.
No lado brasileiro há poucas lojas e o movimento de pessoas é fraquíssimo. Fiquei
sabendo por um vendedor uruguaio que é porque do lado brasileiro o preço dos impostos é
mais salgado. Pela manhã,
choveu um pouquinho, o que não atrapalhou em nada nosso passeio pela rua. Acabamos
comprando muita coisa para gastarmos o restante dos pesos uruguaios que estavam conosco e
aqueles 100 dólares. Havia uma boa diversidade de coisas para trazer e com preços
realmente atrativos. Compramos perfumes, chaleira, pendrive, roupas, relógio de
parede, cremes diversos, lembrancinhas, etc. 13h15 O Marcelo
pegou o carro e fomos almoçar na churrascaria Spetus, que fica do lado
brasileiro. O preço do rodízio por pessoa saiu a R$36,00. A comida estava boa. Matamos a
saudade do guaraná Antártica e, ao final, o cafezinho expresso foi por conta da casa. Abastecemos. Preço do
litro do diesel: R$ 2,09; 49,15 litros; valor
total: R$ 101,79; quilômetros rodados desde a última abastecida: 504,80 km. Deixamos o Chuí e fomos
parados na aduana. A policial brasileira apenas perguntou de onde estávamos vindo.
Dissemos a ela que vínhamos do Chile, passando pela Argentina, pelo Uruguai e estávamos
retornando para Brasília. Ela apenas deu uma olhada por alto na bagagem, sem pedir para
abrir nada, e nos desejou uma boa viagem. 15h30 Paramos para
fotografar um lindo alagado. A região é muito bonita. Às margens da estrada há
plantações de arroz verdinhas a perder de vista. Este nosso país é lindíssimo
também! As diferentes nuances de verde da nossa mata é de encher os olhos e encantar a
muitos! 16h05 Passamos
pela reserva Banhado do Taim. É outra região bem bonita e, pelo que pudemos
perceber, é o recanto das capivaras! 17h10 Pagamos o
primeiro pedágio brasileiro da nossa volta, já perto de Pelotas, em Capão Seco. R$ 7,80
(que saudade da Argentina!) 17h45 Pedágio
(Cristal), sentido Porto Alegre. PA 7,80. 19h40 Paramos para
comprar sanduíches com ovo em um posto BR para seguirmos direto até Gramado. Levamos
dois sanduíches, no capricho, feitos com ovo, presunto e queijo, no pão
cacetinho, nome que eles dão ao pão tipo baguete, que lembra o pão francês
grande. Passamos por um
asfalto feito de borracha, que é uma pavimentação ecológica que está em teste em
algumas rodovias brasileiras. Pareceu-nos muito bom, além de dar a entender que a
durabilidade é maior! Passamos também
por um trecho de acampamento indígena (3 quilômetros de extensão). 20h10 Pagamos
pedágio, a 27 km de Porto Alegre. R$ 6,00. Chegamos na
ponte que dá uma visão geral de Porto Alegre. A vista que se tinha da cidade estava
esplendorosa com o belo pôr-de-sol que fez. 21h05 Pagamos
pedágio em Nova Friburgo. R$ 7,20. Aproveitamos que o celular estava pegando sinal para
dar um alô para a família. 21h35 Parada para
banheiro em um posto da BR, a 37 km de Gramado. 22h Pedágio a 20
km de Gramado. R$ 7,20. Passamos um
susto. O Marcelo quase atropelou um cachorro à noite na estrada. Ainda bem que o bichinho
saiu ileso. 22h15 Chegamos em
Gramado e começamos a nossa busca por hotel. Logo no primeiro que perguntamos, ficamos
sabendo que haveria uma feira de modas na cidade, no dia seguinte, voltada para lojistas,
e que seria difícil encontrarmos vaga. No hotel em que
perguntamos só havia vaga para aquela noite, mas nós pretendíamos ficar um dia a mais
na cidade. Rodamos bastante atrás de hotel até que perguntamos no Laghetto, um hotel
grande, bem na entrada da cidade. Eles disseram
que estava tudo lotado, mas tinham um apartamento bem pequeno no 6º andar (o hotel, na
realidade só tem 5 andares, mas aproveitaram um espaço do 6º, espécie de sótão, para
fazer uma minúscula suíte). Para nós estava perfeito! Era bem pequeno, mas
estava arrumadinho e tinha, além do banheiro, frigobar, TV e um pequeno armário. Eles
costumam cobrar R$ 225,00 a diária nos quartos maiores, mas a diária para o
cafofinho saía a R$165,00. Além da
janelinha privilegiada, poderíamos desfrutar de todo o conforto que o hotel oferecia,
piscina, sauna, banheira de spa, sala de ginástica, sala de jogos, sala de brinquedo,
etc. É claro que em dois dias não aproveitamos tudo isso, pois queríamos andar na
cidade, mas se quiséssemos, estava à nossa disposição. HOTEL
LAGHETTO Av. Borges de Medeiros, 1700,
centro. Fone: (54) 3286-2666. WWW.laghetto.com.br. O hotel ganhou
alguns pontos, em meio conceito, no que se refere à preservação ambiental: coletam
água da chuva para lavar calçadas e molhar plantas; possuem sensores de presença nos
corredores para reduzir o gasto de energia elétrica e reciclam latas e garrafas
consumidas no hotel. Estão de parabéns pela iniciativa. 25/01/2011 (terça-feira) Gramado 9h Tomamos o nosso
café da manhã no hotel. Maravilhoso! Tinha até chocolate quente meio amargo feito
naquelas máquinas que ficam girando. Estava uma delícia! Fomos andar pela
cidade. Estava linda, com os jardins bem floridos. É impressionante como a população de
Gramado cuida de seus jardins, que, somados às belas construções em madeira, já são
um espetáculo à parte na cidade. Até o banheiro
público é coisa de outro mundo: melhor que muitos shoppings que havia visto! Compramos alguns
artesanatos e almoçamos na própria avenida principal. Comemos em lugar simples, chamado Boteco
da Praça Restaurante & Pizzaria, na Parada 33, sala 07, centro. A
partir das 11h30, eles servem um buffet de comida caseira. O preço por pessoa é R$
15,90. Não há muita variedade, mas a comida é bem feita e estava bem gostoso o bife
acebolado que peguei. À noite, servem pizza e tem música ao vivo para alegrar o
ambiente. Têm também um serviço de tele-entrega: (54) 3286-5457 (não comemos a pizza
para saber se é boa). Andando pelas
ruas de Gramado, vimos que há muitos relógios nas ruas, nas portas das lojas, relógios
bonitos e de diferentes modelos e tamanhos. Há até uma loja especializada em relógioss,
onde inclusive pode-se achar o velho cuco para comprar. O estacionamento
no centro é controlado por parquímetros, como nos Estados Unidos. Conforme o tempo que
se vai ficar estacionado, deve-se colocar moedas no registrador. Por volta das
13h30 caiu uma forte chuva, mas logo parou. 14h30 Voltamos para
o hotel e passamos a tarde descansado. Começou a chover bastante e decidimos passar o
resto do dia repondo as energias para a manhã seguinte pegarmos a estrada. 19h20 Jantamos no
centro, em um lugar chamado Tratoria del Corso, na Avenida Borges de Medeiros 2345.
Ficamos em uma espécie de varandinha aberta, de onde se pode observar todo o movimento da
avenida. Comemos um delicioso Fetuccini com tomate, champignon, manjericão, alho e
berinjela. Para acompanhar, pedimos uma garrafinha de suco de uva tinto integral Tasca
(delicioso!) e um vinho tinto seco da Casa Tannat Venturini, reserva 2008. Estava também
gostoso, mas, nossa, como o vinho subiu! Não sei se era o teor de álcool que era alto ou
se eu e o Marcelo não somos acostumados com bebidas alcoólicas. Acho mais provável esta
última opção! Nossa conta saiu a R$ 13,20. Voltamos para o
hotel. Aproveitamos para tirar fotos com nossos simpáticos recepcionistas para guardarmos
de recordação: Fábio, Alferes e Moisés. Estavam sempre dispostos a nos ajudar no que
fosse preciso. Excelentes profissionais! Soubemos, por um
e-mail recebido do Marçal, que, devido às constantes chuvas, havia caído uma barreira
em Santa Catarina, na BR 101, quilômetro 232, fazendo com que a pista ficasse
interditada. Contudo, o problema já estava solucionado e o trânsito voltou a fluir no
local a partir da noite de segunda-feira, 24 de janeiro. Ficaram também interrompidas,
além da BR 101, a BR 280 e a BR 282. 26/01/2011 (quarta-feira)
Gramado a Balneário Camboriú/SC 8h Fechamos a
conta do hotel: R$ 333,00. Para nós, mais
uma vez, Gramado deixará saudade. É a cidade sinônimo
de hortências, chocolates, relógios, jardins...e jardins. Abastecemos. Preço do
litro do diesel: R$ 2,169; 61,18 litros; valor total: R$
132,50; quilômetros rodados desde a última abastecida: 630,10 km. Demos uma voltinha a mais
pelo centro da cidade, apenas para filmarmos um pouquinho dessa charmosa cidade. 8h55 Pagamos
pedágio depois de Canela, RS 235, km 53. R$ 7,20. 9h50 Passamos por
um túnel. 9h55 - Passamos por outro túnel. 10h15 Paramos para
comprar milho cozido em uma das tendas que margeiam a rodovia. Que delícia! 10h35 Parada para
banheiro no Posto Maravilha. 11h10 Passamos
pelo cruzamento que vai para Torres e seguimos pela BR 101 rumo a Florianópolis. É mais
uma região com muitas plantações de arroz. Vimos, ao longo
da rodovia, o aspecto cultural dos moradores da região no que se refere à moradia. Mesmo
as habitações mais humildes possuem um gramado verdinho ao seu redor. Os moradores
gostam de manter um belo jardim, e o terreno é impecável no quesito limpeza. Não há
nada jogado pelo quintal. Que exemplo esses sulistas dão a todos! 12h Paramos para
almoçar no Restaurante e Churrascaria Rizzoto, Porto Br, Maracajá/SC, ao lado de um
posto de gasolina. Custou R$ 19,90 o quilo. A comida estava simples, mas boa. Apenas a
banana empanada não estava com um gosto muito bom e acabamos por deixá-la no prato. Aproveitamos o
posto para calibrarmos os pneus do carro. 12h25 Seguimos
viagem. Faltavam 271 quilômetros até Camboriú. 13h25 Vimos às
margens da rodovia placas indicando a venda de suco de Butiá. O que seria
isso? Tem cara de seriguela. Em casa, vi pelas imagens na internet que são umas pequenas
frutas amarelas, espécie de coquinhos, que nascem de determinadas palmeiras. São muito
encontradas na região amazônica também. Pegamos muitos
trechos de asfalto em reforma. Em sua maioria são bons trechos. 13h50 Paramos em um
posto de gasolina BR. 14h25 Passamos por
trecho engarrafado. Mas era em sentido contrário ao nosso. Tudo por causa de um fusca que
quebrou e não foi retirado da estrada, ocasionando um congestionamento por mais de quatro
quilômetros. 14h37 Pagamos
pedágio (autopista Litoral Sul S/A, Km 220. Palhoça). R$1,20. Vimos próximo
ao Balneário São Miguel um lugar que vende traillers. Para quem gosta muito de viajar,
é econômico e prático! Não sei se seria bom andar com ele nos grandes centros,
especialmente na hora de procurar estacionamento. Acho que seria um problema nessas horas. O litoral
catarinense é belíssimo. 15h15 Pagamos
pedágio. R$ 1,20 (km 159, em Porto Belo, cidade da fábrica da famosa cerâmica de mesmo
nom). 15h20 Pegamos
congestionamento em Itapema, mas coisa de apenas uns 10 minutos. Era apenas devido a obras
de reparação da rodovia. 15h40 Chegamos ao
Balneário Camboriú e fomos procurar por hotel. Procuramos em
vários, pois, como ainda era cedo, dava para pesquisar um pouco mais. Os mais caros
estavam na faixa de R$ 380,00 a diária para o casal e os mais baratos na faixa de R$
250,00, porém lotados! Alguns sem Wifi e outros com estacionamento que não cabia nosso
carro. 15h50 Acabamos
encontrando um hotelzinho no jeito. Garagem ao lado do hotel, coberta, e cabia nosso
carro. Tinha internet, ar condicionado, o quarto não ficava em frente a uma avenida
movimentada e tinha até uma pequena piscina. O
único defeito para mim é que tinha carpete no quarto. Mas tudo bem. Seria por pouco
tempo. Além disso, eu tinha ganhado um spray aromatizador de ambientes, bem cheiroso,
presenteado pela minha norinha Ingrid (feito por ela). Hotel Gracher Praia. Av. Brasil. Esq. 3.300, n.º 262. Tel.: 3404-6300. Preço da diária para o casal: R$200,00. 19h20 Após um bom
banho, fomos andando pela Av. Brasil até o Atlântico Shopping, uma boa caminhada! As
ruas estavam lotadas de turistas e o clima estava bem quente. Já no
Shopping, jantamos comida chinesa no Restaurante Shian Yian. Eles possuem serviço
de entrega: (47) 3360-0019. Preço do quilo: R$ 19,50. Comemos ainda
uma deliciosa salada de frutas de sobremesa no Yogohappy (R$6,00 o pote pequeno, bem
caprichado, com direito a 3 tipos de frutas e duas coberturas. Com sorvete o preço era
R$7,00, podendo escolher dois tipos de sorvete e 3 tipos de frutas). Estava uma delícia! Voltamos pela
orla, na Avenida Atlântica. Passamos por uma pequena feira de artesanatos, assim que
deixamos o Shopping, e continuamos nossa caminhada até o hotel. Observamos que
já eram 21h20 e a praia estava lotada de pessoas. Algumas estavam jogando futebol, outras
curtindo um gostoso sambinha, que parecia já ser um ensaio para o carnaval que não
tardaria a chegar. Algumas pessoas levavam
violão para tocarem na beira-mar com os amigos. Outras apenas gostavam de ficar sentadas
nos bancos da calçada, observando o que se passava ao redor ou mesmo curtindo um bom
bate-papo. A noite estava quente,
gostosa, e todos pareciam querer esticá-la ao máximo! Chegamos ao hotel e fomos
direto ligar para a família, minimizando um pouquinho a saudade que estávamos sentindo
de todos. Então, fomos descansar para no outro dia curtirmos uma gostosa praia, pois
calor pelo jeito não faltaria! 27/01/2011 (quinta-feira)
Camboriú/SC 8h Depois de
repormos nossas energias com um bom café da manhã, pegamos nossas coisas e saímos para
a praia. Iríamos para Laranjeiras, que nos disseram que era a praia mais bonita de
Camboriú. Antes de sairmos,
perguntamos no hotel a respeito de Bombinhas, pois tínhamos ouvido falar que também é
boa, mas fomos informados que fica a 35km do Balneário Camboriú, não fazendo parte
deste, e ônibus até lá é escasso. Como não queríamos tirar nosso carro da garagem
(estava com o bagageiro carregado de coisas), resolvemos ficar por perto mesmo. Em frente à porta do
hotel, pegamos um ônibus, que eles chamam de bondindinho, que vai até o
teleférico, ponto final. É um ônibus bem colorido,
com cara de trenzinho, que fica circulando na avenida Brasil e na Avenida
Atlântica (beira-mar). A passagem custa R$ 2,75 por pessoa. Quando chegamos ao ponto
final, fomos tirar umas fotos antes de pegarmos o teleférico. Há um bonito braço que
entra no mar, de onde se tem uma linda imagem de toda a litorânea de Camboriú. O lugar
é lindo! Compramos os nossos
tíquetes para o teleférico a R$30,00 por pessoa, ida e volta. A visão que se tem
do teleférico é espetacular! Há uma parada no meio do
trajeto. Dá para descer, sem pagar mais por essa parada, e conhecer o parque ambiental,
onde se pode fazer uma pequena caminhada pela bela mata atlântica por cerca de 15
minutos, ou fazer arborismo ou ainda andar no yahoo. Os dois últimos,
arborismo e Yahoo, são pagos, mas a caminhada é grátis. Decidimos dar uma voltinha
para testarmos o Yahoo. Custou R$25,00 o casal por uma volta.
Aqueles que querem aproveitar mais podem pagar R$60,00 (casal) e brincar livremente sem
limite de horário. É uma espécie de trenó
para duas pessoas, que desce em alta velocidade em meio à mata. Nós conferimos e
realmente é uma delícia. Demos apenas uma voltinha, mas confesso que acabamos nos
arrependendo de não termos pagado pelo horário livre. No início, eu estava com medo e,
como a velocidade pode ser controlada no próprio trenó, eu pedi ao Marcelo para maneirar
um pouco nas descidas. Assim que o veículo sai, uma foto nossa é tirada e oferecida na
saída, juntamente com outras fotos do lugar, todas gravadas em um CD, ao preço de
R$15,00. Eu saí com uma cara medonha! Mas, é tão gostosa a descida que logo o medo vai
embora e fica a pura diversão! Pegamos o teleférico
novamente para continuarmos nossa descida até a praia de Laranjeiras. Para se ter acesso
à praia, passamos por um largo calçadão em meio a diversas lojas de um lado e do outro,
onde se pode comprar artigos de praia, artesanatos e lembrancinhas diversas. Por sugestão de meus pais,
que haviam estado lá cerca de um mês antes de nós, ficamos na barraca Quarta
Estação. O lugar é bem arborizado, possui excelente infraestrutura, a comida é boa
e fomos bem atendidos. Consumindo na barraca, pode-se usar cadeiras, sombreiro de praia e
ganha-se tíquete para usar a ducha de água doce que fica no estacionamento. Quando
chegamos, era em torno de 10 horas da manhã e a praia ainda estava vazia. Mas logo lotou. A praia é bonita, em forma
de meia lua, com areia branquinha e a água estava, para os padrões da região sul do
país, até quente! Mas eu veria no outro dia que nem sempre é quente assim. Vimos um barco de madeira
que lembra aqueles usados pelos piratas (parece aquele do filme Piratas do
Caribe). Fomos informados, mas apenas no dia seguinte, que ele também faz o trajeto
de Camboriú até a praia de Laranjeiras, e vice-versa, da mesma forma que o teleférico. O mesmo preço é cobrado. Não andamos nele em
nenhum dia, porém, achamos que poderíamos ter comprado só a ida de teleférico e a
volta de barco pirata para conhecermos, se soubéssemos. A praia é bastante
movimentada. Há passeio de Jet ski, banana boat, enfim, muita diversão para todos. Acabamos fazendo amizade
com um casal que estava ao nosso lado na praia. São da cidade de Cacequi/RS e estavam
tirando férias de 15 dias na cidade. Ela se chama Ângela, o marido Leonardo e uma
filhinha de 5 anos, chamada Carolina. Conversamos bastante. Foram
uma ótima companhia até o final do dia. Trocamos e-mail, telefones e prometemos manter
contato. O que torna nossas viagens mais agradáveis é justamente a oportunidade de
conhecermos pessoas de diversos lugares! Na água, conhecemos um
outro casal: Gabriel e Marita (diminutivo carinhoso de Maria). Eles são da cidade de
Junin, Argentina. É a mesma cidade em que, há 4 anos, paramos para arrumar o ar
condicionado do nosso carro quando deu defeito. Anotaram o endereço do nosso sítio
Viajantes da Capital e prometeram enviar e-mail. Por volta das 16h30,
saímos da praia. O tempo começou a ficar bem fechado. O pessoal do teleférico acabou
apressando a volta de todos pois, se chovesse, o traslado de volta a Camboriú precisaria
ser interrompido. Já no ponto de ônibus
para pegarmos o Bondindinho e retornarmos ao hotel, tivemos que aguardar em
uma enorme fila. Isso aconteceu porque todos voltaram ao mesmo tempo da praia devido à
ameaça de chuva, que acabou não acontecendo. Já à noite, resolvemos
jantar no próprio hotel. O preço era R$ 27,00 o quilo. A comida estava razoável, mas
eu, particularmente, não gostei do tempero do Ravióli que eu tinha colocado. A comida
estava meio adocicada, com sabor de erva doce, parecendo comida americana. Acabei trocando
de prato com o Marcelo. A escolha dele tinha sido melhor! 20h30 Andamos um
pouco pela cidade. Entrei em uma loja chamada Havan para conhecer. Pelo jeito, é bem
conhecida na região, pois estava cheia. Eu havia visto, na estrada, muitas placas com
esse nome e não sabia com qual seguimento comercial trabalhavam. Vi que eram roupas e
utilidades para casa. Os preços estavam bons. 28/01/2011 (sexta-feira)
Camboriú/SC Uma vez mais
resolvemos ir de teleférico para a praia de Laranjeiras. 9h20 Chegamos à
praia e decidimos ficar na mesma barraca do dia anterior, Quarta Estação. Lá novamente
estavam também o casal do Sul e o casal argentino que havíamos conhecido. A água, dessa
vez, estava gelada. Ainda bem que estava fazendo um tempo muito quente, o que acabou
tornando o banho de mar uma delícia! O Marcelo
resolveu dar uma voltinha no banana boat. Eu preferi apenas ficar em terra firme
registrando o evento. Quando comprou o passeio, foi que ele descobriu que o
pirata fazia o mesmo percurso do teleférico. Mas era tarde, pois já
havíamos comprado os tíquetes de ida e volta. O passeio no barco ficaria para uma
próxima vez! 12h20 Almoçamos
na barraca. Pedimos uma porção de peixe (R$26,00) e outra de arroz à grega (R$9,90). A
refeição deu tranquilamente para nós dois. Achamos o arroz à grega mais gostoso que o
arroz branco que havíamos pedido no dia anterior. 15h Com o céu
límpido e o calor intenso, resolvemos voltar para o hotel e curtirmos um pouco a piscina.
Pegamos, então, o teleférico de volta. A piscina estava
uma delícia e vazia. Só tinha a Fernanda, uma jovem de 15 anos que estava passando
férias com a mãe, e depois chegou a Bruna, outra jovem,
com quem ficamos conversando. À noite,
pegamos um táxi e fomos ao Balneário Camboriú Shopping. Matamos a saudade de comer no
Giraffas! Depois de darmos
mais uma voltinha pelas lojas, voltamos para o hotel exaustos. Tentaríamos dormir, pois,
a partir das 24h, começaria um show com a Cláudia Leite, no ponto final do
bondindinho, e não sei se o som chegaria até o hotel de forma estridente,
porque estávamos a apenas uma rua anterior à da praia. Acabamos dormindo bem. Apesar de
conseguirmos escutar um pouco das músicas, o som não chegou a atrapalhar. 29/01/2011 (sábado)
Camboriú/SC a São Joaquim da Barra/SP
FOT0S - 7h50 - Fechamos nossa conta no hotel. Deu R$ 603,00. Perguntei, por
curiosidade, o porquê do nome Gracher. Ele nos disse que a pronúncia era
graquer e que é o sobrenome do dono do Hotel. Abastecemos no Posto
Ipiranga, já na BR 101, assim que deixamos Camboriú. Preço do litro do
diesel: R$ 1,97; 46,8 litros; valor total: R$ 92,50; quilômetros rodados desde a última
abastecida: 525 km. Mal saímos da cidade e já
pegamos uma chuva fininha. 8h30 Pagamos
pedágio (km79). R$ 1,20. 8h35 Vimos um
letreiro alertando para queda de barreira dali a 20 quilômetros. 8h43 - Passamos pelo trecho assinalado. Ficava a uns 15 km
de Joinville. Um pedaço da serra havia descido com lama e interditado uma das faixas da
estrada. Trabalhadores estavam tentando desobstruir a passagem. A chuva fina
continuava. 9h15 Pedágio:R$
1,20 (km1, BR101, Garuva). Passamos por um
trecho bem bonito, em meio às Serras Catarinenses, com árvores floridas em tons branco e
rosa. Um espetáculo! 9h48 Pedágio:
R$1,20 (km 637, BR 376, São José). 9h55 Paramos para
um café e o Marcelo aproveitou para comprar um aditivo para o diesel, pois o que
colocamos na saída de Camboriú estava ruim, o carro ficou falhando. 10h35 Pagamos
pedágio na Regis Bittencourt, BR 116, km 57. R$ 1,70. Passamos por uma bela região com
lagos próximo à rodovia. O carro continuou falhando. 11h08 A 310 km de
São Paulo, perto da divisa Paraná/São Paulo, passamos por outro ponto com queda de
barreira. A pista não estava mais interditada e havia trabalhadores arrumando a estrada.
O tempo já estava aberto, bem ensolarado. 11h25 Pagamos
pedágio: R$ 1,70 (BR 116, km 543, Regis Bitt.). 11h37 Outro local
em que houve deslizamentos e só uma faixa estava liberada. Mais à diante, vimos que um
pedaço em uma das faixas do asfalto havia desmoronado. 11h55 Paramos para
banheiro e para comprar algum salgado até aguentar a parada para almoço, pois
pretendíamos avançar um pouco mais na estrada. 12h10 Pedágio:
R$1,70 (BR 116, km485, Regis Bitt.). 12h25 Paramos para
almoçar no Posto Ipiranga, restaurante 4 irmãos. Pagamos R$ 16,00 por pessoa, com
direito a sobremesa. A comida estava boa, mas só havia fritura na parte de carnes.
Depois, já na saída, vi que servem comercial também, com bife. Poderia ter sido uma
opção melhor. 13h05 Pedágio:
R$1,70 (BR 116, km426, Regis Bitt.). 13h47 Pedágio:
R$1,70 (BR 116, km370, Regis Bitt.). Logo depois,
pegamos um trecho com mão única. No outro lado da pista também havia caído uma
barreira, mas era próximo a um local onde há obras para duplicação, por isso deixaram
para refazer o trecho juntamente com as obras. 14h Um pequeno
engarrafamento devido a obras. O tempo estava bem quente, mas no céu nuvens escuras
ameaçavam pesadas chuvas pela frente. E choveu! Choveu muito mesmo! 14h15 Dá-lhe
chuva! E muitos caminhões na pista, de ambos os lados. Foi um trecho em que nossa viagem
não rendeu. Além da chuva, era em meio às serras, mão única e o carro continuava
falhando. 14h25 A pista
voltou a ser duplicada e a chuva resolveu dar uma trégua. 14h50 - Pedágio: R$1,70
(BR 116, km298, Regis Bitt.). 15h Em São Paulo,
pegamos a Rodoanel Mário Covas para sairmos para a Anhanguera. 15h18 Saímos para
a Rodovia Anhanguera. Pagamos pedágio
de R$ 1,35 (Anhanguera Int. Norte, Praça 33). 15h20 outro
pedágio (praça 51, km 26n, SP 330). Dessa vez um pouquinho mais salgado: R$ 6,35. Voltou a chover. 15h37 Saímos pela
Av. Bandeirantes, SP 346. 15h50 Passamos
pelo Hopi Hari. 15h55 Pedágio: R$
6,35. (praça 23, Itupeva Norte). 16h05 Saímos p/
AC/02 SP 330 (Anhanguera). 16h20 Paramos para
abastecer no Sherokee Gran Posto. O Marcelo aproveitou para utilizar o diesel do galão de
10 litros que havíamos levado de reserva. Preço do litro do
diesel: R$ 1,919; 52,122 litros (além dos 10L que colocamos do galão reserva); valor
total: R$ 100,00; quilômetros rodados desde a última abastecida: 689 km. Resolvemos fazer
um lanche na lanchonete desse mesmo posto. Não foi uma boa ideia. O pão de queijo que o
Marcelo comprou estava estranho, com a massa pesada, como se fosse crua. E a coxinha que
pedi também não estava boa. O refresco de uma que veio era em pó. Bem, o que salvou foi
o suco de laranja, que, pelo menos, foi espremido na hora. O ideal era que tivéssemos
encontrado algum posto da Rede Graal, mas não havia muitas opções nesse trecho da
estrada. O Marcelo bateu
papo com uma pessoa que vai se mudar para Recife. Ele havia visto os adesivos do nosso
carro e começou a conversar. Disse que o sonho dele é fazer uma viagem de carro passando
por todas as capitais brasileiras. Deve realmente ser bem interessante fazer isso. Espero
que ele consiga realizar esse sonho e possa explorar cada pedacinho desse nosso grandioso
Brasil, conhecendo mais a fundo a nossa diversidade cultural, de norte a sul, de leste a
oeste. Boa sorte! 16h55 Pedágio: R$
5,60 (praça 71, km 118n, SP 330). 17h15 - Pedágio: R$ 4,25
(praça 81 - LA, km 152n, SP 330). 17h30 - Pedágio: R$ 5,30
(praça 04, km 181, Leme, SP 330). 17h50 - Pedágio: R$ 5,30
(km 215, Pirassununga, SP 330). 18h15 - Pedágio: R$ 5,10
(km 253, Santa Rita, SP 330). 18h30 - Pedágio: R$ 5,10
(km 281, São Simão, SP 330). Quantos
pedágios tivemos que pagar em tão pouco tempo! Ao longo da
Anhanguera a paisagem é espetacular: plantações verdinhas a perder de vista, de ambos
os lados. 18h55 Paramos em
um posto da rede Graal, em Ribeirão Preto, no km 320. Comemos deliciosos sanduíches: X
frango (R$ 7,60), X salada (R$ 7,30) e suco de laranja (R$ 3,50). Nota 10! 19h30 Seguimos
viagem. 19h37 Tirei foto
de uma bonita ponte na rodovia. O ideal seria parar para tirar uma foto com o pôr de sol
ao fundo, mas não deu. Lembrei-me da ponte que há em Salta, Argentina, onde passa o
trem de las nubes. 19h47 - Pedágio: R$ 7,70
(Sales Oliveira). Voltamos a pegar
chuva na estrada. 20h05 Chegamos em
São Joaquim da Barra, já sem chuva. Pernoitamos no Hotel
da Barra, fone: (016) 3818-0101, como nas duas outras expedições. A diária para
duas pessoas com café da manhã, wifi, freegobar, tv e ar condicionado saiu a R$ 98,00.
O lugar é simples, limpo e silencioso. A única desvantagem do hotel é que o
estacionamento não cabe carros altos, mas sempre paramos em frente à recepção e há
quem olhe o carro durante a noite. O hotel é bem
fácil de ser encontrado. Assim que saímos da rodovia, entrando para São Joaquim da
Barra, é só seguir em frente e pegar a primeira à direita, antes de entrar propriamente
na cidade. O hotel possui dois andares e um letreiro verde que dá para avistar de longe. 30/01/2011 (domingo) São
Joaquim da Barra/SP a Brasília (DF) 7h30 Após um
gostoso café da manhã (com direito a delicioso pão de queijo quase mineiro,
pois estávamos pertinho de Minas), pegamos a SP 330 novamente. 7h50 Pagamos nosso
último pedágio da viagem. Fechou, literalmente, com chave de ouro: R$ 9,35
(Ituverava). Dali para
frente, cada quilômetro percorrido nos levaria para mais perto de casa, dos filhos, da
família. Uma coisa engraçada: parece que quando estamos mais próximos de casa é que a
saudade aperta mais. Vimos na estrada
uma placa indicando Guará. Brincamos dizendo que estava chegando em casa,
pois também temos uma cidade-satélite de nome Guará, em Brasília. Mas o
nosso Guará ainda estava bem distante... Vimos mais e
mais plantações de cana de açúcar. A terra para o plantio é bem bonita, bem escura.
É o tipo de terra em que, plantando, tudo cresce e dá bons frutos. É uma verdadeira
riqueza! Para completar a
bela paisagem ao redor, atravessou a estrada, de repente, diante de nós, uma ave pela
qual eu tenho uma verdadeira paixão: um belo tucano, com suas asas pequenas contrastando
com o seu maravilhoso bico amarelo exuberante. O seu voo espaçado é inconfundível!
Ainda consegui, por sorte, bater uma foto dele. 8h17 A 572
quilômetros de casa, paramos para fotografar uma placa indicando Brasília, a primeira
que vimos. 8h20 Atravessamos
a ponte que separa os estados de São Paulo e Minas Gerais. Em Uberaba, vimos uma pista
toda reformada, muito bem cuidada. Eles a batizaram Rodovia Chico Xavier. Prestaram uma
homenagem, merecida por sinal, a um grande homem que soube, por meio de exemplos de amor e
humildade, trazer conforto a muitos daquela região. 9h50 Em
Uberlândia, pegamos a entrada para Brasília. Estão construindo um viaduto e vão
duplicar a pista. Vai ficar ótimo! 10h Atravessamos a
ponte sobre o Rio Araguari. 10h43 Cruzamos a
divisa entre Minas Gerais e Goiás, cada vez mais próximos de casa (BR 050). 10h55 Tirei foto
de uma árvore bem bonita, entre várias, que dá uns cachos de flor na cor branca. 11h08 Paramos em
Catalão, Posto JK, para abastecer. É outro lugar onde costumamos parar em nossas
viagens por aquelas bandas. Preço do litro do
diesel: R$ 2,010; 44,78 litros; valor total: R$ 90,00; quilômetros rodados desde a
última abastecida: 567,70 km. Aproveitamos
para fazer um lanche. Comi pamonha (eh saudade!), e o Marcelo, coxinha. Compramos algumas
coisas típicas da região: pimenta para minha mãe, jurubeba para meu sogro. 11h55 Seguimos
viagem. Em Catalão
fizeram um Shopping. Sinal que a cidade está em progresso, o que é bom! Depois de
Ipameri, percebemos que as margens da rodovia estavam bem cuidadas. O mato havia sido
cortado para deixar à mostra as placas de trânsito. O carro
continuou engasgando, e muito. O Marcelo começou a achar que não era problema com o
aditivo, como ele pensava anteriormente. Ele viu que o problema era do filtro de
combustível que não fora trocado na revisão em Punta Arenas. 13h20 Paramos no
Posto Ponte Alta, Pires do Rio, em frente a uma imensa plantação de milho. Do outro lado
da pista há também um pequeno lago com buritis, onde sempre há muitos pássaros. É um
lugar em que também costumamos parar em nossas viagens. Aproveitei para
almoçar. O quilo da refeição.saiu a R$29,90. Preço salgado, mas a comida estava no
capricho, típica comida goiana! O Marcelo preferiu ficar
tentando dar uma olhada no carro para ver se descobria o motivo das falhas e comeu apenas
um salgado com suco. 13h50 Seguimos.
Seriam mais 183 quilômetros para estarmos em casa. Quanta
plantação de soja nós vimos na BR 040-GO! Uma curiosidade
na estrada: geralmente os caminhoneiros colocam em seus caminhões poesias, o nome de
alguém que amam, etc. Mas passou por nós um caminhão cuja placa nos chamou a atenção.
Foi colocada acima da placa normal uma placa branca com os dizeres pai do Júnior,
07-03-1968. Talvez uma homenagem de um pai pelo nascimento do filho Júnior em
07-03-1968, apenas um palpite, pois não ficamos sabendo a história da placa! Pegamos um
trecho na subida em que o carro passou a engasgar de vez (veríamos no dia seguinte que
realmente o problema era o filtro, como suspeitava o Marcelo. Bastou trocá-lo e o carro
ficou ótimo novamente!). Achamos que não daria para chegar em Brasília. E o problema
maior é que era domingo, ou seja, tudo fechado! O carro foi
subindo muito lentamente, até que, graças a Deus, a pista, na altura de Luziânia,
passou a ser duplicada e o carro rendeu um pouquinho mais. Só mais 60 quilômetros até
em casa! 15h30 Passamos por
Valparaíso (Faltavam 37 km até nossa casa, seguindo pela via EPIA). 15h38 Cruzamos a
divisa Goiás/Distrito Federal. Não somos Galvão Bueno, mas, haja coração! Tão perto
de casa e o carro não querendo chegar! 15h40 Pegamos a
DF-001. Resolvemos não ir pela EPIA (Núcleo Bandeirante). Havia uma boa subida e o carro
poderia não aguentar, ainda engasgava muito. (Parece piada: nós é que dirigimos e o
carro é que se cansa...rsos...!) 15h44 Fizemos bem
em seguir por outro caminho, pois acabamos economizando 10 preciosos quilômetros.
Passamos pelo Gama. Mais 15 quilômetros e estaríamos em casa! A pista estava boa, além
de ser duplicada e bem sinalizada. 16h50 Passamos
pelo Recanto das Emas. Faltavam apenas 6,3
quilômetros. 15h52 Descemos
pela conhecida boca da mata para pegarmos Taguatinga Sul. Só mais um
semáforo e... 15h55 Lar doce
lar! Quanta saudade
estava guardada no peito! Que bom reencontrar nossos filhos! Estavam lindos! Viajar é
muito bom; voltar para os que amamos, melhor ainda! Até o Cookie
havia crescido nesses 35 dias! (é o bichinho de estimação do Matheus (eu digo que é
meu netinho). Trata-se de um mini lop, uma linda espécie de coelhinho com
orelhas para baixo. Fofinho! Enfim, a
família reunida, graças a Deus, uma vez mais! |